Guterres pede por fim de ataques próximos a usina nuclear na Ucrânia

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que as forças armadas da Rússia e da Ucrânia cessem, imediatamente, todas as atividades militares perto da usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, no sul do país. O local está atualmente sob controle russo, que ataca o país vizinho desde 24 de fevereiro. 

Em nota, emitida pelo seu porta-voz, Guterres afirmou estar “gravemente preocupado” com a situação ao redor da instalação nuclear, que tem se tornado mais tensa nos últimos dias. 

Para o secretário-geral, a escalada da tensão pode levar a um desastre. Ele pediu a ambos os lados que exerçam o bom senso e a razão e não tomem nenhuma medida que venha pôr em perigo a segurança e integridade da usina, que é a maior da Europa.

O líder da ONU incentivou todas as partes a retirarem contingentes e equipamentos militares do local e de se absterem de aumentar a presença na usina. Guterres disse ainda que a instalação nuclear não deve ser usada como parte de nenhuma operação militar.

Segundo agências de notícias, os ministros das Relações Exteriores do G7 apelaram à Rússia para entregar o controle de Zaporizhzhia à Ucrânia. Desde março, a instalação está sob controle russo, mas técnicos ucranianos continuam em parte da operação. 

Segurança - Na semana passada, as imediações da usina foram alvos de bombardeios, o que levou o chefe da ONU a pedir um acordo urgente, em nível técnico, para um perímetro de desmilitarização que eleve a segurança do local.

Guterres ressaltou que a ONU continua apoiando o trabalho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), para que a usina nuclear de Zaporizhzhia siga operando de forma segura. Ele apelou à Ucrânia e à Rússia que garantam o acesso seguro da missão da agência ao local. 

O secretário-geral também recordou que qualquer dano em potencial para a usina ucraniana ou a qualquer outra instalação nuclear pode levar a consequências catastróficas para o local, a região e muito além do país. Esse quadro, segundo o chefe da ONU, é totalmente inaceitável.