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Comitê da ONU sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais publica suas conclusões sobre o Brasil

17 outubro 2023

O Comitê da ONU sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais publicou nesta terça-feira (17) suas conclusões sobre seis países, incluindo o Brasil. 

O Comitê destacou os esforços do Brasil para o combate à fome como aspectos positivos, além de parabenizar a existência de ministérios específicos para tratar dos direitos dos Povos Indígenas, das Mulheres e da Igualdade Racial.

Reforçando a urgência dos desafios, o Comitê solicitou ao Brasil que preste informações adicionais sobre três temas: proteção de pessoas defensoras de direitos humanos; regulações para que entidades privadas e públicas façam a devida diligência para prevenir e mitigar impactos nocivos aos direitos humanos; e sustentabilidade financeira das políticas e programas de proteção e seguridade social. 

Bandeiras dos 193 Estados-membros das Nações Unidas, na entrada do Palácio das Nações, sede europeia da ONU em Genebra, na Suíça.
Legenda: Bandeiras dos 193 Estados-membros das Nações Unidas, na entrada do Palácio das Nações, sede europeia da ONU em Genebra, na Suíça.
Foto: © Foto da ONU/Jean Marc Ferré.

O Comitê da ONU sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais publicou nesta terça-feira (17) suas conclusões sobre a Armênia, Brasil, Chade, França, Qatar e o Estado da Palestina.

O Comitê examinou os países mencionados acima durante sua última sessão entre os dias 25 de setembro e 13 de outubro.

As conclusões contêm aspectos positivos da implementação da Convenção Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais por cada um dos países. Elas também destacam temas preocupantes e fazem recomendações. As conclusões, oficialmente chamadas de observações finais, estão disponíveis na página da sessão.

O Comitê fará sua próxima sessão entre os dias 12 de fevereiro e 01 de março de 2024 para revisar a Indonésia, Iraque, Irlanda, Mauritânia, Romênia e Suécia.

BRASIL

O Comitê destacou os esforços do Brasil para o combate à fome como aspectos positivos, inclusive a iniciativa Brasil sem Fome, além de parabenizar a existência de ministérios específicos para tratar dos direitos dos Povos Indígenas, das Mulheres e da Igualdade Racial.

O Comitê solicitou ao Brasil que preste informações adicionais sobre três temas, no prazo de dois anos, reforçando a urgência dos desafios.

Até 31 de outubro de 2025, o Brasil deverá informar sobre as medidas tomadas para:

  1. Proteção de pessoas defensoras de direitos humanos com uma política que conte com a ampla participação dos mais diversos atores;
  2. Adotar regulações para garantir que empresas privadas e públicas façam a devida diligência para prevenir e mitigar impactos nocivos aos direitos humanos – o que inclui impactos ambientais; e
  3. Garantir a sustentabilidade financeira das políticas e programas de proteção e seguridade social, além de tomar medidas para garantir a cobertura universal, alcançando especialmente as mulheres afrodescendentes e indígenas, e as regiões Norte e Nordeste.

Diversas recomendações reforçaram o que outros comitês e mecanismos de direitos humanos já informaram ao país, incluindo:

  1. Coleta e disseminação ampla de dados desagregados, confiáveis e acessíveis;
  2. Ratificar o Acordo de Escazú e a Convenção Internacional sobre os direitos de Trabalhadores Migrantes e suas Famílias, entre outras;
  3. Acelerar os esforços para demarcação de terras indígenas e quilombolas; e
  4. Propor uma legislação antidiscriminação abrangente e efetiva, entre outras.

O Comitê também recomendou que as observações finais sejam amplamente disseminadas na sociedade brasileira, mobilizando não somente o Poder Executivo, mas também atores do Legislativo, Judiciário, setor privado e da sociedade civil.

É possível acessar as observações finais sobre o Brasil, em inglês, aqui.

Para mais informações e pedidos de imprensa, por favor entre em contato com:


Sede do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em Genebra, na Suíça.
Legenda: Sede do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) em Genebra, na Suíça.
Foto: © Foto da ONU/Jean Marc Ferré.

Contexto

O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais  monitora o cumprimento dos Estados parte com a Convenção Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (ICESCR), que garante o pleno gozo de direitos econômicos, sociais e culturais, inclusive o direito à educação, condições justas e favoráveis de trabalho, padrão adequado de vida, mais alto padrão de saúde, e segurança social. Até o momento, 171 Estados parte ratificaram a Convenção.

O Comitê, de acordo com o Protocolo Opcional da Convenção Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (OP-ICESCR), também tem mandato para receber e examinar queixas feitas por indivíduos ou grupos de indivíduos que denunciam que seus direitos foram violados pela Convenção.

Atualmente, 28 Estados parte ratificaram ou aderiram ao Protocolo Opcional.

O Comitê é composto por 18 integrantes que são especialistas de direitos humanos independentes de todos os países do mundo, que servem em sua capacidade pessoal e não como representantes de Estados partes.

Saiba mais com nossos vídeos sobre o Sistema de Órgãos de Tratado e o Comitê sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais

ACNUDH

María Jeannette Moya e Felipe Iturrieta Gonzalez

ACNUDH
Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUDH
Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa