Livres & Iguais: a história das pessoas trans e travestis desfila na Sapucaí
28 fevereiro 2025
Legenda: No desfile de 2025 da escola de São Cristóvão, pessoas trans e travestis não apenas colaboraram na produção, mas também assumiram lugares de destaque na avenida.
Paraíso do Tuiuti levará à avenida a história de Xica Manicongo, considerada a primeira travesti brasileira
O desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro é um dos principais palcos do Carnaval brasileiro, reunindo cerca de 100 mil pessoas na Sapucaí, além das milhões que acompanham pela televisão. Em 2025, o Paraíso do Tuiuti levará à avenida a história de Xica Manicongo, considerada a primeira travesti brasileira.
No desfile da escola de São Cristóvão, pessoas trans e travestis não apenas colaboraram na produção, mas também assumiram lugares de destaque na avenida. A presidenta da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), Bruna Benevides, que será uma das 28 personalidades trans homenageadas, considera o Carnaval um espaço de resistência e que dá voz para grupos excluídos.
“Será a maior celebração e participação de pessoas trans e travestis da história do carnaval do Rio de Janeiro e na Sapucaí. Isso não é somente uma homenagem, é um belíssimo processo de reparação e construção de uma nova memória!”, define Benevides.
Desde pequena, Niara Costa sonhava em ser passista de escola de samba. Ela foi uma das selecionadas para o projeto Transcidadania, promovido pela ANTRA e pelo Paraíso do Tuiuti, que ofereceu formação em samba no pé e confecção de fantasias para pessoas trans. Na terça-feira, ela finalmente realizará o seu sonho.
Legenda: Desde pequena, Niara Costa sonhava em ser passista de escola de samba.
“Tinha esse desejo muito antigo de ser passista, por isso me inscrevi no projeto. Já estava ótimo me profissionalizar na área, mas quando, já no meio das aulas, veio o convite para participar do desfile, e depois dos ensaios abertos, foi muita emoção”, relembra.
Junto com as outras participantes do projeto, elas formarão uma ala composta exclusivamente por mulheres trans e travestis, homenageando Eloína dos Leopardos, que, em 1976, foi a primeira rainha de bateria do Carnaval.
“Participar do desfile é celebrar a história e a vivência minha e de outras pessoas trans. Tenho certeza de que essa homenagem à Xica Manicongo pode mudar a forma como a sociedade enxerga as pessoas trans”, conclui.
A Livres & Iguais é a campanha da ONU de promoção da igualdade para as pessoas LGBTI+. Desde 2014, a campanha está presente no Brasil, atuando em colaboração com a sociedade civil e buscando promover direitos e dar visibilidade às pessoas trans e travestis.
Este desfile é uma oportunidade para celebrarmos as pessoas trans e travestis e suas histórias! Inclua suas vozes e garanta sua participação na sociedade.
Entidades da ONU envolvidas nesta atividade
ACNUDH
Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos