Estamos na luta das nossas vidas.
A tripla crise planetária da mudança climática, poluição e perda de biodiversidade ameaça a todas as pessoas, tanto individual quanto coletivamente. A sobrevivência de comunidades, países e até mesmo da própria humanidade está em jogo.
Nosso planeta superaquecido é o maior gerador de violações de direitos humanos de todos os tempos - e isso é apenas o começo.
Ao redor do mundo, as pessoas são levadas à pobreza e à fome devido ao caos climático. Famílias veem suas casas e meios de subsistência varridos por repetidas inundações. Tempestades e secas destroem comunidades. E as gerações futuras herdarão um mundo mais imprevisível e perigoso.
Desde o início da era industrial, a extração e queima de combustíveis fósseis têm alimentado o motor da desigualdade.
Esse padrão continua até hoje. Alguns dos países menos desenvolvidos do mundo sofrem danos desproporcionais dos impactos climáticos.
E, nesses países, certos grupos são afetados de forma desproporcional, incluindo povos indígenas, migrantes e refugiados, mulheres e meninas e pessoas com deficiência.
As negociações sobre o clima que serão retomadas no Azerbaijão devem ter uma nova abordagem, baseada em direitos humanos, equidade e igualdade.
Por isso, escrevi para líderes globais, chamando essas pessoas para trabalharem juntas, de modo urgente para reduzir as emissões e apoiar aqueles que estão enfrentando o caos climático.
É isso que o momento, a ciência e as pessoas do mundo inteiro exigem.
Repetidamente, cientistas têm pedido de modo categórico por ações urgentes para manter o planeta seguro.
Repetidamente, a população mundial exige justiça climática.
E, repetidamente, os líderes desperdiçaram oportunidades de agir.
Enquanto brigam e competem, o mundo queima.
Enquanto isso, ativistas climáticos, defensoras e defensores dos direitos humanos e jovens de todos os lugares demonstram verdadeira liderança, assumindo a responsabilidade e destacando soluções.
Essas pessoas enxergam a hipocrisia nas alegações de que não há dinheiro para ações climáticas, enquanto os países investem bilhões no desenvolvimento de armas.
E apontam que, em vez de os poluidores pagarem, eles recebem trilhões em subsídios.
As e os ativistas climáticos lutam pela responsabilização - desde a Corte Internacional de Justiça até os tribunais regionais nas Américas e na Europa, bem como nos sistemas de justiça locais e nacionais em todo o mundo.
Um movimento forte e global de justiça climática e ambiental pode ser nossa última, e melhor esperança.
Mas, ao invés de aprender com as e os ativistas climáticos, muitos governos estão criminalizando, perseguindo, assediando e silenciando essas pessoas.
A COP 29 em Baku deve ser um ponto de virada.
Precisamos de um enfoque concentrado, no mais alto nível político, para parar essa crise em sua trajetória; evitar os pontos críticos que poderiam levar a uma catástrofe climática; e proteger as pessoas que já sentem o calor.
Os líderes – começando pelos países do G20, que são a fonte de 80% das emissões – devem concordar com a eliminação rápida e equitativa dos combustíveis fósseis.
A COP 29 deve ter um resultado financeiro ambicioso que proteja as pessoas mais pobres e marginalizadas, garantindo recursos para a ação climática, incluindo mitigação e adaptação.
A perda e o dano são questões de direitos humanos que requerem um foco muito maior.
E todos os países devem se comprometer a proteger as e os ativistas climáticos e ambientais, envolvendo as pessoas mais afetadas por essa crise em suas tomadas de decisão.
Juntos, devemos ser ainda mais enfáticos ao clamar pelo fim da era dos combustíveis fósseis, por justiça e por responsabilidade.
Para saber mais, visite a página especial da ONU Brasil sobre a COP29 e siga @onuderechoshumanos nas redes!