Dia Internacional da Menina: ONU pede oportunidades iguais
11 outubro 2022
O Dia Internacional da Menina, lembrado neste 11 de outubro, reforça importância de investimentos na liderança e no potencial das meninas em todas as fases de desenvolvimento.
Dados levantados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apontam que meninas de 5 a 14 anos passam 160 milhões de horas por dia a mais em atividades domésticas não remuneradas em comparação a meninos na mesma faixa etária.
Em 2022, o Dia Internacional da Menina defende o maior envolvimento da sociedade, governos e formuladores de políticas na defesa dos direitos de desenvolvimento das meninas e as mudanças necessárias para que elas possam exercer suas infâncias em igualdade com os meninos.
Em todo o mundo, as meninas seguem enfrentando desafios para acessar educação, saúde física e mental, e proteção para viver uma vida livre de violência. Em especial nas atividades ligadas ao cuidado, como lavar, cozinhar e cuidar da casa, ainda são as mulheres as que mais se sobrecarregam – muitas vezes, em um processo de desigualdade que inicia ainda na infância.
Na tentativa de chamar a atenção para as demandas e necessidades de meninas em diferentes países, há 10 anos a ONU instituiu 11 de outubro como o Dia Internacional da Menina. Neste ano, o tema da data é “Nossa hora é agora – nossos direitos, nosso futuro” e convoca pessoas de todo o mundo para garantir que meninas tenham acesso a oportunidades de serem ouvidas e de participarem de processos de liderança sobre seus direitos.
Dados levantados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apontam que meninas de 5 a 14 anos passam 160 milhões de horas por dia a mais em atividades domésticas não remuneradas em comparação a meninos na mesma faixa etária – comprometendo o acesso à educação, desenvolvimento de seus potenciais, além de oportunidades de lazer e atividades de socialização. Um dos caminhos possíveis é garantir que meninas tenham acesso a oportunidade de desenvolvimento, assim como meninos.
Participação e liderança – Em 2022, o Dia Internacional da Menina defende o maior envolvimento da sociedade, governos e formuladores de políticas na defesa dos direitos de desenvolvimento das meninas e as mudanças necessárias para que elas possam exercer suas infâncias em igualdade com os meninos.
A diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, em uma declaração para a data, faz um alerta sinalizando que o investimento na implementação dos direitos das meninas continua insuficiente e explica que isto leva a abordagens isoladas e de curto prazo para o problema. “Imagino um mundo em que se reconheça a autonomia e liderança de meninas e adolescentes, em que possam usufruir plenamente de seus direitos, sem violência ou discriminação, como líderes e parte de suas sociedades e comunidades em pé de igualdade”, diz Bahous.
Casamento infantil - Já a diretora executiva do Fundo de População da ONU (UNFPA), Natalia Kanem, também em uma declaração para a data, lembrou que globalmente, quase duas vezes mais meninas de 15 a 19 anos não estão empregadas, não estudam nem recebem treinamento em comparação com meninos da mesma idade. Ela também dez um alerta sobre o casamento infantil. "Antes da pandemia, projetava-se que 100 milhões de meninas estariam em risco de casamento infantil nos próximos 10 anos. A pobreza e as interrupções na educação relacionadas à pandemia adicionaram mais 10 milhões de meninas a esse número", alertou.
"Devemos agir com urgência e compromisso para acabar com o casamento infantil. E devemos atacar sua causa raiz: a desigualdade de gênero. Se todas as meninas concluíssem o ensino médio, o casamento infantil cairia 66%. Ao investir em educação de qualidade, garantir trabalho decente para as mulheres e desmantelar normas e estereótipos de gênero prejudiciais, podemos dar às meninas o futuro que elas merecem".
Futuro comum - O secretário-geral da ONU, António Guterres, também gravou uma mensagem para a data reforçando que investir em meninas é investir em nosso futuro comum, fazendo um especial apelo para as autoridades que estão no poder do Afeganistão, expressando sua preocupação com a exclusão contínua de meninas do ensino médio neste país e explicando que isso não é apenas “profundamente prejudicial” para elas, mas também para “um país que precisa desesperadamente de suas energias e contribuições”.
“Deixe as meninas aprenderem”, ele pediu. “Quando as meninas são apoiadas para realizar seus direitos humanos, elas podem alcançar seu potencial e criar um mundo melhor para si mesmas, suas comunidades e sociedades”.