OIT e OMS divulgam documento de orientação sobre teletrabalho saudável
07 fevereiro 2022
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicaram um novo resumo técnico sobre teletrabalho saudável e seguro.
O documento fornece informações sobre o impacto do teletrabalho na saúde e orientações sobre como organizar o trabalho remoto para proteger e promover a saúde física e mental dos trabalhadores.
O relatório cita também uma série de vantagens e desvantagens da modalidade laboral. Melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal, horários flexíveis e redução de tempo de deslocamento e poluição são mencionados como benefícios. Depressão, cansaço visual, aumento de peso e consumo de álcool estão entre as desvantagens.
Na quarta-feira (02/02), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicaram um novo resumo técnico sobre teletrabalho saudável e seguro. O documento descreve os benefícios e riscos para a saúde envolvidos nos acordos de trabalho remoto, juntamente com as medidas necessárias para acomodar a modalidade, bem como a transformação digital em curso. Dois anos após a COVID-19 interferir na vida dos escritórios em todo o mundo, o relatório aponta que são necessárias mudanças cruciais para proteger a saúde durante o teletrabalho.
“A pandemia levou a um surto de teletrabalho, mudando efetivamente a natureza do trabalho praticamente da noite para o dia para muitos trabalhadores”, disse Maria Neira, diretora do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, sobre a mudança no quadro de trabalho abordada no novo estudo.
Vantagens - Entre os benefícios apontados pelo documento estão um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal; oportunidades para horários de trabalho flexíveis e mais atividade física; redução do trânsito e do tempo de deslocamento; e uma diminuição da poluição do ar nas áreas urbanas.
Tudo isso pode melhorar a saúde física e mental e o bem-estar social. Além disso, o teletrabalho também pode levar a uma maior produtividade e a menores custos operacionais para muitas empresas.
Desvantagens - No entanto, o relatório alerta que, sem planejamento adequado, organização e suporte de saúde e segurança, o teletrabalho pode levar a sentimentos de isolamento, esgotamento, depressão, cansaço visual, aumento do consumo de álcool e ganho de peso.
“O movimento do pêndulo depende inteiramente de se governos, empregadores e trabalhadores trabalham juntos e se há serviços de saúde ocupacional ágeis e inventivos para implementar políticas e práticas que beneficiem tanto os trabalhadores quanto o trabalho”, disse a oficial da OMS.
Um novo normal - Como empresas e funcionários experimentaram os benefícios do trabalho doméstico e híbrido, a diretora do Departamento de Governança e Tripartismo da OIT, Vera Paquete-Perdigão, disse que eles “vieram para ficar e provavelmente aumentarão após a pandemia”.
Nesse contexto, a OMS e a OIT pediram a implementação de medidas para proteger a saúde dos trabalhadores durante o teletrabalho.
“À medida que nos afastamos desse 'padrão de espera' para nos estabelecer em um novo normal, temos a oportunidade de incorporar novas políticas, práticas e normas de apoio para garantir que milhões de teletrabalhadores tenham um trabalho saudável, feliz, produtivo e decente”, argumentou Vera.
O documento sinaliza que os serviços de saúde ocupacional devem fornecer suporte ergonômico, de saúde mental e psicossocial aos teletrabalhadores usando tecnologias de telessaúde digital.
Por exemplo, os empregadores devem implementar medidas para garantir que o pessoal receba equipamento adequado relacionado ao trabalho; informação e formação relevantes para reduzir o impacto psicossocial do teletrabalho; e estabelecer o “direito de desconexão”.
Atendendo às necessidades - O estudo descreve os papéis dos governos, empregadores, trabalhadores e serviços de saúde nos locais de trabalho para promover e proteger a saúde e a segurança durante o teletrabalho.
Também oferece recomendações práticas para a organização do teletrabalho que atendam às necessidades dos trabalhadores e das empresas, como o desenvolvimento de planos de trabalho individuais com prioridades, prazos e resultados esperados claros.
No relatório, as agências pedem às empresas que desenvolvam programas especiais de trabalho remoto que combinem medidas de gestão e desempenho, utilizando plataformas digitais eficazes.