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OIM: torneio de softbol em Santa Catarina une comunidade e venezuelanos

30 dezembro 2022

Como forma de marcar o Dia Internacional dos Migrantes, celebrado em 18 de dezembro, o time de venezuelanos Piratas de Floripa com apoio da Agência da ONU para as Migrações (OIM) organizaram o 1° Torneio de Softbol em Santa Catarina. 

O torneio contou também com venda de alimentos e sorteio de rifa para arrecadar fundos para a compra de luvas e tacos de softbol para a realização de novos torneios em 2023. O intuito central dessas atividades é popularizar em Florianópolis o esporte tradicional da Venezuela.  

Até o momento, 17 mil venezuelanos chegaram em Santa Catarina através da estratégia de Interiorização, que leva voluntariamente refugiados e migrantes venezuelanos para outros pontos do país para promover a inclusão socioeconômica em território brasileiro e já beneficiou quase 90 mil pessoas desde 2018. 

O apoio da OIM é realizado no âmbito do projeto Oportunidades – Integração no Brasil, que possui financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

Torneio de Softbol promove integração entre comunidade local e venezuelanos em Santa Catarina
Legenda: Torneio de Softbol promove integração entre comunidade local e venezuelanos em Santa Catarina.
Foto: © Carolina Becker/OIM

O movimento para maior inclusão e integração social de refugiados e migrantes ganhou um impulso a mais no último dia 17, em Florianópolis. A força extra veio através do 1° Torneio de Softbol, organizado pelo time de venezuelanos Piratas de Floripa com apoio da Agência da ONU para as Migrações (OIM). A competição reuniu cerca de 50 pessoas de diferentes nacionalidades como forma de marcar o Dia Internacional dos Migrantes, celebrado em 18 de dezembro.  

Brasileiros, venezuelanos, cubanos, entre outros, acordaram cedo no sábado para prestigiar a competição desse esporte que não é usual no Brasil, mas que animou a torcida e juntou participantes em competição amistosa entre quatro equipes que mesclam jogadores de diferentes nacionalidades. No final, todas as equipes foram premiadas com troféus.  

“Todos ganhamos, todos fomos campeões. Foi um evento pela paz, pela família, pelo respeito que trouxe um momento de troca com as pessoas dessa cidade que nos acolheu”, comentou o presidente do Piratas de Floripa, Luis José.   

O 1° Torneio de Softbol organizado pela equipe contou também com venda de alimentos e sorteio de rifa para arrecadar fundos para a compra de luvas e tacos de softbol para a realização de novos torneios em 2023. O intuito central dessas atividades é popularizar em Florianópolis o esporte tradicional da Venezuela.  

Domingos Endo, brasileiro de 63 anos, aficionado pelo esporte e participante do evento, projeta para o futuro outros espaços para o esporte se desenvolver em Florianópolis e comenta que a iniciativa do Piratas de Floripa é um importante passo neste caminho. "O esporte está no Brasil há cerca de 15 anos, e ainda há uma carência para o seu desenvolvimento, mas graças a comunidade venezuelana vemos o softbol evoluindo”, comentou.   

“Atividades como essa são importantes, pois proporcionam a convivência entre venezuelanos, a comunidade mais ampla de migrantes e brasileiros, beneficiando diferentes pessoas que encontram no compartilhamento de uma atividade desportiva caminhos para sua integração na cidade. Sem contar a visibilidade que é dada por meio do softbol à população venezuelana presente na cidade”, relata a coordenadora de projetos da OIM em Santa Catarina, Carolina Becker.  

Um pirata em Floripa – Luis José, que é um dos fundadores do time, veio da Venezuela em 2017. Após morar em Boa Vista, participou da estratégia de Interiorização da Operação Acolhida, resposta humanitária do governo do Brasil, e chegou com sua família a Santa Catarina. A estratégia de Interiorização, que conta com o apoio da OIM, leva voluntariamente refugiados e migrantes venezuelanos para outros pontos do país para promover a inclusão socioeconômica em território brasileiro e já beneficiou quase 90 mil pessoas desde 2018.  

Luis e sua família não foram os únicos a se beneficiarem com a interiorização para o estado do Sul. Eles estão entre os mais de 17 mil venezuelanos que chegaram por essa via em Santa Catarina. Com o intuito de apoiar os mais vulneráveis, a Prefeitura de Florianópolis criou um espaço de atendimento, aberto a todos que necessitam. E é nesse local que Luis atua como educador social, principalmente repassando informações na área da saúde, regularização de documentos e na busca por emprego.  

Mas para além do trabalho, Luis queria um espaço de compartilhamento e socialização para ele e seus compatriotas. E assim, em 2022 nasceu o time de softbol Piratas de Floripa, cujo nome foi inspirado nas embarcações de passeio que Luis e os amigos encontraram na ilha da capital catarinense. O time, formado majoritariamente por venezuelanos, é composto por 25 jogadores e na sua curta trajetória a equipe já integrou a Liga Catarinense de Beisebol.  

“Queremos ressocializar a nossa comunidade expandindo esse esporte que é uma ferramenta fundamental no nosso cotidiano. Nós tínhamos receio, porque não é um esporte comum por aqui, mas na Venezuela é muito popular. Nosso objetivo para 2023 é passar os conhecimentos de softbol para crianças, jovens e mulheres”, complementou Luis José.  

O apoio da OIM é realizado no âmbito do projeto Oportunidades – Integração no Brasil, que possui financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OIM
Organização Internacional para as Migrações

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa