ONU-Habitat e Prefeitura de São Paulo lançam relatório inédito com avaliação de cem parques municipais
04 dezembro 2024
Avaliação de Espaços Públicos da Cidade aponta principais desafios da capital paulista na promoção de espaços verdes públicos seguros, inclusivos e sustentáveis.
Análise realizada em cem parques municipais fornece diagnóstico representativo das quatro regiões político-administrativas da cidade.
Documento permitirá que o governo municipal tenha maior assertividade na elaboração e implementação de políticas públicas e projetos voltados aos parques municipais.
Os parques de São Paulo estão distribuídos de forma adequada para atender a toda a população? Oferecem acessibilidade? Contam com participação ativa da sociedade em sua governança? Garantem segurança para que todas as pessoas possam usufruir de seus benefícios? Fortalecem a igualdade de gênero e contribuem para promover a diversidade?
Em busca de respostas para perguntas como essas, o Viva o Verde SP, parceria entre o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), da Prefeitura de São Paulo, analisou cem parques da capital paulista. A Avaliação de Espaços Públicos da Cidade: Parques Municipais de São Paulo foi lançada na última quinta-feira (28), em evento no Edifício Martinelli – construção icônica da capital paulistana – com o objetivo de promover a inclusão e a sustentabilidade nas áreas verdes de São Paulo, especificamente nos parques municipais. O relatório completo está disponível aqui.
Durante o período de avaliação, realizada em diferentes etapas entre meados de 2023 e o início de 2024, a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente contava com 114 parques municipais sob sua administração, dos quais cem estavam abertos ao público no período. Esse expressivo número leva à necessidade de mapear a situação atual destes espaços com o fim de verificar seu efetivo atendimento às necessidades da população por espaços de lazer e convívio com a natureza, que sejam seguros, acessíveis e inclusivos em toda a cidade.
Dimensões de análise
Espera-se que o estudo permita ao governo municipal compreender as dinâmicas socioterritoriais na distribuição dos parques municipais e entender como questões sociais como segurança, acessibilidade e inclusão são projetadas no território da cidade. A partir dessa compreensão, será possível ter maior assertividade na elaboração e implementação de políticas públicas e no desenvolvimento de projetos voltados aos parques municipais.
Para a realização da avaliação, foram agregadas informações quantitativas e qualitativas dos cem parques para fornecer um diagnóstico representativo das quatro regiões político-administrativas da cidade: norte, sul, leste e centro-oeste. Para isso, foi aplicada a Avaliação de Espaços Públicos da Cidade (City-Wide Public Space Assessment), uma ferramenta do Programa Global de Espaços Públicos do ONU-Habitat, adaptada ao contexto de São Paulo. Para a implementação da ferramenta, foram definidas sete dimensões de análise e 42 indicadores.
Resultados
Entre os resultados encontrados, destaca-se a identificação de prioridades de intervenção, a criação de mecanismos de monitoramento e controle para gestão dos parques, e a ampliação do potencial dos parques urbanos enquanto espaços sociais e de promoção da biodiversidade.
A avaliação espacial identificou tendências relacionadas à oferta e qualidade destes espaços. Foi identificada, por exemplo, uma associação entre aspectos de vulnerabilidade socioeconômica e qualidade dos parques:
As regiões com as maiores condições de vulnerabilidades (Leste e extremo Sul), que demandam mais infraestruturas, equipamentos e serviços públicos, apresentaram parques com a menores pontuações pelo Indicador de Parques.
Foi observado um padrão espacial direcionado às periferias, onde a região Centro-Oeste, de maior renda, apresentou melhores resultados gerais na avaliação quando comparada às regiões de menor renda, no Leste e extremo Sul. Os resultados na dimensão de segurança apontam para a necessidade de investir em novas infraestruturas, garantir a manutenção e reparos das existentes e aumentar e capacitar o quadro técnico nos parques, especialmente nas regiões Norte, Sul e Leste.
Além disso, a menor presença de mulheres nos parques destaca a necessidade de fortalecer as condições de segurança e inclusão.
Para garantir a inclusão em espaços públicos, além das questões gerais de acessibilidade nas entradas dos parques, também foi constatado que a maioria dos parques carece de infraestrutura e equipamentos dedicados a pessoas com deficiência.
Assim, entre as políticas voltadas para grupos vulnerabilizados, aquelas direcionadas às pessoas com deficiência apresentam-se como prioritárias.
Para além do relatório completo, também foram produzidos resumos executivos em português e em inglês, apresentando de forma sucinta os principais resultados da avaliação, apontando as particularidades e os principais desafios enfrentados em cada região na promoção de espaços verdes públicos seguros, inclusivos e sustentáveis.
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Contatos para imprensa:
- Aléxia Saraiva, ONU-Habitat: alexia.saraiva@un.org
- Guilherme Justino: ONU-Habitat: guilherme.justino@un.org