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Brasil encerra presidência do G20 com compromissos ambiciosos

25 novembro 2024

Inclusão social e combate à fome e à pobreza; desenvolvimento sustentável, transições energéticas e ação climática; e reforma das instituições de governança global foram os grandes temas em debate.

Sistema ONU apoiou o processo de presidência do Brasil durante todo o ano, com insumos substantivos para as discussões sobre os grandes desafios globais.

Secretário-geral António Guterres participou da Cúpula de encerramento conclamando o G20 a exercer sua liderança.

Legenda: Chefes de estado e de governo do G20, dos países convidados e de organizações internacionais, inclusive da ONU, pousam para foto oficial da Aliança Global contra a Fome e Pobreza no G20 no Rio de Janeiro
Foto: © Gustavo Stephan/UN Photo

Mais de 140 reuniões, em 15 cidades brasileiras, além de dezenas de encontros de grupos de trabalho, durante um ano intenso de negociações. Assim o Brasil conduziu as discussões sobre as três prioridades que definiu ao assumir a presidência do G20 pela primeira vez: inclusão social e combate à fome e à pobreza; desenvolvimento sustentável, transições energéticas e ação climática; e reforma das instituições de governança global.

O Brasil levou para a pauta das discussões econômicas o combate à fome, a igualdade étnico-racial, o empoderamento feminino, a energia renovável e a sustentabilidade. O resultado foi a adoção de uma Declaração de Líderes que consolida o apoio a temas sem precedente na história do grupo, como a tributação progressiva, especialmente de indivíduos de patrimônio líquido ultra-alto, o reconhecimento do potencial da bioeconomia para o crescimento econômico e o fortalecimento da Assembleia Geral das Nações Unidas.

Para que a conversa entre as grandes potências econômicas do mundo avançasse nesses e em outros temas, o país contou com o apoio do Sistema ONU ao longo de todo o processo. O Secretariado e as agências especializadas, fundos e programas estiveram envolvidos nas negociações tanto no nível das sedes quanto no nível nacional, de maneira coordenada.

Legenda: A coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks, fala sobre empoderamento de mulheres na Cúpula do P20, em Brasília
Foto: © Saulo Cruz/Senado Federal do Brasil

 “As temáticas prioritárias promovidas pela presidência brasileira do G20 estiveram claramente alinhadas às diretrizes de atuação das Nações Unidas, como estipulado na Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e no recém-aprovado Pacto para o Futuro”, explicou a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks. “Com isso, a ONU pôde aportar contribuições substantivas para os debates, tanto na fase preparatória quanto durante as muitas reuniões realizadas durante o ano”.

A Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro dias 18 e 19 de novembro, encerrou a presidência brasileira e contou com a participação do secretário-geral da ONU, António Guterres. 

“Vim ao Rio com uma mensagem simples: os líderes do G20 devem liderar. Os países do G20, por definição, têm uma enorme influência econômica. Eles exercem uma enorme influência diplomática. Eles devem usá-la para resolver os principais problemas globais,” afirmou.

Legenda: O secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa na Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro
Foto: © Gustavo Stephan/UN Photo

Foco social

Um dos grandes destaques do G20 foi o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza com 148 adesões, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia e nove instituições financeiras internacionais. A Aliança tem como meta alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 e 2 e, entre seus membros fundadores, estão 14 entidades do Sistema das Nações Unidas, que trazem para a iniciativa sua experiência acumulada no combate à pobreza e à fome.

Uma marca da presidência brasileira do G20 foi a ampliação do espaço para que diversas instituições do Estado e não-governamentais pudessem se engajar ativamente nas discussões e influenciar os resultados. Exemplos disso foram o U20, que abordou temas urbanos e envolveu governos municipais, o P20, que trouxe para as negociações os parlamentos dos países membros, e o G20 Social, que deu voz à sociedade civil.

Na Cúpula de Líderes do G20, o governo brasileiro e as Nações Unidas também lançaram uma iniciativa conjunta para combater a desinformação climática. A Iniciativa Global para Integridade da Informação sobre Mudança nasceu como colaboração dedicada e multilateral entre Estados e organizações internacionais, para financiar pesquisas e ações que promovam a integridade da informação sobre questões climáticas que requerem ações urgentes.

Com o encerramento do período de presidência do G20, o Brasil se prepara para presidir outros dois fóruns internacionais estratégicos em 2025: o Brics e a COP30. As discussões e consensos aprovados na Declaração de Líderes servirão de base para avanços futuros, e o Sistema ONU já está trabalhando lado a lado com várias instâncias do governo brasileiro para apoiar a preparação técnica de ambos os fóruns.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

RCO
United Nations Resident Coordinator Office
ONU
Organização das Nações Unidas

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa