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Projeto acelera plantas de biogás e novos usos de biocombustível no Brasil

25 outubro 2022

A equipe do projeto GEF Biogás Brasil visitou este mês seis plantas de biogás contempladas através de edital como Unidades de Demonstração do projeto. 

Através de edital, as plantas de biogás foram vinculadas como Unidades de Demonstração para apresentar ao mercado brasileiro casos de sucesso que podem ser replicados em todo o país.

O projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora.

 

Projeto GEF Biogás Brasil acelera plantas de biogás e estimula novos usos do biocombustível no sul do país.
Legenda: Projeto GEF Biogás Brasil acelera plantas de biogás e estimula novos usos do biocombustível no sul do país.
Foto: © UNIDO

Durante a primeira quinzena de outubro, a equipe do projeto GEF Biogás Brasil, em parceria com a equipe do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), realizou visitas técnicas em seis plantas de biogás contempladas através de edital como Unidades de Demonstração do projeto. 

O projeto GEF Biogás Brasil é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora.

Lançado em março de 2021, o edital de Unidades de Demonstração (UDs) ofereceu um investimento total de cerca de R$ 2,6 milhões às propostas selecionadas para a otimização de infraestrutura e operações. Além disso, o edital de UDs vincula as plantas de biogás escolhidas ao projeto GEF Biogás Brasil como Unidades de Demonstração (UDs), apresentando ao mercado brasileiro casos de sucesso que podem ser replicados em todo o país.

Melhorias implementadas - As visitas ocorreram no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná. Durante a agenda, proprietários e responsáveis pelas unidades apresentaram as melhorias implantadas a partir do investimento do projeto GEF Biogás Brasil. 

Para a sócia-proprietária da Granja Kist e Froelich (Santa Rosa/RS), Danieli Rambo, o investimento do edital de UDs possibilitou que fossem feitas várias melhorias na planta de biogás da granja. “Nós conseguimos fazer toda a parte estrutural de cercamento e de construção das lagoas de decantação com o apoio do projeto. Nosso objetivo é fazer o ciclo completo dos dejetos da granja. Queremos reutilizar tudo e utilizar a parte sólida do digestato para a venda de adubo orgânico e a parte líquida (após processo de reuso da água) na lavagem das pocilgas”, disse a proprietária.

Já na unidade da Granja Master (Videira/SC), o engenheiro responsável pela planta, Jackson Granetto, falou sobre os equipamentos adquiridos através do investimento do projeto. “Com o investimento do projeto GEF, adquirimos uma microturbina com um novo conceito de geração de energia e com ela é possível fazer o aproveitamento da energia térmica através do aquecimento de água. Além da microturbina, também adquirimos o filtro-prensa de lodo no qual vamos fazer a secagem do nosso material final e comercializá-lo”. 

O engenheiro afirmou, ainda, que com essas implementações a rota tecnológica da unidade, da produção à destinação de dejetos, será feita de maneira mais sustentável e equilibrada ecologicamente. 

Benefícios do biogás - Na 3Gs Adubos Orgânicos (Boa Esperança do Iguaçu/PR), uma das aplicações energéticas do biogás é a geração de energia térmica, aquecendo parte dos aviários da unidade. De acordo com o responsável pela Pesquisa e Desenvolvimento da empresa, Gilmar Marcelo de Paula, o biogás auxiliou na redução de custos com aquecimento. “Utilizando o biogás ao invés de outros combustíveis, nós eliminamos problemas como a diferença de temperatura, por exemplo. Além disso, nosso consumo é menor. Nós gastamos com o biogás apenas 30% do que a gente gastava com a lenha”, afirmou.

O proprietário também destacou que com esse modelo de negócio, conseguem transformar um passivo ambiental e transformamos em ativo econômico. “Além de estarmos contribuindo com o meio ambiente, transformamos o que antes era passivo ambiental em algo mais viável economicamente”, finalizou. 

Planos para o futuro - Durante as visitas técnicas, os responsáveis pelas unidades falaram quais são as perspectivas para o futuro do uso do biogás. Na EnerDinBo, com o incentivo do projeto GEF foram implementados sistemas de: monitoramento de aquecimento, de monitoramento de pressão do sistema de biodigestão e um de purificação do biogás que a unidade previa instalar em 2024.

De acordo com o diretor-técnico da EnerDinBo,  Thiago González, a partir do sistema de purificação e obtenção de biometano, o próximo passo da empresa é abastecer com biometano, ainda em 2022, a frota de caminhões que faz o recolhimento de dejetos e leva até a unidade.

“Além de antecipar bastante um planejamento que já tínhamos para utilização de biometano na nossa frota, nós também vamos conseguir aumentar o tempo de vida útil dos nossos sistemas de biodigestão e de geração de energia elétrica. Consequentemente, isso vai ajudar a reduzir o nosso custo operacional observado no dia a dia”, explicou. 

Em Castro (PR), a perspectiva da planta de biogás da Castrolanda, com ações em parceria com a 3DI Engenharia, é capturar o CO2 a partir do sistema de refino para utilizar na insensibilização de animais. “A estimativa do projeto é termos a captura do CO2 proveniente do biogás e colocar esse gás na planta de abate de suínos, e com isso também aprimorar o poder calorífico do gás que atualmente abastece os motogeradores”, explicou a engenheira responsável pela planta, Carol Smilevski. 

Já na Fecularia Três Fronteiras, unidade localizada em Itaúna do Sul (PR), o proprietário Henrique Fragoso Saonetti afirmou que o projeto GEF Biogás Brasil auxiliou na melhoria da qualidade do biogás. 

“Faltava um empurrãozinho para a gente ter o biogás pronto para os grupos motogeradores. Com os desumidificadores modulares que compramos com o incentivo do projeto GEF, agora temos a opção de no caso um grupo motogerador der problema, os outros continuarem a operação, e da melhor forma possível, com o melhor gás possível, com temperatura adequada e umidade adequada para não causar danos aos grupos motogeradores”. 

A partir dessas melhorias, o proprietário já pensa em perspectivas futuras para o biogás. “Existem algumas possibilidades que o biogás permite e que penso em elaborar aqui na fecularia. Uma delas é a utilização do biogás para fazer o biometano e abastecer nossa frota de tratores. Também vislumbramos a possibilidade de fazer a separação do CO2 para uso em bebidas. São muitas possibilidades que o biogás nos proporciona e queremos utilizá-lo o máximo possível”, concluiu. 

Saiba mais sobre as Unidades de Demonstração e acompanhe as últimas novidades do projeto através do Instagram do GEF Biogás Brasil. Acesse https://www.instagram.com/gefbiogasbrasil/ e saiba mais.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNIDO
Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa