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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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25 novembro 2025
ONU: 137 mulheres e meninas são mortas todos os dias por parceiros íntimos ou familiares
Marcando o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, o Femicide Brief 2025 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e da ONU Mulheres confirma que o feminicídio continua tirando a vida de dezenas de milhares de mulheres e meninas em todo o mundo, sem sinais de progresso real.83 mil mulheres e meninas foram mortas intencionalmente no último ano. Sessenta por cento — ou 50 mil — foram mortas por parceiros íntimos ou membros da família. Isso significa que uma mulher ou menina é morta por um parceiro ou familiar quase a cada 10 minutos. Em contraste, apenas 11% dos homicídios de homens foram perpetrados por parceiros íntimos ou familiares no mesmo ano.“O lar continua sendo um lugar perigoso e, às vezes, letal para muitas mulheres e meninas ao redor do mundo. O Femicide Brief 2025 é um lembrete contundente da necessidade de melhores estratégias de prevenção e respostas da justiça criminal ao feminicídio — respostas que considerem as condições que propagam essa forma extrema de violência”, afirmou o diretor executivo do UNODC, John Brandolino. “Feminicídios não acontecem isoladamente. Eles geralmente fazem parte de um contínuo de violência que pode começar com comportamentos controladores, ameaças e assédio, inclusive online”, disse a diretora da Divisão de Políticas da ONU Mulheres, Sarah Hendriks. “A campanha das Nações Unidas pelos 16 Dias deste ano destaca que a violência digital muitas vezes não permanece apenas online. Ela pode escalar offline e, nos piores casos, contribuir para danos letais, incluindo o feminicídio. Toda mulher e menina tem o direito de estar segura em todas as esferas da vida, e isso exige sistemas que intervenham cedo. Para prevenir esses assassinatos, precisamos da implementação de leis que reconheçam como a violência se manifesta ao longo da vida de mulheres e meninas — tanto online quanto offline — e responsabilizem os agressores muito antes de que a situação se torne fatal.”Segundo o relatório Femicide 2025, mulheres e meninas são submetidas a essa forma extrema de violência em todas as regiões do mundo. Estima-se que a maior taxa de feminicídio cometido por parceiros íntimos ou familiares ocorreu na África (3 por 100 mil mulheres), seguida pelas Américas (1,5), Oceânia (1,4), Ásia (0,7) e Europa (0,5).Embora feminicídios também ocorram fora do ambiente doméstico, a disponibilidade de dados ainda é limitada. Para ajudar a preencher essas lacunas, a ONU Mulheres e o UNODC estão trabalhando em estreita colaboração com países na implementação do marco estatístico de 2022, a fim de melhorar a identificação, o registro e a classificação dos assassinatos de mulheres e meninas relacionados ao gênero. Ampliar a disponibilidade de dados será vital para avaliar com precisão a magnitude e as consequências desses feminicídios, além de apoiar respostas eficazes da justiça.Leia o relatório completo aqui. Nota aos editores: Embora o número de quase 50 mil mulheres e meninas mortas no âmbito privado em 2024 seja inferior à estimativa de 51.100 vítimas em 2023, essa variação se deve amplamente a diferenças na disponibilidade de dados em nível nacional e não indica uma redução real.Para saber mais, siga @unodcprt e @onumulheresbr nas redes e visite a página da campanha Una-se 2025: 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Meninas e MulheresContatos para a imprensa: Equipe de mídia do UNODC: unodc-press@un.orgEquipe de mídia da ONU Mulheres: media.team@unwomen.org
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01 dezembro 2025
UNAIDS celebra 25 anos de atuação e 40 anos da resposta à AIDS em parceria com o Brasil
O Programa Conjunto das Nações Unidas (UNAIDS) completa, em 2025, 25 anos de atuação no Brasil em um momento simbólico: os 40 anos da resposta brasileira à AIDS. Essa celebração dupla reforça a importância da parceria com o país construída de forma sólida, sempre trabalhando promoção de políticas públicas multissetoriais que coloquem as pessoas que vivem com HIV no centro da resposta nacional para que tenham vidas sem estigma e discriminação.No âmbito dos 40 anos da resposta à AIDS, nesta segunda (01/12), Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, será inaugurada em Brasília a exposição “40 anos da história da resposta brasileira à AIDS”. A exposição, realizada pelo Ministério da Saúde com apoio do UNAIDS, SESI Lab, Fiocruz, Museu da Pessoa e Grupo Pela Vidda, marca quatro décadas de políticas públicas, ciência, mobilização social e conquistas que transformaram o Brasil em referência mundial na resposta ao HIV e à AIDS.Uma história compartilhada com o BrasilDesde sua chegada ao país, o UNAIDS tem trabalhado para apoiar projetos como Fast-Track Cities, que acelera resposta municipais; o Índice de Estigma, que usa dados e evidências coletados pela sociedade civil para medir o estigma e a discriminação na sociedade brasileira, com diferentes populações.O UNAIDS também atua no apoio às organizações da sociedade civil e redes de pessoas que vivem com HIV para fortalecer políticas públicas que ampliam o acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento do HIV, contribuindo para solidificar estratégias que fortalecem na sociedade brasileira uma cultura sem estigma e discriminação em relação às pessoas que vivem com HIV.O UNAIDS reúne os esforços de 11 organizações da ONU – ACNUR, UNICEF, WFP, PNUD, UNFPA, UNODC, ONU Mulheres, OIT, UNESCO, OMS e Banco Mundial – e trabalha em estreita colaboração com parcerias globais e nacionais para acabar com a epidemia de AIDS até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).O Brasil sempre se destacou por uma resposta pioneira. No entanto, manter esse protagonismo exige esforços contínuos. Por isso, o UNAIDS atua para ampliar diálogos com governos, sociedade civil, academia, setor privado e, principalmente, as comunidades, que devem sempre estar no centro da resposta.Em sua mensagem para o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatiza que “temos o poder de transformar vidas e futuros, e acabar com a epidemia da AIDS de uma vez por todas,” ressaltando que “acabar com a AIDS significa empoderar comunidades, investir em prevenção e ampliar o acesso ao tratamento para todas as pessoas.”“Acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030 está ao nosso alcance. Vamos fazer o trabalho.” - António Guterres, secretário-geral da ONU, 1° de dezembro de 2025 Fortalecimento de políticas públicas com foco nas pessoasAo longo de 25 anos, o UNAIDS tem colaborado para que a resposta brasileira permaneça guiada por evidências e inclusão. Isso significa apoiar ações que reconhecem a diversidade do país e que respondam às necessidades reais das populações mais vulneráveis ao vírus como a comunidade LGBTQIA+, em especial pessoas trans; homens que fazem sexo com outros homens (HSH); profissionais do sexo; pessoas privadas de liberdade, população negra, indígena e mulheres.Com a chegada de novas tecnologias de prevenção e tratamento, como os medicamentos injetáveis de longa duração e a ampliação da testagem, novas oportunidades surgem. No entanto, essas ferramentas só produzem impacto quando chegam às pessoas que mais precisam. Assim, o UNAIDS segue atuando para apoiar políticas que levem informação de qualidade, ampliem o acesso e reduzam desigualdades.“A resposta brasileira é um exemplo para o mundo e mostra que colocando as comunidades no centro e a partir de uma estratégia multissetorial é possível transformar a resposta à AIDS. O UNAIDS está no Brasil há 25 anos e celebramos essa trajetória de trabalho conjunto com o governo com muito orgulho, baseada nos direitos humanos de todas as pessoas vivendo com HIV e AIDS. Seguiremos trabalhando para não deixar ninguém para trás”, destaca a diretora e representante do UNAIDS no Brasil, Andrea Boccardi Vidarte. Avanços, desafios e o futuro da respostaOs 40 anos da resposta à AIDS no Brasil mostram um caminho marcado por conquistas importantes. Desde o acesso universal e tratamento gratuito via Sistema Único de Saúde (SUS) até campanhas que colocaram o país como referência global, a história brasileira é reconhecida internacionalmente. Entretanto, os desafios persistem. A redução das desigualdades, a ampliação dos serviços e a eliminação do estigma continuam sendo prioridades.O UNAIDS acredita que o futuro exige inovação, cooperação e compromisso permanentes com os direitos humanos. Por isso, a parceria com o Brasil segue firme. Com evidências, tecnologias e oportunidades, o UNAIDS apoia iniciativas que acelerem o alcance das metas globais e que garantam que ninguém fique para trás.25 anos de UNAIDS no Brasil: respeito, equidade e transformaçãoAo longo de sua trajetória, o UNAIDS se consolidou como um aliado estratégico, trabalhando lado a lado com o país para transformar vidas. O compromisso com o fim da AIDS como ameaça à saúde pública permanece firme. No entanto, essa meta só será possível com ações integradas, participativas e guiadas por direitos.Por isso, é necessário investir em estratégias que combatam desigualdades e fortaleçam comunidades. A experiência mostra que respostas bem-sucedidas dependem de políticas multissetoriais que respeitam a autonomia das pessoas e que garantem acesso a serviços de saúde de qualidade. Além disso, o engajamento da sociedade civil organizada continua sendo essencial para manter o Brasil como referência global.O futuro da resposta à AIDS depende de ações integradas e do fortalecimento de todas as pessoas que compõem essa trajetória. Com determinação, colaboração e visão estratégica, a resposta precisa ser cada vez mais inclusiva, inovadora e transformadora.SERVIÇO: Lançamento da exposição “40 anos da história da resposta brasileira à AIDS”Data: 1° de dezembro de 2025Horário: 16hLocal: SESI Lab – SCTS 01, Bloco A – Brasília – DF – (ao lado da rodoviária do Plano Piloto)Confira a programação da exposição: Dia 1 - Dia 2 - Dia 3 - Dia 4 - Dia 5 - Dia 6 - Dia 7Não é necessário credenciamento para visitar a exposição. Para saber mais, siga @unaidsbrasil nas redes e visite a página do UNAIDS Brasil: https://unaids.org.br/ Contato para a imprensa: Thainá Kedzierski, Oficial de Comunicação e Advocacy do UNAIDS Brasil: kedzierskith@unaids.org
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02 dezembro 2025
Brasil e Cabo Verde consolidam cooperação na área de moradia
A capital de Cabo Verde, Praia, será o cenário do fechamento da cooperação técnica que aproximou as experiências do Brasil e do país africano na área da moradia ao longo dos últimos 14 meses. De 1º a 5 de dezembro, representantes de instituições brasileiras e cabo-verdianas participam de uma nova missão para dialogar e verificar os avanços alcançados por meio das atividades do projeto, cujo objetivo é apoiar Cabo Verde a reduzir seu déficit habitacional. Desde agosto de 2024, os dois países vêm compartilhando boas práticas e fortalecendo capacidades por meio do intercâmbio de conhecimentos entre diferentes instituições. Esta é a quarta missão realizada no âmbito do projeto — sendo três em Cabo Verde e uma no Brasil.A iniciativa faz parte do Simetria Urbana, iniciativa de Cooperação Sul-Sul Trilateral entre o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Seu objetivo é promover o desenvolvimento urbano sustentável em países do Sul Global, por meio da troca de experiências e do fortalecimento de capacidades.“Encerramos esta fase do projeto com um sentimento de construção coletiva e de fortalecimento institucional. Esta missão tem o papel de consolidar o legado deixado ao longo das atividades, e reforça a capacidade de Cabo Verde de seguir avançando com os instrumentos e metodologias desenvolvidos durante a cooperação. Este é também um momento de sistematizar lições aprendidas, ajustar responsabilidades e preparar o terreno para os próximos passos no pós-missão”, comenta a analista de programas do ONU-Habitat à frente do Simetria Urbana, Laura Figueiredo.Para a Analista de Projetos da ABC, Monica Salmito, “O Simetria Urbana demonstra a força da Cooperação Sul-Sul ao unir conhecimentos e capacidades para enfrentar desafios comuns. Em Cabo Verde, pudemos apoiar a construção de soluções que permanecerão além do projeto, fortalecendo instituições locais e ampliando as bases para políticas habitacionais mais inclusivas e sustentáveis." Programação e temáticasDurante os cinco dias de programação, a missão acompanha os avanços alcançados nas três frentes de trabalho do projeto, promovendo um momento de reflexão acerca dos avanços realizados ao longo do último ano. No campo do planejamento habitacional, os municípios de São Domingos e São Miguel apresentam o progresso na elaboração de seus Planos Municipais de Habitação – documento que representa um passo importante para que as cidades possam planejar seu desenvolvimento urbano de forma mais estruturada e alinhada às necessidades locais.Outro destaque da agenda é o trabalho desenvolvido no tema da Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS). A missão vai fortalecer as bases para que Cabo Verde avance na construção de uma política nacional dedicada ao tema, reunindo governo central, municípios e instituições técnicas.A programação também aprofunda as discussões sobre trabalho social e gestão condominial, áreas essenciais para garantir que as famílias tenham condições adequadas de viver e se organizar nos empreendimentos habitacionais. As instituições cabo-verdianas apresentam propostas de modelos de gestão e de regras para condomínios sociais, elaboradas ao longo do projeto.ParticipantesIntegram a delegação brasileira representantes da Agência Brasileira de Cooperação (ABC); do Ministério das Cidades; do ONU-Habitat; da Caixa Econômica Federal; da Fundação João Pinheiro (FJP); do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e de São Paulo (CAU/SP).Já Cabo Verde será representado por profissionais do Ministério das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação (MIOTH), por meio da Direção Geral da Habitação (DGH); do Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT); da empresa pública Imobiliária, Fundiária e Habitat (IFH); do ONU-Habitat Cabo Verde e das Câmaras Municipais de São Miguel, São Domingos e Sal.Contatos para a imprensa: Aléxia Saraiva (alexia.saraiva@un.org)Janaina Plessmann (janaina.plessmann@abc.gov.br)
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07 abril 2025
Relatório Anual das Nações Unidas no Brasil 2024
O Relatório Anual das Nações Unidas apresenta os resultados de um ano de avanços estratégicos no Brasil. Por meio de um planejamento integrado e de investimentos catalisadores, o Sistema ONU, formado por 24 entidades, atuou conjuntamente com o Estado brasileiro e com os três níveis de governo para impulsionar o desenvolvimento do país, com atenção às necessidades específicas dos diferentes grupos populacionais e ao meio ambiente.Seguindo as diretrizes do Marco de Cooperação, vigente de 2023 a 2027, ao longo de 2024 a ONU trabalhou em temas como saúde, educação, emprego e renda, acesso a serviços básicos, equidade, direitos humanos e assistência humanitária em 351 iniciativas, que trouxeram benefícios para milhões de pessoas. O investimento feito no país foi de US$ 155 milhões. Confira dez pontos de destaque do que o Sistema das Nações Unidas alcançou em 2024:Resposta à emergência no Rio Grande do SulResposta a secas e queimadasMobilização de R$ 55 milhões para o Fundo Brasil-ONU para a AmazôniaApoio à elaboração da Contribuição Nacionalmente Determinada de redução de emissões de gases do efeito estufaRealização de 55 missões de autoridades da ONU ao BrasilApoio à delegação brasileira de jovens no Y20Engajamento na Aliança Global contra a Fome e a PobrezaParticipação brasileira na Cúpula do FuturoAdoção do ODS18 – Igualdade Étnico-RacialApoio à presidência brasileira do G20
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Publicação
22 setembro 2025
Relatório Anual das Nações Unidas 2025
“O presente relatório demonstra que, apesar dos tempos extremamente difíceis – e, na verdade, justamente por causa deles – podemos e devemos continuar lutando por um mundo melhor, que sabemos estar ao nosso alcance.” - António Guterres, secretário-geral da ONU, 18 de setembro de 2025 O Relatório Anual das Nações Unidas 2025 faz uma retrospectiva de um ano de adversidades e esperança para a humanidade. Em 2024, conflitos fatais continuaram a causar sofrimento massivo e deslocamentos. Nosso planeta quebrou novos recordes de calor. A pobreza, a fome e as desigualdades aumentaram, enquanto tecnologias transformadoras como a inteligência artificial se expandiram sem regulamentações eficazes, e o direito internacional e os direitos humanos foram desrespeitados.
Diante de tais desafios, as Nações Unidas trabalharam para transformar nossos valores compartilhados em ações concretas no terreno, para pessoas ao redor do mundo.O presente relatório demonstra que, apesar dos tempos extremamente difíceis – e, na verdade, justamente por causa deles – podemos e devemos continuar lutando por um mundo melhor, que sabemos estar ao nosso alcance. Renovaremos nossos esforços para alcançar a paz, promover o desenvolvimento sustentável e defender e proteger os direitos humanos, para toda a humanidade.Dez maneiras pelas quais as Nações Unidas fazem a diferença:139 milhões de pessoas assistidas e protegidas enquanto fugiam da guerra, da fome e da perseguição
123 milhões de pessoas receberam alimentos e assistência em mais de 120 países e territórios
3 milhões de vidas salvas por ano por meio de vacinas fornecidas a 45% das crianças do mundo
194 nações trabalhando com as Nações Unidas para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C
67.500 militares e civis mantendo a paz em 11 operações ao redor do mundo
4 bilhões de pessoas afetadas pela crise global de água que as Nações Unidas estão enfrentando
80 tratados/declarações para proteger e promover os direitos humanos globalmente
US$ 50 bilhões arrecadados para atender às necessidades humanitárias de 198 milhões de pessoas
48 países assistidos em seus processos eleitorais, usando a diplomacia para prevenir conflitos
11 milhões de pessoas receberam serviços de saúde sexual e reprodutivaPara saber mais, siga @nacoesunidas e @onubrasil nas redes e visite a página do Relatório Anual 2025. Baixe o relatório completo (em inglês):
Diante de tais desafios, as Nações Unidas trabalharam para transformar nossos valores compartilhados em ações concretas no terreno, para pessoas ao redor do mundo.O presente relatório demonstra que, apesar dos tempos extremamente difíceis – e, na verdade, justamente por causa deles – podemos e devemos continuar lutando por um mundo melhor, que sabemos estar ao nosso alcance. Renovaremos nossos esforços para alcançar a paz, promover o desenvolvimento sustentável e defender e proteger os direitos humanos, para toda a humanidade.Dez maneiras pelas quais as Nações Unidas fazem a diferença:139 milhões de pessoas assistidas e protegidas enquanto fugiam da guerra, da fome e da perseguição
123 milhões de pessoas receberam alimentos e assistência em mais de 120 países e territórios
3 milhões de vidas salvas por ano por meio de vacinas fornecidas a 45% das crianças do mundo
194 nações trabalhando com as Nações Unidas para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C
67.500 militares e civis mantendo a paz em 11 operações ao redor do mundo
4 bilhões de pessoas afetadas pela crise global de água que as Nações Unidas estão enfrentando
80 tratados/declarações para proteger e promover os direitos humanos globalmente
US$ 50 bilhões arrecadados para atender às necessidades humanitárias de 198 milhões de pessoas
48 países assistidos em seus processos eleitorais, usando a diplomacia para prevenir conflitos
11 milhões de pessoas receberam serviços de saúde sexual e reprodutivaPara saber mais, siga @nacoesunidas e @onubrasil nas redes e visite a página do Relatório Anual 2025. Baixe o relatório completo (em inglês):
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História
03 dezembro 2025
Em São Paulo, gêmeos Guarani unem saneamento e tradição ancestral
A cena já faz parte do cotidiano dos Guarani Mbya que vivem nas aldeias da Terra Indígena Jaraguá Kwaray Djekupe, na zona norte de São Paulo. Logo cedo, quando os primeiros raios de sol dissipam a neblina sobre a vasta vegetação, os gêmeos Karai Poty e Karai Mirim, de 37 anos — conhecidos em português como Anderson Augusto Vilar Martim e André Augusto Vilar Martim — caminham entre as casas e as matas. Com atenção e cuidado, observam as condições de saneamento, em atividades que unem o trabalho técnico ao respeito pela cultura Guarani.Munidos de pás, enxadas, luvas de borracha e peças hidráulicas, eles atuam como agentes de saneamento indígenas. Porém, o cuidado com a água não se limita à saúde pública: é entendido também como uma conexão espiritual fundamental para a vida no território.“Acreditamos que há espíritos em tudo: nos objetos, na mata, em cada ser. Cada elemento da natureza nos fortalece quando entramos em contato com ele. E com a água não é diferente”, explica André. “A água é vida, é parte de nós. Diante de uma cachoeira ou de uma nascente, mergulhamos logo cedo para renovar o espírito e começar bem o dia”, completa Anderson. Vocação para o saneamento A vida da comunidade, que utiliza a terra para o cultivo e a criação de animais, sempre foi ritmada pelo córrego Ribeirão Vermelho, que atravessa a mata e servia como fonte de água, alimento e força espiritual. Atualmente o ribeirão encontra-se poluído e está impróprio para banho e consumo, realidade que motivou os gêmeos a transformar a lamentação em ação.O trabalho dos irmãos com o saneamento começou de formas diferentes. Anderson foi o primeiro: iniciou sua trajetória em 2016, quando foi selecionado para a vaga de agente de saneamento indígena na Unidade Básica de Saúde Indígena (UBSI) Aldeia Jaraguá Kwaray Djekup, unidade da Secretaria Municipal da Saúde voltada à população indígena e administrada pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM/PAIS). Desde então, sua rotina envolve a implementação e o monitoramento de sistemas de saneamento básico, como nascentes e poços artesianos, fossas sépticas, banheiros comunitários, vias de drenagem e soluções de coleta de resíduos.Muitas pessoas que vivem na Terra Indígena Jaraguá não falam português. Por isso, e pelo fato de serem membros das aldeias, os agentes de saneamento conquistam a confiança dos habitantes e desempenham um papel essencial no cuidado com as estruturas domiciliares e na comunicação com o poder público. “Conversamos com os moradores na língua guarani mbya e temos acesso às casas para avaliar os problemas e pensar juntos nas melhores soluções”, explica Anderson. Outro aspecto importante de seu trabalho é a busca de recursos junto a órgãos públicos, organizações de saúde e comunidades parceiras. “O papel de agente de saneamento dá legitimidade para participar de reuniões, correr atrás e resolver problemas”, comenta. “Posso ir a autoridades, políticos e outras lideranças para pedir recursos e apoio. Não dá para ficar parado esperando.”Sua trajetória ganhou um novo capítulo com a chegada de André. Inspirado pelo trabalho do irmão, decidiu seguir o mesmo caminho e, desde agosto, passou a atuar como o segundo agente de saneamento da unidade de saúde indígena. Antes disso, André trabalhava como auxiliar de limpeza no mesmo local, e foi ali, entre corredores e pátios, que começou a perceber com mais clareza a ligação entre o saneamento e a saúde da comunidade — e entendeu que poderia ser um multiplicador de boas práticas. “Eu via o quanto as pessoas sofriam com surtos de dengue e outros problemas. Agora posso organizar grupos para fazer mutirões de limpeza e eliminar focos. É diferente quando a gente atua junto, mobilizando as aldeias e envolvendo todo mundo nesse cuidado”, conta André.Outra motivação é integrar a educação ambiental às tradições do povo Guarani. “Falamos principalmente sobre cuidar do território e da água, manter as nascentes limpas, zelar pelas fossas e não jogar resíduos nos rios, sempre pensando na nossa conexão com os elementos da terra”, explica. “Quando a água está limpa e o lugar está em equilíbrio, o espírito da comunidade também se fortalece.” Laços com o territórioO empenho dos irmãos tem como inspiração sua avó, Kerexu, chamada em português de Jandira Augusta Venício, uma das fundadoras da Terra Indígena Jaraguá e reconhecida como uma das primeiras mulheres a ocupar o papel de cacica no Brasil.Ao longo das décadas de 1970 e 1980, outras famílias Guarani Mbya vindas do Paraná, do litoral e do sul do país se juntaram a eles, consolidando a presença indígena na região. Com o avanço da urbanização no entorno e a morte do marido, Jandira assumiu a liderança da aldeia, articulando demandas por educação, saúde e reconhecimento territorial em meio à pressão crescente da cidade. Um dos marcos de sua luta ocorreu em 1987, com a primeira demarcação da terra. Porém, de forma insatisfatória, apenas 1,7 hectare foi oficialmente demarcado, o equivalente a pouco mais de dois campos de futebol, o que transformou a área na menor terra indígena do país. Após diversas tentativas na Justiça para ampliar essa área, um importante avanço aconteceu 37 anos depois, em 2024, quando o Ministério da Justiça declarou a posse de 532 hectares. Trata-se, porém, da segunda de cinco etapas do processo de demarcação almejado.Os gêmeos cresceram acompanhando a liderança da avó, cuja força e determinação seguem como referência. “Ela tinha um modo de lutar pela terra e de ir diretamente às autoridades em busca da demarcação. E fazia isso em plena ditadura militar”, recorda Anderson. “Ela lutou por cada pedaço desta terra e pela vida do povo. Ela nos inspira”, emenda André.Jandira e seu marido, Kuaray Augusto (Joaquim Augusto Martins), fundaram no final dos anos 1950 a primeira aldeia da Terra Indígena Jaraguá: a Tekoa Ytu, o “Lugar da Cachoeira”, em referência às nascentes e córregos então abundantes. A ação do casal marcou a reocupação do território Guarani Mbya na região, após séculos de expulsões desde a colonização portuguesa. A terra, situada ao lado do Pico do Jaraguá — o ponto mais alto de São Paulo —, tem um significado central na