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ONU: Brasil está entre os 10 países com maior número de afetados por desastres nos últimos 20 anos

24 novembro 2015

Abrigo improvisado em um ginásio, para famílias desabrigadas em Teresópolis após os deslizamentos de terra em 2011. Foto: Vladimir Platonow/ABr
Legenda: Abrigo improvisado em um ginásio, para famílias desabrigadas em Teresópolis após os deslizamentos de terra em 2011. Foto: Vladimir Platonow/ABr





Brasil é o único país das Américas que está na lista dos 10 países com maior número de pessoas afetadas por desastres entre os anos de 1995 a 2015, segundo relatório publicado nesta segunda-feira (23) pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNISDR) e o Centro de Pesquisas de Epidemiologia em Desastres (Cred).



Nestas duas décadas, 51 milhões de brasileiros foram impactados por catástrofes. Estados Unidos, China, Índia, Filipinas e Indonésia aparecem como os cinco países com maior número de desastres relacionados ao clima durante esse período.



O documento avalia catástrofes relacionadas a fenômenos climáticos no mundo e seus danos para a população e aponta que 90% dos desastres estão relacionados ao clima. De acordo com o documento, as perdas econômicas superam 1.891 trilhões de dólares, o equivalente a 71% de todas as perdas atribuídas a acidentes naturais durante os últimos 20 anos. No entanto, como há apenas 35% de registros de perdas econômicas, essa cifra pode ser muito mais elevada. Levando isso em consideração, o UNISDR estipula que os prejuízos causados por desastres naturais se situaria entre 250 e 300 bilhões de dólares anualmente.



Em média, 335 desastres naturais foram registrados anualmente entre 2005 e 2014, um aumento de 14% entre o período de 1995 – 2004 e quase o dobro da média de 1985 – 1995.



A diretora da agência da ONU, Margareta Wahlström lembrou da iniciativa do Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres (2015 – 2030), apoiado pela Assembleia Geral da ONU, que determina metas para redução da perda provocada pelas catástrofes naturais. Entre elas estão o índice de mortalidade, números de pessoas afetadas, perdas econômicas e danos causados à infraestrutura, incluindo escolas e hospitais.



“A longo prazo, um acordo em Paris na COP21 sobre redução da emissão de gases estufa fará uma significativa contribuição para reduzir os danos e perdas de desastres que são em parte gerados pelo aquecimento global e aumento do nível do mar”, explicou Wahlström.