#EducaçãoClimática

Os piores impactos da crise climática atingem as pessoas e comunidades que menos contribuíram para suas origens. Injustiça climática significa que os impactos das perturbações climáticas são sentidos de forma diferente por diferentes grupos de pessoas, que tiveram diferentes contribuições para a atual crise climática. A distribuição desigual da riqueza e do poder é o motor fundamental da injustiça climática. 

Os efeitos da mudança climática afetam de maneira desigual as diferentes populações ao redor do mundo. As comunidades mais vulneráveis, como pessoas de baixa renda, povos indígenas e mulheres grávidas, sofrem com os impactos mais severos. A escassez de recursos naturais, a perda de terras, a insegurança alimentar e o aumento das desigualdades sociais são apenas alguns dos desafios enfrentados por essas populações. Além disso, eventos climáticos extremos, como tempestades e secas prolongadas, geram crises humanitárias, deslocamento forçado e enfraquecem ainda mais as economias locais.

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) tem alertado sobre os efeitos da mudança climática sobre a saúde das mulheres grávidas em comunidades vulneráveis. Por exemplo, o calor extremo tem afetado a saúde das gestantes, com mulheres em Teresina relatando altos níveis de desconforto devido às temperaturas elevadas. A mudança climática está exacerbando a desigualdade de gênero e criando condições de risco para a saúde reprodutiva de mulheres, agravando ainda mais a situação das populações mais carentes.

Pesquisa do UNFPA apontou que 83,7% das gestantes em Teresina relataram impactos negativos do calor extremo, evidenciando como a mudança climática afeta diretamente a saúde reprodutiva e agravam as vulnerabilidades sociais.

Além disso, a insegurança alimentar e o deslocamento forçado devido à mudança climática agravam as condições de vida dessas populações, tornando urgente a implementação de políticas públicas que integrem a adaptação à mudança climática com estratégias de redução da pobreza e promoção da saúde e direitos das mulheres.

O UNFPA também destaca os danos desproporcionais da mudança climática nas mulheres negras, que enfrentam desigualdades agravadas por eventos climáticos extremos, como secas e inundações. A publicação reforça a importância de políticas públicas para mitigar esses impactos.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) tem dedicado esforços para estudar e orientar soluções para mitigar os impactos da mudança climática. Através de pesquisa científica, o PNUMA tem alertado sobre a intensificação de eventos climáticos extremos, como secas, enchentes e tempestades, que estão diretamente relacionados às emissões de gases de efeito estufa e ao desmatamento. O PNUMA também destaca a perda de biodiversidade e o impacto desses fenômenos nos ecossistemas, com o foco na proteção da natureza como parte das soluções para a adaptação.  

A página de Ação Climática do PNUMA explora as ações globais e locais para mitigar os efeitos da mudança climática, além de fornecer orientações sobre como reduzir as emissões e proteger os ecossistemas.

A Tripla Crise Planetária, que envolve a mudança climática, a poluição e a perda da biodiversidade, é um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta atualmente. Essas crises estão profundamente interconectadas e afetam a saúde do planeta, das espécies e das pessoas, especialmente as mais vulneráveis.

Mudança climática

A emissão descontrolada de gases de efeito estufa, principalmente por atividades humanas, resulta no aquecimento global, que tem gerado efeitos adversos como eventos climáticos extremos e aumento do nível do mar. O PNUMA alerta que a mudança climática já está impactando severamente os ecossistemas e as populações mais expostas, como comunidades de baixa renda, povos indígenas e mulheres, afetando diretamente a segurança alimentar e a saúde.

Poluição 

O acúmulo de resíduos e a poluição do ar, solo e água afetam a saúde humana e desestabilizam os ecossistemas. O PNUMA destaca a poluição plástica, a emissão de poluentes atmosféricos e a contaminação dos corpos d'água como problemas críticos que exigem uma resposta global urgente.

Perda da biodiversidade

A destruição dos habitats naturais, o desmatamento e a exploração irresponsável de recursos naturais são causas diretas da perda da biodiversidade. O PNUMA, junto com a FAO e outros parceiros, trabalha para promover a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais para garantir a estabilidade dos ecossistemas e os serviços ambientais essenciais.

Descubra mais sobre a Tripla Crise Planetária: 

• Relatório sobre a Tripla Crise Planetária (PNUMA)
• FAO e a proteção da biodiversidade

A cooperação internacional e a implementação de políticas públicas sustentáveis são fundamentais para mitigar os impactos e promover soluções inovadoras que assegurem um futuro equilibrado para o planeta.

As florestas desempenham um papel crucial na mitigação da mudança climática, atuando como sumidouros naturais de carbono ao absorver dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera e liberar oxigênio por meio da fotossíntese. Cobrem aproximadamente 30% da superfície terrestre e abrigam cerca de 75% da biodiversidade global, regulando ciclos naturais essenciais, como os de água e carbono.

A conservação e a restauração das florestas são, portanto, essenciais para mitigar os efeitos da mudança climática e promover um desenvolvimento sustentável.

Ao implementar soluções baseadas em ecossistemas e utilizar os recursos e diretrizes fornecidos por organizações internacionais, podemos avançar na luta contra a mudança climática e assegurar um futuro mais sustentável para as próximas gerações.

Adaptação Baseada em Ecossistemas

A adaptação baseada em ecossistemas é uma abordagem que utiliza a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos como parte de uma estratégia geral de adaptação para ajudar as pessoas a se adaptarem aos efeitos adversos das mudanças climáticas. Essa estratégia promove a gestão sustentável, a conservação e a restauração dos ecossistemas, contribuindo para a resiliência das comunidades e dos ambientes naturais.

Relatórios Essenciais sobre Florestas e sua importância para a solução da mudança climática

Diversas organizações internacionais têm produzido relatórios que servem como guias para a implementação de políticas e práticas sustentáveis relacionadas às florestas. A seguir, destacamos alguns desses documentos disponíveis em português:

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

O PNUMA oferece uma série de publicações que abordam a importância das florestas na mitigação da mudança climática, estratégias de conservação e políticas de manejo sustentável. Esses relatórios fornecem diretrizes para a implementação de práticas que preservam a biodiversidade e promovem o uso sustentável dos recursos florestais. Descubra mais: 

• Por que as florestas importam?
• Entenda o potencial do solo no combate à mudança climática
• Como a redução do desmatamento ajuda a combater a crise climática
• 5 ecossistemas nos quais as soluções são baseadas na natureza
• O que se entende como Florestas  

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) 

A FAO realiza avaliações globais dos recursos florestais a cada cinco anos, fornecendo dados atualizados sobre o estado das florestas mundiais. O relatório Avaliação Global de Recursos Florestais é um exemplo dessas publicações, oferecendo uma visão abrangente das tendências e desafios enfrentados pelas florestas. Além disso, a FAO publica bienalmente o "Estado das Florestas do Mundo", que aborda questões atuais e emergentes relacionadas às florestas e ao desenvolvimento sustentável.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

O PNUD desenvolve relatórios focados na relação entre florestas e desenvolvimento humano, destacando como a gestão sustentável dos recursos florestais pode contribuir para a redução da pobreza, a promoção da igualdade de gênero e o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

• Plano de Gestão Ambiental
• Publicações do Projeto Floresta+ Amazônia

Dia Internacional das Florestas

Instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas, o Dia Internacional das Florestas é celebrado em 21 de março de cada ano. A data tem como objetivo conscientizar sobre a importância de todos os tipos de florestas e árvores fora das florestas, em benefício das gerações atuais e futuras. Os países são incentivados a organizar atividades locais, nacionais e internacionais envolvendo florestas e árvores, como campanhas de plantação de árvores, para celebrar a data. 

Descubra mais: 

• A redução do desmatamento ajuda a combater a mudança climática (PNUMA)
• Florestas do Patrimônio Mundial: sumidouros de carbono sob pressão (UNESCO)
• Manejo sustentável de florestas é ferramenta fundamental no combate à mudança climática (FAO) 

Ativistas, membros da sociedade civil e empreendedores desempenham um papel essencial na luta contra a mudança climática, sendo fundamentais para promover mudança sistêmica e implementar soluções locais. Confira recursos e ferramentas das agências especializadas, fundos e programas das Nações Unidas: 

Campanha da ONU Brasil pela #AmbiçãoClimática:  

A campanha da ONU Brasil apoia os jovens, influenciadores digitais e a sociedade civil a promover evidências científicas sobre a #MudançaClimática e participar em iniciativas globais relacionadas à #AçãoClimática.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD): 

• Campanha “Não Escolha a Extinção” convida os jovens a unir forças com o Frankie, o Dinossauro, e conversar com as pessoas ao seu redor sobre mudança climática

• Campanha Jovens Meteorologistas, criada em parceria com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e The Weather Channel, pede urgência nas ações pelo clima para as próximas gerações.

Departamento de Comunicação Global da ONU: 

• Comunicação na Mudança Climática: Confira as dicas do Departamento de Comunicação Global da ONU sobre como usar suas redes sociais como um instrumento para divulgar a ciência e promover ações que inspiram transformação, união e diálogo.
• Campanha #AjaAgora, do Departamento de Comunicação Global da ONU, destaca como pessoas em todo o mundo estão mobilizando suas comunidades e exigindo ações imediatas por parte dos líderes locais e nacionais (em inglês). 

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA):

O PNUMA oferece uma série de recursos voltados para ativistas e membros da sociedade civil que buscam atuar na linha de frente do combate à crise climática. A agência promove mobilização social e oferece materiais interativos que explicam os impactos ambientais e os meios para mitigar a mudança climática. O PNUMA também oferece apoio em iniciativas de sustentabilidade e inovação em diferentes contextos, como as soluções baseadas na natureza, hortas urbanas e outras iniciativas locais.

