Notícias

Taxa de desemprego recua para níveis pré-pandemia, mas desigualdades preocupam

11 janeiro 2024

Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado nesta quarta-feira (10) mostra que taxa de desemprego global atingiu 5,1 % em 2023, um patamar inferior aos níveis anteriores à pandemia da COVID-19.

A desigualdade de renda aumentou e é um motivo de preocupação, alerta o relatório Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo: Tendências para 2024, destacando que a erosão da renda real disponível “é um mau presságio para a demanda agregada e para uma recuperação econômica mais sustentada.”

Diretor-geral da OIT, Gilbert F. Houngbo, reitera que “sem maior justiça social, nunca teremos uma recuperação sustentável.”


Relatório da OIT  alerta que, com menos oportunidades laborais, cresce preocupação com desigualdade social; previsão de aumento do desemprego global em 2024 é reflexo de recuperação desigual após pandemia.

Legenda: Relatório da OIT alerta que, com menos oportunidades laborais, cresce preocupação com desigualdade social; previsão de aumento do desemprego global em 2024 é reflexo de recuperação desigual após pandemia.
Foto: © Mungkhoodstudio's Images.

 

 

O desemprego e o déficit de empregos caíram para níveis abaixo dos anteriores à pandemia, mas o desemprego global aumentará em 2024 e as crescentes desigualdades e a estagnação da produtividade são motivos de preocupação, de acordo com o relatório Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo: Tendências para 2024, preparado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

A OIT explica que embora o mercado de trabalho tenha mostrado resiliência, a recuperação da pandemia permanece desigual, com novas vulnerabilidades e crises prejudicando a justiça social. As rendas disponíveis diminuíram na maioria dos países do G20 e, em geral, a erosão dos padrões de vida resultante da inflação “é pouco provável que seja compensada rapidamente”. 

“A queda dos padrões de vida e a fraca produtividade combinadas com a inflação persistente criam as condições para uma maior desigualdade e minam os esforços para alcançar justiça social. E sem maior justiça social nunca teremos uma recuperação sustentável.”

- Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT, 10 de janeiro de 2024

O diretor-geral da OIT expressa grande preocupação diante das análises do relatório, indicando que os desequilíbrios destacados podem ser não apenas parte da recuperação pós-pandemia, mas também estruturais. Para ele, os desafios identificados na força de trabalho representam uma ameaça tanto para os meios de subsistência individuais quanto para as empresas, sendo essencial abordá-los de maneira eficaz e rápida. 

Apesar de diminuir rapidamente após 2020, o número de trabalhadores vivendo em extrema pobreza, ou seja, aqueles que ganham menos de US$2,15 por pessoa por dia em termos de paridade de poder de compra, cresceu cerca de 1 milhão em 2023. O número de trabalhadores vivendo em pobreza moderada, com menos de US$3,65 por dia por pessoa, aumentou em 8,4 milhões em 2023.

Estima-se que cerca de 58% da mão de obra global permanecerá no trabalho informal em 2024.

Diferenças importantes persistem entre países de renda mais alta e mais baixa. Enquanto a taxa de déficit de emprego em 2023 era de 8,2% nos países de renda alta, situava-se em 20,5% no grupo de renda baixa. Do mesmo modo, enquanto a taxa de desemprego em 2023 se manteve em 4,5% nos países renda alta, a taxa foi de 5,7% nos países de renda baixa.

O retorno às taxas de participação no mercado de trabalho anteriores pandemia variou entre os diferentes grupos. A participação das mulheres recuperou rapidamente, mas ainda persiste uma notável disparidade de gênero, especialmente nos países emergentes e em desenvolvimento.

As taxas de desemprego juvenil continuam a representar um desafio. A taxa de pessoas definidas como NEET (Not in Employment, Education or Training - jovens que não estão trabalhando, estudando ou não estão recebendo treinamento) continua elevada, especialmente entre as mulheres jovens, o que coloca desafios às perspectivas de emprego a longo prazo.

Saiba mais: 

Contato para imprensa: 

Sobre a OIT: 

Fundada em 1919 para promover a justiça social, a OIT é a única agência das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, na qual representantes de governos, de organizações de empregadores e de trabalhadores de 187 Estados-membros participam em situação de igualdade das diversas instâncias da Organização.

A missão da OIT é promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. Para a OIT, o trabalho decente  é condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

OIT
Organização Internacional do Trabalho

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa