ONU: Brasil está entre os 10 países com maior número de afetados por desastres nos últimos 20 anos
24 novembro 2015
Brasil é o único país das Américas que está na lista dos 10 países com maior número de pessoas afetadas por desastres entre os anos de 1995 a 2015, segundo relatório publicado nesta segunda-feira (23) pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNISDR) e o Centro de Pesquisas de Epidemiologia em Desastres (Cred).
Nestas duas décadas, 51 milhões de brasileiros foram impactados por catástrofes. Estados Unidos, China, Índia, Filipinas e Indonésia aparecem como os cinco países com maior número de desastres relacionados ao clima durante esse período.
O documento avalia catástrofes relacionadas a fenômenos climáticos no mundo e seus danos para a população e aponta que 90% dos desastres estão relacionados ao clima. De acordo com o documento, as perdas econômicas superam 1.891 trilhões de dólares, o equivalente a 71% de todas as perdas atribuídas a acidentes naturais durante os últimos 20 anos. No entanto, como há apenas 35% de registros de perdas econômicas, essa cifra pode ser muito mais elevada. Levando isso em consideração, o UNISDR estipula que os prejuízos causados por desastres naturais se situaria entre 250 e 300 bilhões de dólares anualmente.
Em média, 335 desastres naturais foram registrados anualmente entre 2005 e 2014, um aumento de 14% entre o período de 1995 – 2004 e quase o dobro da média de 1985 – 1995.
A diretora da agência da ONU, Margareta Wahlström lembrou da iniciativa do Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres (2015 – 2030), apoiado pela Assembleia Geral da ONU, que determina metas para redução da perda provocada pelas catástrofes naturais. Entre elas estão o índice de mortalidade, números de pessoas afetadas, perdas econômicas e danos causados à infraestrutura, incluindo escolas e hospitais.
“A longo prazo, um acordo em Paris na COP21 sobre redução da emissão de gases estufa fará uma significativa contribuição para reduzir os danos e perdas de desastres que são em parte gerados pelo aquecimento global e aumento do nível do mar”, explicou Wahlström.