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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
Notícias
25 novembro 2025
ONU: 137 mulheres e meninas são mortas todos os dias por parceiros íntimos ou familiares
Marcando o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, o Femicide Brief 2025 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e da ONU Mulheres confirma que o feminicídio continua tirando a vida de dezenas de milhares de mulheres e meninas em todo o mundo, sem sinais de progresso real.83 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente no último ano. Sessenta por cento — ou 50 mil — foram mortas por parceiros íntimos ou membros da família. Isso significa que uma mulher ou menina é morta por um parceiro ou familiar quase a cada 10 minutos. Em contraste, apenas 11% dos homicídios de homens foram perpetrados por parceiros íntimos ou familiares no mesmo ano.“O lar continua sendo um lugar perigoso e, às vezes, letal para muitas mulheres e meninas ao redor do mundo. O Femicide Brief 2025 é um lembrete contundente da necessidade de melhores estratégias de prevenção e respostas da justiça criminal ao feminicídio — respostas que considerem as condições que propagam essa forma extrema de violência”, afirmou o diretor executivo do UNODC, John Brandolino. “Feminicídios não acontecem isoladamente. Eles geralmente fazem parte de um contínuo de violência que pode começar com comportamentos controladores, ameaças e assédio, inclusive online”, disse a diretora da Divisão de Políticas da ONU Mulheres, Sarah Hendriks. “A campanha das Nações Unidas pelos 16 Dias deste ano destaca que a violência digital muitas vezes não permanece apenas online. Ela pode escalar offline e, nos piores casos, contribuir para danos letais, incluindo o feminicídio. Toda mulher e menina tem o direito de estar segura em todas as esferas da vida, e isso exige sistemas que intervenham cedo. Para prevenir esses assassinatos, precisamos da implementação de leis que reconheçam como a violência se manifesta ao longo da vida de mulheres e meninas — tanto online quanto offline — e responsabilizem os agressores muito antes de que a situação se torne fatal.”Segundo o relatório Femicide 2025, mulheres e meninas são submetidas a essa forma extrema de violência em todas as regiões do mundo. Estima-se que a maior taxa de feminicídio cometido por parceiros íntimos ou familiares ocorreu na África (3 por 100 mil mulheres), seguida pelas Américas (1,5), Oceânia (1,4), Ásia (0,7) e Europa (0,5).Embora feminicídios também ocorram fora do ambiente doméstico, a disponibilidade de dados ainda é limitada. Para ajudar a preencher essas lacunas, a ONU Mulheres e o UNODC estão trabalhando em estreita colaboração com países na implementação do marco estatístico de 2022, a fim de melhorar a identificação, o registro e a classificação dos assassinatos de mulheres e meninas relacionados ao gênero. Ampliar a disponibilidade de dados será vital para avaliar com precisão a magnitude e as consequências desses feminicídios, além de apoiar respostas eficazes da justiça.Leia o relatório completo aqui. Nota aos editores: Embora o número de quase 50 mil mulheres e meninas mortas no âmbito privado em 2024 seja inferior à estimativa de 51.100 vítimas em 2023, essa variação se deve amplamente a diferenças na disponibilidade de dados em nível nacional e não indica uma redução real.Para saber mais, siga @unodcprt e @onumulheresbr nas redes e visite a página da campanha Una-se 2025: 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e MulheresContatos para a imprensa: Equipe de mídia do UNODC: unodc-press@un.orgEquipe de mídia da ONU Mulheres: media.team@unwomen.org
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01 dezembro 2025
UNAIDS celebra 25 anos de atuação e 40 anos da resposta à AIDS em parceria com o Brasil
O Programa Conjunto das Nações Unidas (UNAIDS) completa, em 2025, 25 anos de atuação no Brasil em um momento simbólico: os 40 anos da resposta brasileira à AIDS. Essa celebração dupla reforça a importância da parceria com o país construída de forma sólida, sempre trabalhando promoção de políticas públicas multissetoriais que coloquem as pessoas que vivem com HIV no centro da resposta nacional para que tenham vidas sem estigma e discriminação.No âmbito dos 40 anos da resposta à AIDS, nesta segunda (01/12), Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, será inaugurada em Brasília a exposição “40 anos da história da resposta brasileira à AIDS”. A exposição, realizada pelo Ministério da Saúde com apoio do UNAIDS, SESI Lab, Fiocruz, Museu da Pessoa e Grupo Pela Vidda, marca quatro décadas de políticas públicas, ciência, mobilização social e conquistas que transformaram o Brasil em referência mundial na resposta ao HIV e à AIDS.Uma história compartilhada com o BrasilDesde sua chegada ao país, o UNAIDS tem trabalhado para apoiar projetos como Fast-Track Cities, que acelera resposta municipais; o Índice de Estigma, que usa dados e evidências coletados pela sociedade civil para medir o estigma e a discriminação na sociedade brasileira, com diferentes populações.O UNAIDS também atua no apoio às organizações da sociedade civil e redes de pessoas que vivem com HIV para fortalecer políticas públicas que ampliam o acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento do HIV, contribuindo para solidificar estratégias que fortalecem na sociedade brasileira uma cultura sem estigma e discriminação em relação às pessoas que vivem com HIV.O UNAIDS reúne os esforços de 11 organizações da ONU – ACNUR, UNICEF, WFP, PNUD, UNFPA, UNODC, ONU Mulheres, OIT, UNESCO, OMS e Banco Mundial – e trabalha em estreita colaboração com parcerias globais e nacionais para acabar com a epidemia de AIDS até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).O Brasil sempre se destacou por uma resposta pioneira. No entanto, manter esse protagonismo exige esforços contínuos. Por isso, o UNAIDS atua para ampliar diálogos com governos, sociedade civil, academia, setor privado e, principalmente, as comunidades, que devem sempre estar no centro da resposta.Em sua mensagem para o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatiza que “temos o poder de transformar vidas e futuros, e acabar com a epidemia da AIDS de uma vez por todas,” ressaltando que “acabar com a AIDS significa empoderar comunidades, investir em prevenção e ampliar o acesso ao tratamento para todas as pessoas.”“Acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030 está ao nosso alcance. Vamos fazer o trabalho.” - António Guterres, secretário-geral da ONU, 1° de dezembro de 2025 Fortalecimento de políticas públicas com foco nas pessoasAo longo de 25 anos, o UNAIDS tem colaborado para que a resposta brasileira permaneça guiada por evidências e inclusão. Isso significa apoiar ações que reconhecem a diversidade do país e que respondam às necessidades reais das populações mais vulneráveis ao vírus como a comunidade LGBTQIA+, em especial pessoas trans; homens que fazem sexo com outros homens (HSH); profissionais do sexo; pessoas privadas de liberdade, população negra, indígena e mulheres.Com a chegada de novas tecnologias de prevenção e tratamento, como os medicamentos injetáveis de longa duração e a ampliação da testagem, novas oportunidades surgem. No entanto, essas ferramentas só produzem impacto quando chegam às pessoas que mais precisam. Assim, o UNAIDS segue atuando para apoiar políticas que levem informação de qualidade, ampliem o acesso e reduzam desigualdades.“A resposta brasileira é um exemplo para o mundo e mostra que colocando as comunidades no centro e a partir de uma estratégia multissetorial é possível transformar a resposta à AIDS. O UNAIDS está no Brasil há 25 anos e celebramos essa trajetória de trabalho conjunto com o governo com muito orgulho, baseada nos direitos humanos de todas as pessoas vivendo com HIV e AIDS. Seguiremos trabalhando para não deixar ninguém para trás”, destaca a diretora e representante do UNAIDS no Brasil, Andrea Boccardi Vidarte. Avanços, desafios e o futuro da respostaOs 40 anos da resposta à AIDS no Brasil mostram um caminho marcado por conquistas importantes. Desde o acesso universal e tratamento gratuito via Sistema Único de Saúde (SUS) até campanhas que colocaram o país como referência global, a história brasileira é reconhecida internacionalmente. Entretanto, os desafios persistem. A redução das desigualdades, a ampliação dos serviços e a eliminação do estigma continuam sendo prioridades.O UNAIDS acredita que o futuro exige inovação, cooperação e compromisso permanentes com os direitos humanos. Por isso, a parceria com o Brasil segue firme. Com evidências, tecnologias e oportunidades, o UNAIDS apoia iniciativas que acelerem o alcance das metas globais e que garantam que ninguém fique para trás.25 anos de UNAIDS no Brasil: respeito, equidade e transformaçãoAo longo de sua trajetória, o UNAIDS se consolidou como um aliado estratégico, trabalhando lado a lado com o país para transformar vidas. O compromisso com o fim da AIDS como ameaça à saúde pública permanece firme. No entanto, essa meta só será possível com ações integradas, participativas e guiadas por direitos.Por isso, é necessário investir em estratégias que combatam desigualdades e fortaleçam comunidades. A experiência mostra que respostas bem-sucedidas dependem de políticas multissetoriais que respeitam a autonomia das pessoas e que garantem acesso a serviços de saúde de qualidade. Além disso, o engajamento da sociedade civil organizada continua sendo essencial para manter o Brasil como referência global.O futuro da resposta à AIDS depende de ações integradas e do fortalecimento de todas as pessoas que compõem essa trajetória. Com determinação, colaboração e visão estratégica, a resposta precisa ser cada vez mais inclusiva, inovadora e transformadora.SERVIÇO: Lançamento da exposição “40 anos da história da resposta brasileira à AIDS”Data: 1° de dezembro de 2025Horário: 16hLocal: SESI Lab – SCTS 01, Bloco A – Brasília – DF – (ao lado da rodoviária do Plano Piloto)Confira a programação da exposição: Dia 1 - Dia 2 - Dia 3 - Dia 4 - Dia 5 - Dia 6 - Dia 7Não é necessário credenciamento para visitar a exposição. Para saber mais, siga @unaidsbrasil nas redes e visite a página do UNAIDS Brasil: https://unaids.org.br/ Contato para a imprensa: Thainá Kedzierski, Oficial de Comunicação e Advocacy do UNAIDS Brasil: kedzierskith@unaids.org
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02 dezembro 2025
Brasil e Cabo Verde consolidam cooperação na área de moradia
A capital de Cabo Verde, Praia, será o cenário do fechamento da cooperação técnica que aproximou as experiências do Brasil e do país africano na área da moradia ao longo dos últimos 14 meses. De 1º a 5 de dezembro, representantes de instituições brasileiras e cabo-verdianas participam de uma nova missão para dialogar e verificar os avanços alcançados por meio das atividades do projeto, cujo objetivo é apoiar Cabo Verde a reduzir seu déficit habitacional. Desde agosto de 2024, os dois países vêm compartilhando boas práticas e fortalecendo capacidades por meio do intercâmbio de conhecimentos entre diferentes instituições. Esta é a quarta missão realizada no âmbito do projeto — sendo três em Cabo Verde e uma no Brasil.A iniciativa faz parte do Simetria Urbana, iniciativa de Cooperação Sul-Sul Trilateral entre o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Seu objetivo é promover o desenvolvimento urbano sustentável em países do Sul Global, por meio da troca de experiências e do fortalecimento de capacidades.“Encerramos esta fase do projeto com um sentimento de construção coletiva e de fortalecimento institucional. Esta missão tem o papel de consolidar o legado deixado ao longo das atividades, e reforça a capacidade de Cabo Verde de seguir avançando com os instrumentos e metodologias desenvolvidos durante a cooperação. Este é também um momento de sistematizar lições aprendidas, ajustar responsabilidades e preparar o terreno para os próximos passos no pós-missão”, comenta a analista de programas do ONU-Habitat à frente do Simetria Urbana, Laura Figueiredo.Para a Analista de Projetos da ABC, Monica Salmito, “O Simetria Urbana demonstra a força da Cooperação Sul-Sul ao unir conhecimentos e capacidades para enfrentar desafios comuns. Em Cabo Verde, pudemos apoiar a construção de soluções que permanecerão além do projeto, fortalecendo instituições locais e ampliando as bases para políticas habitacionais mais inclusivas e sustentáveis." Programação e temáticasDurante os cinco dias de programação, a missão acompanha os avanços alcançados nas três frentes de trabalho do projeto, promovendo um momento de reflexão acerca dos avanços realizados ao longo do último ano. No campo do planejamento habitacional, os municípios de São Domingos e São Miguel apresentam o progresso na elaboração de seus Planos Municipais de Habitação – documento que representa um passo importante para que as cidades possam planejar seu desenvolvimento urbano de forma mais estruturada e alinhada às necessidades locais.Outro destaque da agenda é o trabalho desenvolvido no tema da Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS). A missão vai fortalecer as bases para que Cabo Verde avance na construção de uma política nacional dedicada ao tema, reunindo governo central, municípios e instituições técnicas.A programação também aprofunda as discussões sobre trabalho social e gestão condominial, áreas essenciais para garantir que as famílias tenham condições adequadas de viver e se organizar nos empreendimentos habitacionais. As instituições cabo-verdianas apresentam propostas de modelos de gestão e de regras para condomínios sociais, elaboradas ao longo do projeto.ParticipantesIntegram a delegação brasileira representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC); do Ministério das Cidades; do ONU-Habitat; da Caixa Econômica Federal; da Fundação João Pinheiro (FJP); do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e de São Paulo (CAU/SP).Já Cabo Verde será representado por profissionais do Ministério das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação (MIOTH), por meio da Direção Geral da Habitação (DGH); do Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT); da empresa pública Imobiliária, Fundiária e Habitat (IFH); do ONU-Habitat Cabo Verde e das Câmaras Municipais de São Miguel, São Domingos e Sal.Contatos para a imprensa: Aléxia Saraiva (alexia.saraiva@un.org)Janaina Plessmann (janaina.plessmann@abc.gov.br)
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07 abril 2025
Relatório Anual das Nações Unidas no Brasil 2024
O Relatório Anual das Nações Unidas apresenta os resultados de um ano de avanços estratégicos no Brasil. Por meio de um planejamento integrado e de investimentos catalisadores, o Sistema ONU, formado por 24 entidades, atuou conjuntamente com o Estado brasileiro e com os três níveis de governo para impulsionar o desenvolvimento do país, com atenção às necessidades específicas dos diferentes grupos populacionais e ao meio ambiente.Seguindo as diretrizes do Marco de Cooperação, vigente de 2023 a 2027, ao longo de 2024 a ONU trabalhou em temas como saúde, educação, emprego e renda, acesso a serviços básicos, equidade, direitos humanos e assistência humanitária em 351 iniciativas, que trouxeram benefícios para milhões de pessoas. O investimento feito no país foi de US$ 155 milhões. Confira dez pontos de destaque do que o Sistema das Nações Unidas alcançou em 2024:Resposta à emergência no Rio Grande do SulResposta a secas e queimadasMobilização de R$ 55 milhões para o Fundo Brasil-ONU para a AmazôniaApoio à elaboração da Contribuição Nacionalmente Determinada de redução de emissões de gases do efeito estufaRealização de 55 missões de autoridades da ONU ao BrasilApoio à delegação brasileira de jovens no Y20Engajamento na Aliança Global contra a Fome e a PobrezaParticipação brasileira na Cúpula do FuturoAdoção do ODS18 – Igualdade Étnico-RacialApoio à presidência brasileira do G20
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22 setembro 2025
Relatório Anual das Nações Unidas 2025
“O presente relatório demonstra que, apesar dos tempos extremamente difíceis – e, na verdade, justamente por causa deles – podemos e devemos continuar lutando por um mundo melhor, que sabemos estar ao nosso alcance.” - António Guterres, secretário-geral da ONU, 18 de setembro de 2025 O Relatório Anual das Nações Unidas 2025 faz uma retrospectiva de um ano de adversidades e esperança para a humanidade. Em 2024, conflitos fatais continuaram a causar sofrimento massivo e deslocamentos. Nosso planeta quebrou novos recordes de calor. A pobreza, a fome e as desigualdades aumentaram, enquanto tecnologias transformadoras como a inteligência artificial se expandiram sem regulamentações eficazes, e o direito internacional e os direitos humanos foram desrespeitados.
Diante de tais desafios, as Nações Unidas trabalharam para transformar nossos valores compartilhados em ações concretas no terreno, para pessoas ao redor do mundo.O presente relatório demonstra que, apesar dos tempos extremamente difíceis – e, na verdade, justamente por causa deles – podemos e devemos continuar lutando por um mundo melhor, que sabemos estar ao nosso alcance. Renovaremos nossos esforços para alcançar a paz, promover o desenvolvimento sustentável e defender e proteger os direitos humanos, para toda a humanidade.Dez maneiras pelas quais as Nações Unidas fazem a diferença:139 milhões de pessoas assistidas e protegidas enquanto fugiam da guerra, da fome e da perseguição
123 milhões de pessoas receberam alimentos e assistência em mais de 120 países e territórios
3 milhões de vidas salvas por ano por meio de vacinas fornecidas a 45% das crianças do mundo
194 nações trabalhando com as Nações Unidas para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C
67.500 militares e civis mantendo a paz em 11 operações ao redor do mundo
4 bilhões de pessoas afetadas pela crise global de água que as Nações Unidas estão enfrentando
80 tratados/declarações para proteger e promover os direitos humanos globalmente
US$ 50 bilhões arrecadados para atender às necessidades humanitárias de 198 milhões de pessoas
48 países assistidos em seus processos eleitorais, usando a diplomacia para prevenir conflitos
11 milhões de pessoas receberam serviços de saúde sexual e reprodutivaPara saber mais, siga @nacoesunidas e @onubrasil nas redes e visite a página do Relatório Anual 2025. Baixe o relatório completo (em inglês):
Diante de tais desafios, as Nações Unidas trabalharam para transformar nossos valores compartilhados em ações concretas no terreno, para pessoas ao redor do mundo.O presente relatório demonstra que, apesar dos tempos extremamente difíceis – e, na verdade, justamente por causa deles – podemos e devemos continuar lutando por um mundo melhor, que sabemos estar ao nosso alcance. Renovaremos nossos esforços para alcançar a paz, promover o desenvolvimento sustentável e defender e proteger os direitos humanos, para toda a humanidade.Dez maneiras pelas quais as Nações Unidas fazem a diferença:139 milhões de pessoas assistidas e protegidas enquanto fugiam da guerra, da fome e da perseguição
123 milhões de pessoas receberam alimentos e assistência em mais de 120 países e territórios
3 milhões de vidas salvas por ano por meio de vacinas fornecidas a 45% das crianças do mundo
194 nações trabalhando com as Nações Unidas para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C
67.500 militares e civis mantendo a paz em 11 operações ao redor do mundo
4 bilhões de pessoas afetadas pela crise global de água que as Nações Unidas estão enfrentando
80 tratados/declarações para proteger e promover os direitos humanos globalmente
US$ 50 bilhões arrecadados para atender às necessidades humanitárias de 198 milhões de pessoas
48 países assistidos em seus processos eleitorais, usando a diplomacia para prevenir conflitos
11 milhões de pessoas receberam serviços de saúde sexual e reprodutivaPara saber mais, siga @nacoesunidas e @onubrasil nas redes e visite a página do Relatório Anual 2025. Baixe o relatório completo (em inglês):
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História
03 dezembro 2025
Em São Paulo, gêmeos Guarani unem saneamento e tradição ancestral
