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Banco Mundial: América Latina tem água em abundância, mas falta saneamento

05 outubro 2016

Existem 100 milhões de pessoas sem acesso a sistemas adequados de saneamento na América Latina e 70 milhões não têm água encanada, segundo dados da ONU. No Brasil, menos da metade da população tem acesso a redes de esgoto. Foto: EBC
Legenda: No Brasil, menos da metade da população tem acesso a redes de esgoto. Foto: EBC





A América Latina é a região com mais água doce no planeta: Brasil, Colômbia e Peru estão entre os dez países com a maior quantidade de recursos hídricos. Apesar disso, 106 milhões de latino-americanos ainda não dispõem de banheiro em casa e 34 milhões não têm acesso constante a água potável, segundo estudo do Banco Mundial.



A instituição apontou ainda que 20% da população latino-americana ainda não tem saneamento melhorado, que, de forma higiênica, separa os dejetos humanos do meio ambiente. Além disso, mais de 70% das águas são despejadas sem tratamento nos rios e oceanos da região.



As estatísticas dão uma ideia do desafio que será alcançar o sexto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, que busca, até 2030, proporcionar acesso universal e equitativo à água potável, a um preço acessível a todos.



Apesar de o acesso à água potável ter melhorado no mundo — passou de 76% da população global para 91% atualmente — ainda restam ao menos 1,8 bilhão de pessoas utilizando fontes de água contaminada com matéria fecal.



O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável número 6 também tem como meta pôr fim à defecação ao ar livre e oferecer saneamento a todas as pessoas. Em todo o mundo, 2,4 bilhões de pessoas carecem desse serviço.



O estudo "Indicadores de Desenvolvimento 2016", do Banco Mundial, calcula que a economia global perde cerca de 250 bilhões de dólares por ano pela falta de serviços adequados de água e saneamento. Outro desafio citado é a disponibilidade de recursos hídricos no mundo, que caiu pela metade nos últimos 50 anos, enquanto a demanda por água só aumentou.



Enquanto a América Latina ainda tem água em abundância, o Oriente Médio e Norte da África e o Sul da Ásia são as regiões mais carentes desse recurso. Nelas, há menos de 1.700 metros cúbicos disponíveis por pessoa ao ano, o que as coloca em estado de estresse hídrico.