cosmologia guarani, sendo considerada uma “terra de passagem” na busca ancestral pela terra sem males, um espaço mítico de plenitude e harmonia espiritual.Lições para o saneamento de São PauloO trabalho dos gêmeos foi essencial para conectar as demandas da aldeia ao processo de diagnóstico do Plano Municipal de Saneamento Ambiental Integrado, que está sendo desenvolvido em uma parceria do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento de São Paulo. Recentemente, representantes das instituições visitaram a Terra Indígena Jaraguá para conhecer de perto a situação local. O plano vai orientar as ações de saneamento da cidade nos próximos anos, oferecendo diretrizes para o planejamento, a execução e o monitoramento de políticas públicas relacionadas à água, esgoto, drenagem urbana e resíduos sólidos. O documento vai incluir pareceres técnicos, indicadores socioambientais e propostas construídas junto à população para enfrentar desafios históricos e avançar em soluções mais eficientes, sustentáveis e inclusivas.A elaboração do plano envolve diversas etapas de participação social. Entre julho e setembro, foram realizadas 33 oficinas presenciais em toda a capital paulista. Ao todo, 1.199 pessoas participaram das atividades, que resultaram em 615 contribuições sobre diversos temas do saneamento. Nesse contexto, ouvir os diferentes grupos que compõem a população, como os indígenas, é essencial. “As práticas, os saberes indígenas e sua relação com a água nos ajudam a repensar a abordagem do saneamento de forma mais integrada, considerando o território, a cultura e o modo de vida de cada comunidade. Essa escuta é essencial para construir soluções que respeitem as diferentes realidades da cidade”, afirma o coordenador do Plano Municipal de Saneamento Ambiental Integrado no ONU-Habitat, Lucas Daniel Ferreira. Outra diretriz do plano é a atenção especial aos territórios em situação de vulnerabilidade socioambiental, como a Terra Indígena Jaraguá, catalisando o trabalho dos agentes de saneamento e incorporando suas preocupações no planejamento da cidade. Além da poluição no córrego Ribeirão Vermelho causada pela ocupação urbana no entorno, a região enfrenta interrupções no fornecimento de água pela rede pública, vazamentos e falta de conservação em fossas sépticas. “Há fossas que ficam entupidas e precisam de bombeamento para serem esvaziadas. Algumas ficam muito cheias, acabam vazando e gerando mau cheiro”, comenta André.Esses desafios reforçam a necessidade de políticas públicas integradas e de ações contínuas de prevenção, manutenção e investimento em infraestrutura. “A realidade da Terra Indígena Jaraguá evidencia tanto os desafios quanto as oportunidades relacionadas à universalização do acesso à água de qualidade, ao tratamento e à destinação correta do esgoto, e à requalificação dos corpos d’água em articulação com o meio ambiente e seus múltiplos usos”, destaca a coordenadora de Segurança Hídrica da SMUL-SP, Amanda de Almeida Ribeiro. Além do plano de saneamento, o ONU-Habitat também apoia a Prefeitura na elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos, que reúne diretrizes para a geração, separação, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos. O plano abrange ainda a limpeza pública, a gestão de resíduos especiais, o trabalho de catadores e cooperativas, a reciclagem e a logística reversa.O olhar para o futuroO saneamento na Terra Indígena Jaraguá também traz exemplos de inovação no saneamento em sintonia com a sustentabilidade. Entre as casas e o verde do território, Anderson e André constroem banheiros comunitários equipados com sistemas de vermifiltro, uma solução ecológica que utiliza minhocas para transformar resíduos orgânicos em biofertilizante, filtrando a água por meio de camadas de pedra e areia.De olho no futuro, mas guiados pelas memórias, os irmãos acompanham o planejamento de um novo projeto que busca atender às necessidades hídricas das aldeias e resgatar tradições: um lago comunitário. Além de servir ao plantio e ao abastecimento, a iniciativa responde a um desejo coletivo do povo Guarani Mbya de restabelecer a relação ancestral com a água.“No passado, todo indígena sabia nadar. Mas hoje alguns jovens já não sabem, porque não têm acesso às águas. É um grande impacto para a nossa cultura não poder ensinar as crianças a mergulhar e pescar do jeito ancestral”, lamenta Anderson.O córrego Ribeirão Vermelho, cuja degradação despertou nos irmãos a vocação para o saneamento, continua servindo de inspiração, agora em forma de sonho: o de vê-lo despoluído. “Cuidamos do rio, tentamos mantê-lo limpo. Já buscamos várias formas de recuperação, mas é difícil”, conta André. “Mas os espíritos continuam ali. Um dia, o rio renascerá.”Para saber mais, siga @onuhabitatbrasil nas redes! Contato para imprensa: Alex Gomes (alex.gomes@un.org)Aléxia Saraiva (alexia.saraiva@un.org)
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História
03 dezembro 2025
“Elizabeth não só ganhou peso, como seu semblante mudou - ela está feliz”
A menina Elizabeth Lefébre, de apenas sete anos e que nasceu com microcefalia, está vencendo uma luta travada desde antes da sua chegada ao Brasil: a desnutrição. Sua família vivia em El Dorado, na Venezuela, e decidiu migrar para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Com a ajuda dos pais e do irmão mais velho, de 12 anos, Eliza, como é chamada pelos familiares, está em plena recuperação para viver dias mais saudáveis na sua infância, que recomeça em um novo país.No âmbito da Operação Acolhida, a resposta humanitária para refugiados e migrantes da Venezuela liderada pelo Governo Federal, há uma equipe multiprofissional capacitada para apoiar os cuidados de casos como o de Elizabeth. São nutricionistas do projeto do UNICEF em parceria com a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA).Logo na sua chegada ao abrigo, Elizabeth passou a ser acompanhada pela equipe de nutrição, e recebeu as orientações médicas para tratar o caso. As profissionais prescreveram uma dieta que prevê uma alimentação balanceada com a ajuda de suplementos. Com o tratamento, a menina começou a recuperar energia, vitaminas e minerais necessários para o seu desenvolvimento. Luara Reis, nutricionista da ADRA que acompanha Elizabeth, compara a evolução no tratamento."No nosso primeiro contato, Eliza estava muito debilitada, bem fraquinha e ainda com anemia. Hoje ela está completamente diferente, é uma menina forte e saudável, e tudo isso graças aos pais, que levaram a sério o tratamento, que também foi possível graças aos monitores de saúde, que acompanham seu caso de perto no dia a dia. Esses esforços em conjunto estão contribuindo para que em breve ela fique 100% recuperada", destaca a profissional.O tratamento contra a desnutrição de Elizabeth é uma responsabilidade de todos na família. Até mesmo o irmão Israel sabe como preparar o alimento da caçula, e sempre se encarrega de lembrar os pais.“Quando estou com fome, penso que Eliza também deve estar e falo para os meus pais. Gosto de cuidar dela, porque sou o irmão mais velho. Se meus pais não podem, eu estou aqui para cuidar dela e fazer a sua comidinha também.”Mudança de vida“Não estava certo. Eles não estavam bem. Não sorriam, não tinham outras crianças para brincar e estavam muito fracos”, explicam José e Deily Lefébre, pais das crianças. Segundo eles, os recursos na Venezuela não permitiam a aquisição de uma dieta balanceada e saudável para as crianças. Com a ajuda da avó das crianças e mãe de José, a família conseguiu realizar o sonho de mudar para o Brasil.A mudança não foi fácil. Mas isso não impediu que a família sentisse fé.“Quando chegamos aqui, Israel ficou internado por 12 dias, porque estava muito doente por causa da malária. Ao mesmo tempo, já no abrigo, Elizabeth foi atendida pela pediatra, que a diagnosticou com desnutrição e nos encaminhou para a nutricionista, que prescreveu um tratamento para que Elizabeth pudesse melhorar também. Com apenas três dias aqui, Elizabeth começou a receber os suplementos que a ajudam no tratamento da desnutrição. Até hoje ainda não acreditamos que tudo isso foi gratuito”, conta a mãe, Deily, entusiasmada. A mudança de vida foi impactante para a família, principalmente nos cuidados com Elizabeth. José e Deily aprenderam sobre novas formas de cuidar da filha, que está sendo acompanhada.“Com o seu tratamento e sua alimentação, que hoje se adequa ao que o corpo dela precisa, Eliza tem dormido muito bem. Ela acorda e vai dormir sorrindo, é muito mais ativa do que antes, brinca e interage com as pessoas, coisas que eram inimagináveis antes”, conta o pai.Os pais estão animados principalmente com a melhora de Eliza, que a cada dia vai se tornando mais forte, e com Israel, que está ansioso para ir para a escola.“Sei que logo ela poderá estar indo para a escola e se tornando independente, vivendo sua infância normal. Já Israel mudou de pensamento, antes ele dizia ‘papai, não quero ir para a escola. Quem estuda não ganha nada. Eu quero trabalhar’ e hoje ele fala o oposto. O nosso sonho está se concretizando”, explica o pai.Nutrição e migraçãoO UNICEF trabalha com a promoção de saúde e nutrição para a população refugiada e migrante. Apenas em 2023, foram 6.138 triagens de condição nutricional de crianças de 6 a 59 meses que vivem em abrigos e assentamentos informais em Roraima. Como resultado, 1.256 crianças foram identificadas com algum nível de desnutrição aguda, seja moderada ou grave, e receberam suplementação nutricional para tratar o déficit de crescimento e o emagrecimento.
A estratégia conta com o apoio financeiro do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF no Brasil: https://www.unicef.org/brazil/
A estratégia conta com o apoio financeiro do Governo dos Estados Unidos e da União Europeia, por meio do Escritório para População, Refugiados e Migração do Departamento de Estado dos Estados Unidos (PRM, na sigla em inglês) e do Departamento de Proteção Civil e Ajuda Humanitária da União Europeia (ECHO, na sigla em inglês).Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF no Brasil: https://www.unicef.org/brazil/
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História
02 dezembro 2025
Reparando vidas após o desastre
Desastres não apenas racham o solo - eles destroem o coração das comunidades.Dos desastres intensificados pela mudança climática à destruição causada por conflitos e outras crises de origem humana, o foco da reparação costuma se concentrar no que é visível - como os prédios desabados, as ruas alagadas e a infraestrutura destruída.No entanto, as feridas mais profundas são, muitas vezes, as invisíveis - as cicatrizes emocionais e a dor daqueles que foram permanentemente deslocados, carregando consigo as lembranças de seus lares e de uma comunidade para a qual talvez nunca mais possam retornar.“Às vezes as pessoas pensam no território apenas como infraestrutura, mas ele também é feito das conexões entre as pessoas [...]. Não foram apenas as paredes que caíram – foram as nossas vidas”, diz Roberta Santos, moradora deslocada.Em março de 2018, Roberta e outros habitantes de Maceió sentiram tremores e fortes estrondos vindos do subsolo.Após décadas de extração subterrânea de sal-gema na cidade, os túneis começaram a colapsar, fazendo com que o solo acima afundasse. Cinco bairros - Pinheiro, Bom Parto, Bebedouro, Mutange e Farol - foram atingidos, com casas, comércios, escolas e centros de saúde entrando para a zona de risco e destruindo a vida de dezenas de milhares de pessoas. Cerca de 6,2% da área urbana da cidade foi comprometida. A tragédia em curso em Maceió é considerada o maior desastre socioambiental urbano do Brasil. Cerca de 60 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas, deixando para trás anos de memórias, histórias familiares, convivência e o sentimento de pertencimento construído ao longo de gerações.“Vimos nossos amigos irem embora, vimos nossa escola e nossa igreja fecharem. O trem que conectava nossos bairros parou de funcionar. Perdemos o valor mais importante: o lar”, diz Paulo Rodrigo, jovem líder da comunidade Quebrada, parte do bairro de Bebedouro, um dos afetados pelo desastre. Perda de biodiversidade e de meios de subsistênciaO colapso contínuo das minas também trouxe impactos ambientais mais amplos na região, inclusive sobre a biodiversidade.Paulo se lembra de um dia, em dezembro de 2023, quando o colapso de uma grande mina fez com que sal fosse liberado na Lagoa Mundaú, a oeste de Maceió. A lagoa abriga um ecossistema rico que, por muito tempo, foi a principal fonte de renda para milhares de famílias que dependiam da pesca e da coleta de sururu. A saúde do ecossistema delicado da lagoa se deteriorou significativamente desde a entrada de resíduos minerais.“A lagoa está doente, as garças-rosas e cinzas desapareceram desde o dia do desastre”, conta Joseane dos Santos, mãe de nove filhos criados às margens da lagoa e que cresceram com a renda que ela obtinha pescando e catando mariscos.Para muitos, uma lagoa doente não representa apenas a perda de renda, mas também a perda de sua história e identidade.“A lagoa é minha mãe, meu pai, minha vida”, acrescenta.Rumo à justiça e à recuperaçãoEm resposta ao desastre, o UNOPS, organismo da ONU especializado em gestão de projetos e infraestrutura, está trabalhando com o Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais, um grupo formado por pessoas voluntárias que reúne comunidades para construir o caminho da reparação. As iniciativas são financiadas com recursos oriundos de uma ação civil pública representada pelo Ministério Público Federal em Alagoas.Por meio do programa “Nosso Chão, Nossa História”, a iniciativa busca reparar os danos morais coletivos sofridos por uma comunidade que foi dispersa pela cidade de Maceió.“Agora queremos justiça [...] ajudar a curar a população [...] e lembrar da história, da nossa história”, diz Dilma de Carvalho, presidente do Comitê Gestor.O programa busca reunir as comunidades deslocadas para curar as feridas sociais deixadas pelo desastre e reconstruir a região coletivamente. Por meio de projetos comunitários, o foco está em restaurar o bem-estar mental, criar oportunidades de geração de renda e empreendedorismo e fortalecer os laços que mantêm as comunidades unidas. Também promove educação ambiental e trabalha para preservar a cadeia produtiva da Lagoa Mundaú, apoiando organizações da sociedade civil local que lideram o caminho rumo à reparação.“Já havíamos conseguido indenizações individuais para aqueles que tiveram que deixar suas casas, mas era necessária uma reparação pelos danos morais coletivos”, afirma a procuradora Roberta Bomfim.“Podem ser construídos processos para mitigar danos, mitigar consequências e abrir caminhos para a reconstrução dos laços sociais. [...] Estamos aqui para começar esse trabalho”, diz Bernardo Bahia, Gerente de Projetos do UNOPS.Para Roberta Santos, retornar às ruas desertas de seu antigo bairro em Maceió foi um longo processo de luto. Por meio de sua participação em um dos projetos comunitários oferecidos pelo programa, ela começou a se curar.“Finalmente, consegui lidar com o trauma, e não foi tão traumático voltar [ao lugar onde tudo começou].” Sobre o programa:Desde seu lançamento, em 2023, o Programa Nosso Chão, Nossa História destinou cerca de US$ 1,77 milhão a 13 projetos de reparação. O orçamento total é de aproximadamente US$ 28,7 milhões.As iniciativas apoiam diretamente as comunidades afetadas e ajudam a reparar danos extrapatrimoniais. Todos os projetos são desenvolvidos sob a coordenação do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais, garantindo diálogo e participação contínua daqueles que foram impactados.Novos projetos estão previstos até 2027, duração total do programa. Para saber mais, siga @nossochao.maceio nas redes e visite a página do Programa Nosso Chão, Nossa História: https://nossochaomaceio.org
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História
01 dezembro 2025
Brasil e ONU: Parceria por uma COP30 transformadora
O Brasil voltou a ocupar o centro da diplomacia climática global ao sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, no coração da Amazônia. Como líder nas discussões ambientais desde a Conferência Rio 92 — onde nasceu a Convenção-Quadro da ONU sobre Clima — o Brasil se comprometeu em fazer da COP30 muito mais do que um encontro: uma oportunidade decisiva para alinhar os compromissos globais com as realidades das populações mais afetadas pela crise climática.Há décadas, o país demonstra que proteger o meio ambiente e promover o desenvolvimento podem caminhar juntos. Desde sua matriz energética pioneira — com 88% da eletricidade proveniente de fontes renováveis — até seus programas inovadores de inclusão social, o Brasil tem sido um forte defensor do desenvolvimento sustentável e da solidariedade global.As Nações Unidas se orgulham de apoiar essa liderança. Juntamente com o Governo do Brasil, a ONU trabalhou para que a COP30 cumpra os objetivos do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, tornando a Conferência não apenas um momento de negociação, mas também de transformação. Esforço Integrado da ONUA Equipe da ONU no Brasil, sob a liderança do Escritório de Coordenação, prestou apoio abrangente ao Governo Brasileiro nos âmbitos político, programático, comunicacional, logístico e operacional.A ONU ofereceu assistência técnica à formulação da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil, o que garantiu que o país fosse um dos primeiros a apresentar seus compromissos e desse o exemplo a outros Estados-membros. Além disso, a ONU Brasil está conduzindo uma campanha nacional para aumentar a conscientização sobre a COP30 e estimular a participação de públicos diversos. Nossas equipes locais também colaboram com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima no Balanço Global (Global Stocktake), contribuindo para a avaliação do progresso coletivo em ação climática. Paralelamente, outra iniciativa fundamental, a Maloca tornou COP30 mais inclusiva por meio de uma plataforma de participação remota que conectou pessoas de todo o mundo a Belém. Conectando Clima, Natureza e DesenvolvimentoEm todo o Brasil, o sistema ONU está implementando atualmente 33 programas focados no ODS 13 – Ação contra a Mudança Global do Clima, com uma visão comum: a resposta à crise climática deve promover justiça social, igualdade de gênero e crescimento inclusivo.Lançado em 2023, no Pará, com a participação da vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, o Fundo Brasil-ONU para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia exemplifica nosso espírito de parceria. Estamos trabalhando com os governos dos nove estados amazônicos e com o governo federal para mobilizar recursos que ajudem a reduzir os vetores do desmatamento e fortalecer a resiliência das comunidades locais.Com uma contribuição inicial de aproximadamente US$ 10 milhões do Governo do Canadá, os primeiros projetos do Fundo estão promovendo soluções integradas e regionalmente conduzidas para o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Em toda a região, uma ampla colaboração das agências da ONU apoia comunidades indígenas e tradicionais por meio de iniciativas locais sensíveis à questão de gênero. No Acre, outro programa está fortalecendo a bioeconomia, a governança fundiária e a restauração florestal — transformando produtos locais em bens de maior valor agregado que unem saberes ancestrais à inovação. No Maranhão e no Pará, o programa “Terras para Elas” empodera mulheres quilombolas, indígenas, ribeirinhas, quebradeiras de coco babaçu e mulheres rurais LGBTQIA+, garantindo-lhes títulos de terra, capacitação e acesso a crédito. Uma das participantes deu um depoimento poderoso: por três gerações, sua família lutou pela terra ancestral — começando por sua avó, depois sua mãe — e agora sua geração finalmente verá justiça e esperança.E foi com esse ímpeto que o governo canadense anunciou no dia 11 de novembro, em plena COP30, uma nova doação para o Fundo, no valor de 4,3 milhões de dólares canadenses.De Belém para o Mundo: uma Década de Soluções Belém será lembrada como mais do que simplesmente a cidade-sede da COP30; será um símbolo do que é possível quando países, comunidades e instituições se unem para proteger nossa casa comum. A parceria entre o Brasil e as Nações Unidas reflete uma crença compartilhada: a de que a ação climática não é apenas sobre proteger o planeta, mas também sobre garantir dignidade, oportunidade e esperança para todas as pessoas.Juntos, de Belém para o mundo, a COP30 pode ser o ponto de virada para uma década de soluções climáticas baseadas na solidariedade, na inclusão e na responsabilidade compartilhada.Para saber mais, visite a página especial da ONU Brasil para a COP30 e acompanhe a cobertura especial da ONU News em português.
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História
19 novembro 2025
“Sou capaz de aprender qualquer coisa, mas eu não sabia disso antes”
Na paisagem urbana de São José de Ribamar, no Maranhão, entre as ruas do Residencial Turiúba, vive uma adolescente que carrega no nome o que se reflete na sua trajetória: Andreina Vitória. Aos 17 anos, ela já entende que avançar na vida vai muito além de conquistas pessoais.É também sobre resistir, representar e inspirar. E ela tem feito exatamente isso. Andreina cresceu em um território onde as dificuldades do cotidiano muitas vezes sufocam os sonhos da juventude.“Onde eu moro é um lugar bastante perigoso. Por isso, a minha família é a minha base. É onde encontro apoio e incentivo todos os dias para estudar e correr atrás do meu futuro”, conta com firmeza.Andreina é estudante do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) São Luís – Unidade Cohab, onde cursa o Técnico em Informática. Ela encontrou na educação um caminho possível, real e potente para transformar sua própria realidade e inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo. Entre redes de apoio, professores atentos e oportunidades transformadoras, ela passou a compreender que sua trajetória tem valor, e tem impacto em sua comunidade.Um projeto que despertou mais que talentosO marco dessa transformação veio com o convite da professora Lorena para participar do projeto Educa STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), uma iniciativa do UNICEF e parceiros que conecta juventude e ciência, educação e território.“Eu conheci o projeto através da minha professora. Ela me explicou, e eu decidi experimentar, viver essa oportunidade. Eu queria aprender coisas que eu nunca tinha experimentado, me desafiar mesmo.”No início, tudo era novo: os colegas, os espaços, os termos técnicos, os laboratórios. Mas logo Andreina sentiu algo diferente: acolhimento.“A minha primeira sensação foi de estar em família. Foi uma conexão leve, natural, que nos permitiu conversar, aprender e desenvolver juntos.”Andreina mergulhou na experiência de criar um protótipo tecnológico voltado para o monitoramento inteligente da acidificação dos oceanos, unindo química, Arduino (plataforma para criar protótipos eletrônicos), sensor de pH e Internet das Coisas (IoT). A solução proposta permitia medir a acidez da água em tempo real, enviando os dados automaticamente para uma plataforma online, desenvolvendo uma ferramenta com potencial para apoiar pesquisas ambientais e ações educativas sobre os impactos da poluição hídrica. Mais do que os conteúdos técnicos, ela aprendeu sobre sua própria capacidade.“O que mais me marcou foi ver o resultado do nosso protótipo funcionando. As conexões deram certo. A gente entendeu as substâncias, viu tudo se encaixar. Aquilo me mostrou que eu sou capaz de aprender qualquer coisa. Eu não sabia disso antes.”Tecnologia, sonhos e a ciência do possívelDurante o processo, Andreina aprendeu que desenvolver um projeto não é só sobre entender fórmulas ou conectar fios. É sobre colaboração, escuta, paciência e resiliência. É sobre não desistir na primeira dificuldade, sobre seguir mesmo quando tudo parece complicado demais. E ela seguiu.“Eu me vejo como uma pessoa muito determinada, sonhadora. Eu gosto de sinceridade, de ser amiga e companheira. Mas o que mais me define mesmo é a determinação. Quando coloco algo na cabeça, eu vou atrás todos os dias.”Essa força não surgiu do nada. Ela vem de sua base: a família.“A minha maior inspiração é a minha mãe. Ela é muito batalhadora, não desiste nunca, mesmo com todas as dificuldades. Meu pai também é inspiração, pela inteligência, pela determinação. Mas é a minha mãe que me move.”E esse movimento não para. Nos momentos de lazer, Andreina gosta de ir à praia, sentir a brisa do mar, praticar vôlei e reencontrar a leveza. Mas é na escola, nos projetos e nas descobertas científicas que ela encontra sentido, propósito e pensa em seu projeto de vida e no futuro. Pertencer e inspirar: o poder do coletivoUma das experiências mais marcantes para Andreina foi o contato com os educadores e coordenadores do projeto.“Quando eu vi aquelas pessoas que fazem parte da cúpula do STEAM, os professores e educadores que atuam diretamente com ciência e tecnologia, eu senti vontade de ser como eles um dia. Eles são inspiração. Eles mostraram que a gente também pode estar lá.”Ver outras pessoas ocupando lugares de protagonismo, ensinando com afeto e respeitando os saberes do território, fez com que Andreina reconhecesse seu próprio lugar. A menina do Turiúba entendeu que também pode ser referência, também pode inspirar como seus professores.“O projeto me ajudou a olhar para mim mesma. Eu aprendi que sou capaz de coisas que nem imaginava. Hoje, eu quero continuar aprendendo. Quero seguir na área da ciência, talvez bioquímica. Quero crescer. Mas quero também voltar e contribuir com quem vem depois.”Juventude que transforma territóriosHistórias como a de Andreina reforçam o que tantos já sabem, mas ainda precisa ser dito: a juventude periférica é potência. Com oportunidades, estímulos e reconhecimentos, elas florescem, ocupam espaços e transformam realidades.O projeto STEAM foi um desses espaços para Andreina. Mais do que um curso ou uma atividade extracurricular, foi um lugar onde ela pode ser ela mesma, testar seus limites, errar, tentar de novo e, finalmente, se descobrir capaz, trabalhando de forma colaborativa.“Eu aprendi sobre mim mesma que sou capaz de desenvolver qualquer coisa. Esse projeto me mostrou isso. Foi gratificante.”Histórias como essas demonstram que é urgente fortalecer políticas públicas, projetos educacionais, parcerias e iniciativas que coloquem os jovens no centro — como protagonistas do presente e arquitetos do futuro.Andreina é futuro. E o futuro é agora.Entre fios, fórmulas, planilhas e substâncias químicas, Andreina descobre o mundo, e se descobre nele. Cada experimento, cada cálculo e cada tentativa revelam mais do que resultados: revelam possibilidades. O que antes parecia distante agora está ao alcance das mãos. O que um dia soou impossível, hoje se traduz em certeza: com tempo, coragem e oportunidade, tudo floresce.Nos olhos dela, o brilho da curiosidade; nas mãos, a vontade de construir algo maior. O laboratório se torna extensão de seus sonhos, e a sala de aula, um campo fértil de invenções. O conhecimento, antes abstrato, ganha vida no cotidiano, na comunidade, nas conversas, nos projetos.Seu sorriso tímido se mistura à segurança de quem já compreendeu que pode, e deve, ir além. Ela não caminha sozinha. Atrás dela, há uma geração inteira que desperta cedo, carrega cadernos e esperanças, e desafia o destino com a força de quem acredita em futuros possíveis. Porque no Turiúba, o futuro não é promessa: é construção diária. E Andreina é uma de suas cientistas.STEAM na Educação de São Luís (MA)Em parceria com o Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) e a Secretaria de Educação do Maranhão, o UNICEF, por meio da iniciativa 1 Milhão de Oportunidades (1MiO), desenvolve ações que visam aprimorar continuamente a incorporação da abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), na educação.Para suas iniciativas de apoio a garantia do direito à Educação de qualidade e oportunidades de acesso ao trabalho decente para adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, o UNICEF conta com uma parceria estratégica global com o Grupo BMW e com a parceria local com Instituto Equatorial e Beiersdorf - Casa de NIVEA e Eucerin.
Para saber mais, siga @unicefbrasil nas redes e visite a página do UNICEF Brasil: https://www.unicef.org/brazil/
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Notícias
12 dezembro 2025
Workshop de encerramento mostra resultados do projeto GEF Biogás Brasil
O Workshop de Encerramento do projeto GEF Biogás Brasil, realizado nos dias 9 e 10 de dezembro no CIBiogás, dentro do complexo de Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu (PR), reuniu representantes do governo brasileiro, organizações internacionais, associações setoriais, setor privado, produtores rurais e instituições de pesquisa para apresentar os resultados consolidados do projeto e debater caminhos futuros para o setor no país.O projeto GEF Biogás Brasil foi liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Global Environment Facility (GEF) e teve o CIBiogás como principal instituição executora.O Comitê Diretor do Projeto também contou com Itaipu Binacional, e os ministérios da Agricultura e Pecuária (MAPA), de Minas e Energia (MME), do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e das Cidades (MCid).Implementado de 2019 a 2025, o projeto atuou para maximizar a transformação de resíduos orgânicos da agroindústria em energia limpa, contribuindo para a redução de emissões, geração de renda e fortalecimento da economia circular no país. O projeto também dinamizou a produção de biogás a partir de Resíduos Sólidos urbanos (RSU), trabalhando para facilitar o planejamento da gestão de resíduos a partir do aproveitamento energético e da sustentabilidade.A programação do workshop de encerramento combinou painéis temáticos, palestras especializadas e visitas técnicas, promovendo a integração entre diferentes atores do setor.O secretário substituto da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (SETEC) do MCTI, Osório Coelho Guimarães Neto, reforçou o papel estratégico do biogás para o país: “O Brasil tem um potencial extraordinário de aproveitamento sustentável do biogás e o projeto ajudou a transformar esse potencial em conhecimento aplicado, modelos de negócios inovadores e políticas públicas favoráveis. O resultado é um setor mais preparado para crescer e apoiar a descarbonização do país.”Na abertura do evento, o Diretor-Presidente do CIBiogás, Felipe Souza Marques, destacou o papel integrador do projeto para o setor: “O GEF Biogás Brasil criou as condições necessárias para que diferentes atores do ecossistema pudessem trabalhar de forma articulada, acelerando soluções que já estão se refletindo em novos negócios, mais eficiência e maior segurança energética.”O Representante da UNIDO no Brasil, Clovis Zapata, ressaltou o caráter pioneiro da iniciativa: “O projeto demonstra como inovação tecnológica, cooperação institucional e capacitação podem gerar impactos reais para a indústria e para o meio ambiente. É um exemplo concreto de como a UNIDO apoia países a avançarem em agendas de descarbonização alinhadas ao desenvolvimento econômico local.”Também na abertura, o superintendente de energias renováveis de Itaipu Binacional, Rogério Meneghetti, enfatizou a relevância das ações práticas conduzidas pelo projeto: “As unidades de demonstração e as visitas técnicas mostram que o biogás é uma solução madura, escalável e de forte impacto regional. Ver os resultados acontecendo na prática é fundamental para estimular novos investimentos.”No primeiro dia do evento, os participantes acompanharam uma apresentação geral do projeto e painéis sobre políticas públicas, modelos de negócios e estratégias de mercado, além de palestras técnicas com estudos de caso e discussões sobre mercados de certificados e perspectivas futuras para o biogás brasileiro.No segundo dia, as atividades incluíram visita técnica a planta de biogás da Frimesa, em Medianeira (PR) e ao laboratório do CIBiogás, além de palestras sobre culturas energéticas, potencial do biogás no Norte e Nordeste e a atuação da Rede Mulheres do Biogás, concluindo com um painel sobre benchmarking internacional.O evento também incluiu a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) entre o Governo do Estado do Paraná, através da Superintendência-Geral de Gestão Energética (Supen), e a World Biogás Association (WBA), para aplicar o programa “Make Biogas Happen” no estado. O programa, liderado pela WBA, é uma iniciativa global para acelerar o desenvolvimento do mercado de biogás.“Buscando a descarbonização da nossa economia, o plano de biogás do Paraná aponta que, até o horizonte de 2050, em um cenário positivo com estímulos do governo e com o trabalho em todas as cadeias produtivas, nós podemos ter até 38% da nossa matriz energética sendo suprida pelo biogás e pelo biometano,” disse o superintendente geral de gestão energética da Supen, Sandro Nelson Vieira, ao comentar o potencial dessa cooperação.Além das discussões técnicas e da cooperação institucional, o workshop deu visibilidade a experiências práticas de quem já vivencia os resultados do projeto no dia a dia dos negócios. A produtora rural Danieli Rambo, sócia-proprietária da Granja Kist e Froelich – uma das Unidades de Demonstração apoiadas pelo projeto na Região Sul – compartilhou o impacto local direto do biogás em sua empresa: “O projeto nos permitiu modernizar processos, reduzir custos e abrir novas oportunidades de renda. O biogás deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ser uma peça central na sustentabilidade da nossa propriedade.”Sobre o projeto GEF Biogás BrasilAo longo de sua execução, de 2019 a 2025, o projeto mobilizou cerca de US$ 8 milhões em financiamento direto e US$ 263 milhões[1] em cofinanciamento, apoiou Unidades de Demonstração de boas práticas na Região Sul com US$ 6 milhões em investimentos, desenvolveu modelos de negócios customizados para a agroindústria, capacitou mais de 10 mil pessoas em cursos online e presenciais, criou ferramentas digitais e publicações técnicas, elaborou estratégias de gestão de RSU e promoveu intercâmbio internacional de conhecimento para a abertura de mercados.Além dos avanços estruturantes, o ano de 2025 apresentou marcos importantes para a ampliação da visibilidade e do impacto do projeto. Entre os destaques deste ano estão o lançamento do livro “Cenário Foresight: O projeto GEF Biogás Brasil na cadeia de valor da agroindústria”; uma mesa-redonda na COP 30 sobre resultados do projeto; a contribuição para fóruns nacionais e internacionais, como a 21a Sessão da Conferência Geral da UNIDO (Arábia Saudita), o World Biogas Expo & Summit 2025 (Reino Unido), o 12º Fórum do Biogás e o 7º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano; iniciativas de cooperação Sul-Sul; e o desenvolvimento de um projeto complementar para expansão das atividades de estímulo ao biogás para as regiões Norte e Nordeste do país, com liderança do MCTI.Saiba mais sobre os resultados alcançados no site do projeto: gefbiogas.org.br.[1] Valor de cofinanciamento calculado até 2024.
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Notícias
11 dezembro 2025
OIT divulga diagnóstico inédito sobre trabalho infantil no Brasil
Jovens negros que moram fora das capitais e regiões metropolitanas. Esse é o perfil majoritário das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no Brasil, segundo um diagnóstico inédito realizado pelo Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o Brasil. O estudo "Dimensões do Trabalho Infantil no Brasil: desafios persistentes e caminhos para acelerar a erradicação" reúne informações de diversas fontes oficiais de 2023 e apresenta uma avaliação detalhada sobre o perfil das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, incluindo suas condições de vida, escolaridade, ocupações e riscos associados. “Os resultados desse diagnóstico inédito reforçam como o trabalho infantil no Brasil está associado a desigualdades sociais, raciais e de gênero, e que sua erradicação exige ações intersetoriais, fortalecimento da rede de proteção, ampliação da fiscalização e políticas públicas sustentáveis”, disse o diretor do Escritório da OIT para o Brasil, Vinícius Pinheiro. O diagnóstico destaca ainda que a proteção de crianças e adolescentes é um elemento essencial dos direitos humanos. Também traz informações sobre ações de fiscalização, acolhimento e políticas públicas, além de recomendações para erradicação do trabalho infantil até 2025, conforme a meta 8.7 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).Resultados principaisEm 2023, havia 1,607 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil, o equivalente da 4,2% do total de crianças e adolecentes nessa faixa de idade e o menor número da série histórica do IBGE iniciada em 2016. Desse total, 586 mil - ou cerca de quatro em cada 10 - exerciam trabalho em condições perigosas, insalubres ou degradantes. No mesmo período, entre essas crianças e adolescentes, a maioria era de meninos (1,026 milhão), negros (1,259 milhão), entre 16 e 17 anos (895 mil), vivendo em áreas urbanas (1,174 milhão), fora das capitais e regiões metropolitanas (1,291 milhão) e nas regiões Nordeste (506 mil) e Sudeste (478 mil).A maioria das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil atuava como empregados (676 mil) ou trabalhadores na produção para próprio consumo (425 mil) na agropecuária (443 mil), no comércio (316 mil) e em serviços (419), com destaque para ocupações perigosas como vendedores e trabalhadores em restaurantes. Mas quando analisado o Trabalho Infantil Doméstico (TID), atividade exercida por a 77 mil crianças e adolescentes em 2023, o perfil muda e a maioria passa a ser de meninas (82%) e negras (62%). Os dados oficiais do IBGE relativos a 2024, lançados após a conclusão deste diagnóstico, mostram uma interrupção da trajetória de queda do contingente em situação de trabalho infantil no Brasil, com 1,650 milhão (4,3% do total de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade) em situação de trabalho infantil e 560 mil exercendo uma das piores formas de trabalho, números que afastam ainda mais o país do alcance da meta 8.7 dos ODS de erradicar o trabalho de crianças e adolescentes até 2025.Avanços, pandemia e desafios O trabalho infantil está fortemente associado à pobreza, desigualdade racial e de gênero. A maioria das crianças em situação de trabalho infantil vive em domicílios com renda per capita de até meio salário-mínimo (786 mil). Apesar de 86,1% frequentarem a escola, esse número é inferior à média nacional (97,5%), indicando vulnerabilidade educacional. A pandemia da COVID-19 agravou o problema, com aumento do contingente em 2022 para 1,88 milhão (4,9%), embora reduzido posteriormente em 2023.Assistência Social e Exploração Sexual de Crianças e AdolescentesEntre 2017 e 2025, segundo o estudo, os Centros de Referência (CRAS/CREAS) acolheram 7.233 crianças em situação de trabalho infantil e 1.931 vítimas de exploração sexual. Enquanto auditorias fiscais retiraram 12.697 crianças entre 2017 e 2024, 44% em atividades ao ar livre sem proteção ou em vias públicas.Apenas 2,6% dos municípios possuem delegacias especializadas para proteção da infância; 19% têm legislação específica contra violência sexual. O programa MAPEAR da Polícia Rodoviária Federal identificou 17.687 pontos vulneráveis à exploração sexual infantil nas rodovias federais, com destaque para os estados de Minas Gerais e Piauí.RecomendaçõesO estudo reforça que o trabalho infantil no Brasil está associado a desigualdades sociais, raciais e de gênero, e que sua erradicação exige ações intersetoriais, fortalecimento da rede de proteção, ampliação da fiscalização e políticas públicas sustentáveis. Por isso, apresenta uma série de recomendações para ajudar na erradicação do trabalho infantil, entre elas: Produção regular de estatísticas específicas sobre trabalho infantil e uso de plataformas de dados como o Smartlab para monitoramento.Garantia de orçamento para ações de erradicação do trabalho infantil.Identificação escolar de crianças em situação de trabalho infantil e ampliação da jornada escolar com oferta de cultura e qualidade de ensino.Fortalecimento da aprendizagem profissional inclusiva (API).Proteção social ampliada para famílias vulneráveis com expansão de políticas de transferência de renda condicionadas.Políticas fiscais e setoriais sustentáveis para geração de emprego com promoção do trabalho decente para famílias vulneráveis.Fortalecimento da fiscalização com suporte das polícias e agências, incluindo a melhoria da estrutura dos CRAS/CREAS nos municípios.Infraestrutura mínima para emergências como pandemias e eventos climáticos.
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10 dezembro 2025
Artistas de minorias contribuem para promoção dos direitos humanos
O Concurso de Artistas de Minorias organizado pela ONU Direitos Humanos em parceria com Freemuse, Minority Rights Group e a Prefeitura de Genebra celebra artistas de minorias, cujo trabalho testemunha lutas por dignidade, justiça e visibilidade, formando uma pedra angular dos esforços da ONU em Direitos Humanos para valorizar os artistas como defensores dos direitos humanos.
O tema de 2025 — Pertencimento, Lugar e Perda — ressoou profundamente com artistas de todo o mundo cujas identidades foram moldadas pelo deslocamento, devastação ambiental, racismo estrutural e trauma geracional, gerando mais de 240 inscrições este ano.A ONU Direitos Humanos conversou com os dois artistas brasileiros, Mariri Tavares e Emanoel Saravá, homenageados na edição de 2025. Confira abaixo.Quem é você? O que te levou a começar a produzir arte?Emanoel Saravá: Me chamo Emanoel Saravá, artista visual brasileiro. Minha prática nasce do encontro entre corpo, território, memória e fabulação, especialmente das marcas deixadas pelo racismo ambiental que atravessou minha infância, quando a água invadia minha casa em Paripe. Eu comecei a assumir e produzir arte porque precisei dar vazão ao que me atravessava em linguagem, como ferramenta de sobrevivência, escuta e reexistência.Mariri Tavares: Me chamo Mariri, sou artivista e encontrei nas artes plásticas uma forma de expressar minhas visões e comunicá-las através da beleza a riqueza do nosso território, da nossa tauna e da nossa flora, elas são as protagonistas do meu trabalho. A arte chegou até mim desde criança através da música, das expressões corporais como a dança e o teatro e a Escultura chegou no meu caminho a 7 anos, trazendo todo o potencial de acesso à criatividade através das inúmeras possibilidades que ela traz. A arte chegou para ficar e me fez entender que sem ela meu peito não pulsa da mesma forma, meu existir e resistir aqui é comunicado através dela.
Qual a inspiração do seu trabalho e o que você busca alcançar a partir dele?Mariri Tavares: Minha maior inspiração é a Terra, é a riqueza do nosso Território, as mulheres, os animais, a diversidade existente na nossa casa, que é o Brasil. No meu trabalho busco trazer o olhar para isso, tocar as pessoas através da arte e questionar sobre a questão ambiental, sobre os valores que damos para o cuidado com o futuro e as reparações necessárias do passado. Minha arte é uma mistura de cultura, arte e meio ambiente. Abordo todos esses pontos como prioridades, emergência e beleza. Emanoel Saravá: Minha inspiração vem das memórias das minhas águas internas e das águas que atravessam meu território. Busco criar trabalhos que não se limitem à denúncia, mas que tensionem e transmutem memória e subjetividade para vidas e territórios silenciados e esquecidos. Quero que minha obra funcione como ritual de consciência coletiva e como contra-narrativa ao olhar hegemônico sobre nós.
Como os direitos humanos inspiram sua arte e como ela contribui para o avanço do respeito a esses direitos?Emanoel Saravá: Os direitos humanos são uma faltante diária em meu território, e minha arte nasce justamente da fratura entre o que deveria ser garantido e o que nos é negado. Quando trabalho com água e memória, estou denunciando as estruturas que permitem que comunidades inteiras vivam sem segurança territorial, sem saneamento, sem justiça ambiental e econômica e até sem o direito à individualidade, fora de um molde de narrativa condicionada e limitante sobre nós mesmos. Minha obra contribui avançando o debate de forma sensível, criando experiências de fabulação radical, onde o público não apenas “entende” uma causa, mas sente o que ela produz nos corpos e nos territórios.Mariri Tavares: Ela é fundada nos Direitos Humanos de ser e existir aqui, com qualidade de vida e com o modo que estamos vivendo o futuro é questionável, meu trabalho fala sobre sustentabilidade, sobre o reaproveitamento dos recursos como medida de solução para um problema social gigante, que é o que chamamos de “lixo” seja visto e pensado em soluções.Para você, como é ser um artista de minorias? E qual a importância de reconhecer o trabalho de artistas como você?Mariri Tavares: Eu sou una mulher periférica, vinda do Sul do Brasil e para o meu povo é muito mais difícil ascender na sociedade e conseguir comunicar nossos potenciais e gigantezas. A comunidade que venho tem muito potencial e carrego a história da minha Vila Resistência comigo, ela que me formou e me constrói como mulher e como artista, a realidade no cotidiano nos faz acreditar que é possível sim crescer em meio ao ambiente que muitos não acreditam ser possível. As crianças que compartilho o dia-a-dia inspiram a ser cada dia melhor e seguir lutando pelo que acreditamos. Emanoel Saravá: Ser artista em um grupo de não dominância dentro de um sistema excludente, sem estruturas básicas de apoio, acesso à cultura ou educação de qualidade, é criar com urgência e justamente por isso criar com mais densidade, fazendo da própria prática uma forma de insurgência sensível. Reconhecer artistas como eu é reconhecer que precisamos de uma arte integrada a ações de debate humanitário, capaz de circular em espaços de decisão e discussão. É garantir que nossas vozes alcancem arenas globais e nos coloquem também no lugar de cidadãos do mundo. O sistema ainda mantém hierarquias coloniais de narrativa, e por isso premiar nossos trabalhos não é somente “inclusão”: é abrir brechas reais para que discursos plurais infiltrem instituições e imaginários, criando diálogos e trocas que vão além das monoculturas de visão e ampliem o horizonte comum.Quais são os principais obstáculos existentes para artistas de minorias?Emanoel Saravá: A falta de infraestrutura básica nos territórios de onde viemos. A desigualdade de acesso à formação, circulação e financiamento. A hierarquia racial, estética e epistemológica que define quem pode ser lido como “artista” e quem continua sendo lido como “tema”. A romantização da nossa dor, que tenta transformar nossas narrativas em produto sem transformar a estrutura que nos violenta.
Mariri Tavares: Para mim os principais obstáculos são a falta de oportunidade de expressão, espaços para serem ocupados onde sejamos escutados e que botem fé nas nossas potências e nos nossos sonhos.
Como você percebe a relação entre expressão pessoal e responsabilidade social em sua arte?Mariri Tavares: Esses dois termos se mesclam. A expressão pessoal vem como a alma da necessidade de fazer e criar, e a responsabilidade social traz o sentido e o propósito. Ambos precisam um do outro e essa união que constrói a mensagem que chega até o povo é comunicando sobre a importância desse cuidado com o nosso destino, é muito importante que haja questionamento sobre isso.
Emanoel Saravá: No meu trabalho, não existe separação. A expressão pessoal já é social, porque meu corpo é político, ancestralizado e atravessado por processos históricos coletivos. Minha obra assume a responsabilidade de tensionar a estrutura, mas sem sacrificar a poesia ou o campo do subjetivo, articulando símbolos que possam mover imaginários, ativar consciência crítica e produzir deslocamentos reais na forma como percebemos corpos, territórios e direitos.Como os artistas podem trabalhar juntos para fortalecer os movimentos pelos direitos humanos?Emanoel Saravá: Artistas podem fortalecer esses movimentos quando: Criam alianças coletivas reais e senso de pertencimento. Compartilham recursos e oportunidades, criando redes de sustentação e não de competição. Produzem narrativas que escapem do colonialismo visual e ampliem o repertório imagético.
Mariri Tavares: Bom, são inúmeras as formas, já trabalhamos inclusive. Quando juntamos as nossas potências, percebemos o quão mais forte nos tornamos, pois cada um traz sua expressão e isso gera uma diversidade de pontos que levantamos. A arte também é política e comunica sobre normas universais que protegem a dignidade de todos os seres humanos, falar sobre a questão climática é preservar a vida.
Conheça mais o trabalho de Emanoel Saravá e Mariri Tavares.
O tema de 2025 — Pertencimento, Lugar e Perda — ressoou profundamente com artistas de todo o mundo cujas identidades foram moldadas pelo deslocamento, devastação ambiental, racismo estrutural e trauma geracional, gerando mais de 240 inscrições este ano.A ONU Direitos Humanos conversou com os dois artistas brasileiros, Mariri Tavares e Emanoel Saravá, homenageados na edição de 2025. Confira abaixo.Quem é você? O que te levou a começar a produzir arte?Emanoel Saravá: Me chamo Emanoel Saravá, artista visual brasileiro. Minha prática nasce do encontro entre corpo, território, memória e fabulação, especialmente das marcas deixadas pelo racismo ambiental que atravessou minha infância, quando a água invadia minha casa em Paripe. Eu comecei a assumir e produzir arte porque precisei dar vazão ao que me atravessava em linguagem, como ferramenta de sobrevivência, escuta e reexistência.Mariri Tavares: Me chamo Mariri, sou artivista e encontrei nas artes plásticas uma forma de expressar minhas visões e comunicá-las através da beleza a riqueza do nosso território, da nossa tauna e da nossa flora, elas são as protagonistas do meu trabalho. A arte chegou até mim desde criança através da música, das expressões corporais como a dança e o teatro e a Escultura chegou no meu caminho a 7 anos, trazendo todo o potencial de acesso à criatividade através das inúmeras possibilidades que ela traz. A arte chegou para ficar e me fez entender que sem ela meu peito não pulsa da mesma forma, meu existir e resistir aqui é comunicado através dela.
Qual a inspiração do seu trabalho e o que você busca alcançar a partir dele?Mariri Tavares: Minha maior inspiração é a Terra, é a riqueza do nosso Território, as mulheres, os animais, a diversidade existente na nossa casa, que é o Brasil. No meu trabalho busco trazer o olhar para isso, tocar as pessoas através da arte e questionar sobre a questão ambiental, sobre os valores que damos para o cuidado com o futuro e as reparações necessárias do passado. Minha arte é uma mistura de cultura, arte e meio ambiente. Abordo todos esses pontos como prioridades, emergência e beleza. Emanoel Saravá: Minha inspiração vem das memórias das minhas águas internas e das águas que atravessam meu território. Busco criar trabalhos que não se limitem à denúncia, mas que tensionem e transmutem memória e subjetividade para vidas e territórios silenciados e esquecidos. Quero que minha obra funcione como ritual de consciência coletiva e como contra-narrativa ao olhar hegemônico sobre nós.