A cena já faz parte do cotidiano dos Guarani Mbya que vivem nas aldeias da Terra Indígena Jaraguá Kwaray Djekupe, na zona norte de São Paulo. Logo cedo, quando os primeiros raios de sol dissipam a neblina sobre a vasta vegetação, os gêmeos Karai Poty e Karai Mirim, de 37 anos — conhecidos em português como Anderson Augusto Vilar Martim e André Augusto Vilar Martim — caminham entre as casas e as matas. Com atenção e cuidado, observam as condições de saneamento, em atividades que unem o trabalho técnico ao respeito pela cultura Guarani.Munidos de pás, enxadas, luvas de borracha e peças hidráulicas, eles atuam como agentes de saneamento indígenas. Porém, o cuidado com a água não se limita à saúde pública: é entendido também como uma conexão espiritual fundamental para a vida no território.“Acreditamos que há espíritos em tudo: nos objetos, na mata, em cada ser. Cada elemento da natureza nos fortalece quando entramos em contato com ele. E com a água não é diferente”, explica André. “A água é vida, é parte de nós. Diante de uma cachoeira ou de uma nascente, mergulhamos logo cedo para renovar o espírito e começar bem o dia”, completa Anderson. Vocação para o saneamento A vida da comunidade, que utiliza a terra para o cultivo e a criação de animais, sempre foi ritmada pelo córrego Ribeirão Vermelho, que atravessa a mata e servia como fonte de água, alimento e força espiritual. Atualmente o ribeirão encontra-se poluído e está impróprio para banho e consumo, realidade que motivou os gêmeos a transformar a lamentação em ação.O trabalho dos irmãos com o saneamento começou de formas diferentes. Anderson foi o primeiro: iniciou sua trajetória em 2016, quando foi selecionado para a vaga de agente de saneamento indígena na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) Aldeia Jaraguá Kwaray Djekup, unidade da Secretaria Municipal da Saúde voltada à população indígena e administrada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM/PAIS). Desde então, sua rotina envolve a implementação e o monitoramento de sistemas de saneamento básico, como nascentes e poços artesianos, fossas sépticas, banheiros comunitários, vias de drenagem e soluções de coleta de resíduos.Muitas pessoas que vivem na Terra Indígena Jaraguá não falam português. Por isso, e pelo fato de serem membros das aldeias, os agentes de saneamento conquistam a confiança dos habitantes e desempenham um papel essencial no cuidado com as estruturas domiciliares e na comunicação com o poder público. “Conversamos com os moradores na língua guarani mbya e temos acesso às casas para avaliar os problemas e pensar juntos nas melhores soluções”, explica Anderson. Outro aspecto importante de seu trabalho é a busca de recursos junto a órgãos públicos, organizações de saúde e comunidades parceiras. “O papel de agente de saneamento dá legitimidade para participar de reuniões, correr atrás e resolver problemas”, comenta. “Posso ir a autoridades, políticos e outras lideranças para pedir recursos e apoio. Não dá para ficar parado esperando.”Sua trajetória ganhou um novo capítulo com a chegada de André. Inspirado pelo trabalho do irmão, decidiu seguir o mesmo caminho e, desde agosto, passou a atuar como o segundo agente de saneamento da unidade de saúde indígena. Antes disso, André trabalhava como auxiliar de limpeza no mesmo local, e foi ali, entre corredores e pátios, que começou a perceber com mais clareza a ligação entre o saneamento e a saúde da comunidade — e entendeu que poderia ser um multiplicador de boas práticas. “Eu via o quanto as pessoas sofriam com surtos de dengue e outros problemas. Agora posso organizar grupos para fazer mutirões de limpeza e eliminar focos. É diferente quando a gente atua junto, mobilizando as aldeias e envolvendo todo mundo nesse cuidado”, conta André.Outra motivação é integrar a educação ambiental às tradições do povo Guarani. “Falamos principalmente sobre cuidar do território e da água, manter as nascentes limpas, zelar pelas fossas e não jogar resíduos nos rios, sempre pensando na nossa conexão com os elementos da terra”, explica. “Quando a água está limpa e o lugar está em equilíbrio, o espírito da comunidade também se fortalece.” Laços com o territórioO empenho dos irmãos tem como inspiração sua avó, Kerexu, chamada em português de Jandira Augusta Venício, uma das fundadoras da Terra Indígena Jaraguá e reconhecida como uma das primeiras mulheres a ocupar o papel de cacica no Brasil.Ao longo das décadas de 1970 e 1980, outras famílias Guarani Mbya vindas do Paraná, do litoral e do sul do país se juntaram a eles, consolidando a presença indígena na região. Com o avanço da urbanização no entorno e a morte do marido, Jandira assumiu a liderança da aldeia, articulando demandas por educação, saúde e reconhecimento territorial em meio à pressão crescente da cidade. Um dos marcos de sua luta ocorreu em 1987, com a primeira demarcação da terra. Porém, de forma insatisfatória, apenas 1,7 hectare foi oficialmente demarcado, o equivalente a pouco mais de dois campos de futebol, o que transformou a área na menor terra indígena do país. Após diversas tentativas na Justiça para ampliar essa área, um importante avanço aconteceu 37 anos depois, em 2024, quando o Ministério da Justiça declarou a posse de 532 hectares. Trata-se, porém, da segunda de cinco etapas do processo de demarcação almejado.Os gêmeos cresceram acompanhando a liderança da avó, cuja força e determinação seguem como referência. “Ela tinha um modo de lutar pela terra e de ir diretamente às autoridades em busca da demarcação. E fazia isso em plena ditadura militar”, recorda Anderson. “Ela lutou por cada pedaço desta terra e pela vida do povo. Ela nos inspira”, emenda André.Jandira e seu marido, Kuaray Augusto (Joaquim Augusto Martins), fundaram no final dos anos 1950 a primeira aldeia da Terra Indígena Jaraguá: a Tekoa Ytu, o “Lugar da Cachoeira”, em referência às nascentes e córregos então abundantes. A ação do casal marcou a reocupação do território Guarani Mbya na região, após séculos de expulsões desde a colonização portuguesa. A terra, situada ao lado do Pico do Jaraguá — o ponto mais alto de São Paulo —, tem um significado central na cosmologia guarani, sendo considerada uma “terra de passagem” na busca ancestral pela terra sem males, um espaço mítico de plenitude e harmonia espiritual.Lições para o saneamento de São PauloO trabalho dos gêmeos foi essencial para conectar as demandas da aldeia ao processo de diagnóstico do Plano Municipal de Saneamento Ambiental Integrado, que está sendo desenvolvido em uma parceria do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento de São Paulo. Recentemente, representantes das instituições visitaram a Terra Indígena Jaraguá para conhecer de perto a situação local. O plano vai orientar as ações de saneamento da cidade nos próximos anos, oferecendo diretrizes para o planejamento, a execução e o monitoramento de políticas públicas relacionadas à água, esgoto, drenagem urbana e resíduos sólidos. O documento vai incluir pareceres técnicos, indicadores socioambientais e propostas construídas junto à população para enfrentar desafios históricos e avançar em soluções mais eficientes, sustentáveis e inclusivas.A elaboração do plano envolve diversas etapas de participação social. Entre julho e setembro, foram realizadas 33 oficinas presenciais em toda a capital paulista. Ao todo, 1.199 pessoas participaram das atividades, que resultaram em 615 contribuições sobre diversos temas do saneamento. Nesse contexto, ouvir os diferentes grupos que compõem a população, como os indígenas, é essencial. “As práticas, os saberes indígenas e sua relação com a água nos ajudam a repensar a abordagem do saneamento de forma mais integrada, considerando o território, a cultura e o modo de vida de cada comunidade. Essa escuta é essencial para construir soluções que respeitem as diferentes realidades da cidade”, afirma o coordenador do Plano Municipal de Saneamento Ambiental Integrado no ONU-Habitat, Lucas Daniel Ferreira. Outra diretriz do plano é a atenção especial aos territórios em situação de vulnerabilidade socioambiental, como a Terra Indígena Jaraguá, catalisando o trabalho dos agentes de saneamento e incorporando suas preocupações no planejamento da cidade. Além da poluição no córrego Ribeirão Vermelho causada pela ocupação urbana no entorno, a região enfrenta interrupções no fornecimento de água pela rede pública, vazamentos e falta de conservação em fossas sépticas. “Há fossas que ficam entupidas e precisam de bombeamento para serem esvaziadas. Algumas ficam muito cheias, acabam vazando e gerando mau cheiro”, comenta André.Esses desafios reforçam a necessidade de políticas públicas integradas e de ações contínuas de prevenção, manutenção e investimento em infraestrutura. “A realidade da Terra Indígena Jaraguá evidencia tanto os desafios quanto as oportunidades relacionadas à universalização do acesso à água de qualidade, ao tratamento e à destinação correta do esgoto, e à requalificação dos corpos d’água em articulação com o meio ambiente e seus múltiplos usos”, destaca a coordenadora de Segurança Hídrica da SMUL-SP, Amanda de Almeida Ribeiro. Além do plano de saneamento, o ONU-Habitat também apoia a Prefeitura na elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos, que reúne diretrizes para a geração, separação, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos. O plano abrange ainda a limpeza pública, a gestão de resíduos especiais, o trabalho de catadores e cooperativas, a reciclagem e a logística reversa.O olhar para o futuroO saneamento na Terra Indígena Jaraguá também traz exemplos de inovação no saneamento em sintonia com a sustentabilidade. Entre as casas e o verde do território, Anderson e André constroem banheiros comunitários equipados com sistemas de vermifiltro, uma solução ecológica que utiliza minhocas para transformar resíduos orgânicos em biofertilizante, filtrando a água por meio de camadas de pedra e areia.De olho no futuro, mas guiados pelas memórias, os irmãos acompanham o planejamento de um novo projeto que busca atender às necessidades hídricas das aldeias e resgatar tradições: um lago comunitário. Além de servir ao plantio e ao abastecimento, a iniciativa responde a um desejo coletivo do povo Guarani Mbya de restabelecer a relação ancestral com a água.“No passado, todo indígena sabia nadar. Mas hoje alguns jovens já não sabem, porque não têm acesso às águas. É um grande impacto para a nossa cultura não poder ensinar as crianças a mergulhar e pescar do jeito ancestral”, lamenta Anderson.O córrego Ribeirão Vermelho, cuja degradação despertou nos irmãos a vocação para o saneamento, continua servindo de inspiração, agora em forma de sonho: o de vê-lo despoluído. “Cuidamos do rio, tentamos mantê-lo limpo. Já buscamos várias formas de recuperação, mas é difícil”, conta André. “Mas os espíritos continuam ali. Um dia, o rio renascerá.”Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes! Contato para imprensa: Alex Gomes (alex.gomes@un.org)Aléxia Saraiva (alexia.saraiva@un.org)
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História
03 dezembro 2025
“Elizabeth não só ganhou peso, como seu semblante mudou - ela está feliz”
A menina Elizabeth Lefébre, de apenas sete anos e que nasceu com microcefalia, está vencendo uma luta travada desde antes da sua chegada ao Brasil: a desnutrição. Sua família vivia em El Dorado, na Venezuela, e decidiu migrar para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Com a ajuda dos pais e do irmão mais velho, de 12 anos, Eliza, como é chamada pelos familiares, está em plena recuperação para viver dias mais saudáveis na sua infância, que recomeça em um novo país.No âmbito da Operação Acolhida, a resposta humanitária para refugiados e migrantes da Venezuela liderada pelo Governo Federal, há uma equipe multiprofissional capacitada para apoiar os cuidados de casos como o de Elizabeth. São nutricionistas do projeto do UNICEF em parceria com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).Logo na sua chegada ao abrigo, Elizabeth passou a ser acompanhada pela equipe de nutrição, e recebeu as orientações médicas para tratar o caso. As profissionais prescreveram uma dieta que prevê uma alimentação balanceada com a ajuda de suplementos. Com o tratamento, a menina começou a recuperar energia, vitaminas e minerais necessários para o seu desenvolvimento. Luara Reis, nutricionista da ADRA que acompanha Elizabeth, compara a evolução no tratamento."No nosso primeiro contato, Eliza estava muito debilitada, bem fraquinha e ainda com anemia. Hoje ela está completamente diferente, é uma menina forte e saudável, e tudo isso graças aos pais, que levaram a sério o tratamento, que também foi possível graças aos monitores de saúde, que acompanham seu caso de perto no dia a dia. Esses esforços em conjunto estão contribuindo para que em breve ela fique 100% recuperada", destaca a profissional.O tratamento contra a desnutrição de Elizabeth é uma responsabilidade de todos na família. Até mesmo o irmão Israel sabe como preparar o alimento da caçula, e sempre se encarrega de lembrar os pais.“Quando estou com fome, penso que Eliza também deve estar e falo para os meus pais. Gosto de cuidar dela, porque sou o irmão mais velho. Se meus pais não podem, eu estou aqui para cuidar dela e fazer a sua comidinha também.”Mudança de vida“Não estava certo. Eles não estavam bem. Não sorriam, não tinham outras crianças para brincar e estavam muito fracos”, explicam José e Deily Lefébre, pais das crianças. Segundo eles, os recursos na Venezuela não permitiam a aquisição de uma dieta balanceada e saudável para as crianças. Com a ajuda da avó das crianças e mãe de José, a família conseguiu realizar o sonho de mudar para o Brasil.A mudança não foi fácil. Mas isso não impediu que a família sentisse fé.“Quando chegamos aqui, Israel ficou internado por 12 dias, porque estava muito doente por causa da malária. Ao mesmo tempo, já no abrigo, Elizabeth foi atendida pela pediatra, que a diagnosticou com desnutrição e nos encaminhou para a nutricionista, que prescreveu um tratamento para que Elizabeth pudesse melhorar também. Com apenas três dias aqui, Elizabeth começou a receber os suplementos que a ajudam no tratamento da desnutrição. Até hoje ainda não acreditamos que tudo isso foi gratuito”, conta a mãe, Deily, entusiasmada. A mudança de vida foi impactante para a família, principalmente nos cuidados com Elizabeth. José e Deily aprenderam sobre novas formas de cuidar da filha, que está sendo acompanhada.“Com o seu tratamento e sua alimentação, que hoje se adequa ao que o corpo dela precisa, Eliza tem dormido muito bem. Ela acorda e vai dormir sorrindo, é muito mais ativa do que antes, brinca e interage com as pessoas, coisas que eram inimagináveis antes”, conta o pai.Os pais estão animados principalmente com a melhora de Eliza, que a cada dia vai se tornando mais forte, e com Israel, que está ansioso para ir para a escola.“Sei que logo ela poderá estar indo para a escola e se tornando independente, vivendo sua infância normal. Já Israel mudou de pensamento, antes ele dizia ‘papai, não quero ir para a escola. Quem estuda não ganha nada. Eu quero trabalhar’ e hoje ele fala o oposto. O nosso sonho está se concretizando”, explica o pai.Nutrição e migraçãoO UNICEF trabalha com a promoção de saúde e nutrição para a população refugiada e migrante. Apenas em 2023, foram 6.138 triagens de condição nutricional de crianças de 6 a 59 meses que vivem em abrigos e assentamentos informais em Roraima. Como resultado, 1.256 crianças foram identificadas com algum nível de desnutrição aguda, seja moderada ou grave, e receberam suplementação nutricional para tratar o déficit de crescimento e o emagrecimento.
A estratégia conta com o apoio financeiro do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF no Brasil: https://www.unicef.org/brazil/
A estratégia conta com o apoio financeiro do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF no Brasil: https://www.unicef.org/brazil/
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História
02 dezembro 2025
Reparando vidas após o desastre
Desastres não apenas racham o solo - eles destroem o coração das comunidades.Dos desastres intensificados pela mudança climática à destruição causada por conflitos e outras crises de origem humana, o foco da reparação costuma se concentrar no que é visível - como os prédios desabados, as ruas alagadas e a infraestrutura destruída.No entanto, as feridas mais profundas são, muitas vezes, as invisíveis - as cicatrizes emocionais e a dor daqueles que foram permanentemente deslocados, carregando consigo as lembranças de seus lares e de uma comunidade para a qual talvez nunca mais possam retornar.“Às vezes as pessoas pensam no território apenas como infraestrutura, mas ele também é feito das conexões entre as pessoas [...]. Não foram apenas as paredes que caíram – foram as nossas vidas”, diz Roberta Santos, moradora deslocada.Em março de 2018, Roberta e outros habitantes de Maceió sentiram tremores e fortes estrondos vindos do subsolo.Após décadas de extração subterrânea de sal-gema na cidade, os túneis começaram a colapsar, fazendo com que o solo acima afundasse. Cinco bairros - Pinheiro, Bom Parto, Bebedouro, Mutange e Farol - foram atingidos, com casas, comércios, escolas e centros de saúde entrando para a zona de risco e destruindo a vida de dezenas de milhares de pessoas. Cerca de 6,2% da área urbana da cidade foi comprometida. A tragédia em curso em Maceió é considerada o maior desastre socioambiental urbano do Brasil. Cerca de 60 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas, deixando para trás anos de memórias, histórias familiares, convivência e o sentimento de pertencimento construído ao longo de gerações.“Vimos nossos amigos irem embora, vimos nossa escola e nossa igreja fecharem. O trem que conectava nossos bairros parou de funcionar. Perdemos o valor mais importante: o lar”, diz Paulo Rodrigo, jovem líder da comunidade Quebrada, parte do bairro de Bebedouro, um dos afetados pelo desastre. Perda de biodiversidade e de meios de subsistênciaO colapso contínuo das minas também trouxe impactos ambientais mais amplos na região, inclusive sobre a biodiversidade.Paulo se lembra de um dia, em dezembro de 2023, quando o colapso de uma grande mina fez com que sal fosse liberado na Lagoa Mundaú, a oeste de Maceió. A lagoa abriga um ecossistema rico que, por muito tempo, foi a principal fonte de renda para milhares de famílias que dependiam da pesca e da coleta de sururu. A saúde do ecossistema delicado da lagoa se deteriorou significativamente desde a entrada de resíduos minerais.“A lagoa está doente, as garças-rosas e cinzas desapareceram desde o dia do desastre”, conta Joseane dos Santos, mãe de nove filhos criados às margens da lagoa e que cresceram com a renda que ela obtinha pescando e catando mariscos.Para muitos, uma lagoa doente não representa apenas a perda de renda, mas também a perda de sua história e identidade.“A lagoa é minha mãe, meu pai, minha vida”, acrescenta.Rumo à justiça e à recuperaçãoEm resposta ao desastre, o UNOPS, organismo da ONU especializado em gestão de projetos e infraestrutura, está trabalhando com o Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais, um grupo formado por pessoas voluntárias que reúne comunidades para construir o caminho da reparação. As iniciativas são financiadas com recursos oriundos de uma ação civil pública representada pelo Ministério Público Federal em Alagoas.Por meio do programa “Nosso Chão, Nossa História”, a iniciativa busca reparar os danos morais coletivos sofridos por uma comunidade que foi dispersa pela cidade de Maceió.“Agora queremos justiça [...] ajudar a curar a população [...] e lembrar da história, da nossa história”, diz Dilma de Carvalho, presidente do Comitê Gestor.O programa busca reunir as comunidades deslocadas para curar as feridas sociais deixadas pelo desastre e reconstruir a região coletivamente. Por meio de projetos comunitários, o foco está em restaurar o bem-estar mental, criar oportunidades de geração de renda e empreendedorismo e fortalecer os laços que mantêm as comunidades unidas. Também promove educação ambiental e trabalha para preservar a cadeia produtiva da Lagoa Mundaú, apoiando organizações da sociedade civil local que lideram o caminho rumo à reparação.“Já havíamos conseguido indenizações individuais para aqueles que tiveram que deixar suas casas, mas era necessária uma reparação pelos danos morais coletivos”, afirma a procuradora Roberta Bomfim.“Podem ser construídos processos para mitigar danos, mitigar consequências e abrir caminhos para a reconstrução dos laços sociais. [...] Estamos aqui para começar esse trabalho”, diz Bernardo Bahia, Gerente de Projetos do UNOPS.Para Roberta Santos, retornar às ruas desertas de seu antigo bairro em Maceió foi um longo processo de luto. Por meio de sua participação em um dos projetos comunitários oferecidos pelo programa, ela começou a se curar.“Finalmente, consegui lidar com o trauma, e não foi tão traumático voltar [ao lugar onde tudo começou].” Sobre o programa:Desde seu lançamento, em 2023, o Programa Nosso Chão, Nossa História destinou cerca de US$ 1,77 milhão a 13 projetos de reparação. O orçamento total é de aproximadamente US$ 28,7 milhões.As iniciativas apoiam diretamente as comunidades afetadas e ajudam a reparar danos extrapatrimoniais. Todos os projetos são desenvolvidos sob a coordenação do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais, garantindo diálogo e participação contínua daqueles que foram impactados.Novos projetos estão previstos até 2027, duração total do programa. Para saber mais, siga @nossochao.maceio nas redes e visite a página do Programa Nosso Chão, Nossa História: https://nossochaomaceio.org
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História
01 dezembro 2025
Brasil e ONU: Parceria por uma COP30 transformadora
O Brasil voltou a ocupar o centro da diplomacia climática global ao sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, no coração da Amazônia. Como líder nas discussões ambientais desde a Conferência Rio 92 — onde nasceu a Convenção-Quadro da ONU sobre Clima — o Brasil se comprometeu em fazer da COP30 muito mais do que um encontro: uma oportunidade decisiva para alinhar os compromissos globais com as realidades das populações mais afetadas pela crise climática.Há décadas, o país demonstra que proteger o meio ambiente e promover o desenvolvimento podem caminhar juntos. Desde sua matriz energética pioneira — com 88% da eletricidade proveniente de fontes renováveis — até seus programas inovadores de inclusão social, o Brasil tem sido um forte defensor do desenvolvimento sustentável e da solidariedade global.As Nações Unidas se orgulham de apoiar essa liderança. Juntamente com o Governo do Brasil, a ONU trabalhou para que a COP30 cumpra os objetivos do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, tornando a Conferência não apenas um momento de negociação, mas também de transformação. Esforço Integrado da ONUA Equipe da ONU no Brasil, sob a liderança do Escritório de Coordenação, prestou apoio abrangente ao Governo Brasileiro nos âmbitos político, programático, comunicacional, logístico e operacional.A ONU ofereceu assistência técnica à formulação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil, o que garantiu que o país fosse um dos primeiros a apresentar seus compromissos e desse o exemplo a outros Estados-membros. Além disso, a ONU Brasil está conduzindo uma campanha nacional para aumentar a conscientização sobre a COP30 e estimular a participação de públicos diversos. Nossas equipes locais também colaboram com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima no Balanço Global (Global Stocktake), contribuindo para a avaliação do progresso coletivo em ação climática. Paralelamente, outra iniciativa fundamental, a Maloca tornou COP30 mais inclusiva por meio de uma plataforma de participação remota que conectou pessoas de todo o mundo a Belém. Conectando Clima, Natureza e DesenvolvimentoEm todo o Brasil, o sistema ONU está implementando atualmente 33 programas focados no ODS 13 – Ação contra a Mudança Global do Clima, com uma visão comum: a resposta à crise climática deve promover justiça social, igualdade de gênero e crescimento inclusivo.Lançado em 2023, no Pará, com a participação da vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, o Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia exemplifica nosso espírito de parceria. Estamos trabalhando com os governos dos nove estados amazônicos e com o governo federal para mobilizar recursos que ajudem a reduzir os vetores do desmatamento e fortalecer a resiliência das comunidades locais.Com uma contribuição inicial de aproximadamente US$ 10 milhões do Governo do Canadá, os primeiros projetos do Fundo estão promovendo soluções integradas e regionalmente conduzidas para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Em toda a região, uma ampla colaboração das agências da ONU apoia comunidades indígenas e tradicionais por meio de iniciativas locais sensíveis à questão de gênero. No Acre, outro programa está fortalecendo a bioeconomia, a governança fundiária e a restauração florestal — transformando produtos locais em bens de maior valor agregado que unem saberes ancestrais à inovação. No Maranhão e no Pará, o programa “Terras para Elas” empodera mulheres quilombolas, indígenas, ribeirinhas, quebradeiras de coco babaçu e mulheres rurais LGBTQIA+, garantindo-lhes títulos de terra, capacitação e acesso a crédito. Uma das participantes deu um depoimento poderoso: por três gerações, sua família lutou pela terra ancestral — começando por sua avó, depois sua mãe — e agora sua geração finalmente verá justiça e esperança.E foi com esse ímpeto que o governo canadense anunciou no dia 11 de novembro, em plena COP30, uma nova doação para o Fundo, no valor de 4,3 milhões de dólares canadenses.De Belém para o Mundo: uma Década de Soluções Belém será lembrada como mais do que simplesmente a cidade-sede da COP30; será um símbolo do que é possível quando países, comunidades e instituições se unem para proteger nossa casa comum. A parceria entre o Brasil e as Nações Unidas reflete uma crença compartilhada: a de que a ação climática não é apenas sobre proteger o planeta, mas também sobre garantir dignidade, oportunidade e esperança para todas as pessoas.Juntos, de Belém para o mundo, a COP30 pode ser o ponto de virada para uma década de soluções climáticas baseadas na solidariedade, na inclusão e na responsabilidade compartilhada.Para saber mais, visite a página especial da ONU Brasil para a COP30 e acompanhe a cobertura especial da ONU News em português.
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História
19 novembro 2025
“Sou capaz de aprender qualquer coisa, mas eu não sabia disso antes”
Na paisagem urbana de São José de Ribamar, no Maranhão, entre as ruas do Residencial Turiúba, vive uma adolescente que carrega no nome o que se reflete na sua trajetória: Andreina Vitória. Aos 17 anos, ela já entende que avançar na vida vai muito além de conquistas pessoais.É também sobre resistir, representar e inspirar. E ela tem feito exatamente isso. Andreina cresceu em um território onde as dificuldades do cotidiano muitas vezes sufocam os sonhos da juventude.“Onde eu moro é um lugar bastante perigoso. Por isso, a minha família é a minha base. É onde encontro apoio e incentivo todos os dias para estudar e correr atrás do meu futuro”, conta com firmeza.Andreina é estudante do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) São Luís – Unidade Cohab, onde cursa o Técnico em Informática. Ela encontrou na educação um caminho possível, real e potente para transformar sua própria realidade e inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo. Entre redes de apoio, professores atentos e oportunidades transformadoras, ela passou a compreender que sua trajetória tem valor, e tem impacto em sua comunidade.Um projeto que despertou mais que talentosO marco dessa transformação veio com o convite da professora Lorena para participar do projeto Educa STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), uma iniciativa do UNICEF e parceiros que conecta juventude e ciência, educação e território.“Eu conheci o projeto através da minha professora. Ela me explicou, e eu decidi experimentar, viver essa oportunidade. Eu queria aprender coisas que eu nunca tinha experimentado, me desafiar mesmo.”No início, tudo era novo: os colegas, os espaços, os termos técnicos, os laboratórios. Mas logo Andreina sentiu algo diferente: acolhimento.“A minha primeira sensação foi de estar em família. Foi uma conexão leve, natural, que nos permitiu conversar, aprender e desenvolver juntos.”Andreina mergulhou na experiência de criar um protótipo tecnológico voltado para o monitoramento inteligente da acidificação dos oceanos, unindo química, Arduino (plataforma para criar protótipos eletrônicos), sensor de pH e Internet das Coisas (IoT). A solução proposta permitia medir a acidez da água em tempo real, enviando os dados automaticamente para uma plataforma online, desenvolvendo uma ferramenta com potencial para apoiar pesquisas ambientais e ações educativas sobre os impactos da poluição hídrica. Mais do que os conteúdos técnicos, ela aprendeu sobre sua própria capacidade.“O que mais me marcou foi ver o resultado do nosso protótipo funcionando. As conexões deram certo. A gente entendeu as substâncias, viu tudo se encaixar. Aquilo me mostrou que eu sou capaz de aprender qualquer coisa. Eu não sabia disso antes.”Tecnologia, sonhos e a ciência do possívelDurante o processo, Andreina aprendeu que desenvolver um projeto não é só sobre entender fórmulas ou conectar fios. É sobre colaboração, escuta, paciência e resiliência. É sobre não desistir na primeira dificuldade, sobre seguir mesmo quando tudo parece complicado demais. E ela seguiu.“Eu me vejo como uma pessoa muito determinada, sonhadora. Eu gosto de sinceridade, de ser amiga e companheira. Mas o que mais me define mesmo é a determinação. Quando coloco algo na cabeça, eu vou atrás todos os dias.”Essa força não surgiu do nada. Ela vem de sua base: a família.“A minha maior inspiração é a minha mãe. Ela é muito batalhadora, não desiste nunca, mesmo com todas as dificuldades. Meu pai também é inspiração, pela inteligência, pela determinação. Mas é a minha mãe que me move.”E esse movimento não para. Nos momentos de lazer, Andreina gosta de ir à praia, sentir a brisa do mar, praticar vôlei e reencontrar a leveza. Mas é na escola, nos projetos e nas descobertas científicas que ela encontra sentido, propósito e pensa em seu projeto de vida e no futuro. Pertencer e inspirar: o poder do coletivoUma das experiências mais marcantes para Andreina foi o contato com os educadores e coordenadores do projeto.“Quando eu vi aquelas pessoas que fazem parte da cúpula do STEAM, os professores e educadores que atuam diretamente com ciência e tecnologia, eu senti vontade de ser como eles um dia. Eles são inspiração. Eles mostraram que a gente também pode estar lá.”Ver outras pessoas ocupando lugares de protagonismo, ensinando com afeto e respeitando os saberes do território, fez com que Andreina reconhecesse seu próprio lugar. A menina do Turiúba entendeu que também pode ser referência, também pode inspirar como seus professores.“O projeto me ajudou a olhar para mim mesma. Eu aprendi que sou capaz de coisas que nem imaginava. Hoje, eu quero continuar aprendendo. Quero seguir na área da ciência, talvez bioquímica. Quero crescer. Mas quero também voltar e contribuir com quem vem depois.”Juventude que transforma territóriosHistórias como a de Andreina reforçam o que tantos já sabem, mas ainda precisa ser dito: a juventude periférica é potência. Com oportunidades, estímulos e reconhecimentos, elas florescem, ocupam espaços e transformam realidades.O projeto STEAM foi um desses espaços para Andreina. Mais do que um curso ou uma atividade extracurricular, foi um lugar onde ela pode ser ela mesma, testar seus limites, errar, tentar de novo e, finalmente, se descobrir capaz, trabalhando de forma colaborativa.“Eu aprendi sobre mim mesma que sou capaz de desenvolver qualquer coisa. Esse projeto me mostrou isso. Foi gratificante.”Histórias como essas demonstram que é urgente fortalecer políticas públicas, projetos educacionais, parcerias e iniciativas que coloquem os jovens no centro — como protagonistas do presente e arquitetos do futuro.Andreina é futuro. E o futuro é agora.Entre fios, fórmulas, planilhas e substâncias químicas, Andreina descobre o mundo, e se descobre nele. Cada experimento, cada cálculo e cada tentativa revelam mais do que resultados: revelam possibilidades. O que antes parecia distante agora está ao alcance das mãos. O que um dia soou impossível, hoje se traduz em certeza: com tempo, coragem e oportunidade, tudo floresce.Nos olhos dela, o brilho da curiosidade; nas mãos, a vontade de construir algo maior. O laboratório se torna extensão de seus sonhos, e a sala de aula, um campo fértil de invenções. O conhecimento, antes abstrato, ganha vida no cotidiano, na comunidade, nas conversas, nos projetos.Seu sorriso tímido se mistura à segurança de quem já compreendeu que pode, e deve, ir além. Ela não caminha sozinha. Atrás dela, há uma geração inteira que desperta cedo, carrega cadernos e esperanças, e desafia o destino com a força de quem acredita em futuros possíveis. Porque no Turiúba, o futuro não é promessa: é construção diária. E Andreina é uma de suas cientistas.STEAM na Educação de São Luís (MA)Em parceria com o Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) e a Secretaria de Educação do Maranhão, o UNICEF, por meio da iniciativa 1 Milhão de Oportunidades (1MiO), desenvolve ações que visam aprimorar continuamente a incorporação da abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), na educação.Para suas iniciativas de apoio a garantia do direito à Educação de qualidade e oportunidades de acesso ao trabalho decente para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, o UNICEF conta com uma parceria estratégica global com o Grupo BMW e com a parceria local com Instituto Equatorial e Beiersdorf - Casa de NIVEA e Eucerin.
Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF Brasil: https://www.unicef.org/brazil/
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Notícias
05 dezembro 2025
ONU Brasil lança pesquisa de opinião sobre prioridades no país
O Sistema das Nações Unidas no Brasil lançou uma pesquisa de opinião para coletar informações sobre quais devem ser as prioridades de atuação de suas 25 agências especializadas, fundos e programas no país.A pesquisa está disponível on-line e pode ser respondida por qualquer pessoa, inclusive crianças e adolescentes. As questões giram em torno das expectativas sobre o futuro, especialmente nos próximos 20 anos, as temáticas e tendências que mais afetarão nossas vidas e como a ONU deve responder aos desafios para ajudar o Brasil a chegar em 2045 com mais desenvolvimento, prosperidade e igualdade.O questionário também aborda os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que devem ser implementados até 2030. Os resultados da pesquisa serão utilizados no processo de planejamento da estratégia da ONU para o Brasil. “Esta pesquisa é uma oportunidade para brasileiras e brasileiros influenciarem o trabalho da ONU no país e nos ajudar a traçar uma estratégia que realmente seja significativa para o desenvolvimento do Brasil”, explicou a coordenadora residente da ONU no Brasil, Silvia Rucks.O Marco de Cooperação da ONU, que orienta a ação do Sistema das Nações Unidas no país, foi assinado em 2023 e será implementado até 2027. Em 2026, será iniciado o processo de avaliação dessa implementação, que levará à discussão com o governo, outras entidades do Estado, o setor privado e a sociedade civil das prioridades do próximo ciclo de cooperação entre o Brasil e a ONU.As opiniões expressas nas respostas ao questionário vão alimentar tanto a avaliação do atual Marco de Cooperação quanto o processo de discussão, elaboração e negociação do próximo.Como participar? Preencha o formulário através deste link ou usando o código QR abaixo: Contato para a imprensa: Isadora Ferreira, Gerente de Comunicação da ONU Brasil: contato@onu.org.br
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Notícias
02 dezembro 2025
Governo de Alagoas e ONU-Habitat apresentam instrumentos para avaliação de políticas públicas
O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e o Governo de Alagoas lançaram, em outubro de 2025, um conjunto de instrumentos voltados à implementação da Política Estadual de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (PEMAPP) no estado. Formulados com base em evidências e boas práticas nacionais e internacionais, os materiais visam consolidar a avaliação como etapa fundamental no ciclo de implementação de políticas públicas.Desenvolvidos entre 2024 e 2025, no âmbito da iniciativa Visão Alagoas 2030, os instrumentos incluem a Estratégia para o Desenvolvimento de Capacidades em Avaliação, a Agenda de Avaliação de Longo Prazo, o Guia Prático para Avaliação de Políticas Públicas, além de termos de referência para a avaliação de iniciativas estratégicas estaduais e para a formação de um cadastro de especialistas em avaliação.A elaboração desses instrumentos apoia a implementação inicial da PEMAPP, política estadual instituída em 2024, e consolida Alagoas como um dos estados pioneiros na institucionalização da avaliação como política de Estado, fortalecendo a cultura de políticas públicas baseada em evidências.O fortalecimento da avaliação é essencial para aprimorar a qualidade das políticas públicas, garantir maior eficiência no uso dos recursos e ampliar o impacto social das ações governamentais. Ao institucionalizar práticas de monitoramento e avaliação, a gestão pública passa a dispor de instrumentos que permitem compreender melhor os resultados das políticas, identificar desafios e oportunidades de melhoria e promover decisões mais transparentes e orientadas por resultados. Instrumentos para avaliação de políticas públicasA Estratégia para o Desenvolvimento de Capacidades em Avaliação foi elaborada a partir do mapeamento de experiências, conhecimentos e interesses existentes sobre o tema no estado. Destinada a profissionais da gestão pública, o documento aborda aspectos relacionados à “gestão da mudança”, considerada essencial para estimular o pensamento avaliativo e promover a cultura de avaliação nos níveis individual, organizacional e institucional.Já a Agenda de Avaliação de Longo Prazo tem como objetivo orientar, de forma planejada e progressiva, a realização de avaliações no estado. Seu propósito central é contribuir para o desenvolvimento de capacidades técnicas, o fortalecimento da governança avaliativa e a integração da avaliação ao ciclo das políticas públicas, promovendo aprendizagem contínua, transparência e efetividade das ações governamentais em benefício da sociedade alagoana.O Guia Prático para Avaliação de Políticas Públicas apresenta princípios, tipos e métodos de avaliação, além de oferecer orientações sobre o planejamento, a execução e a comunicação dos processos avaliativos. O material funciona como referencial técnico e operacional, com modelos e procedimentos aplicáveis à realidade estadual. Para a gerente de Estudos e Avaliação de Políticas Públicas da secretaria de estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), Emilene Santos, os três instrumentos representam o alicerce da PEMAPP:“Esses produtos materializam um processo que estamos construindo em Alagoas com muito diálogo e cooperação. A avaliação é, ao mesmo tempo, ferramenta e processo, permitindo qualificar as decisões, fortalecer a transparência e gerar aprendizado a partir da própria prática pública. O Guia, a Estratégia e a Agenda são instrumentos complementares que dão robustez à PEMAPP e ajudam o estado a planejar e implementar políticas com base em evidências, sempre de forma participativa”.Lançamento no Circuito Urbano 2025Os três instrumentos foram lançados durante o Circuito Urbano 2025, iniciativa do ONU-Habitat Brasil que dá visibilidade e apoio institucional a eventos realizados por diversos atores em todo o país, voltados à discussão de soluções inovadoras para o desenvolvimento urbano sustentável.O evento “Lançamento do Guia prático para avaliação de políticas públicas” integrou a programação do Circuito e contou com a participação do secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), Wesley Matheus. Em sua fala, o secretário destacou que a avaliação deve ser compreendida como instrumento estratégico para fortalecer a gestão pública e reduzir desigualdades sociais e regionais. Ele ressaltou ainda que o avanço de Alagoas na criação da PEMAPP e no lançamento dos instrumentos reflete o esforço do estado em alinhar-se a uma agenda nacional que valoriza a transparência, a eficiência do gasto público e a aprendizagem institucional a partir das evidências.“Fico feliz em ver o protagonismo de Alagoas nesse processo. O lançamento do Guia e a criação de uma Agenda Estadual de Avaliação demonstram um compromisso com o uso de evidências e com a melhoria contínua das políticas públicas. Essa experiência precisa ser compartilhada com outros estados, pois fortalece toda a rede nacional de monitoramento e avaliação”, afirmou o secretário Wesley Matheus.A coordenadora do Visão Alagoas 2030, Paula Zacarias, ressaltou que o Guia Prático para Avaliação vai muito além de um manual técnico: é um instrumento pensado para transformar a forma como as políticas públicas são planejadas, acompanhadas e aprimoradas, permitindo que a avaliação seja integrada à rotina de gestão e não realizada apenas de forma pontual.