Notícias

No Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia, a ONU Brasil celebra a liderança e o legado de Bertha Lutz

24 junho 2024

Neste Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia, a ONU Brasil presta uma homenagem à Bertha Lutz, a brasileira que teve um papel de liderança nas negociações internacionais que levaram à fundação das Nações Unidas em 1945. 

Pela primeira vez na história da ONU, mais da metade das pessoas que integram o Grupo de Gestão Sênior da Organização são mulheres. Há, neste momento, 26 mulheres entre 47 líderes do Grupo presidido pelo secretário-geral António Guterres.

O avanço das medidas para aumentar a participação das mulheres nos processos políticos e de paz é vital para alcançar a igualdade real das mulheres no contexto da discriminação enraizada.


Bertha Lutz, integrante da delegação brasileira na Conferência de São Francisco, discursa na reunião da Comissão I, Comitê 2, realizada em 15 de junho de 1945

Legenda: Bertha Lutz, integrante da delegação brasileira na Conferência de São Francisco, discursa na reunião da Comissão I, Comitê 2, realizada em 15 de junho de 1945
Foto: © Foto da ONU/Mili.

 

“Todos nós devemos fazer todo o possível para garantir que as mulheres estejam na mesa, que nossas vozes sejam ouvidas e que nossas contribuições sejam valorizadas.” - Amina J. Mohammed, vice-secretária-geral da ONU 

As mulheres têm participado da diplomacia há séculos, mas suas contribuições são frequentemente ignoradas. Mulheres e meninas representam metade da população mundial e, portanto, também metade de seu potencial. As mulheres trazem imensas contribuições para a diplomacia. Seus estilos de liderança, conhecimentos e prioridades ampliam o escopo das questões a serem consideradas e a qualidade dos resultados.

Pesquisas mostram que, quando as mulheres atuam em gabinetes e parlamentos, elas aprovam leis e políticas que são melhores para as pessoas comuns, o meio ambiente e a igualdade social. O avanço das medidas para aumentar a participação das mulheres nos processos políticos e de paz é vital para alcançar a igualdade real das mulheres no contexto da discriminação enraizada.

Paridade de gênero na ONU 

Pela primeira vez na história da ONU, mais da metade das pessoas que integram o Grupo de Gestão Sênior da Organização são mulheres. Há 26 mulheres entre os 47 membros do Grupo de líderes, que é presidido pelo secretário-geral António Guterres.

O Plano de Ação do Sistema das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (UN-SWAP), introduzido em 2012, é o primeiro mecanismo de responsabilidade do sistema das Nações Unidas para a igualdade de gênero e aumento da participação das mulheres nos quadros de liderança. 

O objetivo é que todas as entidades, departamentos e escritórios do sistema das Nações Unidas monitorem e autoavaliem seu progresso em direção a um conjunto comum de padrões para alcançar a igualdade de gênero. Em 2021, um total de 71 entidades das Nações Unidas (96% do sistema das Nações Unidas) estavam relatando em relação à estrutura do UN-SWAP.

A liderança e o pioneirismo de Bertha Lutz

Neste Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia, a ONU Brasil presta uma homenagem à Bertha Lutz, a diplomata, cientista e ativista brasileira que teve um papel de liderança nas negociações internacionais que levaram à fundação das Nações Unidas em 1945. 

Video Url

Durante a Conferência de São Francisco, de 1945, apenas quatro mulheres que integravam as delegações de seus países assinaram o documento fundador da ONU. Uma delas foi Bertha Lutz: 

🇧🇷 Bertha Lutz, do Brasil. 

🇩🇴 Minerva Bernardino, da República Dominicana.

🇺🇸 Virginia Gildersleeve, dos Estados Unidos. 

🇨🇳 Wu Yi-fang, da China.

A cientista e diplomata brasileira Bertha Lutz, integrante da delegação brasileira na Conferência que fundou as Nações Unidas, também teve um papel central na inclusão da igualdade de direitos entre homens e mulheres na Carta da ONU

"NÓS, OS POVOS DAS NAÇÕES UNIDAS, RESOLVIDOS a preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra, que por duas vezes, no espaço da nossa vida, trouxe sofrimentos indizíveis à humanidade, e a reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direito dos homens e das mulheres (...)". - Preâmbulo da Carta da ONU, 1945

Você sabia?

  • Há 31 países onde 34 mulheres atuam como chefes de Estado e/ou de governo em janeiro de 2023.
  • Dos cinco processos de paz liderados ou co-liderados pelas Nações Unidas em 2021, dois foram liderados por mulheres mediadoras, e todos os cinco consultaram a sociedade civil e receberam conhecimento especializado em gênero.
  • Em 2022, o Conselho de Segurança realizou sua primeira reunião formal com foco em represálias contra mulheres que participam de processos de paz e segurança.
  • Nos fóruns multilaterais de desarmamento, persistem grandes lacunas na participação das mulheres, e elas continuam sendo muito sub-representadas em diversos campos relacionados a armas, inclusive no controle técnico de armas - apenas 12% dos ministros da Defesa em todo o mundo são mulheres.
  • Os países onde há mais mulheres nos poderes legislativo e executivo do governo têm menos gastos com defesa e mais gastos sociais.

Para saber mais, acompanhe a cobertura da ONU News em português e visite a página do Dia Internacional (em inglês ou espanhol): https://www.un.org/es/observances/women-in-diplomacy-day 

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

RCO
United Nations Resident Coordinator Office
ONU
Organização das Nações Unidas

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa