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Migrantes participam de cine debate em Boa Vista sobre trabalho escravo contemporâneo

04 março 2020

A atividade permitiu que venezuelanos e venezuelanas pudessem identificar situações que caracterizam trabalho escravo e exploração laboral ampliando o conhecimento e prevenção de possível vivência de situações similares. Foto: OIM
Legenda: A atividade permitiu que venezuelanos e venezuelanas pudessem identificar situações que caracterizam trabalho escravo e exploração laboral ampliando o conhecimento e prevenção de possível vivência de situações similares. Foto: OIM





Com o objetivo de alertar e conscientizar refugiados e migrantes sobre o trabalho escravo, a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a ONU Mulheres e parceiros promoveram em Boa Vista (RR), durante a Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, quatro sessões de cinema seguidas de debates sobre a temática.



As atividades marcaram o dia nacional de enfrentamento a esse crime, celebrado em 28 de janeiro, e alcançaram cerca de 140 pessoas.



O filme escolhido para as sessões realizadas em abrigos e lugares com grande circulação de refugiados e migrantes foi "Bolishopping".



A produção argentina retrata a história de uma família boliviana que migra para Buenos Aires em busca de novas oportunidades e acabam explorados por seu empregador, sendo submetidos a situações degradantes, jornada exaustiva, servidão por dívida, restrição de locomoção e retenção de documentos.



A atividade permitiu que venezuelanos e venezuelanas pudessem identificar situações que caracterizam trabalho escravo e exploração laboral, ampliando o conhecimento e prevenção de possível vivência de situações similares.



Após a exibição do filme, os participantes tiveram a oportunidade de trocar experiências, se informar e tirar dúvidas sobre os direitos dos trabalhadores, canais de denúncias e órgãos competentes no Brasil.



As atividades foram realizadas conjuntamente com Exército da Salvação, Ministério Público do Trabalho (MPT), Núcleo de Enfrentamento de Tráfico de Pessoas da Assembleia Legislativa de Roraima, ONU Mulheres, Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI).

Campanha



Na mesma semana, a campanha “¡Soy Inmigrante, Tengo Derechos!” foi lançada em São Paulo (SP), com o objetivo de conscientizar e empoderar a população migrante sobre seus direitos e deveres individuais, coletivos e sociais no Brasil. Também visou informar sobre redes de apoio na capital paulista, a fim de evitar situações de exploração, como o trabalho escravo.



A campanha foi desenvolvida pela OIT, com apoio da OIM, a Comissão Municipal para a Erradicação do Trabalho Escravo (COMTRAE), organizações da sociedade civil e de do setor privado.



Além de cartilhas em língua espanhola a serem distribuídas em locais de atendimento a migrantes, a campanha conta com conteúdo informativo digital, visando atingir, de forma mais ampla, os migrantes que utilizam prioritariamente as redes sociais como meio de comunicação.



Segundo dados do Radar da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, 1.054 pessoas foram resgatadas em situações de trabalho escravo em 2019. O número de denúncias aumentou no ano passado, totalizando 1.213 em todo o país, enquanto em 2018 foram 1.127.

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa