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UNCTAD: Mundo fraturado em crise exige “ação imediata” do G20

09 março 2024

No Brasil, a chefe da ONU para Comércio e Desenvolvimento, Rebeca Grynspan, renovou os apelos por reformas do sistema financeiro global para garantir um futuro mais sustentável e inclusivo para todas as nações.

Com um recorde histórico de 92 trilhões de dólares, a dívida pública global representa não só desafios financeiros, mas também uma crise de desenvolvimento, afirmou a secretária-geral da UNCTAD durante a reunião dos ministros de Fazenda e chefes dos Bancos Centrais do G20 realizada em São Paulo em 29 de fevereiro.

O G20, que reúne as principais economias do mundo, tem três prioridades para 2024 sob a presidência brasileira: o combate à pobreza e à fome, a transição energética e o desenvolvimento sustentável, e a reforma da governança.

Uma das principais participantes diante de ministros da Fazenda e de chefes dos Bancos Centrais do bloco, a chefe da UNCTAD apelou a esforços abrangentes e imediatos para abordar as barreiras sistemáticas na arquitetura financeira internacional, incluindo a reforma do Quadro Comum do G20 sobre reestruturação e alívio da dívida.

A alta funcionária da ONU alertou para o peso desproporcional da dívida nas economias vulneráveis, drenando recursos tão necessários que, de outra forma, poderiam financiar serviços públicos vitais.

As Nações Unidas estimam que 36 nações de baixos rendimentos não conseguem pagar as suas dívidas e 3,3 bilhões de pessoas vivem em países onde o pagamento da dívida ultrapassa os gastos com saúde ou educação.

Agravados pelo aumento das taxas de juro, espera-se que os custos do serviço da dívida pública cresçam 10% para os países em desenvolvimento e assustadores 40% para os países de baixo rendimento em 2024.

Além disso, as taxas de juro mais elevadas agravam a crise da dívida, conduzindo a um fluxo inverso de fundos dos países de baixo e médio rendimento para as nações mais ricas.

Reformando a governança global

A atual crise da dívida também destaca a importância de uma governança global mais forte, na sequência de uma pandemia global, do aumento das desigualdades, do aumento das tensões geopolíticas e da ameaça existencial das mudanças climáticas.

Falando anteriormente aos ministros das Relações Exteriores do G20, reunidos no Rio de Janeiro em 21 de fevereiro, a secretário-geral Grynspan alertou para um déficit triplo de crescimento, confiança e esperança. 

Este déficit, se não for controlado, pode levar à fragmentação, ao mesmo tempo que põe em risco a paz e a prosperidade partilhada em um mundo de mudanças “exponenciais”. 

A chefe da UNCTAD ecoou os apelos da vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, para reformas urgentes para enfrentar os desequilíbrios e tensões nas sociedades e nos sistemas multilaterais globais. 

“Estas são reformas que devem ser assumidas com urgência e sabedoria”, disse a secretária-geral. “Elas são a chave para garantir que não estejamos fragmentados diante das mudanças”, concluiu Rebeca Grynspan.

Para saber mais, siga @unctad nas redes sociais e leia a matéria original (em inglês): https://unctad.org/news/unctad-chief-fractured-world-crisis-demands-immediate-action-g20

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

UNCTAD
Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento

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