Com queda de 35% desde 2010, Brasil é um dos líderes mundiais na redução do consumo de tabaco
16 janeiro 2024
O consumo de tabaco está diminuindo em 150 países, apesar dos esforços da indústria do tabaco para comprometer o progresso, aponta relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta terça-feira (16).
O Brasil e a Holanda se destacaram pelo êxito na redução do consumo de tabaco, depois de implementarem medidas estipuladas pela Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. O Brasil obteve uma redução relativa de 35% desde 2010 e a Holanda prestes a atingir a meta de 30%.
A OMS incentiva os países a continuarem implementando políticas de controle do tabaco e a continuarem lutando contra a interferência da indústria do tabaco.
Em todo o mundo, há 1,25 bilhão de adultos usuários de tabaco, de acordo com as últimas estimativas do relatório de tendências de tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado nesta terça-feira (16).
As tendências em 2022 mostram um declínio contínuo nas taxas de consumo de tabaco no mundo. Cerca de 1 em cada 5 adultos em todo o mundo consome tabaco, em comparação com 1 em cada 3 em 2000.
O relatório mostra que 150 países estão reduzindo êxito o consumo de tabaco. O Brasil e a Holanda estão obtendo sucesso depois de implementarem as medidas de controle de tabaco* da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, com o Brasil obtendo uma redução relativa de 35% desde 2010 e a Holanda prestes a atingir a meta de 30%.
"Houve um bom progresso no controle do tabaco nos últimos anos, mas não há tempo para complacência. Estou surpreso com o quão longe a indústria do tabaco vai para buscar lucros às custas de inúmeras vidas. Vemos que, quando um governo pensa que venceu a luta contra o tabaco, a indústria do tabaco aproveita a oportunidade para manipular as políticas de saúde e vender seus produtos mortais", disse Ruediger Krech, diretor do Departamento de Promoção da Saúde da OMS.
A OMS incentiva os países a continuarem implementando políticas de controle do tabaco e a continuarem lutando contra a interferência da indústria do tabaco.
Atualmente, a Região do Sudeste Asiático da OMS tem a maior porcentagem de população que faz uso do tabaco, com 26,5%, e a Região Europeia não fica muito atrás, com 25,3%. O relatório mostra que, até 2030, a Região Europeia da OMS deverá ter as taxas mais altas do mundo, com uma prevalência de pouco mais de 23%. As taxas de consumo de tabaco entre as mulheres na região europeia da OMS são mais do que o dobro da média global e estão diminuindo muito mais lentamente do que em todas as outras regiões.
Embora os números tenham diminuído constantemente ao longo dos anos, o mundo chegará a uma redução relativa de 25% no consumo de tabaco até 2025, não alcançando a meta global voluntária de 30% de redução proposto em 2010. Apenas 56 países em todo o mundo atingirão essa meta, quatro países a menos em comparação ao relatório de 2021.
A prevalência do uso do tabaco mudou pouco desde 2010 em alguns países, enquanto seis países ainda estão vendo o aumento do uso do tabaco: Congo, Egito, Indonésia, Jordânia, Omã e República da Moldávia.
A OMS pede aos países que acelerem os esforços para o controle do tabaco, pois ainda há muito trabalho a ser feito. O Índice Global de Interferência da Indústria do Tabaco 2023, publicado pelo STOP e pelo Centro Global de Boa Governança no Controle do Tabaco, mostra que os esforços para proteger as políticas de saúde da crescente interferência da indústria do tabaco têm se deteriorado em todo o mundo.
Pesquisas em diversos países consistentemente demonstram que crianças com idades entre 13 e 15 anos estão utilizando produtos de tabaco e nicotina. Para proteger as futuras gerações e garantir que o uso de tabaco continue a diminuir, a Organização Mundial da Saúde (OMS) dedicará o Dia Mundial Sem Tabaco deste ano, assinalado em 31 de maio, à proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco.
No próximo mês, os países se reunirão no Panamá para a 10ª Sessão da Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da OMS, na qual o setor do tabaco tentará influenciar as políticas globais de saúde oferecendo incentivos financeiros e em espécie, interferindo nos direitos dos países de proteger a saúde de suas populações. Reforçar a CQCT é uma prioridade global de saúde delineada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A OMS está pronta para apoiar os países na defesa de medidas de controle do tabaco baseadas em evidências diante da interferência da indústria.
*Sobre as medidas para o controle do tabaco:
Em 2007, a OMS introduziu um método prático e eficaz em termos de custos para aumentar a implementação das disposições da Convenção-Quadro com base no princípio MPOWER. Cada medida MPOWER corresponde a pelo menos uma disposição da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco.
As seis medidas MPOWER são:
- Monitorar o uso do tabaco e as políticas de prevenção;
- Proteger as pessoas contra o tabagismo;
- Oferecer ajuda para parar de fumar;
- Avisar sobre os perigos do tabaco;
- Aplicar proibições à publicidade, promoção e patrocínio do tabaco;
- Aumentar os impostos sobre o tabaco.
Para saber mais, visite a página sobre tabaco da OPAS/OMS no Brasil: https://www.paho.org/pt/topicos/tabaco