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ONU Brasil celebra 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

10 dezembro 2018

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O dia 10 de dezembro é reconhecido em todo o mundo como o Dia Internacional dos Direitos Humanos, por marcar a aprovação pela Assembleia Geral da ONU em 1948 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), como uma resposta às atrocidades da Segunda Guerra Mundial. Em 2018, o documento completa 70 anos.



Para celebrar o aniversário, a ONU Brasil promoveu concurso de redação e artes visuais sobre direitos humanos, que envolveu estudantes de ensino fundamental e médio de todo o Brasil.



O resultado foi publicado nesta segunda-feira (10), em uma edição reunindo os melhores textos e desenhos entre as mais de 400 contribuições enviadas de todo o país.



Disponível em mais de 500 idiomas, a Declaração é o documento mais traduzido da história. Em 1948, quando foi adotada, tinha o propósito de ser uma carta de direitos global, estabelecendo um patamar mínimo a ser observado pelos Estados para a proteção de todas as pessoas, em todas as partes do mundo. Até o presente, ela é o mais próximo que os Estados chegaram de ter uma constituição internacional.



Apesar de, inicialmente, não possuir efeitos vinculantes, vários de seus artigos foram progressivamente reconhecidos como normas que Estado nenhum do mundo, independentemente de seu status junto às Nações Unidas ou de compromissos firmados, pode deixar de observar, como a vedação à tortura e à discriminação e o reconhecimento da dignidade e da personalidade jurídica de todos os seres humanos.



Seus 30 artigos foram também reconhecidos como interdependentes, indivisíveis e universais, o que significa que os direitos humanos constituem um todo coeso e inter-relacionado, que não pode ser segmentado em compartimentos estanques e que não comporta exceções em nome de tradições ou culturas que venham a violar a proteção internacional à pessoa humana.



A Declaração Universal inspirou democracias e constituições em todo o mundo, inclusive a Constituição Federal de 1988 no Brasil. A ONU tem atuado, em parceria com Estados e outros atores, para reforçar o compromisso com os direitos humanos à vida, à liberdade, à segurança pessoal, à saúde, à educação, à moradia, à participação na vida cultural, dentre outros.



A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, documento que guia as ações da comunidade internacional para os próximos anos, engloba de maneira integrada a promoção dos direitos humanos e estabelece um conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que buscam reduzir as desigualdades em todas as suas formas.



Destacamos a importância do ODS 4, Educação de Qualidade, para o progresso no campo dos direitos humanos, já que suas metas incentivam uma educação voltada para a cidadania global e para o respeito à diversidade e aos direitos universais.



Que mundo queremos nos 70 anos da DUDH?



Para celebrar os 70 anos da Declaração e assegurar que meninas e meninos saibam seus direitos e os direitos dos outros, a ONU Brasil promoveu concurso voltado a escolas de ensino fundamental e médio.



Convocou estudantes de todo o país a desenvolver uma interpretação própria sobre os direitos humanos, expressa por meio de uma redação ou de artes visuais, de modo a responder à pergunta “Que mundo queremos nos 70 Anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos?”.



O concurso buscou desenvolver a capacidade de interpretação crítica dos/as estudantes a respeito da construção de sociedades mais justas, igualitárias e com paz, a partir da importância dos direitos humanos.



Entre as centenas de trabalhos recebidos e dezenas de instituições de ensino envolvidas, uma delas se destacou pela expressividade das contribuições enviadas e pela mobilização de professoras e professores.



O Centro de Educação Científica (CEC) funciona na cidade de Caxias, interior do Maranhão, a 70 quilômetros de Teresina, e é um dos centros vocacionais do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).



No dia 30 de novembro, a ONU Brasil realizou visita à unidade para entregar certificados de reconhecimento a Mainã, 12 anos, melhor Arte Visual – Ensino Fundamental, Frankilson, 14 anos e Mágila, 15 anos, que receberam menções honrosas na mesma categoria.



A visita permitiu que a ONU Brasil conhecesse os trabalhos desenvolvidos por estudantes e pelo corpo docente nas áreas de ciência, robótica, meio ambiente, tecnologia e história.



“O meu pai colocou em um quadro o meu certificado, e eu achei bem legal isso. Eu fiquei muito feliz de ter ganhado nesse concurso da ONU, e isso vai ficar para sempre na minha memória”, disse Mainã. A estudante preparou desenho sobre a igualdade de direitos da população LGBTI. Para ela, ninguém deve ser discriminado apenas por ter uma orientação sexual ou identidade de gênero diferente da norma.



O pai e o avô de Frankilson assistiram à cerimônia de certificação. O estudante, que se destaca na escola pelos desenhos e caricaturas, percebeu que na sua cidade nem todos os lugares estavam adaptados a cadeirantes. Por isso, ele enviou à ONU uma arte sobre a importância da acessibilidade e da inclusão de pessoas com deficiência.



De acordo com Mágila, o seu desenho “era muito simples, mas a explicação para ele é top”. A estudante disse que se inspirou na natureza, que seria “a maior expressão de liberdade e direito que conheço”.



As raízes da árvore que a estudante enviou significavam que independentemente de onde os seres humanos estejam, eles nunca podem se esquecer de onde vieram.



Géssica Brenda, de 14 anos, disse que a visita da ONU à escola foi muito importante. “Amei conhecer um pouco mais sobre o que a ONU faz e a história dos 70 anos da Declaração. Apesar de serem apenas 30 artigos, eles são os responsáveis por manter a justiça na sociedade. Sem eles, vamos ter uma sociedade muito ruim, que reprime as pessoas”.



A estudante, que participava da mostra científica da escola, desenvolveu um protótipo de carro autônomo, com sensores que, no futuro, podem contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência visual no trânsito.



O IEMA foi criado em janeiro de 2015, com o intuito de ampliar a oferta de educação profissional técnica no Maranhão. Em 2018, a rede deve atingir pelo menos 48 municípios maranhenses com a implantação de unidades plenas e vocacionais.



A unidade em Caxias é uma das 13 unidades vocacionais em funcionamento no estado. Para o reitor do Instituto, Jhonatan Almada, “a Declaração Universal dos Direitos Humanos é um grande marco civilizacional para a humanidade. Na ocasião dos seus 70 anos, é extremamente necessário comemorar, relê-la, discuti-la e conhece-la, para que os nossos estudantes tenham mais uma ferramenta para o seu desenvolvimento enquanto cidadãos”.