“Seu grande potencial está em fortalecer as capacidades locais de maneira consistente, prática e acessível, além de ter um papel inspirador: convidar profissionais da gestão pública a enxergar a avaliação como oportunidade de aprendizado, fortalecendo as políticas públicas e, sobretudo, gerando impactos positivos concretos na vida das pessoas”. Próximos passosOs instrumentos lançados representam um marco institucional para o fortalecimento das capacidades locais, a integração entre secretarias estaduais e a consolidação da governança avaliativa em Alagoas. Como primeiro desdobramento, em 2026 o Governo de Alagoas e o ONU-Habitat irão conduzir uma avaliação piloto no âmbito da PEMAPP, com o objetivo de fortalecer o aprendizado institucional, aprimorar os instrumentos e consolidar uma prática sistemática de avaliação no estado.Para o superintendente de Planejamento e Políticas Públicas da Seplag, Genildo Silva, o esforço conjunto tem caráter estratégico: “A avaliação é uma ferramenta que ajuda o estado a planejar melhor e entregar políticas públicas com maior impacto social. A PEMAPP nasce para consolidar esse compromisso e aproximar governo e sociedade em torno de resultados concretos.”Com apoio do ONU-Habitat, a política desenvolvida pelo governo estadual reforça o avanço de uma gestão pública orientada por evidências, centrada nas pessoas e comprometida com o aprendizado contínuo, um passo essencial para transformar conhecimento em ação e gerar resultados que fazem diferença na vida da população. Mais do que um marco técnico, os instrumentos simbolizam um momento de promover mudanças na cultura avaliativa da administração pública, onde cada política avaliada pode ser vista como uma oportunidade de aprender, inovar e construir um futuro mais justo e sustentável para Alagoas.Sobre o Visão Alagoas 2030Iniciado em 2017, o Visão Alagoas 2030 é uma parceria do ONU-Habitat com o Governo de Alagoas voltada para promover o desenvolvimento urbano sustentável no estado. A iniciativa busca fortalecer as capacidades técnicas e institucionais do governo, além de produzir e sistematizar dados para orientar políticas públicas com base em evidências.Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes e visite a página do Visão Alagoas 2030: https://visaoalagoas2030.al.gov.br Contato para a imprensa: Adônis Matos (adonis.matos@un.org)Aléxia Saraiva (alexia.saraiva@un.org)
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Notícias
27 novembro 2025
UNAIDS: Resposta global ao HIV sofreu seu revés mais significativo em décadas
A resposta global ao HIV sofreu seu revés mais significativo em décadas, alerta um novo relatório do UNAIDS divulgado nesta terça (25), às vésperas do Dia Mundial da Luta contra a AIDS 2025. O relatório detalha as consequências de longo alcance das reduções no financiamento internacional e da falta de solidariedade global, que causaram um choque nos países de baixa e média renda com mais incidência de HIV.As reduções abruptas na assistência internacional ao HIV em 2025 aprofundaram os déficits de financiamento existentes. A OCDE estima que a assistência externa à saúde deverá cair entre 30 e 40% em 2025 em comparação com 2023, causando interrupções imediatas e ainda mais graves nos serviços de saúde em países de baixa e média renda.“A crise de financiamento expôs a fragilidade do progresso que lutamos tanto para alcançar”, disse a diretora executiva da UNAIDS, Winnie Byanyima. “Por trás de cada dado deste relatório estão pessoas, bebês e crianças que não tiveram acesso a exames de HIV ou diagnóstico precoce, mulheres jovens que não receberam apoio à prevenção e comunidades que de repente ficaram sem serviços e cuidados. Não podemos abandoná-las. Precisamos superar essa interrupção e transformar a resposta à AIDS.”Um sistema global em choqueOs serviços de prevenção — que já estavam sob pressão antes da crise — foram os mais afetados. Reduções significativas no acesso a medicamentos para prevenir o HIV (profilaxia pré-exposição, conhecida como PrEP) e quedas acentuadas na circuncisão médica voluntária para prevenção do HIV deixaram uma lacuna significativa na proteção de milhões de pessoas. O fim dos programas de prevenção do HIV concebidos com e para mulheres jovens privou as adolescentes e as mulheres jovens de serviços de prevenção do HIV, saúde mental e violência de gênero em muitos países. Isso aumenta ainda mais a sua exposição à vulnerabilidade – em 2024, havia globalmente 570 novas infecções por HIV todos os dias entre mulheres jovens e meninas com idades entre 15 e 24 anos.Organizações lideradas pela comunidade — a base da resposta ao HIV e que conseguiam alcançar as pessoas mais expostas ao HIV — relatam fechamentos generalizados, com mais de 60% das organizações lideradas por mulheres suspendendo programas essenciais. Os serviços para populações-chave, incluindo serviços para homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, pessoas que fazem uso de drogas injetáveis e pessoas trans, também foram severamente afetadas.O fracasso em atingir as metas globais da Estratégia Global para a AIDS pode resultar em 3,3 milhões novas infecções por HIV entre 2025 e 2030.Preocupações crescentes com os direitos humanosA crise de financiamento se desenrolou em um contexto de fragilização do ambiente global dos direitos humanos, com consequências particularmente graves para as populações marginalizadas. Em 2025, o número de países que criminalizam a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo e a expressão de gênero aumentou pela primeira vez desde que o UNAIDS começou a monitorar leis punitivas em 2008. As restrições à sociedade civil — particularmente aquelas que trabalham com populações-chave em todo o mundo e mulheres jovens e meninas na África Subsaariana — estão prejudicando ainda mais o acesso essencial aos serviços de HIV.Resiliência e inovação oferecem esperançaApesar desses desafios, vários países tomaram medidas rápidas na tentativa de suprir as lacunas de financiamento. Como resultado, muitos países estão demonstrando resiliência no que diz respeito ao tratamento para o HIV. Alguns países relataram números relativamente estáveis ou mesmo um aumento nas novas iniciações de tratamento antirretroviral como resultado de medidas rápidas para manter os serviços.Nigéria, Uganda, Costa do Marfim, África do Sul e Tanzânia comprometeram-se a aumentar os investimentos nacionais para serviços de HIV. O UNAIDS esá trabalhando com mais de 30 países para acelerar os planos nacionais de sustentabilidade.A inovação também está ganhando impulso. As tecnologias de prevenção de longa duração do HIV — incluindo injeções duas vezes ao ano para prevenir o vírus — têm o potencial de prevenir milhares de novas infecções em locais de alta incidência. Novas parcerias anunciadas em 2025 pela Fundação Gates, UNITAID, Fundo Global de Combate à AIDS, Tuberculose e Malária e o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Alívio da AIDS (PEPFAR) lançaram iniciativas para garantir o acesso generalizado a formulações genéricas de medicamento com preços acessíveis — cerca de US$ 40 por pessoa.“Sabemos o que funciona — temos a ciência, as ferramentas biomédicas e as estratégias comprovadas”, afirmou Winnie Byanyima. “O que precisamos agora é de coragem política. Investir nas comunidades, na prevenção, na inovação e na proteção dos direitos humanos como caminho para acabar com a AIDS.” Aa segunda metade de 2025 demonstrou alguma esperança para a manutenção do financiamento internacional crítico. Os EUA divulgaram sua nova Estratégia Global de Saúde, “America First”, e estão estabelecendo acordos bilaterais com cerca de 70 países para continuar o financiamento durante uma transferência progressiva para respostas nacionais autossuficientes ao HIV nos próximos dois a cinco anos. A recente conferência de reposição do Fundo Global também gerou promessas de US$ 11,34 bilhões, com mais parceiros ainda por vir. Esta é uma conquista extraordinária. Chamado à açãoHoje, 40,8 milhões de pessoas vivem com HIV em todo o mundo, 1,3 milhão de novas infecções ocorreram em 2024 e 9,2 milhões de pessoas ainda não têm acesso ao tratamento.Às vésperas do Dia Mundial da Luta contra a AIDS, o UNAIDS apela às lideranças globais para que:Reafirmem a solidariedade global, o multilateralismo e o compromisso coletivo de combater e acabar com a AIDS de forma conjunta:Essa é a base do nosso progresso até o momento. Os compromissos com a saúde e a dívida assumidos na Declaração dos Lideranças na Cúpula do G20 e na reposição do Fundo Global no último fim de semana reforçam os sinais de esperança.Mantenham o financiamento para a resposta global:A assistência internacional deve ser mantida para os países que mais precisam dela, a fim de garantir uma transição gradual, segura e sustentável para o financiamento doméstico.O financiamento doméstico não tem condições de crescer rápido o suficiente para preencher essa lacuna, portanto, o apoio global contínuo é fundamental.Os compromissos com uma reestruturação urgente e significativa da dívida, de acordo com a Declaração das Lideranças do G20, são essenciais para liberar recursos atualmente vinculados ao pagamento da dívida.Investir em inovação, incluindo opções acessíveis de prevenção e tratamento de longa duração:Expandir e acelerar a implementação do lenacapavir para atingir rapidamente 20 milhões de pessoasLicenciar mais empresas para produzir em escala, a fim de reduzir ainda mais os custosDefender os direitos humanos, empoderar as comunidades:Apelamos a todos os parceiros para que defendam o direito à saúde como um direito humano fundamental. Isso significa defender com firmeza a autonomia corporal e a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos, garantindo que todas as pessoas tenham a liberdade e a dignidade de tomar decisões sobre o seu próprio corpo e saúde.E devemos fortalecer as ações lideradas pela comunidade, porque as comunidades estão no centro de todas as respostas bem-sucedidas. Suas vozes, liderança e experiência de vida impulsionam o progresso e a responsabilidade.Após décadas de luta, a resposta global ao HIV estava perto de atingir seu objetivo de acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030. O mundo avançou muito — e conquistou muito — para permitir que o progresso se desfaça neste momento de oportunidade histórica.“Este é o nosso momento de escolher”, disse Winnie Byanyima. “Podemos permitir que esses choques desfaçam décadas de conquistas duramente alcançadas ou podemos nos unir por uma visão compartilhada de acabar com a AIDS. Milhões de vidas dependem das escolhas que fazemos hoje.”Para saber mais, acesse a íntegra do relatório Eliminar as barreiras, transformar a resposta à AIDS e a ficha informativa. Contato para a imprensa: Thainá Kedzierski, Oficial de Comunicação e Advocacy do UNAIDS Brasil: kedzierskith@unaids.org
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26 novembro 2025
ONU Mulheres e Instituto Gloria transformam Brasília em vitrine de alerta contra a violência digital
A violência digital contra meninas e mulheres no Brasil já apresenta índices que preocupam especialistas e organizações.
