Na CEPAL, Lula pede salto qualitativo na integração da América Latina
28 novembro 2013
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seminário da ONU que a América Latina atende a todos os requisitos para ser reconhecida como um polo de desenvolvimento, paz e justiça social.
"Agora é o momento certo de dar um salto no processo de integração", disse Lula, acrescentando que "a América Latina pode avançar nos próximos quatro anos e fazer tudo o que não fez nos últimos dez".
O ex-presidente participou nesta quarta-feira (27), ao lado do ex-presidente chileno Ricardo Lagos, do Seminário Internacional de Desenvolvimento e Integração da América Latina, promovido em Santiago pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Banco de Desenvolvimento da América Latina e o Instituto Lula.
Lula e Lagos pediram um salto qualitativo na integração da região, afirmando que não se pode atrasar ainda mais a sua integração física, e pediram pelo aumento do comércio inter-regional e pelo fortalecimento do compromisso político. Lula lembrou o papel da União das Nações Sul-americanas, que desde a sua criação, em 2008, forneceu alternativas para diversos conflitos e mostrou que a região é "capaz de dialogar e construir soluções para os seus próprios problemas".
Lagos concordou que a América Latina "está passando por um grande momento", avançando democrática, econômica e socialmente, no entanto, alertou que a região está entrando em um "novo ciclo econômico e social", ligado ao aumento das demandas daqueles que deixaram a pobreza para trás - embora ela ainda esteja muito presente na realidade da população latino-americana.
Por causa da baixa participação do comércio inter-regional da América Latina no mercado mundial - apenas 19% -, a secretária executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, recomendou a construção de vínculos produtivos, a promoção de empresas regionais, atuação para expandir o comércio inter-regional e o estabelecimento de alianças entre os povos. "Podemos e devemos repensar o desenvolvimento com base em nossos pontos fortes e vantagens."