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Programa do Banco Mundial triplicará áreas de proteção ambiental marinhas

22 setembro 2014

[caption width="1146" align="alignnone"]Litoral do Rio de Janeiro. Foto: Mario Roberto Duran Ortiz/Wikipedia (Creative Commons) Litoral do Rio de Janeiro. Foto: Mario Roberto Duran Ortiz/Wikipedia (Creative Commons)[/caption]



Uma iniciativa pioneira mais do que triplicará a zona oceânica sob proteção ambiental no Brasil, que passará de 5,5 milhões de hectares para mais de 17,5 milhões, uma área maior do que a Grécia.



O Projeto de Áreas de Proteção Ambiental Marinhas aprovado nesta sexta-feira (19) pela Diretoria do Banco Mundial beneficiará 43 milhões de pessoas que vivem no litoral brasileiro, uma área que compreende 514 mil km².



Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o projeto de US$ 18,2 milhões proporcionará amplos benefícios sociais e econômicos ao garantir a capacidade dos ecossistemas costeiros de produzir alimentos, a manutenção de uma boa qualidade da água e a resistência e recuperação em face à degradação. Além disso, a iniciativa trará mais bem estar e oportunidades para as comunidades tradicionais que dependem diretamente da pesca para a sua subsistência.



Zona costeira sob ameaça



“A zona costeira é atualmente uma das regiões do Brasil mais ameaçadas em termos ambientais”, afirmou Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente. “A criação de áreas de conservação é fundamental para proteger a biodiversidade oceânica e manter as atividades pesqueiras que representam cerca de 800 mil empregos no país.”



A área litorânea brasileira abriga uma imensa variedade de ambientes e de vida selvagem: desde as mais longas faixas contínuas de manguezais do mundo até os únicos recifes de coral existentes na América do Sul. Todos esses ecossistemas encontram-se sob intensa pressão humana e econômica.



Atualmente, apenas 1,57% do litoral brasileiro faz parte da Rede de Áreas de Proteção Ambiental Costeiras e Marinhas (APACM), instituída pelo Governo Federal no ano 2000. Pela primeira vez, será implementada uma iniciativa não somente para expandir a APACM, mas também promover a sua sustentabilidade financeira a longo prazo com o desenvolvimento de mecanismos financeiros inovadores.



"O Banco Mundial já é parceiro do Brasil na implementação de áreas de conservação na Região Amazônica, com muito bons resultados”, afirmou a diretora do Banco Mundial no Brasil, Deborah L. Wetzel. "Temos certeza de que este novo projeto seguirá o mesmo caminho, não apenas no que diz respeito à preservação deste rico meio ambiente, mas também quanto à promoção de novas oportunidades de desenvolvimento para as comunidades locais que dele dependem.”



Os principais objetivos do projeto são criar e consolidar pelo menos 120 mil km² de novas áreas de proteção da biodiversidade, entre as quais 9.300 km² de zonas de proteção amplificada; e estabelecer pelo menos dois mecanismos financeiros para apoiar a sustentabilidade de longo prazo da Rede de Áreas de Proteção Ambiental Costeiras e Marinhas.