Como os direitos humanos inspiram sua arte e como ela contribui para o avanço do respeito a esses direitos?Emanoel Saravá: Os direitos humanos são uma faltante diária em meu território, e minha arte nasce justamente da fratura entre o que deveria ser garantido e o que nos é negado. Quando trabalho com água e memória, estou denunciando as estruturas que permitem que comunidades inteiras vivam sem segurança territorial, sem saneamento, sem justiça ambiental e econômica e até sem o direito à individualidade, fora de um molde de narrativa condicionada e limitante sobre nós mesmos. Minha obra contribui avançando o debate de forma sensível, criando experiências de fabulação radical, onde o público não apenas “entende” uma causa, mas sente o que ela produz nos corpos e nos territórios.Mariri Tavares: Ela é fundada nos Direitos Humanos de ser e existir aqui, com qualidade de vida e com o modo que estamos vivendo o futuro é questionável, meu trabalho fala sobre sustentabilidade, sobre o reaproveitamento dos recursos como medida de solução para um problema social gigante, que é o que chamamos de “lixo” seja visto e pensado em soluções.Para você, como é ser um artista de minorias? E qual a importância de reconhecer o trabalho de artistas como você?Mariri Tavares: Eu sou una mulher periférica, vinda do Sul do Brasil e para o meu povo é muito mais difícil ascender na sociedade e conseguir comunicar nossos potenciais e gigantezas. A comunidade que venho tem muito potencial e carrego a história da minha Vila Resistência comigo, ela que me formou e me constrói como mulher e como artista, a realidade no cotidiano nos faz acreditar que é possível sim crescer em meio ao ambiente que muitos não acreditam ser possível. As crianças que compartilho o dia-a-dia inspiram a ser cada dia melhor e seguir lutando pelo que acreditamos. Emanoel Saravá: Ser artista em um grupo de não dominância dentro de um sistema excludente, sem estruturas básicas de apoio, acesso à cultura ou educação de qualidade, é criar com urgência e justamente por isso criar com mais densidade, fazendo da própria prática uma forma de insurgência sensível. Reconhecer artistas como eu é reconhecer que precisamos de uma arte integrada a ações de debate humanitário, capaz de circular em espaços de decisão e discussão. É garantir que nossas vozes alcancem arenas globais e nos coloquem também no lugar de cidadãos do mundo. O sistema ainda mantém hierarquias coloniais de narrativa, e por isso premiar nossos trabalhos não é somente “inclusão”: é abrir brechas reais para que discursos plurais infiltrem instituições e imaginários, criando diálogos e trocas que vão além das monoculturas de visão e ampliem o horizonte comum.Quais são os principais obstáculos existentes para artistas de minorias?Emanoel Saravá: A falta de infraestrutura básica nos territórios de onde viemos. A desigualdade de acesso à formação, circulação e financiamento. A hierarquia racial, estética e epistemológica que define quem pode ser lido como “artista” e quem continua sendo lido como “tema”. A romantização da nossa dor, que tenta transformar nossas narrativas em produto sem transformar a estrutura que nos violenta.
Mariri Tavares: Para mim os principais obstáculos são a falta de oportunidade de expressão, espaços para serem ocupados onde sejamos escutados e que botem fé nas nossas potências e nos nossos sonhos.
Como você percebe a relação entre expressão pessoal e responsabilidade social em sua arte?Mariri Tavares: Esses dois termos se mesclam. A expressão pessoal vem como a alma da necessidade de fazer e criar, e a responsabilidade social traz o sentido e o propósito. Ambos precisam um do outro e essa união que constrói a mensagem que chega até o povo é comunicando sobre a importância desse cuidado com o nosso destino, é muito importante que haja questionamento sobre isso.
Emanoel Saravá: No meu trabalho, não existe separação. A expressão pessoal já é social, porque meu corpo é político, ancestralizado e atravessado por processos históricos coletivos. Minha obra assume a responsabilidade de tensionar a estrutura, mas sem sacrificar a poesia ou o campo do subjetivo, articulando símbolos que possam mover imaginários, ativar consciência crítica e produzir deslocamentos reais na forma como percebemos corpos, territórios e direitos.Como os artistas podem trabalhar juntos para fortalecer os movimentos pelos direitos humanos?Emanoel Saravá: Artistas podem fortalecer esses movimentos quando: Criam alianças coletivas reais e senso de pertencimento. Compartilham recursos e oportunidades, criando redes de sustentação e não de competição. Produzem narrativas que escapem do colonialismo visual e ampliem o repertório imagético.
Mariri Tavares: Bom, são inúmeras as formas, já trabalhamos inclusive. Quando juntamos as nossas potências, percebemos o quão mais forte nos tornamos, pois cada um traz sua expressão e isso gera uma diversidade de pontos que levantamos. A arte também é política e comunica sobre normas universais que protegem a dignidade de todos os seres humanos, falar sobre a questão climática é preservar a vida.
Conheça mais o trabalho de Emanoel Saravá e Mariri Tavares.
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09 dezembro 2025
Relatório da ONU: Investir na saúde do planeta aumenta o PIB e reduz mortes e pobreza
A mais completa análise do cenário ambiental global já realizada concluiu que investir em clima estável, em natureza e terras saudáveis e em um planeta livre de poluição pode gerar trilhões de dólares adicionais ao PIB global, evitar milhões de mortes e tirar centenas de milhões de pessoas da pobreza e da fome. A sétima edição do Panorama Ambiental Global: O futuro que podemos escolher (Global Environment Outlook - GEO-7), lançado durante a sétima sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente em Nairóbi, é o resultado do trabalho de 287 cientistas multidisciplinares de 82 países.O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) conclui que as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, a degradação da terra, a desertificação, a poluição e os resíduos têm causado um grande impacto no planeta, nas pessoas e nas economias – custando trilhões de dólares por ano. Seguir nos atuais caminhos de desenvolvimento só intensificará esse impacto.No entanto, abordagens que envolvam toda a sociedade e todo o governo para transformar os sistemas econômico e financeiro, de materiais e resíduos, energia, alimentos e meio ambiente podem trazer benefícios macroeconômicos globais que poderiam chegar a S$ 20 trilhões por ano até 2070 e continuar crescendo.Um fator-chave para essa abordagem é deixar de lado o PIB e adotar indicadores que também acompanhem o capital humano e natural, incentivando as economias a avançarem em direção à circularidade, à descarbonização do sistema energético, à agricultura sustentável, à restauração de ecossistemas e muito mais.“O Panorama Ambiental Global apresenta uma escolha simples para a humanidade: continuar no caminho para um futuro devastado pelas mudanças climáticas, natureza em declínio, terras degradadas e ar poluído, ou mudar de direção para garantir um planeta saudável, pessoas saudáveis e economias saudáveis. Não se trata de escolha alguma, na verdade”, disse Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA.“E não nos esqueçamos de que o mundo já fez muitos progressos: desde acordos globais que abrangem as mudanças climáticas, a natureza, a terra e a biodiversidade, a poluição e os resíduos, até mudanças reais na indústria em expansão das energias renováveis, a cobertura global de áreas protegidas e a eliminação gradual de produtos químicos tóxicos”, acrescentou. “Apelo a todas as nações para que aproveitem estes avanços, invistam na saúde do planeta e conduzam suas economias rumo a um futuro próspero e sustentável.”Um caminho melhorO relatório apresenta dois caminhos de transformação, analisando: mudanças comportamentais para dar menos ênfase ao consumo material; e mudanças nas quais o mundo depende principalmente do desenvolvimento tecnológico e dos ganhos de eficiência.Os caminhos de transformação preveem que os benefícios macroeconômicos globais começarão a aparecer em 2050, crescerão para US$ 20 trilhões por ano até 2070 e, a partir daí, atingirão US$ 100 trilhões por ano. Os caminhos projetam a redução da exposição aos riscos climáticos, a redução da perda de biodiversidade até 2030 e o aumento das terras naturais.Nove milhões de mortes prematuras podem ser evitadas até 2050, por meio de medidas como a redução da poluição do ar. Até 2050, quase 200 milhões de pessoas poderiam sair da subnutrição e mais de 100 milhões de pessoas sairiam da pobreza extrema.Para atingir emissões líquidas zero até 2050 e garantir financiamento adequado para a conservação e restauração da biodiversidade, é necessário um investimento anual de cerca de US$ 8 trilhões até 2050. No entanto, o custo da inação é muito mais alto.Transformações radicais necessáriasSeguir os caminhos da transformação exigiria mudanças radicais em cinco áreas principais. O relatório descreve as medidas recomendadas para cada área, incluindo:
• Economia e finanças: ir além do PIB para métricas abrangentes e inclusivas de riqueza; precificar externalidades positivas e negativas para avaliar corretamente os bens; e eliminar gradualmente e redirecionar subsídios, impostos e incentivos que resultam em impactos negativos sobre a natureza.
•Materiais e resíduos: implementar o design circular de produtos, a transparência e a rastreabilidade de produtos, componentes e materiais; transferir investimentos para modelos de negócios circulares e regenerativos; e mudar os padrões de consumo para a circularidade por meio de uma mudança de comportamento.
•Energia: descarbonizar a matriz energética; aumentar a eficiência energética; promover a sustentabilidade social e ambiental nas cadeias de valor de minerais críticos; e enfrentar os desafios de acesso à energia e de pobreza energética.
•Sistemas alimentares: Mudar para dietas saudáveis e sustentáveis; aumentar a circularidade e a eficiência da produção; e reduzir a perda e o desperdício de alimentos.
•Meio ambiente: acelerar a conservação e restauração da biodiversidade e dos ecossistemas; apoiar a adaptação e resiliência climática, apoiando-se em soluções baseadas na natureza; e implementar estratégias de mitigação climática.O relatório apela ao co-desenvolvimento e à co-implementação paralelos dessas soluções. Considerar diversos sistemas de conhecimento, especialmente o conhecimento indígena e o conhecimento local, é crucial para transições justas que abordem tanto a sustentabilidade ambiental quanto o bem-estar humano.O relatório exorta governos, organizações não governamentais e multilaterais, o setor privado, a sociedade civil, a academia, organizações profissionais, o público e os povos indígenas a reconhecerem a urgência das crises ambientais globais, aproveitarem os progressos alcançados nas últimas décadas e colaborarem na co-concepção e implementação de políticas, estratégias e ações integradas para proporcionar um futuro melhor para todos.Degradação crescenteCom base em diversas fontes, o relatório também detalha as consequências atuais e futuras dos modelos de desenvolvimento habituais.
As emissões de gases de efeito estufa aumentaram 1,5% ao ano desde 1990, atingindo um novo pico em 2024 — elevando as temperaturas globais e intensificando os impactos climáticos. O custo dos eventos climáticos extremos atribuídos às mudanças climáticas nos últimos 20 anos é estimado em US$ 143 bilhões por ano.Estima-se que entre 20% e 40% da área terrestre mundial esteja degradada, afetando mais de três bilhões de pessoas, enquanto um milhão das cerca de oito milhões de espécies estão ameaçadas de extinção.Nove milhões de mortes são atribuíveis anualmente a alguma forma de poluição. O custo econômico dos danos à saúde causados apenas pela poluição do ar foi de cerca de US$ 8,1 trilhões em 2019 — ou cerca de 6,1% do PIB global.O estado do meio ambiente piorará drasticamente se o mundo continuar a impulsionar as economias seguindo o caminho atual. Sem ação, o aumento da temperatura média global provavelmente excederá 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais no início da década de 2030, excederá 2,0 °C na década de 2040 e continuará subindo. Nesse caminho, as mudanças climáticas reduziriam 4% do PIB global anual até 2050 e 20% até o final do século.Espera-se que a degradação da terra continue nos níveis atuais, com o mundo perdendo terras férteis e produtivas do tamanho da Colômbia ou da Etiópia anualmente — em um momento em que as mudanças climáticas podem reduzir a disponibilidade de alimentos por pessoa em 3,4% até 2050.Os 8 bilhões de toneladas de resíduos plásticos que poluem o planeta continuarão a se acumular — elevando as perdas econômicas anuais relacionadas à saúde, hoje estimadas em US$ 1,5 trilhão, decorrentes da exposição a substâncias químicas tóxicas presentes nos plásticos.Notas aos editores:Sobre a metodologia de modelagem do GEO-7
A metodologia de caminhos de transformação do GEO-7 constrói novas narrativas para ilustrar transformações alternativas dos cinco sistemas e utiliza um conjunto de modelos para quantificar essas narrativas, bem como as tendências atuais.Esses modelos abrangem elementos-chave dos cinco sistemas, crises ambientais globais e seus objetivos relacionados, além das implicações ambientais e socioeconômicas. Os modelos estão interligados para levar em conta as interdependências críticas e o feedback entre os modelos componentes. Os resultados são comparados com bancos de dados de cenários estabelecidos e literatura existente para abordar a incerteza e a consistência com a comunidade de cenários mais ampla. Embora a metodologia forneça insights valiosos, ela é limitada em termos de escopo do cenário, cobertura de questões e nível de agregação.Esses cenários são baseados em uma estrutura que inclui modelos bem estabelecidos e validados, amplamente utilizados por outras avaliações ambientais globais, incluindo aquelas produzidas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), pela Plataforma Intergovernamental de Ciência e Política sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), pela Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) e pelo Painel Internacional de Recursos (IRP).Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente é a principal autoridade ambiental global que define a agenda ambiental global, promove a implementação coerente da dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável dentro do sistema das Nações Unidas e atua como um defensor autorizado do meio ambiente global.
