Pessoas com síndrome de Down podem dar contribuições significativas ao mercado de trabalho
24 abril 2018
[caption id="attachment_99221" align="aligncenter" width="800"] Crianças com síndrome de Down. Foto: Flickr/Senado Federal[/caption]
Pessoas com síndrome de Down e seus apoiadores se reuniram na sede da ONU, em Nova Iorque, no fim de março (21), para debater com empregadores as contribuições que podem dar ao mercado de trabalho. O evento foi uma chance de mostrar a representantes do setor privado que indivíduos com síndrome de Down podem e devem atuar em suas ocupações profissionais.
"A inclusão dentro dos caminhos normativos e valorizados da vida familiar e comunitária é um dos principais meios para uma vida de significado, pertencimento e possibilidades", disse o diretor-executivo da organização Inclusion Alberta Canada, Bruce Uditsky.
Durante o encontro, gestores participaram de um diálogo aberto sobre as vantagens e desafios que as empresas enfrentam ao empregar pessoas com deficiência.
Debra Ruh, presidente-executiva da Ruh Global Communications, contou que se recusou a ouvir quando especialistas disseram que sua filha Sara, nascida com síndrome de Down, “seria sortuda apenas por ser capaz de empurrar o carrinho de compras no supermercado”.
A executiva decidiu deixar o setor bancário e criou a TecAccess, uma empresa cuja missão é tornar as tecnologias de informação e comunicação (TICs) mais acessíveis, especialmente para aqueles com deficiências. Cerca de 80% de seus funcionários são tecnólogos com deficiências de natureza física, intelectual ou sensorial.
"Os funcionários com deficiências, na maioria dos setores, permanecem no trabalho por mais tempo, o que resulta em uma melhora de 6% na taxa de rotatividade", observou Ruh em sua apresentação. "Pessoas com deficiências que trabalham têm menos absenteísmo e, consequentemente, o número de indenizações também é menor”, acrescentou.
A síndrome de Down é um arranjo cromossômico natural, que sempre fez parte da condição humana. Ela ocorre em todas as regiões do mundo e geralmente resulta em efeitos variados nas formas de aprendizado, nas características físicas ou na saúde.
O evento em Nova Iorque foi promovido para celebrar o Dia Mundial da Síndrome de Down, comemorado anualmente em 21 de março. Para a data, a ONU convidou toda a comunidade internacional a apoiar nas redes sociais a campanha #WhatIBringToMyCommunity, que aborda o modo como as pessoas com síndrome de Down podem fazer contribuições significativas, seja nas escolas, locais de trabalho, comunidade, cultura, mídia e esportes, ao longo de toda a vida.
A iniciativa se baseia nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. O ODS número 10 determina a redução das desigualdades dentro e entre países. Esse objetivo inclui a meta 10.2 que visa empoderar e promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, sexo, deficiência, raça, etnia, origem, religião ou condição financeira.
Todos os ODS que garantem oportunidades para as pessoas com síndrome de Down, inclusive no campo da educação de qualidade (ODS 4) e trabalho decente e crescimento econômico (ODS 8), são relevantes para a campanha.