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UNFPA recebe terceira versão da Agenda 2030 das Mulheres da Amazônia

05 setembro 2022

A terceira e mais recente edição da Agenda 2030 das Mulheres da Amazônia foi entregue para a representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Astrid Bant, em agosto.

A entrega foi feita por uma integrante do Instituto da Mulher Amazônida, Concita Maia, durante o primeiro encontro presencial das organizações na Sala de Situação sobre Violência Baseada em Gênero, realizado entre 11 e 12 de agosto, em Salvador.

Entre os eixos de destaque da nova versão do documento, originalmente lançado em 1998, estão os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres da Amazônia Legal e o enfrentamento à violência de gênero.

 

Representante do UNFPA, Astrid Bant recebe a Agenda 2030 das Mulheres da Amazônia de Concita Maia.
Legenda: Representante do UNFPA, Astrid Bant recebe a Agenda 2030 das Mulheres da Amazônia de Concita Maia.
Foto: © Flavia Quirino/UNFPA

O que querem as mulheres da Amazônia Legal brasileira? Essa pergunta é um dos pontos de partida que culminou no documento Agenda 2030 das Mulheres da Amazônia, lançado originalmente em 1998.

A terceira e mais recente edição do documento foi entregue para a representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Astrid Bant, por uma integrante do Instituto da Mulher Amazônida, Concita Maia, durante o primeiro encontro presencial das organizações na Sala de Situação sobre Violência Baseada em Gênero, realizado nos dias 11 e 12 de agosto, em Salvador (BA).

“É uma honra receber este documento das mãos de uma ativista histórica da causa indígena. A primeira versão deste documento foi elaborada há 24 anos, e agora é atualizada com uma agenda ampliada, abarcando as necessidades contemporâneas das mulheres indígenas e não indígenas da Amazônia”, destacou Astrid, que participou da elaboração da primeira versão da Agenda 2030.

“Este é mais um passo na defesa e garantia dos direitos, da soberania e da autodeterminação dos povos tradicionais do Brasil, em especial das mulheres”, completou a representante do UNFPA.

Para o fortalecimento das políticas públicas para as mulheres na Amazônia, a Agenda aponta estratégias em oito eixos: i) desenvolvimento agroecológico, humano e sustentável; ii) política de enfrentamento à crise dos sistemas alimentares; iii) direito à terra com igualdade para as mulheres do campo e da floresta; iv) saúde, cuidado, direitos sexuais e justiça reprodutiva; v) enfrentamento à violência contra a mulher e ao feminicídio, transfeminicídio e lesbocídio; vi) educação cultural, mídias igualitárias e democráticas; vii) organização e poder e; viii) autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho.

“Essa é uma agenda referendada pelas mulheres da Amazônia. Cada um desses eixos tem muitas propostas e nosso desafio agora é a implementação dessa agenda nos estados da Amazônia, porque esse documento é um instrumento poderoso, desde que nós consigamos fazer uma incidência junto às instituições, responsáveis pela implementação de políticas públicas”, ressaltou Concita. “Ao mesmo tempo, é um instrumento de fortalecimento do Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (MAMA). É um instrumento de luta, resistência e resiliência porque nós passamos por momentos difíceis para que nós conseguíssemos chegar até este momento.”

Enfrentamento à violência - O eixo “Enfrentamento à violência contra a mulher e ao feminicídio, transfeminicídio e lesbocídio” é o que possui mais propostas, com 38 itens. Entre eles, a Agenda 2030 das Mulheres da Amazônia propõe a ampliação dos serviços de atendimento a mulheres vítimas de violência, como a implementação de Delegacias Especializadas em municípios com população superior a mais de 50 mil habitantes, além de campanhas educativas sobre violência doméstica em escolas.

No eixo que trata sobre “Saúde, Cuidado, Direitos Sexuais e Justiça Reprodutiva”, a Agenda apresenta 35 propostas, entre estas “promover ações que assegurem dignidade menstrual de meninas e mulheres” e, “reduzir a morte de mulheres por câncer de colo do útero”. As propostas abrangem mulheres indígenas, quilombolas, com deficiência, lésbicas, bissexuais e transsexuais.

Sala de Situação - Criada em maio de 2020, a Sala de Situação possui o intuito de criar uma rede de mobilização virtual e presencial (quando possível) que reúne organizações da sociedade civil do Norte e Nordeste que trabalham com mulheres e também no combate e prevenção à violência de gênero. Ao todo, são cerca de 40 organizações participantes.

A iniciativa baseia-se no Plano de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento e também nas metas do Fundo de População das Nações Unidas para alcançar três zeros até 2030: zero necessidades insatisfeitas de contracepção, zero mortes maternas evitáveis e zero violências ou práticas nocivas contra mulheres e meninas.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNFPA
Fundo das Nações Unidas para a População

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa