UNDRR: Mulheres na Linha de Frente da Resiliência Climática e Gestão de Riscos de Desastres
18 março 2025
Em um momento crucial para o avanço da igualdade de gênero e da resiliência climática, especialistas se reuniram no painel “Mulheres na Linha de Frente da Resiliência Climática e Gestão de Riscos de Desastres”.
O evento foi realizado durante a 69ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW69) na sede da ONU, em Nova York e destacou a importância da liderança feminina na gestão de riscos e na adaptação climática.
O painel foi organizado pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), em parceria com o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) do Brasil, o Ministério das Mulheres do Brasil, ONU Mulheres Brasil e o Pacto Global – Rede Brasil.

A evidência é clara: as mulheres estão entre as mais afetadas por desastres, devido às desigualdades estruturais que limitam seu acesso a recursos, informação e participação nos processos decisórios. "Não podemos falar de resiliência sem equidade", destacou Isís Taboas, do Ministério das Mulheres do Brasil, ressaltando que a participação ativa das mulheres é essencial para construção de sociedades resilientes.
A necessidade de dados desagregados por gênero também foi enfatizada como um fator crítico para garantir soluções eficazes. Gabriela Couto, doutora em Ciência do Sistema Terrestre e representante da Rede de Mulheres da América Latina e do Caribe para a Redução do Risco de Desastres (RedLAC de Mulheres para a RRD), trouxe uma perspectiva científica para a discussão:
"Eventos como este criam oportunidades valiosas ao fomentar a colaboração multissetorial e permitir a troca de perspectivas diversas, combinando conhecimento científico com estratégias de política e negócios".
O setor privado também tem um papel estratégico na construção da resiliência climática. Representantes do Banco do Brasil compartilharam como a instituição tem evoluído de uma abordagem reativa para uma estratégia de investimento na resiliência, promovendo a interseccionalidade e o empoderamento econômico de mulheres negras através da Fundação Banco do Brasil.
Outro ponto alto do debate foi a integração das mulheres nos mecanismos formais de redução de riscos de desastres. "Para além dos dados, temos o desafio de implementar o Objetivo 4 do Plano de Ação de Gênero do Marco de Sendai, garantindo maior integração das mulheres nos mecanismos formais de redução de riscos", destacou Marilene Nascimento, chefe de gabinete do MIDR.
A 69ª sessão da CSW também foi uma oportunidade para projetar a COP30, que ocorrerá em Belém, Brasil. "Esta é uma oportunidade única para fortalecer os compromissos do Marco de Sendai e garantir que a RRD incorpore a perspectiva de gênero", afirmou Aline Marsicano, gerente de projetos e ponto focal de gênero do UNDRR para as Américas e o Caribe.
O evento foi um marco na agenda de gênero e desastres, destacando soluções concretas para integrar a perspectiva de gênero na gestão de riscos. Os resultados esperados incluem a disseminação de boas práticas, o fortalecimento da articulação entre governos locais e redes de mulheres, e o mapeamento de desafios para futuras ações.
Com essa discussão, reafirma-se a importância da colaboração entre governos, sociedade civil e setor privado para garantir que a resiliência climática e a redução do risco de desastres sejam cada vez mais inclusivas e eficazes.
Este painel faz- parte de um esforço contínuo para fortalecer a integração de gênero na redução do risco de desastres, um tema central para a Rede de Mulheres das Américas e do Caribe para a Redução do Risco de Desastres. As discussões não terminam aqui – pelo contrário, elas seguem na construção de consensos para a COP30, onde a equidade de gênero e a resiliência climática continuarão a ocupar um papel central na agenda global. Para transformar esses debates em ações concretas, será fundamental fortalecer a colaboração entre governos, sociedade civil e setor privado, garantindo que a resiliência climática seja, de fato, um caminho acessível e equitativo para todas e todos.
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A Rede de Mulheres da América Latina e do Caribe para a Redução do Risco de Desastres é um espaço de articulação, aprendizado e mobilização, onde promovemos diálogos estratégicos sobre gênero e RRD, realizamos capacitações e fortalecemos a participação política das mulheres – em toda a sua diversidade – nos debates regionais e internacionais.
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