FAO mostra curiosidades e benefícios do tomate

O tomate se originou na América do Sul e, embora consumido pelos astecas na Mesoamérica já em 700 d.C., foi apenas no início de 1800 que se tornou um ingrediente popular na culinária do Mediterrâneo. 

Existem várias teorias sobre como ele chegou à Europa. Uma é que foi trazido para o continente após a conquista espanhola. Depois, da Espanha, foi para a Itália graças às estreitas relações entre as famílias reinantes da época. Outros acreditam que o tomate foi do Peru ou do México para a França. 

Seja qual for a viagem, os europeus inicialmente consideravam o tomate apenas um item decorativo ou uma curiosidade botânica. Na verdade, as pessoas achavam que era venenosa porque, como outras plantas da família das beladonas, contém solanina, uma neurotoxina. 

Avançando várias centenas de anos, os tomates passaram a ser produzidos comercialmente e consumidos em todo o mundo com muitos benefícios. 

Então, o que os tomates fazem pelo mundo moderno? 

1) Fornecem benefícios para a saúde 

• Os tomates são pequenos heróis da alimentação e comê-los como parte de uma alimentação equilibrada traz muitos benefícios à saúde. Apenas um pequeno tomate cru é repleto de nutrientes e antioxidantes.  
• Podem melhorar a saúde do coração devido aos altos níveis de fibra e potássio, que ajudam a prevenir doenças cardiovasculares. 
•  Contém várias vitaminas, incluindo vitamina C, que estimula nosso sistema imunológico e vitamina K, que é essencial para ossos mais fortes. 

2) Oferecem variedades para cultivo e consumo durante o ano todo 

Você acha que os tomates são apenas vermelhos? Se sim, você está errado! Até a palavra italiana para tomate, “pomodoro” (maçã dourada), parece sugerir que os primeiros tomates introduzidos na Itália podem ter sido amarelos. 

O tomate é uma fruta incrivelmente diversificada com cerca de 10.000 variedades diferentes. O sistema agrícola da Horta em Valência, Espanha, é prova disso. A FAO designou este local como Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM) por seu sistema de irrigação inovador e histórico. O local incorpora cerca de 6.000 pequenos agricultores onde são cultivadas pelo menos 12 variedades de tomate. 

3) Apoiam os meios de subsistência 

Os tomates são uma importante fonte de renda para muitas pessoas ao redor do mundo. Este é o caso dos agricultores de outra unidade do SIPAM em Djebba El Olia, na Tunísia. Graças ao impressionante sistema agroflorestal neste local, em que os tomates são consorciados com figueiras que fornecem abrigo e sombra aos tomateiros, os agricultores são capazes de produzir esses tomates apesar do calor extremo. 

Esses tomates "Djebba" duráveis são colhidos em julho, tradicionalmente por mulheres, e desempenham um papel muito importante na economia local. Eles são a segunda fruta mais consumida localmente depois dos figos e são vendidos em mercados locais e nacionais, gerando renda substancial para a comunidade.

Os tomates também representam um importante meio de subsistência para os Povos Indígenas Wixáritari de Mezquitic, uma pequena aldeia no estado mexicano de Jalisco. Nesta zona montanhosa, as terras aráveis e os recursos para tornar a terra produtiva são escassos e grande parte da população do município vive em extrema pobreza.

Em 2016, no entanto, a FAO forneceu à comunidade local uma estufa de 200 metros quadrados, um sistema de irrigação por gotejamento e um tanque de água de 5.000 metros cúbicos. Isso permitiu que a comunidade local ganhasse a vida em seu próprio vilarejo, em vez de ter que viajar quilômetros para trabalhar como diarista em outras fazendas.

Agora, a comunidade tem oito estufas cheias não apenas de tomates, mas também de pimentões serrano e jalapeño, pepinos, repolhos, abobrinhas e vagens. Há alimentos suficientes para consumo próprio e para venda, constituindo uma fonte vital de rendimento. 

4) Contribuem para a segurança alimentar 

Alguns tipos específicos de tomate podem sobreviver mesmo em temperaturas muito altas. Isso os torna essenciais para a segurança alimentar, oferecendo renda e alimentos nutritivos para os agricultores quando muitas outras culturas fracassam. Com base nisso, a FAO e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisa e Extensão Alimentar e Agrícola, desenvolveram novas variedades de tomate ainda mais resistentes ao calor usando tecnologia nuclear. 

Nas Ilhas Maurícias, o tomate é cultivado numa área de 750 hectares com uma produção média anual de 11.000 toneladas. No entanto, quando as temperaturas sobem acima de 30 graus – como costumam acontecer – isso pode causar estresse térmico nas plantações de tomate, reduzindo o rendimento em até 80%. Isso tem um impacto enorme na subsistência dos agricultores e agricultoras e na segurança alimentar da comunidade. 

A FAO e a AIEA têm ajudado as Ilhas Maurícias no desenvolvimento de novas variedades de tomates tolerantes ao calor. Em setembro de 2019, três novas variedades de alto rendimento foram lançadas e distribuídas para mais de 100 agricultores, e a demanda por elas continua crescendo. Esta é apenas uma maneira pela qual a tecnologia nuclear tem sido usada em todo o mundo para desenvolver novas variedades de culturas que são mais resistentes às mudanças climáticas e atendem às necessidades das populações em crescimento. 

Da saúde e meios de subsistência à biodiversidade e segurança alimentar, o tomate é um exemplo brilhante de quanto frutas, legumes e verduras podem fazer pelas pessoas.