Para mais informações, entre em contato com: Unidade de Notícias e Mídia do PNUMA através do email unep-newsdesk@un.org
• Economia e finanças: ir além do PIB para métricas abrangentes e inclusivas de riqueza; precificar externalidades positivas e negativas para avaliar corretamente os bens; e eliminar gradualmente e redirecionar subsídios, impostos e incentivos que resultam em impactos negativos sobre a natureza.
•Materiais e resíduos: implementar o design circular de produtos, a transparência e a rastreabilidade de produtos, componentes e materiais; transferir investimentos para modelos de negócios circulares e regenerativos; e mudar os padrões de consumo para a circularidade por meio de uma mudança de comportamento.
•Energia: descarbonizar a matriz energética; aumentar a eficiência energética; promover a sustentabilidade social e ambiental nas cadeias de valor de minerais críticos; e enfrentar os desafios de acesso à energia e de pobreza energética.
•Sistemas alimentares: Mudar para dietas saudáveis e sustentáveis; aumentar a circularidade e a eficiência da produção; e reduzir a perda e o desperdício de alimentos.
•Meio ambiente: acelerar a conservação e restauração da biodiversidade e dos ecossistemas; apoiar a adaptação e resiliência climática, apoiando-se em soluções baseadas na natureza; e implementar estratégias de mitigação climática.O relatório apela ao co-desenvolvimento e à co-implementação paralelos dessas soluções. Considerar diversos sistemas de conhecimento, especialmente o conhecimento indígena e o conhecimento local, é crucial para transições justas que abordem tanto a sustentabilidade ambiental quanto o bem-estar humano.O relatório exorta governos, organizações não governamentais e multilaterais, o setor privado, a sociedade civil, a academia, organizações profissionais, o público e os povos indígenas a reconhecerem a urgência das crises ambientais globais, aproveitarem os progressos alcançados nas últimas décadas e colaborarem na co-concepção e implementação de políticas, estratégias e ações integradas para proporcionar um futuro melhor para todos.Degradação crescenteCom base em diversas fontes, o relatório também detalha as consequências atuais e futuras dos modelos de desenvolvimento habituais.
As emissões de gases de efeito estufa aumentaram 1,5% ao ano desde 1990, atingindo um novo pico em 2024 — elevando as temperaturas globais e intensificando os impactos climáticos. O custo dos eventos climáticos extremos atribuídos às mudanças climáticas nos últimos 20 anos é estimado em US$ 143 bilhões por ano.Estima-se que entre 20% e 40% da área terrestre mundial esteja degradada, afetando mais de três bilhões de pessoas, enquanto um milhão das cerca de oito milhões de espécies estão ameaçadas de extinção.Nove milhões de mortes são atribuíveis anualmente a alguma forma de poluição. O custo econômico dos danos à saúde causados apenas pela poluição do ar foi de cerca de US$ 8,1 trilhões em 2019 — ou cerca de 6,1% do PIB global.O estado do meio ambiente piorará drasticamente se o mundo continuar a impulsionar as economias seguindo o caminho atual. Sem ação, o aumento da temperatura média global provavelmente excederá 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais no início da década de 2030, excederá 2,0 °C na década de 2040 e continuará subindo. Nesse caminho, as mudanças climáticas reduziriam 4% do PIB global anual até 2050 e 20% até o final do século.Espera-se que a degradação da terra continue nos níveis atuais, com o mundo perdendo terras férteis e produtivas do tamanho da Colômbia ou da Etiópia anualmente — em um momento em que as mudanças climáticas podem reduzir a disponibilidade de alimentos por pessoa em 3,4% até 2050.Os 8 bilhões de toneladas de resíduos plásticos que poluem o planeta continuarão a se acumular — elevando as perdas econômicas anuais relacionadas à saúde, hoje estimadas em US$ 1,5 trilhão, decorrentes da exposição a substâncias químicas tóxicas presentes nos plásticos.Notas aos editores:Sobre a metodologia de modelagem do GEO-7
A metodologia de caminhos de transformação do GEO-7 constrói novas narrativas para ilustrar transformações alternativas dos cinco sistemas e utiliza um conjunto de modelos para quantificar essas narrativas, bem como as tendências atuais.Esses modelos abrangem elementos-chave dos cinco sistemas, crises ambientais globais e seus objetivos relacionados, além das implicações ambientais e socioeconômicas. Os modelos estão interligados para levar em conta as interdependências críticas e o feedback entre os modelos componentes. Os resultados são comparados com bancos de dados de cenários estabelecidos e literatura existente para abordar a incerteza e a consistência com a comunidade de cenários mais ampla. Embora a metodologia forneça insights valiosos, ela é limitada em termos de escopo do cenário, cobertura de questões e nível de agregação.Esses cenários são baseados em uma estrutura que inclui modelos bem estabelecidos e validados, amplamente utilizados por outras avaliações ambientais globais, incluindo aquelas produzidas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), pela Plataforma Intergovernamental de Ciência e Política sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), pela Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) e pelo Painel Internacional de Recursos (IRP).Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente é a principal autoridade ambiental global que define a agenda ambiental global, promove a implementação coerente da dimensão ambiental do desenvolvimento sustentável dentro do sistema das Nações Unidas e atua como um defensor autorizado do meio ambiente global.
Para mais informações, entre em contato com: Unidade de Notícias e Mídia do PNUMA através do email unep-newsdesk@un.org
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09 dezembro 2025
Combate à corrupção: UNODC e Petrobras apoiam pequenas e médias empresas
Neste 9 de dezembro, Dia Internacional de Combate à Corrupção e data que marca a assinatura da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (UNCAC), o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) no Brasil — guardião da UNCAC — e a Petrobras reforçam a importância de apoiar pequenas e médias empresas (PMEs) na adoção de padrões elevados de integridade, transparência e gestão de riscos.
Desde outubro de 2025, as duas instituições realizaram quatro treinamentos presenciais (Rio de Janeiro e São Paulo), além de dez edições online, alcançando 331 participantes de 247 PMEs diferentes, com previsão de novas turmas em janeiro. Os treinamentos compõem o Projeto de Fortalecimento da Integridade de PMEs, voltado à cadeia de suprimentos do setor de energia. A parceria entre UNODC e Petrobras busca traduzir diretrizes internacionais – como a própria UNCAC – em ações concretas de capacitação e ferramentas práticas para o dia a dia das empresas.
Os encontros presenciais contaram com a participação de parceiros como SEBRAE, Controladoria-Geral da União, Pacto Global, BNDES, Siemens Brasil, Vale, Equinor e TotalEnergies nas rodas de conversa, ampliando o diálogo sobre integridade na cadeia de valor do setor de energia. Para apoiar a implementação das práticas discutidas em sala, o projeto desenvolveu a Matriz de Riscos de Integridade para PMEs, acompanhada de um Manual para Preenchimento, que detalha o passo a passo para mapear, avaliar e tratar riscos de integridade, incluindo critérios de probabilidade e impacto, mapeamento de controles internos e definição de risco residual.
Complementarmente, uma Cartilha da Matriz de Riscos de Integridade apresenta, em linguagem acessível, os principais conceitos, componentes e benefícios da ferramenta, mostrando como ela pode ser usada por empresas de diferentes portes e segmentos, ainda que com estruturas reduzidas. O conjunto se completa com o FAQ da Matriz de Riscos de Integridade, que responde às dúvidas mais comuns das PMEs sobre integridade, gestão de riscos, desenho de controles, planos de ação e relação da Matriz com programas de compliance e padrões internacionais, como ISO 31000, COSO ERM e diretrizes de órgãos nacionais e internacionais.
No Dia Internacional de Combate à Corrupção, UNODC e Petrobras ressaltam que fortalecer a integridade de pequenas e médias empresas significa proteger empregos, contratos e cadeias produtivas inteiras, aproximando a prática empresarial cotidiana dos compromissos assumidos pelos Estados na UNCAC e contribuindo para uma economia mais ética e sustentável. Cooperação Internacional e boas práticas brasileiras
Ainda em 2025, A Petrobras e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) no Brasil participarão da 11ª sessão da Conferência dos Estados Partes da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (COSP), principal instância de decisão do tratado anticorrupção da ONU, que será realizada de 15 a 19 de dezembro de 2025, em Doha, no Catar. Na ocasião, as instituições apresentarão boas práticas nacionais em integridade e governança em eventos paralelos como BRICS: Incentivos para que o Setor Privado Adote Medidas de Integridade, Caminhos Digitais para a Integridade: Ferramentas e Práticas para a Transparência na Governança das Contratações Públicas e Cooperação pela Integridade: Mecanismos de Controle que Impulsionam Mudanças Sustentáveis, com participação de órgãos como a Controladoria-Geral da União (CGU), Itaipu Binacional, Siemens Energy e a Associação das Autoridades Anticorrupção da África Oriental.
Em linha com essa agenda internacional, o UNODC, em parceria com a OCDE, lançou em 2024 a publicação “A Resource Guide on State Measures for Strengthening Business Integrity”, que oferece a Estados e ao setor privado um quadro de referência para promover a integridade empresarial, com estudos de caso e boas práticas que dialogam diretamente com os objetivos do projeto realizado com as PMEs do setor de energia no Brasil.
Desde outubro de 2025, as duas instituições realizaram quatro treinamentos presenciais (Rio de Janeiro e São Paulo), além de dez edições online, alcançando 331 participantes de 247 PMEs diferentes, com previsão de novas turmas em janeiro. Os treinamentos compõem o Projeto de Fortalecimento da Integridade de PMEs, voltado à cadeia de suprimentos do setor de energia. A parceria entre UNODC e Petrobras busca traduzir diretrizes internacionais – como a própria UNCAC – em ações concretas de capacitação e ferramentas práticas para o dia a dia das empresas.
Os encontros presenciais contaram com a participação de parceiros como SEBRAE, Controladoria-Geral da União, Pacto Global, BNDES, Siemens Brasil, Vale, Equinor e TotalEnergies nas rodas de conversa, ampliando o diálogo sobre integridade na cadeia de valor do setor de energia. Para apoiar a implementação das práticas discutidas em sala, o projeto desenvolveu a Matriz de Riscos de Integridade para PMEs, acompanhada de um Manual para Preenchimento, que detalha o passo a passo para mapear, avaliar e tratar riscos de integridade, incluindo critérios de probabilidade e impacto, mapeamento de controles internos e definição de risco residual.
Complementarmente, uma Cartilha da Matriz de Riscos de Integridade apresenta, em linguagem acessível, os principais conceitos, componentes e benefícios da ferramenta, mostrando como ela pode ser usada por empresas de diferentes portes e segmentos, ainda que com estruturas reduzidas. O conjunto se completa com o FAQ da Matriz de Riscos de Integridade, que responde às dúvidas mais comuns das PMEs sobre integridade, gestão de riscos, desenho de controles, planos de ação e relação da Matriz com programas de compliance e padrões internacionais, como ISO 31000, COSO ERM e diretrizes de órgãos nacionais e internacionais.
No Dia Internacional de Combate à Corrupção, UNODC e Petrobras ressaltam que fortalecer a integridade de pequenas e médias empresas significa proteger empregos, contratos e cadeias produtivas inteiras, aproximando a prática empresarial cotidiana dos compromissos assumidos pelos Estados na UNCAC e contribuindo para uma economia mais ética e sustentável. Cooperação Internacional e boas práticas brasileiras
Ainda em 2025, A Petrobras e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) no Brasil participarão da 11ª sessão da Conferência dos Estados Partes da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção (COSP), principal instância de decisão do tratado anticorrupção da ONU, que será realizada de 15 a 19 de dezembro de 2025, em Doha, no Catar. Na ocasião, as instituições apresentarão boas práticas nacionais em integridade e governança em eventos paralelos como BRICS: Incentivos para que o Setor Privado Adote Medidas de Integridade, Caminhos Digitais para a Integridade: Ferramentas e Práticas para a Transparência na Governança das Contratações Públicas e Cooperação pela Integridade: Mecanismos de Controle que Impulsionam Mudanças Sustentáveis, com participação de órgãos como a Controladoria-Geral da União (CGU), Itaipu Binacional, Siemens Energy e a Associação das Autoridades Anticorrupção da África Oriental.
Em linha com essa agenda internacional, o UNODC, em parceria com a OCDE, lançou em 2024 a publicação “A Resource Guide on State Measures for Strengthening Business Integrity”, que oferece a Estados e ao setor privado um quadro de referência para promover a integridade empresarial, com estudos de caso e boas práticas que dialogam diretamente com os objetivos do projeto realizado com as PMEs do setor de energia no Brasil.
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