PNUMA relembra 50 anos de multilateralismo ambiental

No dia 5 de junho, o planeta vai celebrar o 49º Dia Mundial do Meio Ambiente. Especialistas dizem que o mundo deve reacender rapidamente o espírito do multilateralismo que levou os países a trabalharam juntos para reparar a camada de ozônio, proteger os oceanos e eliminar formas mortais de poluição do ar.

Em 1972, as lideranças mundiais estavam enfrentando um planeta em crise, quando se reuniram em Estocolmo, Suécia, para a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. A chuva ácida caía sobre as cidades. Derramamentos de petróleo estavam sujando os oceanos. E as florestas estavam sendo derrubadas no esquecimento.

A Conferência de Estocolmo, considerada a primeira cúpula ambiental global, marcou o início de um esforço unificado para proteger o planeta, levando à criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Dia Mundial do Meio Ambiente.

“Estamos pedindo demais ao nosso planeta para manter modos de vida insustentáveis”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. “A história mostrou o que pode ser alcançado quando trabalhamos juntos e colocamos o planeta em primeiro lugar”.

Conheça alguns dos principais marcos ambientais do mundo – todos impulsionados pela ciência e pelo multilateralismo.

1. Combate ao desmatamento - Por cinco décadas, os países fizeram parcerias para proteger as florestas do mundo, muitas das quais estão ameaçadas pela agricultura, mineração e extração ilegal de madeira - uma cobertura florestal do tamanho de Portugal desaparece a cada ano. Na COP 26 da Convenção-Quadro sobre a Mudança do Clima, em Glasgow, mais de 100 lideranças mundiais se comprometeram a acabar e reverter o desmatamento até 2030, prometendo mobilizar quase 20 bilhões de dólares em financiamento público e privado para apoiar a causa.

2. Reparação do ozônio - Com um buraco do tamanho de um continente se formando na camada de ozônio acima da Antártida, os Estados se uniram em um esforço global sem precedentes para salvar a proteção primária do planeta do sol. Hoje, a camada de ozônio está se recuperando lentamente, poupando 2 milhões de pessoas anualmente do câncer de pele. Espera-se que o buraco se feche completamente até a década de 2060. 

Como o mundo se uniu para reconstruir a camada de ozônio

3. Proteção dos oceanos - Com a poluição ameaçando o futuro dos oceanos do mundo, o PNUMA lançou seu Programa Mares Regionais em 1974. Na época, era um esforço sem precedentes para unir os países em uma causa ambiental comum – e que moldaria futuros tratados, como o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Hoje, 150 países fazem parte do programa, que ajuda a prevenir a poluição, proteger os animais marinhos e mapear os efeitos das mudanças climáticas nos oceanos.

4. Desaceleração da desertificação - À medida em que as mudanças climáticas tornam muitos lugares mais quentes e secos, os espaços verdes estão descendo para o deserto. Cerca de 3,2 bilhões de pessoas são afetadas pela degradação da terra, muitas delas já pobres e marginalizadas. Os Estados passaram décadas trabalhando para reviver as terras férteis tomadas pelas areias, incluindo um esforço ambicioso para construir uma “muralha verde” em toda a África.

5.  Liberação do financiamento para a natureza - O PNUMA reuniu mais de 450 instituições financeiras em uma campanha global para financiar a transição rumo a um mundo mais verde e sustentável. Somente no ano passado, os bancos membros concederam empréstimos a 113 milhões de pessoas vulneráveis e aconselharam 15.000 empresas sobre como se adaptar a um clima em mudança. A iniciativa, liderada pela Iniciativa Financeira do PNUMA (UNEP-FI), chega em um momento crucial: serão necessários



Saiba por que as instituições financeiras estão apoiando a sustentabilidade

6. Limitação do desperdício de alimentos - A forma como o mundo produz alimentos cobra um alto preço ao planeta. Quase 70%  da água que os humanos usam vai para a agricultura e o setor de alimentos é responsável por um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa. Apesar de todos esses recursos, o mundo enfrenta uma dupla crise de fome e obesidade. Um terço de todos os alimentos produzidos globalmente é perdido ou desperdiçado.



Para ajudar a mudar esta realidade, o PNUMA está liderando um esforço global conjunto para garantir que os sistemas alimentares sejam mais sustentáveis para o planeta e mais saudáveis para as pessoas.

7. Eliminação do combustível com chumbo - Quando a gasolina com chumbo foi inventada na década de 1920, foi saudada como um combustível milagroso que alimentaria uma nova geração de carros, aviões e motocicletas. O problema: era altamente tóxico e, onde quer que fosse, surgiam casos de câncer, doenças cardíacas e derrames. Mas graças a uma campanha de duas décadas liderada pelo PNUMA, o mundo se livrou do combustível com chumbo, salvando cerca de 1,2 milhão de vidas por ano.

O Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, é a principal data internacional para o meio ambiente. Liderado pelo PNUMA e promovido anualmente desde 1973, o evento cresceu e se tornou a maior plataforma global de divulgação ambiental com milhões de pessoas de todo o mundo engajadas para proteger o planeta. Participe do Earth Action Numbers, coloque suas ações e eventos ambientais no mapa do mundo interativo e compartilhe nas mídias sociais.

Acompanhe as atualizações ao vivo sobre os eventos que acontecem perto de você e não deixe de assistir à transmissão ao vivo da Suécia e Nairóbi em 5 de junho.

Assista ao Dia Mundial do Meio Ambiente AO VIVO em 5 de junho a partir das 17:00 (GMT+3).