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ACNUR promove mapa com rede de apoio para migrantes LGBTQI+

24 maio 2022

Como forma de oferecer à população refugiada e migrante LGBTQI+ informações sobre redes de apoio e acolhida, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em parceria com a organização LGBT+Movimento, lançou oito guias com o mapeamento dos principais locais que oferecem atendimentos especializados para esta comunidade.

O mapeamento foi realizado em oito estados das regiões Sul, Sudeste e na Bahia. Os guias foram lançados como ferramentas de fortalecimento da proteção e integração local destas pessoas.

Os “Mapas de Redes Comunitárias e de Serviços para Pessoas Refugiadas e Migrantes LGBTQI+” foram publicados no último dia 17 de maio, em celebração ao Dia Internacional Contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia.

 

Discriminação, preconceito, violência, riscos de exploração, dificuldade de acesso a serviços humanitários e a políticas públicas são algumas das barreiras enfrentadas pela população LGBTQI+.
Legenda: Discriminação, preconceito, violência, riscos de exploração, dificuldade de acesso a serviços humanitários e a políticas públicas são algumas das barreiras enfrentadas pela população LGBTQI+.
Foto: © Markel Redondo/ACNUR

Para marcar o Dia Internacional Contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, celebrado no dia 17 de maio, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em parceria com a organização LGBT+Movimento, lançou oito “Mapas de Redes Comunitárias e de Serviços para Pessoas Refugiadas e Migrantes LGBTQI+”, em evento virtual transmitido pelo Youtube do ACNUR Brasil.  

Por meio da ampliação do acesso a redes de acolhida preparadas para oferecer atendimento e apoio sensíveis às necessidades protetivas específicas de pessoas refugiadas e migrantes LGBTQI+, os mapas buscam promover o fortalecimento da proteção e integração local destas pessoas nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.  

“Infelizmente, o que testemunhamos é que essas pessoas LGBTQI+ sofrem grandes violações, às vezes com risco de morte, por sua orientação sexual. Os trabalhos do ACNUR para esta população focam em proteger essas pessoas para que se sintam acolhidas e tenham seus direitos respeitados, afirmou a assistente de campo sênior do ACNUR,Gisele Netto, durante o evento. 

Ao longo das etapas que envolveram a construção deste material, disponível para download na página de publicações do ACNUR, pessoas refugiadas e migrantes LGBTQI+ foram consultadas e tiveram suas considerações contempladas, garantindo a confiabilidade das informações disponibilizadas. A pesquisa de conteúdo teve início em outubro de 2021 e se estendeu até março de 2022.   

Referência - De acordo com uma das diretoras da LGBT+Movimento, Nathália Antonucci, os mapas não foram produzidos apenas tendo como orientação as organizações e a serviços de referência, mas também a grupos e espaços comunitários que demonstraram interesse em desenvolver as redes solidárias a pessoas refugiadas e migrantes LGBTQI+. 

“É extremamente importante que os mapas sejam uma ferramenta útil para as pessoas, para que elas possam usar no seu dia-a-dia e consultar as organizações e os serviços. Muitas vezes as pessoas desconhecem a existência dos serviços prestados, não sabem por onde pesquisar por não ser uma pesquisa óbvia”, complementou Nathália, reafirmando a relevância do material.  

Charlin Blanco, venezuelana refugiada que chegou há cinco anos no Brasil e é articuladora comunitária da LGBT+Movimento, reforçou as dificuldades que enfrenta por ser uma mulher trans e destacou a importância de ter a rede de serviços descritas nos oito mapas lançados. 

“Sabemos que somos muito discriminadas e ao chegar no Rio de Janeiro, há um ano, enfrentava muitas dificuldades. Os mapas criados facilitam o processo de integração de pessoas como eu por ter esse olhar direcionado para as reais necessidades dessa população, como acesso à documentação e serviços médicos, por exemplo”, afirma a refugiada. 

 A LGBT+Movimento é uma organização brasileira fundada em 2017 por meio de uma junção de pessoas LGBTQI+ migrantes e brasileiras. Desde então, trabalham com o enfoque comunitário no apoio direto à integração e criação de redes de afeto para pessoas migrantes e refugiadas LGBTQI+.

ACNUR

Miguel Pachioni e Vanessa Beltrame

ACNUR

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa