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Ataque contra comboio de paz mata dois capacetes-azuis no Mali

08 março 2022

Um ataque nesta segunda-feira (7) matou dois e feriu quatro capacetes-azuis, no Mali. Eles faziam parte de um comboio logístico da missão de paz no país conhecida pela sigla MINUSMA. 

Os seis foram vítimas de um dispositivo explosivo improvisado no norte da cidade de Mopti. Desde 2013,  250 capacetes-azuis morreram no Mali, no que é considerada a missão de paz mais perigosa do mundo.

O chefe da MINUSMA, El-Ghassim Wane, reforçou que ataques contra forças de paz das Nações Unidas podem constituir crimes de guerra, de acordo com o direito internacional.

Forças de paz da ONU patrulham a região de Mopti, no centro de Mali.
Legenda: Forças de paz da ONU patrulham a região de Mopti, no centro de Mali.
Foto: © Gema Cortes/ MINUSMA

Um comboio da missão de paz da ONU no Mali (MINUSMA) foi atingido por um dispositivo explosivo improvisado, nesta segunda-feira (7). O ataque aconteceu ao norte da cidade de Mopti e resultou na morte de dois capacetes-azuis vindos do Egito, e outros quatro feridos. 

Em comunicado, a MINUSMA informou que o comboio logístico estava seguindo em direção à Timbuktu. O representante especial da ONU e chefe da MINUSMA, El-Ghassim Wane, condenou veementemente o ataque na volátil região central do Mali, onde nos últimos dez anos forças do governo disputam o poder com insurgentes islâmicos.

Crime - O comunicado feito pela MINUSMA “lembra que ataques contra forças de paz das Nações Unidas podem constituir crimes de guerra, de acordo com o Direito Internacional”. O chefe da missão pediu às autoridades malianas que não poupem esforços para identificar os autores dos ataques e que eles sejam rapidamente levados à justiça. Wane enfatizou que este último ataque, assim como os outros que o precederam, “é mais um lembrete da necessidade urgente de esforços ainda mais robustos para estabilizar o centro do Mali”.

No Twitter,  o chefe da MINUSMA também reforçou que os capacetes-azuis no Mali enfrentam uma ameaça diária ao se esforçar para promover a paz, no que ele chamou de “operação de paz mais perigosa do mundo”. Desde 2013, mais de 250 capacetes-azuis morreram no país. 

O chefe das Forças de Paz da ONU, Jean Pierre Lacroix, tuitou suas "mais sinceras condolências ao governo egípcio, ao povo e às famílias" dos dois que perderam suas vidas, a serviço da paz. "Esses crimes não devem ficar impunes", disse Lacroix.

Violência - Em outro ataque ocorrido nesta segunda-feira, mas contra as forças do governo, pelo menos dois soldados morreram. O episódio ocorreu na região norte de Gao, três dias após um duro combate com insurgentes ter deixado 27 mortos e 32 feridos, de acordo com informações da mídia. 

A crescente insegurança na região central alimentou a crise humanitária no país, juntamente com uma profunda incerteza política, seguida por golpes militares em 2020 e 2021. No mês passado, a ONU lançou seu Plano de Resposta Humanitária 2022 buscando arrecadar 686 milhões de dólares de doadores para ajudar mais de cinco milhões de cidadãos vulneráveis ​​no Mali.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNDPO
Department of Peace Operations

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