Para tornar esse cenário mais visível, a ONU Mulheres e Instituto Gloria realizaram uma intervenção pela cidade de Brasília no começo da noite desta terça-feira, dia 25 de novembro, data que marca o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra Mulheres e Meninas. A iniciativa ocupou centenas de espaços publicitários da cidade (DOOHs), reforçando que a violência digital está presente em todos os lugares e que a mídia exterior é parte essencial da ideia.Às 19h, as telas de mídia digital urbana exibiram simultaneamente a frase “Uma mulher sofreu violência aqui.” A mensagem permaneceu por dez minutos, transformando praticamente toda a malha de DOOHs de Brasília em um grande alerta sobre o tema. O sincronismo da ação foi possível graças à participação de empresas que cederam seus painéis, entre elas Eletromidia, Epic Led, JCDecaux, Metrópoles, Neooh, Po Mídia, RZK, Traffic, Visuplac e Weooh.“A impunidade, reforçada pelo anonimato e pelo caráter transnacional dos crimes digitais, impede que sobreviventes acessem serviços essenciais e limita respostas efetivas. A violência digital contra mulheres e meninas gera impactos reais, além de desencorajar a participação pública e a liderança feminina. Trata-se de uma ameaça concreta à realização dos direitos das mulheres e à democracia, além de ser um fenômeno intimamente associado a uma expressão extremista da masculinidade patriarcal violenta”, revela Ana Carolina Querino, representante interina da ONU Mulheres no Brasil.No mesmo horário, o prédio do Congresso Nacional recebeu uma projeção especial com o conceito “Violência digital é violência real.” A presença da intervenção em um dos marcos da vida política brasileira busca trazer ao holofote a urgência do debate e incentivar o enfrentamento às agressões digitais que afetam mulheres de todas as idades.
“A violência digital é real e suas consequências são devastadoras. Quando imagens íntimas são compartilhadas sem consentimento; quando mulheres são assediadas, perseguidas ou ameaçadas no mundo online; quando perfis falsos são criados para difamar; ou quando mulheres têm sua privacidade invadida, não é apenas uma ‘brincadeira na internet’ - são crimes que destroem vidas”, comenta Cristina Castro, idealizadora do Instituto Gloria. A ação foi criada pela agência Artplan.
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25 novembro 2025
Governo do RJ e ONU-Habitat fortalecem a resiliência comunitária em Petrópolis
No último sábado (15), na comunidade da Posse, no extremo norte de Petrópolis (RJ), o ECOS Petrópolis – iniciativa realizada no âmbito do RJ Resiliente, fruto da parceria entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro e Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) – deu início à fase de multiplicação de conhecimento nas comunidades. As ações buscam preparar moradores e moradoras das regiões com maior vulnerabilidade climática, com o objetivo de reduzir riscos e fortalecer a capacidade comunitária de resposta a eventos climáticos extremos.
A iniciativa, implementada por meio da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS), teve início em abril de 2025. O ECOS Petrópolis atua em 13 comunidades vulneráveis a desastres: Alemão, Caxambu, Cuiabá, Floresta, Morin, Neylor, Independência, Oficina, Posse, Quitandinha, Rio de Janeiro, Serra Velha, Thouzet e Vila Felipe. As atividades incluem ações de educação ambiental, prevenção de riscos, primeiros socorros e comunicação de emergência.
Capacitações reforçam o papel das comunidades na redução de riscos - A primeira fase das capacitações operacionais teve início em julho deste ano, e foi dedicada à formação técnica e operacional de agentes e gestores/as locais para atuar nessas comunidades. Agora, as ações avançam para a orientação direta de moradores e moradoras nas comunidades, ampliando o alcance dos conhecimentos e fortalecendo as capacidades coletivas de resposta.
O investimento em conhecimento comunitário é central para reduzir vulnerabilidades e ampliar a segurança dos territórios. Como destaca o Secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Chim Rossi, “os eventos climáticos extremos são uma realidade crescente. Preparar as comunidades, fortalecer a resposta local e ampliar a resiliência das famílias são caminhos indispensáveis para salvar vidas”.
Oficinas práticas e Protocolo de Resiliência Familiar - O primeiro encontro, realizado na comunidade Posse, foi planejado para garantir inclusão e acessibilidade, considerando as necessidades de pessoas com deficiência, crianças, adolescentes e idosos/as. A atividade teve como foco ampliar a proteção e fortalecer as capacidades familiares e comunitárias diante dos riscos climáticos. A composição das pessoas participantes incluiu 56% de mulheres e 44% de pessoas que se autodeclaram negras (pretas e pardas).A Chefe do Escritório do ONU-Habitat no Brasil, Rayne Ferretti Moraes, ressalta que as soluções para enfrentar e mitigar os efeitos das mudanças do clima são, essencialmente, coletivas. “Fortalecer a resiliência começa na comunidade. Em Petrópolis, grande parte da nossa equipe é formada por pessoas que vivem nesses territórios, porque elas possuem o conhecimento local, a vivência e a experiência, esse conhecimento é muito valioso. Nosso papel foi fortalecer essa capacidade, oferecendo formações e treinamentos para que essas lideranças possam replicar o conhecimento em suas respectivas comunidades.”A agenda de oficinas segue até abril de 2026. Ao todo, serão realizados 26 encontros presenciais, totalizando 52 oficinas e mais de 50 horas de atividades. As ações incluem encontros orientadores, processos participativos e a produção de sensores caseiros de monitoramento climático.Nessas oficinas, as pessoas participantes aprendem a montar sensores caseiros de baixo custo, como o pluviômetro, feito com garrafas PET, o anemômetro, produzido com potes de iogurte, e o infiltrômetro, construído com filtro de vela. Esses sensores integram a construção do Protocolo de Resiliência Familiar, instrumento que também reúne informações como rotas de evacuação, pontos seguros e orientações práticas que fortalecem a capacidade de resposta comunitária em situações de emergência.O Protocolo de Resiliência familiar é essencial para orientar cada comunidade diante dos efeitos da mudança do clima. Ao combinar os conhecimentos dos moradores e moradoras com orientações metodológicas da equipe técnica, é possível construir documentos essenciais para ações preventivas. Os encontros valorizam a construção coletiva, fortalecem o engajamento das redes locais e o sentimento de pertencimento, promovendo o compartilhamento de informações, práticas colaborativas e integração entre moradores/as, agentes e gestores comunitários. Dessa forma, todos e todas passam a compor uma estratégia articulada, contribuindo para a redução de danos e, sobretudo, para a preservação de vidas.
Próximos passos - Entre os materiais previstos estão o mapa-base de riscos comunitários, os sensores e pontos de monitoramento, a ficha de percepção de risco, além do mapa de rotas seguras e do plano de evacuação de cada território participante. A continuidade do trabalho permitirá consolidar os materiais produzidos pelas comunidades, aprimorar estratégias locais e fortalecer redes de preparação e resposta às emergências.
Além disso, as equipes técnicas e comunitárias seguirão monitorando os avanços, validando os instrumentos elaborados e ampliando o engajamento das lideranças locais, criando uma base sólida para que Petrópolis avance na construção de territórios mais seguros, resilientes e preparados para enfrentar os efeitos da mudança do clima.Sobre o RJ Resiliente - A parceria do ONU-Habitat com o Governo do Estado do Rio de Janeiro integra o RJ Resiliente, programa da Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade para promover a resiliência urbana e climática nos municípios do Rio de Janeiro, fortalecendo as metas da Agenda 2030 e os princípios da Nova Agenda Urbana em todo o estado. Além disso, trabalha para mobilizar os municípios para construir um Rio de Janeiro mais inclusivo e sustentável.
Contato para imprensa:
Aléxia Saraiva (alexia.saraiva@un.org)
Livia Freire (livia.souza@un.org)
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