Vale-alimentação deve beneficiar 5 mil venezuelanos até agosto
16 maio 2022
A Agência da ONU para as Migrações (OIM) começou a entregar, no mês passado, um vale-alimentação para que migrantes e refugiados venezuelanos possam adquirir alimentos e outros itens básicos de primeira necessidade.
O benefício faz parte do Plano Estratégico Global de Resposta e Recuperação de COVID-19 da OIM, financiado pelo Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos. A distribuição do vale está sendo feita com o apoio de parceiros da OIM no Brasil como a Cáritas.
Até o momento, 613 vales foram entregues beneficiando 2.344 indivíduos. A meta é, até agosto, alcançar cinco mil venezuelanos em situação de vulnerabilidade com valores entre R$ 250 e R$ 700.
No mês de abril, a Agência da ONU para as Migrações (OIM) iniciou a distribuição de cartões para aquisição de alimentos e outros itens básicos de primeira necessidade a refugiados e migrantes vulneráveis da Venezuela impactados pela pandemia de COVID-19. Foram 613 unidades entregues ao longo do mês, beneficiando 2.344 indivíduos.
As pessoas favorecidas foram identificadas e selecionadas em coordenação com organizações parceiras da OIM, que também forneceram apoio para as entregas dos cartões. Ao todo, as distribuições foram realizadas em oito estados: Acre, Bahia, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia e São Paulo, além do Distrito Federal.
Nesta fase do projeto, o valor do benefício pode variar de R$ 250 a R$ 700 mensais, a depender da composição da família, por até três meses. A expectativa é distribuir pelo menos dois mil vales-alimentação, alcançando mais de cinco mil pessoas, até agosto de 2022, mitigando os efeitos da pandemia e seus impactos socioeconômicos, especialmente a insegurança alimentar, para as famílias venezuelanas vulneráveis.
Kenia foi uma das beneficiárias em Brasília. Ao buscar o vale, ela desabafou sobre a dificuldade em comprar alimentos e agradeceu a ajuda recebida no novo país. “Cheguei ao Brasil em 2018 e estamos sendo muito apoiados aqui. O cartão vai ser de muita utilidade, porque a comida está muito cara, e isso vai nos possibilitar complementar nossa alimentação”, diz. Geraldine, que recebeu o benefício em Minas Gerais, concorda que a ajuda veio no momento certo.“Quero agradecer muito esse apoio. Veio em boa hora, estávamos precisando muito”, conta.
“As famílias venezuelanas vulneráveis continuam sofrendo os impactos socioeconômicos da COVID-19 mesmo com o pico da crise sanitária tendo passado. O apoio na forma de cartões para a compra de alimentos e outros itens de necessidade básica é fundamental para a assistência imediata à essa população no Brasil”, ressalta o coordenador do projeto, Guilherme Otero.
Critérios e parceria- A OIM e seus parceiros implementadores em cada cidade priorizam famílias venezuelanas que não possuem renda suficiente para garantir sua alimentação, são compostas por crianças e idosos, pessoas com doenças crônicas ou que tenham passado por violações de direitos humanos, entre outros critérios.
A entrega de vales-alimentação faz parte do Plano Estratégico Global de Resposta e Recuperação de COVID-19 da OIM, e é financiada pelo Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos Estados Unidos. A emissão dos vales é feita pela Sodexo Pass do Brasil e o Instituto Stop Hunger, a partir de uma parceria nacional com a OIM. Isso permite que os cartões sejam utilizados em uma ampla rede de mercados, supermercados, açougues, padarias e outros estabelecimentos em todos os municípios brasileiros.
A ação faz parte do projeto iniciado em 2020, no auge da pandemia de COVID-19. Nessa primeira fase, a OIM e mais de 40 parceiros em diferentes estados do país beneficiaram mais de 10.500 refugiados e migrantes vulneráveis.
Os primeiros lotes foram distribuídos pelos seguintes parceiros em todo o país: Cáritas Brasileira Regional Nordeste I em Natal (RN); Cáritas Brasileira Regional Nordeste II em Pernambuco (PE); Cáritas Arquidiocesana de Porto Velho, em Porto Velho (RO); Cáritas Arquidiocesana de Rio Branco, em Rio Branco (AC); Instituto Migração e Direitos Humanos (IMDH) em Brasília (DF); Missão Paz e o Centro de Referência e Atendimento a Imigrantes (CRAI) em São Paulo (SP); Núcleo de Apoio a Migrantes e Refugiados da Universidade Federal da Bahia, em Salvador e Lauro de Freitas (BA); Rever Cidadania, em Campinas (SP); Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste (SPM-NE) em João Pessoa (PB); Trabalho de Apoio a Migrantes Internacionais (TAARE) em Uberlândia (MG).