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Igualdade de direitos de pessoas LGBTQIA+ ainda enfrenta altos índices de violência no Brasil

17 maio 2023

Bandeiras marcam Dia Internacional de Combate a Homofobia, Lesbofobia, Bifobia, Intersexofobia e Transfobia (IDAHOBIT, na sigla em inglês). Casa da ONU, Brasília.
Legenda: Bandeiras marcam Dia Internacional de Combate a Homofobia, Lesbofobia, Bifobia, Intersexofobia e Transfobia (IDAHOBIT, na sigla em inglês). Casa da ONU, Brasília.
Foto: © Isadora Ferreira/ONU

17 de maio é Dia Internacional de Combate a Homofobia, Lesbofobia, Bifobia, Intersexofobia e Transfobia.

Há 33 anos, nesta data, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da classificação internacional de doenças, um marco no enfrentamento à discriminação por identidade de gênero e orientação sexual.

Mas segundo a ONG Transgender Europe, mais uma vez – e por 14 anos consecutivos -, o Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans em 2022.

Para reiterar solidariedade e aliança com a comunidade LGBTQIA+, ONU Brasil e União Europeia hastearam nesta quarta-feira (17) bandeiras conjuntas na Casa da ONU, em Brasília.

Há 33 anos a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da classificação internacional de doenças, um marco no enfrentamento à discriminação por identidade de gênero e orientação sexual. A luta por igualdade e pelos direitos humanos das pessoas LGBTQIA+  é fortalecida neste 17 de maio, Dia Internacional de Combate a Homofobia, Lesbofobia, Bifobia, Intersexofobia e Transfobia (IDAHOBIT, na sigla em inglês).

Para reiterar solidariedade e aliança com a comunidade LGBTQIA+ no combate à discriminação e ao discurso de ódio, ONU Brasil e União Europeia hastearam nesta quarta-feira (17) bandeiras conjuntas na Casa da ONU, em Brasília.

O Brasil ainda conta com números alarmantes de violência LGBTQIfóbica. Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), 228 pessoas LGBTQIA+ foram assassinadas em 2022, sendo mais da metade travestis e mulheres trans. A ONG Transgender Europe informou que, mais uma vez – e por 14 anos consecutivos -, o Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans em 2022. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), 131 pessoas trans foram mortas no ano passado, a maioria era de travestis e mulheres trans negras.

Os dados disponíveis vêm de organizações da sociedade civil, já que o Brasil não coleta essas informações de forma sistemática. Também não há dados oficiais sobre quantas pessoas se identificam como LGBTQIA+ no país. O mais recente Censo Demográfico não incluiu uma pergunta sobre identidade de gênero e orientação sexual, o que dificulta a criação de políticas públicas para essa população.

O contexto brasileiro requer especial atenção à transfobia, já que pessoas trans possuem expectativa de vida de 35 anos e estão entre as que mais sofrem violência, ataques e discurso de ódio. Apesar desses desafios históricos, há algumas conquistas. Ao mesmo tempo em que cresce o número de projetos de lei que propõem diminuir os direitos das pessoas trans no país, a cada ano há um aumento no número de pessoas trans eleitas em Assembleias Legislativas e no Congresso Nacional.

Participação

"Garantir a ampla participação social da população LGBTQIA+, por meio do ativismo, do voto e da representação política, é essencial para que suas demandas e necessidades específicas sejam contempladas pelas políticas públicas do país”, afirma a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks.

O representante regional para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Jan Jarab, lembra que as pessoas LGBTQIA+ continuam a enfrentar altos níveis de discriminação e violência:

“É essencial garantir que as pessoas defensoras LGBTIA+ possam trabalhar em um espaço cívico que respeite os direitos e liberdades fundamentais e que os mecanismos de proteção tenham uma perspectiva interseccional." 

Desde 2013, a ONU Direitos Humanos lidera a Livres & Iguais, uma campanha global das Nações Unidas pela igualdade LGBTQIA+, já que os direitos destas pessoas são também direitos humanos. A campanha combate o discurso de ódio e os estereótipos negativos relacionados à população LGBTQIA+ e, para isso, foca no primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que completa 75 anos em 2023: “Todos os seres nascem livres e iguais em dignidade e direitos”.

IDAHOBIT 2023 - Em 2023, o tema global do IDAHOBIT é: juntes sempre, unides na diversidade. Essa frase convida a refletir sobre o combate à LGBTIfobia a partir de um ponto de vista interseccional, com alianças e por meio do trabalho conjunto. A defesa dos direitos humanos das pessoas LGBTIA+ deve ser um compromisso de todas as pessoas.

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUDH
Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos
RCO
United Nations Resident Coordinator Office

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa