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OMS alerta sobre “surtos mais fatais” de cólera em 27 países

06 outubro 2022

A Organização Mundial da Saúde (OMS) soou o alerta nesta semana para “surtos mais fatais” de cólera em 27 países, registrados de janeiro deste ano para cá, impulsionados pela pobreza, conflitos e mudanças climáticas. 

Falando a jornalistas na quarta-feira (5), em Genebra, o diretor geral da agência, Tedros Ghebreyesus, revelou que a taxa média de mortalidade de casos neste ano está quase três vezes maior que a dos últimos cinco anos.

“Na Síria, mais de dez mil casos suspeitos de cólera foram relatados apenas nas últimas seis semanas. E no Haiti, depois de mais de três anos sem casos de cólera, dois casos foram registrados oficialmente nesta semana”, detalhou Tedros.

Distribuição de produtos higiênicos no Haiti, um dos países que voltou a ser atingido pela cólera.
Legenda: Distribuição de produtos higiênicos no Haiti, um dos países que voltou a ser atingido pela cólera.
Foto: © Jonathan Crickx/UNICEF

A Organização Mundial da Saúde (OMS) soou o alerta nesta semana para “surtos mais fatais” de cólera em 27 países, registrados de janeiro deste ano para cá, após anos de declínio de casos da doença. 

Falando a jornalistas na quarta-feira (5), em Genebra, o diretor geral da agência, Tedros Ghebreyesus, revelou que a taxa média de mortalidade de casos neste ano está quase três vezes maior que a dos últimos cinco anos, segundo dados preliminares acessados pela OMS. 

“Na Síria, mais de dez mil casos suspeitos de cólera foram relatados apenas nas últimas seis semanas. E no Haiti, depois de mais de três anos sem casos de cólera, dois casos foram registrados oficialmente nesta semana”, detalhou Tedros.

Diferente de outras doenças que ameaçam a saúde pública, a cólera pode ser enfrentada com  intervenções simples, que incluem a prevenção com vacinas e mais acesso à água potável e ao saneamento. Entre as medidas facilmente adaptáveis para tratamento, listadas pela OMS, está a reidratação oral dos pacientes e a distribuição de antibióticos para casos mais graves.

O problema, contudo, é que tais serviços não chegam aos países mais pobres e em zonas de conflito. No Haiti, por exemplo, alguns casos estão ocorrendo em áreas inacessíveis controladas por gangues armadas.

Segundo dados da OMS, as cerca de 27 milhões de doses do estoque internacional de vacinas contra cólera enviadas aos países no ano passado também não acompanharam a demanda crescente pelos imunizantes, por conta do atual aumento de surtos. A agência está atualmente apelando aos grandes fabricantes que discutam com a organização possibilidades de maior produção.

Mudanças climáticas - O líder da OMS ressaltou que a doença, geralmente impulsionada pela pobreza e pelo conflito, agora é agravada pelas mudanças climáticas. Tedros destacou que eventos extremos, como enchentes, ciclones e secas, reduzem  ainda mais o acesso à água potável e criam o ambiente ideal para a propagação da doença mortal.

Como Tedros também lembrou, a cólera não é a única doença afetada por essa nova realidade, com eventos como as recentes enchentes no Paquistão provocando casos não só de cólera, mas de malária e dengue, além do aumento de infecções de pele.

Custo-benefício - Estas situações ocorrem em meio a uma realidade em que o mundo ainda lida com a pandemia de COVID-19, a varíola dos macacos (monkeypox) e a ameaça da gripe sazonal, ressaltou Tedros.

Para o diretor-geral da OMS, estas situações combinadas são exemplos da urgência de investimentos nacionais e globais no reforço à defesa contra surtos e da importância de compreender a relação de custo-benefício na vigilância de doenças e na oferta de cuidados primários.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OMS
Organização Mundial da Saúde

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