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Nações Unidas homenageiam Kofi Annan na sede em Nova Iorque; vídeo

21 setembro 2018

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As Nações Unidas homenagearam nesta sexta-feira (21) o ex-secretário-geral Kofi Annan, que chefiou a organização entre 1997 e 2006. Annan morreu a 18 de agosto aos 80 anos.



O tributo na Assembleia Geral começou com um vídeo, que lembrou um antigo discurso do sétimo chefe da organização. Seguiu-se um momento de música tradicional de Gana, país onde o ex-líder da ONU nasceu e foi sepultado este mês.

Conquistas



O atual secretário-geral foi um dos participantes. Guterres disse que Annan era “carinhoso, acessível e pertencia às pessoas, mas acima de tudo tinha princípios e força para lutar pelos valores da Carta da ONU”.



O chefe da ONU disse que, desde a morte de Annan, muitos antigos colegas contaram histórias de como recebiam telefonemas, inesperados, perguntando como estavam e como estavam as suas famílias.



Guterres disse que, neste dia, “muitos sentem a mágoa profunda por perder, de forma súbita, um líder, mentor e guia tão amado”.



O secretário-geral também lembrou algumas das conquistas de Kofi Annan. A participação pessoal que Annan fez de uma resposta global para a epidemia do HIV “levou a ações que salvaram milhões de vidas”.



Os esforços de Annan pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio “uniram o mundo para erradicar a pobreza e abriram caminho para a Agenda 2030, a agenda ambiciosa de hoje para um mundo melhor”.

Exemplo



O secretário-geral disse que “a sua voz moral conduziu o mundo a descobertas importantes sobre a defesa de uma humanidade comum”. Com a sua vida, Annan pediu a todos que lutassem contra o preconceito, a brutalidade e o derramamento de sangue.



Guterres encerrou afirmando que o ex-secretário-geral era “um verdadeiro multilateralista”, alguém que acreditava numa ordem global baseada em regras. O chefe da ONU acredita que “os cortes desta perda são ainda mais profundos porque a sua fé e inspiração nunca foram tão necessárias”.

Homenagens



Além de Guterres, discursaram a atual presidenta da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa; o ex-secretário-geral Ban Ki-moon; e vários representantes regionais e altos funcionários da ONU.



Espinosa disse que Annan “foi um grande secretário-geral porque percebeu que a paz não pode ser alcançada em isolamento”. Segundo ela, “o seu gênio residia na sua capacidade de juntar os Estados-membros num esforço comum para alcançar um objetivo”.



Ban Ki-moon afirmou que a passagem dos anos vai continuar a mostrar que Kofi Annan era um “líder monumental”. Segundo ele, “a comunidade internacional estava continuamente impressionada com o seu apurado intelecto, comovida com a sua liderança e compaixão e encorajada pelo seu próspero idealismo”.

Família



No evento, falaram também a sua viúva, Nane Annan, um dos seus filhos, Kojo Annan, e alguns antigos colegas.



Nane Annan disse que o seu marido “tinha esta aura brilhante, de calor radiante e alegria de viver, que se podia, literalmente, sentir e criava um impacto nas pessoas junto dele e longe”.



Nane disse que Annan “viveu exatamente como queria, ao máximo, incluindo tanta vida nos 80 anos que viveu” e que o seu legado vai continuar através da sua fundação e de todos os que seguirem o seu exemplo.



Já Kojo Annan destacou que a morte do pai o fez refletir sobre vários temas, incluindo sobre o que significa ser um cidadão do mundo.



Kojo lembrou a história da sua família, que atravessa vários países e continentes, e disse que ser um cidadão global “é sobre abraçar completamente a humanidade comum de todos os cidadãos do mundo, é sobre ver potencial em qualquer pessoa e ajudar a construir um mundo em que tudo é possível para essa pessoa”.



Annan terminou dizendo que, com esse conhecimento, “todos podemos fazer um pouco por um mundo mais justo e pacífico, todos podemos tornar a paz uma questão pessoal”, em honra do pai.



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