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“Maré de Saúde” reúne angolanos e brasileiros no Rio

17 fevereiro 2009

Brasília, 13 de fevereiro de 2009 – O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e a organização não-governamental Ação Comunitária do Brasil (ACB) iniciam, neste sábado (14/02), a segunda fase do projeto “Maré de Saúde”, que promove a integração de refugiados e migrantes angolanos com as comunidades onde vivem, na cidade do Rio de Janeiro.



O projeto reúne jovens atores brasileiros e angolanos em torno da peça “Prevenção é a Solução”, que será apresentada em vários locais do Complexo da Maré – onde vive grande parte de refugiados e migrantes originários de Angola – e em outros pontos da cidade. Os atores são angolanos, filhos de angolanos e brasileiros, moradores do Complexo da Maré, de Cordovil e da Rocinha.



Contextualiada no cotidiano de jovens brasileiros e angolanos, a peça apresenta mensagens preventivas e educativas sobre HIV/AIDS e saúde sexual reprodutiva. O público receberá ainda folhetos sobre os temas discutidos na peça, produzidos especialmente para o projeto, além de outros materiais preventivos. Também serão exibidos vídeos educativos.



A primeira apresentação desta segunda fase acontece no Espaço Cultural do Consulado de Angola no Rio, na avenida Presidente Wilson, 113 – loja A - Centro. Na próxima semana, a peça será encenada no Complexo da Maré, nas escolas municipais Teotonio Vilella (dia 16/02) e Josué de Castro (17/02). No mês de março, acontecem novas apresentações no Espaço Cultural da ACB na Vila do João, e no Espaço Adolescentro Paulo Freire, da Secretaria Municipal de Saúde, em São Conrado.



O projeto foi desenvolvido pelo ACNUR e pela ACB com o objetivo de fortalecer os vínculos entre a comunidade local, a população refugiada e as instituições locais de saúde numa região onde se concentra a maioria dos refugiados angolanos que vivem no Brasil. O roteiro foi construído coletivamente, a partir de dúvidas e curiosidades relacionadas à saúde reprodutiva que surgiram durante a realização de oficinas de teatro e saúde com os jovens atores. Estes escolheram o nome Kilelê para batizar o grupo de teatro. A expressão significa diálogo (vamos conversar) no idioma quicongo, falado em Angola.



Com o apoio do Programa Nacional de DST/Aids, o projeto Maré de Saúde está distribuindo mais de 4 mil preservativos masculinos ao posto de saúde da Vila do João. O projeto também tem o apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).



O Brasil possui atualmente uma população de aproximadamente 3,8 mil refugiados de mais de 70 diferentes nacionalidades. Os angolanos representam o maior grupo de refugiados no país, somando cerca de 1,7 mil pessoas, e a maioria delas mora no Rio de Janeiro e em São Paulo. Os refugiados angolanos chegaram no Brasil entre o fim da década de 1980 e começo de 1990 devido à guerra civil que atingia o país.



O que é o ACNUR



O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) é uma agência da ONU criada em 1950 com o objetivo de proteger e assistir às vítimas de perseguição, intolerância e violência. Mais de 30 milhões de pessoas vivem hoje sob o mandato do ACNUR, entre solicitantes de refúgio, refugiados, apátridas, deslocados internos e repatriados. No Brasil, o ACNUR trabalha em parceira com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), ligado ao Ministério da Justiça, com o setor privado e a sociedade civil organizada.



O que é a Ação Comunitária do Brasil



Fundada há 40 anos junto a comunidades de baixo desenvolvimento econômico, a Ação Comunitária do Brasil/RJ é uma das pioneiras na área de responsabilidade social no Brasil. Funciona como incubadora de empreendimentos, adotando os princípios da economia solidária e do comércio justo. Recentemente, foi destacada pela ONU como um exemplo a ser seguido no combate ao racismo e escolhida por esta Organização para a realização de experiências-piloto de cooperação Sul-Sul na área da economia criativa.



Mais informações:

ACNUR – (61) 3367-4187

Ação Comunitária do Brasil – (21) 2253-6443