ONU pede US$ 2,25 bilhões em ajuda humanitária para Ucrânia

As Nações Unidas e parceiros humanitários lançaram um novo apelo de US$ 2,25 bilhões para fornecer assistência e proteção a quase nove milhões de pessoas na Ucrânia, anunciou a ONU nesta segunda-feira (25).

O número é mais que o dobro do apelo inicial publicado apenas alguns dias depois que a Rússia invadiu o país em 24 de fevereiro.

A Ucrânia tem uma população de 44 milhões, e a guerra deixou cerca de 15,7 milhões de necessitados. Dois meses depois, as necessidades continuaram a aumentar, enquanto a resposta humanitária se expandiu significativamente em escala e escopo.

Necessidades crescentes - O conflito causou a crise de deslocamento que mais cresce no mundo desde a Segunda Guerra Mundial, desalocando quase 13 milhões de pessoas.

Mais de sete milhões estão deslocados internamente, enquanto 5,2 milhões cruzaram para países vizinhos, como a Polônia.

A devastação massiva dos centros urbanos e a destruição da infraestrutura civil interromperam gravemente os sistemas de saúde e outros serviços essenciais.

Na semana passada (18), o escritório da ONU na Ucrânia informou que cerca de 136 ataques a instalações de saúde foram registrados desde o início da guerra, representando quase 70% dos ataques mundiais ao setor até agora este ano.

Novo apelo - O novo apelo tem como meta levar ajuda para 8,7 milhões de pessoas - mais da metade é mulher - nas áreas mais difíceis de alcançar. Até agora, comboios liderados pela ONU entregaram suprimentos em cinco momentos, e outros estão planejados para as próximas semanas e meses.

O plano pede ainda a prestação de assistência o mais próximo possível das pessoas necessitadas, incluindo o apoio a organizações que trabalham em áreas sob ameaça e a garantia de que os suprimentos estejam disponíveis no caso de os gasodutos serem cortados.

Os órgãos de ajuda humanitária também estão aumentando as transferências de recurso para as populações deslocadas, já que o número de pessoas está crescendo - de 18.500 para mais de 263.000 apenas nas últimas três semanas.

O apelo coloca as pessoas, a igualdade de gênero e a proteção no centro da resposta humanitária, além de incluir medidas de prevenção à exploração e ao abuso sexual.

Reunião com líderes - O plano revisado ocorre antes das reuniões do secretário-geral da ONU nesta semana com os ministros das Relações Exteriores e os presidentes da Ucrânia e da Rússia.

O chefe da ONU, António Guterres, viajou para Moscou, depois de se encontrar com o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan, em Ancara, na segunda-feira (25).

Durante a reunião, Guterres expressou seu apoio aos esforços diplomáticos em andamento da Turquia em relação à guerra na Ucrânia, disse o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, a jornalistas em Nova York.

“Ele e o presidente Erdoğan reafirmaram que seu objetivo comum é acabar com a guerra o mais rápido possível e criar condições para acabar com o sofrimento dos civis. Eles enfatizaram a necessidade urgente de acesso efetivo através de corredores humanitários para evacuar civis e fornecer assistência muito necessária às comunidades afetadas”, disse o porta-voz adjunto da ONU.

O secretário-geral terá uma reunião de trabalho e almoço com o chanceler russo, Sergey Lavrov, nesta terça-feira (26), e será recebido pelo presidente Vladimir Putin.

Na quinta-feira (28) ele terá uma reunião de trabalho com o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e será recebido pelo presidente do país, Volodymyr Zelenskyy.

O secretário-geral também se reunirá com funcionários da ONU na Ucrânia para discutir a ampliação da assistência humanitária.