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Israel: Bloqueio à Faixa de Gaza e assentamentos na Cisjordânia são alvos de crítica da ONU

14 junho 2013

'Punição coletiva de Israel contra a população civil em Gaza deve acabar', diz relator especial da ONU, lembrando aniversário de 7 anos do bloqueio à Faixa de Gaza. Secretário-geral da ONU também se disse 'profundamente preocupado' com avanços contínuos na construção dos assentamentos israelense na Cisjordânia.







O relator especial da ONU para a situação dos direitos humanos nos territórios ocupados da Palestina, Richard Falk, reiterou nesta sexta-feira (14) seus pedidos a Israel para que encerre o bloqueio sobre a Faixa de Gaza.



“Os seis anos de estrangulamento calculado de Israel na Faixa de Gaza têm atrofiado a economia e mantido a maioria dos habitantes de Gaza em um estado de pobreza perpétua”, disse o especialista da ONU.



“Israel tem a responsabilidade como potência ocupante de proteger a população civil. Mas, em vez de proteger, as autoridades israelenses isolaram a Faixa de Gaza”, disse Falk.



Em 2012, o número total de caminhões de exportações deixando Gaza foi de 254, em comparação aos 9.787 em 2005, antes do endurecimento do bloqueio em junho de 2007, devido à tomada da região pelos Hamas.



Além disso, o especialista da ONU disse que a capacidade produtiva de Gaza tem diminuído desde 2007, com 80% das fábricas fechadas ou operando com metade da capacidade ou menos, devido à perda de mercados de exportação e os custos proibitivos de operação, como resultado do bloqueio.



“Em 2012 a ONU estimou que, nas condições atuais, Gaza será inabitável até 2020. Previsões menos otimistas apresentadas para mim foram que a Faixa de Gaza pode não ser habitável apenas três anos a partir de agora”, disse o relator especial.



“É claro que as autoridades israelenses queriam há seis anos desvitalizar com a população de Gaza e a sua economia”, disse ele, referindo-se a um estudo realizado pelo Ministério da Defesa de Israel no início de 2008 detalhando a quantidade mínima de calorias que os palestinos em Gaza precisam consumir diariamente para evitar a desnutrição.



“O povo de Gaza suportou o insuportável e sofreu o que é insofrível durante seis anos. A punição coletiva de Israel contra a população civil em Gaza deve terminar hoje”, disse Falk.



O secretário-geral da ONU também reiterou nesta sexta-feira (14) seu pedido a Israel para que parasse as atividades de construção de assentamentos e respeitasse seus compromissos assumidos no âmbito do direito internacional.



“Ele está particularmente preocupado com relatos de que o planejamento para centenas de unidades habitacionais no assentamento de Itamar, na Cisjordânia, avançou para a próxima fase, como é também o caso do posto de Bruchin”, disse o porta-voz do secretário-geral da ONU.



Estes desenvolvimentos são “decisões inúteis que prejudicam o progresso em direção à criação de dois Estados”, disse Ban por meio de seu porta-voz, acrescentando que “eles constituem uma tendência muito preocupante em um momento de esforços contínuos para que as negociações de paz possam ser relançadas.”