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OMS: 80% dos adolescentes no mundo não praticam atividades físicas suficientes

05 junho 2018





A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta semana (4) um novo plano para aumentar a prática de atividades físicas até 2030. Em todo o mundo, 20% dos adultos e 80% dos adolescentes não praticam exercícios com frequência e intensidade adequadas para sua faixa etária. Sedentarismo pode agravar riscos de doenças crônicas não transmissíveis.



Atualmente, a agência da ONU recomenda que crianças e adolescentes de cinco a 17 anos pratiquem pelo menos 60 minutos diários de atividade física — moderada a intensa. Pelo menos três vezes na semana, os exercícios devem incluir atividades que fortaleçam os músculos e os ossos. Quatro em cada cinco jovens de 11 a 17 anos são considerados insuficientemente ativos pela OMS.



Entre os adultos, a prática de atividade física moderada deve chegar a pelo menos 150 minutos ao longo da semana. Caso a pessoa prefira atividades intensas, a duração cai para pelo menos 75 minutos semanais. Também é possível combinar exercícios que exigem mais ou menos do corpo. Atividades para o fortalecimento da musculatura devem ser feitas em dois ou mais dias da semana e contemplar os grandes grupos musculares.



“Ser ativo é fundamental para a saúde. Mas no mundo moderno, isso está se tornando cada vez mais um desafio, em grande parte porque nossas cidades e comunidades não são projetadas da maneira correta”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus. “Precisamos de líderes em todos os níveis para ajudar as pessoas a terem uma vida mais saudável. Isso funciona melhor em nível de cidade, onde a maior responsabilidade é criar espaços mais saudáveis."



O organismo internacional alertou que alguns grupos populacionais têm menos oportunidades de terem uma vida mais ativa — meninas, mulheres, pessoas idosas, com menos recursos financeiros, com deficiências e doenças crônicas, populações marginalizadas e povos indígenas.



O sedentarismo é mais do que um desafio para a saúde: seus custos financeiros também são enormes. Globalmente, a inatividade física custa 54 bilhões de dólares em assistência médica direta. Do montante, 57% ficam a cargo do setor público. Outros 14 bilhões de dólares em perdas econômicas são atribuídos a quedas de produtividade.



A atividade física regular é fundamental para prevenir e tratar doenças crônicas não transmissíveis, como as cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e câncer de mama e de colo do útero. Essas enfermidades são responsáveis por 71% de todas as mortes no mundo, incluindo as mortes de 15 milhões de pessoas por ano com idade entre 30 e 70 anos.



“Você não precisa ser um atleta profissional para ser ativo. Usar as escadas em vez do elevador faz a diferença. Ou andar e usar a bicicleta em vez de dirigir até a padaria do bairro. São as escolhas que fazemos todos os dias que podem nos manter saudáveis. Os líderes devem ajudar a tornar essas escolhas mais fáceis”, acrescentou Tedros.

Plano global



O plano da OMS visa aumentar a prática das atividades físicas em 15% no período 2018-2030. A estratégia aborda 20 áreas políticas para tornar espaços públicos mais propícios à prática de exercícios para pessoas de todas as idades e habilidades. Objetivo é incentivar mais caminhadas, ciclismo, esportes, recreação ativa, dança e jogos.



A OMS também está lançando uma campanha de conscientização: Sejamos ativos: todos, em todos os lugares, todos os dias (tradução livre para o português de Let’s Be Active: Everyone, Everywhere, Everyday). Iniciativa encoraja os governos e as autoridades municipais a estimular a prática de atividades físicas entre a população. O projeto realizou a primeira caminhada da OMS em 20 de maio, em Genebra, às vésperas da Assembleia Mundial da Saúde. Corrida atraiu mais de 4 mil pessoas.