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Em meio a crise humanitária, UNICEF ajuda 200 mil pessoas na República Centro-Africana

09 abril 2013





Em meio à reunião no Conselho de Segurança da ONU prevista para acontecer nesta terça-feira (9) sobre a República Centro-Africana (RCA), onde rebeldes armados tomaram o poder há duas semanas, mais de 23 toneladas de medicamentos essenciais e tanques de água foram entregues pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) para ajudar cerca de 200 mil pessoas.



"Essa ajuda representa um passo vital para possibilitar que as crianças e a população recuperem o acesso básico aos cuidados médicos", disse Souleymane Diabate, representante do UNICEF no país, onde o auxílio médico foi entregue nesta segunda-feira (8). "No entanto, essa é apenas a ponta do iceberg em termos de necessidades. Muito se perdeu nos saques, em um país onde as crianças já enfrentam condições de vida precárias."



Os kits de emergência serão utilizados para tratar cerca de 200 mil pessoas afetadas pelo conflito nos próximos três meses. Os tanques de água serão utilizados para assegurar o suprimento em hospitais e clínicas nos centros da capital, Bangui, e em outras áreas.



Desde o golpe de Estado, o UNICEF entregou 81 toneladas de suprimentos de emergência, como remédios e equipamentos médicos, para mais de 60 mil pessoas. Os destinatários são parceiros na área de saúde.

Toda a população foi afetada



A insegurança e os saques se tornaram constantes desde a tomada do poder pela coalizão rebelde Séléka. O UNICEF estima que toda a população da RCA -- cerca de 4,6 milhões de pessoas, incluindo mais de 2,3 milhões de crianças -- tenha sido diretamente afetada pelo conflito, devido ao colapso dos serviços do Estado, da lei e da ordem. Agências da ONU e diversas ONGs que operam no país também foram afetadas, visto que tiveram seus escritórios, veículos e depósitos saqueados.



A assistência dada é uma das mais importantes entregas de suprimentos para a República Centro-Africana, após semanas de insegurança e saques. Hospitais e clínicas – que sofreram diversas perdas em seus estoques médicos, equipamentos e móveis – se encontram em estado crítico.



"Os suprimentos serão seletivamente distribuídos para hospitais e clínicas parceiras que possuem a capacidade de absorver o cuidado e tratamento dos pacientes em estado mais grave", disse Diabate. "O novo Governo prometeu cooperar com esses esforços."



A Organização Mundial da Saúde (OMS) também forneceu assistência técnica para o Ministério da Saúde da República Centro-Africana para estabelecer uma unidade de crise, que pode coordenar respostas emergenciais, prover medicamentos e suprimentos cirúrgicos de emergência.



Segundo a agência da ONU, a maioria das instalações sofreu com os saques. A OMS também está suprindo os serviços básicos de saúde através de ONGs parceiras em áreas acessíveis.