OMS: Vírus zika já chegou a 20 países das Américas e em dez nações na África, Ásia e Pacífico
25 janeiro 2016
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou, nesta sexta sexta-feira (22), que infecções pelo vírus zika já foram registradas em vinte países das Américas e em cerca de dez outros na África, na Ásia e no Pacífico. O Brasil foi citado como uma das nações onde o surto da doença é mais amplo. Colômbia, Panamá, El Salvador e Cabo Verde também apresentam um número expressivo de casos. Embora os vínculos entre o vírus e a ocorrência de microcefalia ainda estejam sendo pesquisados, a OMS destacou que, em 20 estados brasileiros, 3.893 casos suspeitos da má formação neurológica, entre eles, 49 fatais, já foram relatados.
A agência da ONU também informou ter conhecimento de um caso de microcefalia no Havaí, associado a um viajante vindo do Brasil. Equipes da OMS têm trabalhado com as autoridades brasileiras para investigar a relação entre as doenças.
Segundo o porta-voz da Organização, Christian Lindmeier, a microcefalia poderia ter diferentes origens, como toxinas, drogas e a síndrome de Down. No entanto, desde 2015, a razão mais consistente que explica o aumento do número de bebês diagnosticados com a má formação seria a proliferação do vírus Zika.
O mosquito vetor do Zika é o mesmo responsável pela transmissão da dengue, da febre amarela e da chikungunya. Para a OMS, as melhores medidas de prevenção incluem a utilização de repelentes de insetos e de redes de proteção contra mosquitos, além do uso de roupas como calças e blusas de manga comprida. Países têm trabalhado para eliminar criadouros do vetor da doença.
De acordo com Lindmeier, a infecção pelo zika ainda era bastante desconhecida, pois dava origem a uma doença branda, tratada facilmente. Caso seja confirmado o vínculo entre o vírus e a microcefalia, a situação será diferente. Atualmente. A OMS também está investigando a relação do zika com outras síndromes do sistema nervoso, verificadas na Polinésia Francesa, onde um surto do vírus atingiu a população em 2013 e 2014.
Até o momento, a agência da ONU não emitiu nenhuma recomendação de viagem, mas disse que centros nacionais podem aconselhar cidadãos a não viajarem para determinados destinos, com base em informações já obtidas.