#GeraçãoResturação: Campanha da Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas (2021-2030) 

A Década da Restauração dos Ecossistemas (2021-2030) estabeleceu uma meta ambiciosa: restaurar 40% das terras do planeta até 2030. 

Faça parte da #GeraçãoRestauração, e comece agora mesmo um movimento de restauração na sua vizinhança, com seus familiares, amizades, vizinhas e vizinhos. 

Iniciativa de Agroecologia e Agricultura Sustentável da FAO:  

A FAO tem investido fortemente na agroecologia, um modelo de agricultura que integra práticas sustentáveis para garantir a segurança alimentar e promover o uso responsável dos recursos naturais. A FAO trabalha com comunidades rurais, pequenos agricultores e grupos locais para desenvolver sistemas alimentares resilientes ao clima, com ênfase na produção diversificada e em técnicas agrícolas que preservam a biodiversidade. Acesse o programa de agroecologia da FAO aqui. 

Outras iniciativas das Nações Unidas: 

A Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) é uma iniciativa da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) apoiada pela FAO e outras agências da ONU. O objetivo do REDD+ é mitigar a mudança climática por meio da conservação e restauração de florestas. Os projetos de REDD+ têm sido implementados em vários países, promovendo a cooperação com comunidades locais para proteger florestas, combater o desmatamento e gerar benefícios financeiros para as comunidades envolvidas.

Caso de sucesso: No Brasil, a Iniciativa REDD+ ajudou a reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia, promovendo a conservação ambiental e a sustentabilidade financeira para as comunidades locais.

A ONU promove a iniciativa Energia Sustentável para Todas as Pessoas (SE4All) para garantir o acesso universal à energia sustentável e limpa. A ideia é transformar a maneira como a energia é produzida e consumida, tornando-a mais acessível e menos prejudicial ao meio ambiente. A iniciativa tem apoiado comunidades rurais e pequenos negócios a adotar fontes de energia renovável, como solar e eólica, além de promover tecnologias de baixo custo para melhorar o acesso à energia em áreas remotas.

Caso de sucesso: Projetos como o fornecimento de paineis solares em comunidades isoladas da África e da Ásia têm mostrado como a energia renovável pode transformar a vida de muitas pessoas, promovendo a inclusão social e econômica.

A educação climática é uma ferramenta essencial para empreendedores e formuladores de políticas públicas que desejam desenvolver estratégias eficazes para enfrentar os desafios da mudança climática. Confira alguns dos documentos essenciais para formuladores de políticas públicas: 

Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024 

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) apresenta anualmente um estudo sobre a diferença entre os compromissos climáticos assumidos pelos países e as reduções necessárias para evitar impactos catastróficos do aquecimento global. Esse relatório é essencial para a formulação de estratégias climáticas mais ambiciosas e eficazes. 

A edição de 2024 do estudo global revela que, para evitar um aumento de temperatura superior a 1,5 °C, as emissões globais devem cair 42% até 2030. 

O Relatório sobre Clima e Desenvolvimento para o Brasil, preparado pelo Banco Mundial, mostra que o Brasil pode se tornar uma potência global de energia limpa e salvar a Amazônia com um plano de desenvolvimento que produza mais alimentos usando menos terras e melhore a proteção das florestas.

Eventos climáticos extremos, como secas, enchentes repentinas e inundações fluviais nas cidades, causam perdas de R$13 bilhões ao ano em média no Brasil. 

Programa Mundial de Alimentos (WFP):

O WFP é uma das principais agências que apoia a segurança alimentar globalmente, trabalhando com comunidades em risco de fome devido a desastres naturais e mudança climática. Eles fornecem exemplos de boas práticas, como a vinculação da alimentação escolar à agricultura local, que pode ser uma excelente referência para empreendedores sociais e ativistas que buscam implementar soluções sustentáveis em suas comunidades. Acesse o Centro de Excelência contra a Fome do WFP e seus recursos educativos aqui. 

O WFP tem implementado programas de segurança alimentar e agricultura sustentável com foco na adaptação à mudança climática em comunidades vulneráveis. Um dos exemplos mais notáveis é a integração de hortas escolares, que não apenas fornecem alimentos frescos para as crianças, mas também servem como uma ferramenta educativa para ensinar práticas agrícolas sustentáveis.

Em países como o Haiti, o WFP implementou programas de hortas escolares, onde os alimentos produzidos são consumidos nas escolas e ajudam a educar as crianças sobre a importância da agricultura sustentável e da alimentação saudável.

Agência da ONU para Refugiados (ACNUR):

A ACNUR também tem se dedicado ao apoio aos refugiados que estão enfrentando crises climáticas e sociais. Sua atuação está fortemente ligada à mobilização social e à inovação para ajudar essas populações vulneráveis. Além disso, o ACNUR promove a conscientização sobre a ação climática, incentivando iniciativas locais que busquem mitigar os impactos da mudança climática, promovendo soluções sustentáveis e inovadoras que podem ser adotadas por empreendedores e organizações sociais. Acesse a página da ACNUR sobre mudança climática e refugiados aqui.