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Rainha Máxima discute inclusão financeira em visita ao Brasil

08 junho 2023

A rainha dos Países Baixos veio ao Brasil como Assessora Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para o Financiamento Inclusivo para Desenvolvimento (UNSGSA, na sigla em inglês).

Durante a missão ela discutiu com representantes dos setores público e privado a construção de resiliência e saúde financeira.

A rainha Máxima, dos Países Baixos, e assessora especial do secretário-geral das Nações Unidas para o Financiamento Inclusivo para Desenvolvimento esteve em São Paulo entre os dias 5 e 6 de junho, como parte de sua visita oficial ao Brasil. O objetivo de sua visita foi apoiar os esforços de líderes dos setores público e privado em impulsionar o progresso da inclusão financeira no país.
Legenda: A rainha Máxima, dos Países Baixos, e assessora especial do secretário-geral das Nações Unidas para o Financiamento Inclusivo para Desenvolvimento esteve em São Paulo entre os dias 5 e 6 de junho, como parte de sua visita oficial ao Brasil. O objetivo foi apoiar os esforços de líderes dos setores público e privado para impulsionar o progresso da inclusão financeira no país.
Foto: © Patrick van Katwijk

A Rainha Máxima, dos Países Baixos, concluiu nesta quarta (7) uma visita de três dias ao Brasil na qualidade de assessora especial do secretário-geral das Nações Unidas para o Financiamento Inclusivo para Desenvolvimento (UNSGSA, na sigla em inglês). Ela se reuniu com vários líderes dos setores público e privado para colaborar e oferecer apoio à promoção de inclusão financeira, para reforçar a importância da saúde financeira e para discutir como o ecossistema de finanças digitais pode beneficiar a todas as pessoas.

A UNSGSA passou o último dia e meio da visita em Brasília. Juntamente com a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, ela se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Roberto Campos Neto, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e a Presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Rita Serrano.

Em Brasília, a rainha Máxima e a coordenadora residente da ONU Brasil, Silvia Rucks, se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir inclusão financeira e saúde financeira.
Legenda: Em Brasília, a rainha Máxima e a coordenadora residente da ONU Brasil, Silvia Rucks, se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir inclusão financeira e saúde financeira.
Foto: © Patrick van Katwijk

O tema central da agenda era discutir como aproveitar o impulso para a inclusão financeira no Brasil, onde 84% dos adultos agora têm acesso a uma conta financeira formal (Findex 2021) – em comparação aos 70% de 2017 e aos 56% de 2011. A Rainha Máxima enfatizou a importância da abordagem pró-concorrência do Brasil para desenvolver um ecossistema e infraestrutura de finanças digitais inclusivos, como os pagamentos interoperáveis como o Pix. Ela também observou o emergente regime de financiamento aberto que pode ajudar a inovação do setor privado a prosperar. Esses têm sido os principais facilitadores para alcançar grupos carentes, como pessoas pobres, mulheres, pequenos agricultores e pequenas empresas.

“O próximo passo crucial para o Brasil pode ser alavancar o acesso financeiro para melhorar a saúde financeira dos brasileiros”, disse a assessora especial.

A saúde financeira é uma questão crítica no país. A pontuação média de saúde financeira para um adulto brasileiro sugere um baixo nível de saúde financeira, indicando sinais precoces de dificuldades financeiras e alto risco de estresse financeiro (Pesquisa Índice de Saúde Financeira do Brasil 2022, I-SFB). E quase 80% dos adultos no Brasil pesquisados (Findex 2021) afirmaram estar preocupados em não ter dinheiro suficiente para despesas ou contas mensais, bem como não ter dinheiro suficiente para a velhice.

O UNSGSA observou durante as reuniões que as pessoas precisam ser capazes de gerenciar melhor suas responsabilidades financeiras diárias, criar resiliência a choques, atingir metas financeiras de longo prazo e promover uma sensação de segurança e controle sobre suas finanças. Além disso, o advogado especial disse que é fundamental garantir que os produtos e serviços financeiros não levem a resultados prejudiciais.

O Brasil está em um momento importante em que pode considerar a saúde financeira em várias políticas e regulamentações, bem como nas estratégias de negócios. O UNSGSA destacou que adotar uma perspectiva de saúde financeira pode contribuir para o sucesso e a sustentabilidade de longo prazo de um setor financeiro brasileiro inclusivo. As florescentes inovações fintech, juntamente com o compromisso de líderes do setor privado em abordar o assunto, têm o potencial de melhorar significativamente a saúde financeira dos brasileiros e servir de modelo para outros países.

Nas reuniões, o advogado especial também incentivou os esforços do país no compartilhamento de dados e na proteção do consumidor para acompanhar os riscos financeiros digitais da inovação.

A Rainha Máxima, juntamente com o presidente do Banco Central Campos Neto, visitou uma escola pública de ensino fundamental para conhecer o programa de educação financeira do BCB e conversar com estudantes que participam da iniciativa. A UNSGSA falou com as crianças sobre a importância do orçamento e da poupança, bem como enfatizou a necessidade de conhecimento financeiro para construir saúde financeira de longo prazo.

Na quarta (7) a rainha Máxima se reuniu com estudantes de um programa de educação financeira do Banco Central em uma escola de ensino fundamental em Brasília, e afirmou ter ficado muito orgulhosa dos alunos por terem aprendido importantes lições financeiras.
Legenda: A rainha Máxima se encontrou com estudantes de um programa de educação financeira do Banco Central do Brasil, em uma escola de ensino fundamental em Brasília, e afirmou ter ficado muito orgulhosa dos alunos por eles terem aprendido importantes lições financeiras.
Foto: © Patrick van Katwijk

Antes de Brasília, a UNSGSA passou um dia e meio em São Paulo, conversando com os principais atores do setor privado. Ela ouviu suas perspectivas sobre o papel dos provedores de serviços financeiros na promoção da saúde financeira de brasileiras e brasileiros. A assessora especial organizou uma mesa redonda com o Banco Santander (membro da CEO Partnership for Economic Inclusion) sobre soluções do setor financeiro para a saúde financeira do consumidor. Ela também convocou uma mesa redonda do setor público-privado para garantir o impacto positivo de inovações como Pix e Open Finance, especialmente para clientes de baixa renda.

Além disso, a Rainha Máxima realizou duas visitas de campo para se encontrar com empresas e clientes de provedores de serviços financeiros inovadores para discutir suas experiências em primeira mão. Ela se reuniu com representantes das empresas Kovi e Dinie e com pequenos empresários.

Luciana Reis, que abriu um pequeno restaurante chamado Barraca da Lulu em 2017, disse à assessora especial que tem navegado pelos altos e baixos de administrar um restaurante durante uma pandemia e recessão econômica. Durante a crise de COVID-19, ela precisava de crédito para continuar pagando suas contas, então solicitou um empréstimo por meio da Dinie, uma fintech pioneira que oferece empréstimos embutidos e capital de giro digital para micro e pequenas empresas e comerciantes em uma plataforma de comércio eletrônico. O crédito foi aprovado em poucos dias, dando a ela capital para manter seu restaurante aberto durante a pandemia e desenvolver um canal de delivery no iFood. Segundo Luciana, o empréstimo de baixo custo e fácil acesso da Dinie fez toda a diferença.

Em São Paulo, a rainha Máxima se reuniu com líderes e clientes da Dinie, uma fintech que oferece empréstimos para comerciantes e pequenas e médias empresas (PME). 100% liderada por mulheres, a Dinie oferece capital de giro digital para comerciantes em plataformas de comércio eletrônico.
Legenda: Em São Paulo, a rainha Máxima se reuniu com líderes e clientes da Dinie, uma fintech que oferece empréstimos para comerciantes e pequenas e médias empresas (PME). 100% liderada por mulheres, a Dinie oferece capital de giro digital para comerciantes em plataformas de comércio eletrônico.
Foto: © Patrick van Katwijk

Já na Kovi, uma empresa de financiamento de automóveis com uma abordagem não tradicional que facilita o acesso ao empréstimo de um carro para grupos tradicionalmente mal servidos pelo sistema financeiro formal, a Rainha Máxima falou com a condutora de aplicativos Luisa Pereira. Luisa disse à UNSGSA que credita à Kovi e a seu modelo de financiamento um novo sopro de vida. Com o fim de seu casamento, ela ficou sem carro e sem fonte de renda. Conseguiu começar a dirigir e voltar ao trabalho após obter um carro financiado pela Kovi.

Os parceiros do Grupo de Referência da UNSGSA que apoiaram o trabalho técnico na visita incluíram a Better than Cash Alliance, a Fundação Bill & Melinda Gates (BMGF), o Grupo Consultivo para Ajudar os Pobres (CGAP) e o Banco Mundial. A missão contou também com o apoio do Sistema das Nações Unidas no Brasil.

Para mais informações, visite a página do escritório da UNSGSA.

 

Informações para a imprensa (em inglês):

Christopher Hughes – Assessor de Comunicação - Escritório da Assessora Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para o Financiamento Inclusivo para Desenvolvimento

christopher.hughes@unsgsa.org

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

RCO
United Nations Resident Coordinator Office
ONU
Organização das Nações Unidas

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