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Em Brasília, 'Planeta ODS' discute impacto das desigualdades na saúde da população

23 março 2018

Foto: Rafael Zart/ Concurso de Fotos ODS/ PNUD Brasil
Legenda: Foto: Rafael Zart/ Concurso de Fotos ODS/ PNUD Brasil





Os impactos das desigualdades, do planejamento e da ocupação das cidades na vida e na saúde da população foi o tema de debate na terça-feira (20) no Planeta ODS, em Brasília (DF). Os palestrantes apresentaram e discutiram experiências e estudos de caso sobre o tema, que representa um dos eixos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.



O Planeta ODS é palco de atividades transversais ao 8º Fórum Mundial da Água, que acontece até esta sexta-feira (23). Mesas de debate, exibição de filmes no formato fulldome (360°) e de curtas metragens abordaram o tema água e desenvolvimento.



Durante o debate, Joaquim Fernandes, gerente de projetos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), apresentou um estudo desenvolvido pelo programa em parceria com a Federação Internacional das Sociedades Cruz Vermelha (FIRC). Realizado em 2017, o trabalho consistiu em avaliar os impactos socioeconômicos do zika na América Latina e no Caribe.



Fernandes destacou que, apesar de o vírus não ser mais considerado uma emergência de saúde pública, ainda é uma crise de saúde que pode afetar drasticamente as comunidades mais pobres. “Essa é a grande mensagem deixada no relatório, porque novos surtos podem surgir”, reforçou.



O estudo destacou como comunidades e famílias pobres sofrem desigualdade no acesso a serviços de saúde e de água potável e saneamento, tendo menor participação na força de trabalho, o que as torna mais vulneráveis aos impactos do zika. “A gente verifica a água como um recurso de doença e de saúde. Então, tem que ser gerida de forma responsável por todos nós, como sociedade, para que a gente possa evitar epidemias como essa”, concluiu.



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Em seguida, Andréa Bolzon, coordenadora do Relatório de Desenvolvimento Humano do PNUD no Brasil, contou a experiência de trabalho vivenciada no oeste do Paraná. O projeto, desenvolvido mediante acordo com a Itaipu Binacional, visa fomentar debates a respeito dos ODS em 54 municípios. Segundo ela, o principal desafio é definir pontos de convergência entre os diálogos realizados com as prefeituras, o setor produtivo e a população em geral.



“Uma coisa muito importante é que o diálogo tem que ser informado. A gente não acha produtivo chamar as pessoas para dialogar em cima do senso comum ou de preconceitos. Esse diálogo é vazio e não vai a lugar nenhum”, ressalta. Os estudos servirão de subsídio para uma plataforma online, pública e gratuita, de busca de indicadores municipais relacionados aos ODS.



Representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMAS) também tiveram a oportunidade de compartilhar estudos e projetos sobre o tema.



A assessora de saúde ambiental da OPAS, Maria Lúcia, apresentou estudo realizado pela OMS sobre o impacto do meio ambiente na saúde das crianças. O informe mostra que 25% da carga de doença total em crianças e 26% das mortes estão relacionadas aos riscos ambientais.



A assessora lembrou que um dos maiores desafios é assegurar a água e o saneamento como direito humano. “Isso (água) é para todas as pessoas, sem discriminação, para todos os usos pessoais, domésticos, em quantidade suficiente, qualidade segura e acessível economicamente”, explicou.



Já a subsecretária de planejamento ambiental e monitoramento da Secretaria de Meio Ambiente do Governo do DF, Maria Silvia Rossi, disse que a “questão ética tem papel importante no planejamento territorial e na discussão sobre a democratização da água, para que ela deixe de ser uma mercadoria e se torne um direito fundamental à vida”.



O “Planeta ODS” é resultado de parceria entre a Secretaria de Governo da Presidência da República, o Governo do Distrito Federal, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Centro Rio+.



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