ONU comemora novo antirretroviral que pode reduzir contágio do HIV por pessoas que injetam drogas
13 junho 2013
O medicamento antirretroviral tenofovir pode reduzir o risco de infecção pelo HIV em 49% dos homens e mulheres que injetam drogas, afirmou o Programa Conjunto da ONU sobre HIV/AIDS (UNAIDS) na quarta-feira (12). O remédio deve ser tomado diariamente e serve como uma medida de prevenção (e não de cura).
O estudo, realizado entre 2005 e 2013 pelo Ministério da Saúde Pública da Tailândia em conjunto com o Centro de Controle de Doenças dos EUA e a Administração Metropolitana de Bangkok, envolveu 2.413 pessoas sem o vírus que injetam drogas. Oitenta porcento eram homens e 20% mulheres.
Os voluntários tomaram uma dose diária do medicamento tenofovir via oral e os resultados mostraram que eles eram 49% menos propensos a se infectar com o vírus do que aqueles voluntários que tomaram o remédio conhecido como 'placebo', que produz somente um efeito sugestivo.
“Parte por parte, os avanços científicos estão construindo o caminho para o fim da epidemia de aids”, disse Michel Sidibé, diretor executivo do UNAIDS.
“O potencial da terapia antirretroviral em manter as pessoas vivas e saudáveis e prevenir novas infecções por HIV está se tornando aparente. Os resultados deste estudo são importantes e, se utilizados de forma eficaz, podem ter um impacto significativo na proteção das pessoas que injetam drogas de se infectar com o HIV.”
O anúncio dessa semana complementa os resultados de vários estudos de prevenção contra o HIV lançados ao longo dos últimos anos.
Uma pesquisa apresentada em 2010 mostrou que uma combinação de drogas antirretrovirais tomadas diariamente em conjunto com o uso de preservativos reduziu o risco de infecção pelo HIV em torno de 44% para os homens HIV negativos e mulheres transexuais que fazem sexo com homens.
Em 2011, outro estudo descobriu que um comprimido de antirretroviral tomado diariamente por pessoas em risco e não infectadas pelo vírus pode reduzir a ameaça de adquirir o HIV em até 73%.
O programa da ONU ressalta, porém, que nenhuma intervenção previne completamente a transmissão do HIV. Por isso, a organização defende fortemente que a prevenção seja feita através de uma combinação de medidas, como o fornecimento de agulhas e seringas limpas, serviços de saúde acessíveis, eliminação de leis punitivas e a colaboração com a polícia para criar estratégias de aplicação da legislação.