Notícias

Desinformação e flexibilização das medidas preventivas contribuem para o aumento da Ômicron

17 março 2022

Uma combinação de fatores, incluindo a desinformação de que a pandemia acabou, a interrupção do uso obrigatório de máscaras, o fim do distanciamento físico e uma nova subvariante da Ômicron (BA.2), estão causando um aumento de casos da COVID-19 em todo o mundo, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (16).

“Após várias semanas de declínio, os casos relatados da COVID-19 estão novamente aumentando globalmente, especialmente em locais da Ásia”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus, a jornalistas em Genebra.

Na semana passada, a agência viu um aumento de 8% na detecção de casos da COVID-19, com mais de 11 milhões de resultados de testes positivos.

“Cada país está enfrentando uma situação diferente com desafios diferentes, mas a pandemia não acabou”, disse o diretor-geral da OMS.

A Organização Mundial da Saúde está ajudando os países a aumentarem a capacidade de testagem para SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19.
Legenda: A Organização Mundial da Saúde está ajudando os países a aumentarem a capacidade de testagem para SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19.
Foto: © Nana Kofi Acquah/OMS

Uma combinação de fatores, incluindo a desinformação de que a pandemia acabou, a interrupção do uso obrigatório de máscaras, o fim do distanciamento físico e uma nova subvariante da Ômicron (BA.2) estão causando um aumento de casos da COVID-19 em todo o mundo, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira (16).

“Após várias semanas de declínio, os casos relatados da COVID-19 estão novamente aumentando globalmente, especialmente em locais da Ásia”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Gebreyesus, a jornalistas em Genebra.

Na semana passada, a agência viu um aumento de 8% na detecção de casos da COVID-19, com mais de 11 milhões de resultados de testes positivos.

“Esses aumentos estão acontecendo, apesar das reduções nos testes em alguns países, o que significa que os casos que estamos vendo são apenas a ponta do iceberg”, explicou o diretor da OMS, alertando que quando os casos aumentam, também aumentam as mortes.

Ele acrescentou que surtos locais contínuos são esperados, particularmente em áreas onde as medidas para prevenir a transmissão foram suspensas, mas que existem níveis de mortalidade “inaceitavelmente altos” em muitos países, especialmente onde os níveis de vacinação são baixos entre as populações vulneráveis.

“Cada país está enfrentando uma situação diferente com desafios diferentes, mas a pandemia não acabou”, reiterou.

Uma combinação de fatores - A médica da OMS, Dra Maria Van Kerkhove, explicou que uma combinação de fatores está alimentando o aumento de casos em todo o mundo, começando com uma variante mais transmissível.

“Ainda temos a Ômicron que está transmitindo em um nível muito intenso em todo o mundo. Temos subvariantes da Ômicron (BA.1 e BA.2. BA.2), que são mais transmissíveis, sendo esta última subvariante a mais transmissível que vimos do vírus SARS-COV2 até hoje”, alertou.

A médica da OMS informou que nos últimos 30 dias das mais de 400.000 amostras colhidas, 99,9% são Ômicron e 75% correspondem a subvariante BA.2.

“Nós não vemos um aumento na gravidade da COVID-19 com BA.2. No entanto, com um grande número de casos, vocês verão um aumento nas hospitalizações. Vimos isso acontecer em país após outro”, destacou a médica da OMS.

Outro fator que influencia o aumento dos números é a redução das medidas de saúde pública e sociais.

“Retirar o uso de máscaras, suspender o distanciamento físico e suspender as restrições que limitam o movimento das pessoas oferece ao vírus uma oportunidade de se espalhar”, alertou a médica.

A especialista também apontou que há “uma enorme quantidades de desinformação” causando muita confusão entre as pessoas.

“A desinformação de que a Ômicron é branda, a desinformação de que a pandemia acabou, a desinformação de que esta é a última variante com a qual teremos que lidar”, explicou.

O vírus "não sossegou" – Além disso, o diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan, esclareceu que o vírus ainda não “sossegou” em um padrão puramente sazonal ou previsível.

Segundo ele, é preciso ter cautela com “a ideia de que a pandemia 'acabou' no hemisfério norte e agora temos que esperar até o próximo inverno” e exemplifica lembrando das taxas crescentes no Reino Unido.

O especialista acrescentou que o vírus ainda está “muito em forma” e está se movendo facilmente e, no contexto de imunidade em declínio, o vírus provavelmente continuará ecoando em todo o mundo.

“Às vezes, as taxas estão alta em algumas áreas e depois se moverão e serão altas novamente, e passarão para outra área onde a imunidade está diminuindo. O vírus pegará bolsões de suscetibilidade e sobreviveremos nestes bolsões por meses até que outro bolsão se abra. É assim que os vírus funcionam. Eles se estabelecem em uma comunidade e se moverão rapidamente para a próxima comunidade desprotegida”, explicou ele, que ainda explicou que especialistas viram padrões semelhantes com o vírus da poliomielite.

“Entendemos completamente que o mundo precisa seguir em frente e quer seguir em frente com a COVID-19, mas esse vírus se espalha com muita eficiência entre as pessoas e, se não tivermos as intervenções corretas, o vírus terá oportunidades para continuar se espalhando, e quanto mais o vírus se espalha, mais oportunidades ele tem de mudar”, concluiu o diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS.

Vacinação e monitoramento - Tanto os médicos quanto o chefe da OMS, Tedros, falaram sobre a importância da vacinação, destacando que a maioria das mortes permanece entre os não vacinados, idosos e pessoas com condições preexistente que não receberam o ciclo completo de vacinação.

“Precisamos restabelecer a importância da vacinação em todos os países. Esta não é apenas uma questão norte-sul. Cada país precisa olhar novamente para os níveis de vacinação dos mais vulneráveis, usando políticas de reforço ou não, e garantir que, no mínimo, cada indivíduo vulnerável tenha duas doses de vacinas eficazes”, exortou o o diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS.

A médica da OMS explicou que os dados mostram que as vacinas contra a COVID-19 permanecem “incrivelmente” eficazes para prevenir formas graves da doença e a morte, inclusive contra a Ômicron.

Ela acrescentou que o mundo também precisa de um sistema de monitoramento muito forte para a COVID-19 para que todos estejam cientes de como o vírus está evoluindo.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa