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24 maio 2022
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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19 novembro 2021
Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade
A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!”.
A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.
Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.
“A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema”, explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.
“A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada”, completa.
Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à COVID-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.
Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.
A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.
A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Campanha no Brasil - Com o mote “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas”, a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.
A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.
A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.
Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou ‘que sofreram violência’.
Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.
A campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.
Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.
A campanha é composta pelo evento on-line “Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”, em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.
Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.
Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.
Contatos para a imprensa
Isabel Clavelin (ONU Mulheres) - isabel.clavelin@unwomen.org / 61 98175 6315
Roberta Caldo (UNIC Rio) – caldo@un.org
História
16 maio 2022
Foto de tradição Pankararu é premiada na Suíça
Para saber se as condições climáticas irão favorecer a colheita anual, os indígenas Pankararu puxam um cipó. Numa espécie de cabo-de-guerra, os membros da comunidade localizada no sertão pernambucano dividem-se em dois times. Um deles puxa a cipó em direção ao leste e o outro para o oeste. É através desta disputa de forças que as entidades religiosas informam suas previsões aos Pankararu: se o cipó terminar no lado onde o sol nasce, no leste, o clima será próspero e a comunidade viverá um ano de abundância. Ultrapassar para o lado oeste significa pouca chuva e escassez.
Depois de assistir a uma série de previsões de seca, o estudante de mestrado Joanderson Gomes de Almeida, de 30 anos, passou a se perguntar o que ele e a sua comunidade poderiam fazer para que o cipó permanecesse no lado leste. Foi com esta inquietação e com um celular que ele fotografou a cerimônia do puxamento do cipó durante a tradicional festa do Flechamento do Imbu, uma comemoração indígena que marca o início da colheita.
“Essa tradição acontece só uma vez ao ano na comunidade, mas durante o nosso dia a dia, por que a gente não lembra dessa previsão? O que eu posso melhorar para que no próximo ano a gente possa ter um resultado de fartura e abundância? Esta é uma reflexão sobre os cuidados que a gente às vezes não tem com o meio ambiente no nosso cotidiano”, conta o estudante em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Quatro anos depois do click, a foto foi parar em uma exposição na sede da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), na Suíça. A imagem “Puxamento do Cipó” virou a metáfora perfeita para simbolizar o impacto das mudanças climáticas e, por este motivo, venceu o primeiro concurso de fotografia da OMPI voltado para jovens de comunidades tradicionais.
O prêmio entregue no Dia da Terra também contemplou jovens do Quênia e Filipinas. O anúncio dos vencedores foi feito no último dia 22 de abril e culminou com a exposição em Genebra. A intenção da Organização da ONU era estimular que os jovens de comunidades tradicionais expressassem criativamente o impacto das mudanças climáticas em suas regiões e, ao mesmo tempo, aprendessem a proteger seus trabalhos recorrendo aos direitos de propriedade intelectual. Para escolher os vencedores, entre mais de 30 imagens finalistas, foi convocado um painel independente de jurados constituído por quatro fotógrafos internacionais.
“Os jovens têm o maior interesse no futuro do nosso planeta e é por isso que estou satisfeito que o primeiro Prêmio de Fotografia da OMPI esteja oferecendo aos membros de comunidades indígenas e locais a oportunidade de se expressarem através da fotografia sobre a crise climática e outros desafios relacionados que estão enfrentando”, declarou o diretor-geral da OMPI, Daren Tang, durante a cerimônia de premiação.
Na oportunidade, ele também destacou como é estreita a relação das comunidades indígenas com o meio ambiente e seus recursos, sendo elas as primeiras a enfrentarem as consequências diretas da crise climática, como a perda da diversidade biológica e o aumento do nível dos oceanos. Ao parabenizar o indígena brasileiro pela conquista, o diretor-geral lembrou que o povo Pankararu tem uma forte vocação de preservar a natureza e as tradições. No entanto, eles também têm sido castigados por períodos sem chuva e seca, o que dificulta as atividades agrícolas tradicionais.
Conexão - Em Pernambuco, a comunidade Pankararu está estabelecida entre os municípios de Petrolândia, Jatobá e Tacaratu, distante cerca de dez quilômetros do rio São Francisco. Esta proximidade ajuda a explicar porque a água, mais do que um recurso essencial para a vida, também é considerada parte da constituição deste povo. “Existia uma ocupação tradicional desta terra narrada na própria cosmologia do povo Pankararu. As primeiras entidades, que chamamos de Encantados, eram pessoas normais que receberam o dom depois de entrarem na cachoeira do rio São Francisco. E hoje nós não temos acesso a água. Esta é uma reivindicação do povo Pankararu. A gente mora a menos de 10 quilômetros do rio São Francisco e não temos água”, explica Joanderson.
Em sua inscrição no concurso da OMPI, o estudante de mestrado defendeu que jovens indígenas ocupem espaços como estes e que novas soluções inovadoras sejam propostas a partir de parcerias com as comunidades locais. “Os indígenas têm uma forma tradicional de cultivo e manejo da terra, sem o viés mercantilista. Não vemos a terra como objeto de produção de capital, mas como uma forma de vida e subsistência. Ainda há muito o que se falar sobre clima e sobre povos indígenas para além desta visão marginal”, pontua. “Agradeço a OMPI pela iniciativa de criar esse concurso e por incentivar jovens indígenas e de comunidades tradicionais a participarem. Agora, com o prêmio, poderei registrar estes momentos com mais qualidade e profissionalismo”.
Como primeiro colocado, Joanderson ganhou da organização equipamento fotográfico profissional no valor de 3.500 dólares.
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História
06 maio 2022
Mãe reencontra filhas depois de quatro anos de separação
A venezuelana Yerika deixou a Venezuela em busca de oportunidades para uma nova vida com as três filhas. Ela chegou ao Brasil em Roraima mas a oportunidade de trabalho surgiu a 5 mil quilômetros de distância, em Pinhalzinho, no interior de Santa Catarina. A separação entre Yerika e as filhas Evelin, 13 anos, Camila, 10 anos, e Josemiht, 8 anos, foi inevitável.
Com a família dividida entre o norte e o sul do país, as meninas ficaram sob cuidados de um responsável, que procurou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o parceiro AVSI Brasil. As meninas foram encaminhadas para um abrigo do governo de Roraima destinado a crianças desacompanhadas.
O oficial de Proteção à Criança e ao Adolescente do UNICEF em Roraima, Tomás Tancredi, explica que o direito à convivência familiar e comunitária é prioridade. “O trabalho envolve busca ativa das famílias, avaliação psicossocial para identificar as possibilidades de reunificação junto à rede de proteção, apoio psicossocial continuado para estas crianças e, em alguns casos, apoio financeiro para a sustentabilidade da reunificação. A articulação com as redes de proteção e demais organizações que atuam na resposta humanitária, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), é fundamental para garantir a adaptação destas crianças em uma nova realidade”, explica.
O abrigo onde Evelin, Camila e Josemiht ficaram tem a estrutura de uma residência, similar ao ambiente de uma casa familiar, com atividades educacionais e apoio psicossocial. A gerente do abrigo da Secretaria de Estado de Trabalho e Bem-Estar Social, Luciana Oliveira da Silva, explica que a unidade tem parceria com organizações para buscar as famílias das crianças. “Apesar de estarem em um ambiente em que estão sendo cuidadas, não é o lar delas. Elas sentem falta, perguntam e ficam ansiosas para o reencontro”, relata.
Após o abrigamento no local, o UNICEF entrou em contato com a OIM para localizar a mãe e dar entrada do processo na estratégia de interiorização do governo federal, para que as irmãs pudessem viajar para junto de Yerika.
A análise documental foi o passo inicial na viagem, assim como o acompanhamento médico no Núcleo de Saúde da Operação Acolhida, resposta humanitária ao fluxo venezuelano, para verificação vacinal e testagem de COVID-19. Era dezembro de 2021 e os dias foram contados com ansiedade pelas meninas e pela mãe.
De acordo com o assistente de Proteção da OIM Luís Minchola, o reencontro representa o apoio dos atores que buscam a melhor solução em situações de crianças e adolescentes desacompanhadas dentro de um contexto migratório. “Todos estão envolvidos em levar oportunidades nos locais de destino: acesso às escolas, aos serviços de saúde e que tenham o convívio familiar garantido dentro de todos os preceitos de proteção à infância”, explica.
No dia 26 de dezembro, a equipe da OIM buscou Evelin, Camila e Josemiht no abrigo estadual e as levou para o Aeroporto Internacional de Boa Vista. Além da revisão documental pré-embarque, a OIM comprou as passagens aéreas e garantiu a presença de uma funcionária para acompanhar todo o trajeto, até que elas estivessem seguras com a mãe.
O REENCONTRO – Já era noite quando o abraço do reencontro finalmente aconteceu. Entre lágrimas, mãe e filhas correram para que estivessem juntas novamente. Na parede da casa nova, os cartazes improvisados com folhas de caderno estampavam os dizeres de “bem-vindas minhas princesas”, em espanhol. No sofá, os cochichos entre as quatro demonstravam que o tempo de separação não diminuiu em nada o afeto e a cumplicidade.
“Foi uma emoção tão grande, não sei nem explicar. Foi tanto tempo longe! É muito gratificante ter minhas filhas aqui do meu lado. Meu plano para o futuro é dar muito amor a elas. Estou muito emocionada e feliz.”
Yerika
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História
25 abril 2022
Após cirurgia no quadril, homem reaprende a caminhar e reconstrói a vida
Caminhar, correr e dançar são coisas triviais para muita gente. Mas, para o aposentado Dirceu Hack, 56 anos, significa muito mais. No final do ano passado, após passar por uma cirurgia reparadora no quadril, ele finalmente pode voltar a se mover com o corpo ereto. Seu Dirceu, como é chamado, é paciente hemofílico e sofria desde os anos 1970 com as limitações provocadas pela doença.
A hemofilia é uma doença genética hereditária, que compromete a coagulação do sangue. Pessoas hemofílicas não possuem uma proteína responsável pelo crescimento e reparação de tecidos, assim, sangram mais do que o normal. Com o passar do tempo, essa situação provoca danos em todo o corpo, em especial nas articulações, que ficam enrijecidas.
“Eu tinha uns 13, 14 anos quando descobri a doença. Fiquei 30 dias sozinho em Florianópolis, fazendo muitos exames, até chegar no diagnóstico”, lembra seu Dirceu, que morava à época em Concórdia, no interior de Santa Catarina, a quase 500 quilômetros da capital do estado. “Eu tinha muitos sangramentos e muita dor, é três vezes pior que uma dor de dente. Não conseguia ir para a escola, só tenho até a 4ª série”, conta ele, que, de tanto comprometimento, andava completamente arqueado.
"Ele não conseguia caminhar direito, não conseguia se abaixar para colocar a meia. Sentia muitas dores, não tinha como deitar na cama, se ajeitar para dormir, era bem difícil." detalha Queli Cristina, 37 anos, companheira de Dirceu. “Minha família me acompanhou nesse tempo todo, elas viram o meu sofrimento. Eu não ia para nenhum lugar, não me encontrava com meus amigos, porque não conseguia caminhar”, completa ele.
O aposentado foi um dos contemplados por uma ação do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) em parceria com o Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT/SC) e com a Fundação de Apoio ao Centro de Hematologia e Hemoterapia (HEMOSC)/Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON), conhecida como FAHECE. A ação teve por objetivo realizar cirurgias em pacientes hemofílicos com artropatia grave.
Dirceu foi beneficiado com três cirurgias, uma já feita no quadril, em outubro do ano passado, e as outras nos dois joelhos, previstas para serem realizadas em junho. Outros dois pacientes também serão beneficiados: Valdecir de Souza, que fará uma renovação da prótese do joelho direito em abril, e Lucas Ramos Mariano, que será operado nos dois joelhos em maio.
“Quando eu fizer as cirurgias dos dois joelhos, será a realização do meu grande sonho, terei uma qualidade de vida muito maior. Eu tô com 56 anos, mas tenho uma disposição de piá (rapaz) de 25 anos”, diz seu Dirceu, que agora faz planos para a retomada da vida com a mobilidade recuperada. “O que eu mais quero fazer é trabalhar na minha propriedade aqui no interior, cuidar dos animais, da roça”, planeja ele, que tem um sítio em Peritiba, na fronteira de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul.
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História
08 abril 2022
Professora ensina alunos a combater o desperdício de alimentos em Itajaí
No município de Itajaí, em Santa Catarina, o drama da falta de acesso a alimentos transformou a vida dos 46 alunos do 5º ano do ensino fundamental da Escola Básica Professor Judith Duarte de Oliveira. Isto porque a professora Patrícia Wanderlinde Alves ficou impactada com os números da fome – de acordo com o Programa Mundial de Alimentos (WFP), 881 milhões de pessoas não têm o que comer em todo o mundo, sendo 48,6 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar moderada ou severa.
Inconformada também com os dados do desperdício de alimentos revelado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) – em 2019, 931 milhões de toneladas de alimentos foram para o lixo -, a professora resolveu levar para sala de aula ensinamentos para diminuir o desperdício e mudar hábitos de consumo na escola e dentro de casa.
Patrícia desenvolveu e implementou para os alunos da faixa de 10 anos de idade o projeto Tempo Esgotado: durante uma semana, eles anotaram tudo o que comeram e desperdiçaram. Impressionados com os resultados, eles reuniram informações sobre o consumo consciente de alimentos e criaram um folder e cartazes, que foram distribuídos dentro da escola, em ônibus e pontos comerciais com grande circulação de pessoas.
Os alunos também fizeram palestras para as outras turmas do colégio, que foram gravadas e disponibilizadas num canal no Youtube. O projeto trabalhou com as informações dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e incluiu ainda um curta metragem mostrando como o desperdício de alimentos acontece dentro de casa.
“As crianças realmente se empenharam e queriam fazer o máximo que podiam. Toda a construção dos vídeos e folders foi feita a partir de ideias delas. Os alunos arrecadaram alimentos para famílias carentes, o que envolveu toda a escola. No final, o trabalho gerou inclusive uma conscientização financeira”, contou a professora em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio). Ela pretende repetir a iniciativa neste ano.
“Eu gostei muito desse projeto, ele me conscientizou muito sobre a fome que acontece no mundo. Não podemos ver todo esse desperdício e não fazer nada!”, explica o aluno Henrique Rafael. A estudante Maria Luíza conta que os ensinamentos mudaram a rotina dentro de casa: “Eu vou levar esse projeto para a minha vida toda. As atitudes da minha casa mudaram muito. Meu pai começou a usar as sobras do dia anterior. Minha mãe não usava frutas feias e agora usa”, explica a garota. Para Gustavo, o projeto pode ajudar o Brasil. “ A cada um minuto, 11 pessoas morrem de fome e isso é muito triste. Por isso, temos que parar de jogar comida no lixo!”, alerta o menino.
Alimentação escolar - Projetos como o da professora Patrícia são fundamentais para uma alimentação escolar sustentável. Segundo a coordenadora do projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe (Programa de Cooperação Internacional entre Brasil e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura/-FAO), Najla Veloso, esse tipo de trabalho concilia o aprendizado dos estudantes com outras áreas do conhecimento, criando conexões entre as realidades locais e o e o dia a dia de cada um.
“As ações para combater o desperdício e de educação alimentar e nutricional são importantes para promover o desenvolvimento intelectual, físico, emocional e social dos estudantes. Além disso, ao estimularem hábitos de vida saudáveis, as escolas constroem entornos mais saudáveis, uma vez que os hábitos são transmitidos também para familiares e todo a comunidade”, explica Najla.
As escolas também são fundamentais no combate à fome. De acordo com a especialista da FAO, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) brasileiro, que atende a cerca de 41 milhões de estudantes, diária e universalmente, é considerado uma referência regional e global de política pública de êxito.
O Programa Mundial de Alimentos também atua no combate ao desperdício e na superação da fome. Todos os anos, o WFP promove uma campanha global de conscientização, chamada Zerar o Desperdício, e opera o Centro de Excelência contra a Fome em conjunto com o governo brasileiro. A missão do Centro é apoiar países em desenvolvimento na criação e implementação de soluções sustentáveis contra a fome a partir das experiências exitosas desenvolvidas no Brasil.
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História
28 março 2022
Irmãos vencem festival com filme retratando impacto da COVID-19 na comunidade surda
Nos últimos dois anos as máscaras tornaram-se itens essenciais para evitar a contaminação com COVID-19. Mas para uma parte da população, ainda que elas tenham ajudado a salvar milhares de vidas, as máscaras também são sinônimo de silêncio. Um relatório divulgado em março de 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apontou que 1,5 bilhão de pessoas têm algum grau de deficiência auditiva no mundo. Dependendo em grande parte da interpretação labial e de expressões faciais para se comunicar, a pandemia trouxe para as pessoas surdas uma sensação de impotência diante de atividades corriqueiras, como ir ao banco, supermercado ou até mesmo a consultas médicas.
São estas dificuldades que levaram os irmãos Glória e Victor Araújo, de 12 e 10 anos, a gravarem um vídeo mostrando os impactos da COVID-19 em sua família. Ambos atuam como intérpretes de libras para os pais, Jucimara e Vandro, deficientes auditivos. O filme “Silêncio na pandemia” retrata as barreiras impostas pelo uso de máscara a esta comunidade e principalmente conscientiza sobre a importância de um ensino obrigatório e universal da língua de sinais para toda população.
O filme foi premiado pelo júri internacional do PLURAL + Youth Video Festival, competição de vídeos promovida pela Agência da ONU para as Migrações (OIM), e pela Aliança de Civilizações das Nações Unidas (UNAOC). A produção dos irmãos moradores de Londrina, no Paraná, ficou em primeiro lugar na categoria até 12 anos e também recebeu outros três prêmios dentro do festival: Peacemaker Champions Award, TAL Award e o MediaB Award.
“Eu queria que as pessoas vissem esse vídeo e quisessem mais intérpretes em todos os lugares. Porque seria mais fácil para todo mundo, né?”, conta Victor.
Produção – Responsável por montar o roteiro e dirigir o filme, Glória explica que começou a produção do curta-metragem em junho de 2021, com a ajuda das primas Lorena da Silva, de 22 anos, e Alaysa Fernandes, de 18. Foi Lorena quem viu a competição promovida pelas Nações Unidas e incentivou os irmãos a se inscreverem no concurso. As duas primas também ajudaram a traduzir o conteúdo para o inglês e editar as ideias de Glória, que tem o sonho de ser cineasta. “A gente começou a gravar e acabamos esquecendo que era para a ONU. E aí a gente começou a se divertir e foi bem espontâneo. Só percebemos o que estávamos fazendo depois que a gente ganhou”, explica Glória.
O PLURAL + Youth Video Festival convida jovens de todo mundo a contarem diversas histórias sobre os temas mais urgentes do nosso tempo. Na edição de 2021, a tônica do concurso foi a diversidade, tema que chamou atenção dos jovens paranaenses. “Se a gente fosse igual, não teria graça. A gente precisa da diferença para aprender a respeitar as pessoas em qualquer hipótese”, diz Glória. “Se as pessoas fossem iguais, a gente não aprenderia muita coisa, porque para aprender é preciso ver outra pessoa fazendo diferente. Então a gente precisa de diversidade”, defende a garota.
A cerimônia online de premiação contou com a presença do diretor-geral da OIM, António Vitorino, e do alto representante da UNAOC, Miguel Ángel Moratinos. Também foi transmitida uma mensagem em vídeo da subsecretária-geral da ONU para Comunicação Global, Melissa Fleming. Na ocasião, Glória foi convidada a discursar e aproveitou para defender a universalização da linguagem de sinais como solução duradoura para as dificuldades de inclusão da comunidade surda.
Outros vencedores – Ao todo, 29 vídeos foram premiados pelas Nações Unidas. O Brasil foi o país que recebeu o maior número de condecorações: sete no total. “Silêncio na pandemia” foi o destaque da categoria principal. Os outros seis jovens brasileiros foram laureados por parceiros da ONU.
Nicole Assunção recebeu uma menção honrosa da Children’s Film Festival Seattle, com o filme “What does opening the world mean to you?”; Mickael Lima venceu o FACIUNI Award com o curta-metragem “Ubuntu”; Joana Lara recebeu uma menção honrosa do Italian Movie Award pela produção de “The human being is a genus of which diversity is a species”; Guilherme Menezes também recebeu uma menção honrosa do FilmAid pelo filme “I could never choose where to be born”; Cassia Roriz venceu o FilmAid Award e o Visual Voices Award for Peace Advocacy com o filme “Look out for us”; e Esther Cortereal, diretora de “For the right to be diverse”, venceu o Three Cultures of the Mediterranean Award.
Os curta-metragens abordam como a diversidade é um elemento importante para inclusãode pessoas que precisam viver em diferentes culturas, como é o caso de migrantes e refugiados.
"O cinema e o audiovisual são uma importante ferramenta para informar, divertir, educar, provocar debates e promover a diversidade. Há mais de um século eles estão ligados com a migração, quando desde o início dessa arte muitos cineastas migrantes retratavam um mundo em movimento. Iniciativas como o Plural+ dão força e voz a esses jovens, que colocam na tela suas mensagens, promovendo integração e tolerância entre públicos nos diferentes cantos do mundo”, relata o Chefe de Missão da OIM no Brasil, Stéphane Rostiaux.
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24 maio 2022
UNAIDS: Estigmatização de varíola dos macacos põe em risco saúde pública
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) expressou preocupação sobre algumas reportagens e comentários públicos relacionados à varíola dos macaco, as quais têm usado linguagem e imagens, particularmente de pessoas da comunidade LGBTQIA+ e de pessoas provenientes do continente africano, que reforçam estereótipos homofóbicos e racistas e acentuam o estigma. As lições da resposta à pandemia de AIDS mostram que o estigma e a culpabilização dirigidos a certos grupos de pessoas podem rapidamente minar a resposta a surtos.
Desde 13 de maio de 2022, um surto de varíola dos macacos tem sido relatado em vários Estados-membros da ONU, ondes casos não haviam sido reportados até então. Desde 21 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu relatos de 92 casos confirmados em laboratório e 28 casos suspeitos em 12 Estados-membros onde a doença não é endêmica. Pesquisas mais detalhadas sobre o surto estão em andamento. A OMS observa que as evidências disponíveis sugerem que as pessoas que estão mais em risco são aquelas que tiveram contato físico próximo com alguém com varíola dos macacos, e que este risco não está limitado a Homens que fazem Sexo com Homens (HSH).
O UNAIDS estimula a mídia, governos e comunidades a responderem a este surto a partir de uma abordagem baseada em direitos e em evidências, e que evitem o estigma.
“Estigma e culpabilização minam a confiança e a capacidade de prover uma resposta efetiva a surtos como este”, explicou o diretor-executivo adjunto do UNAIDS a.i, Matthew Kavanagh. “A experiência mostra que a retórica estigmatizante pode rapidamente enfraquecer a resposta baseada em evidências, gerando medo, afastando as pessoas dos serviços de saúde, impedindo os esforços para identificar casos e encorajando medidas punitivas ineficazes. Nós reconhecemos o esforço da comunidade LGBTQIA+ de liderar o caminho da conscientização – e reiteramos que esta doença pode afetar qualquer pessoa”.
O surto da varíola dos macacos demonstra que as comunidades continuarão a enfrentar ameaças de surtos ou pandemias causadas por vírus. A coordenação e solidariedade internacional são essenciais para a saúde pública, pois os vírus só podem ser superados globalmente.
“Este surto destaca a necessidade urgente de as lideranças fortalecerem a prevenção da pandemia, incluindo o fortalecimento da capacidade de resposta liderada pelas comunidades e uma infraestrutura de direitos humanos que apoiem respostas eficazes e não estigmatizantes aos surtos”, destacou o diretor adjunto do UNAIDS. “O estigma prejudica a todas as pessoas. A ciência compartilhada e a solidariedade social, por outro lado, ajudam a todos”.
O UNAIDS incentiva toda a mídia que cobre a varíola dos macacos a seguir as atualizações regulares que estão sendo emitidas pela OMS.
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24 maio 2022
Prefeitura de São Paulo assina acordo de cooperação com o UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a prefeitura de São Paulo firmaram nesta segunda-feira (23), um acordo de cooperação para ações pelos direitos das crianças e dos adolescentes e combate à violência contra esta população. Representaram as instituições a líder do UNICEF no Brasil, Florence Bauer e o prefeito da cidade, Ricardo Nunes. A parceria, dentro do escopo do projeto #AgendaCidadeUNICEF, ficará vigente até 2024 e prevê a implementação de ações integradas, planejadas e implementadas de maneira multidisciplinar e colaborativa.
A #AgendaCidadeUNICEF é um movimento em oito capitais brasileiras que propõe uma soma de esforços para que cada criança e cada adolescente esteja na escola, aprendendo. A agenda também propõe o crescimento com oportunidades de inclusão produtiva, acesso a serviços de proteção contra violências, além de saúde integral e bem-estar assegurados.
A iniciativa ocorre em um território prioritário de cada centro urbano participante. Na capital paulista, o território identificado em parceria com o governo municipal, a partir da análise de indicadores sociais, foi o distrito de Cidade Tiradentes, que abriga mais de 211 mil habitantes, sendo 71,5 mil meninas e meninos de até 17 anos.
COVID-19 - Para a representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer, a violência na infância e na adolescência teve um aumento significativo durante a pandemia. “As dificuldades para permanecer na escola e se inserir de maneira decente e adequada no mundo do trabalho geram um ciclo de exclusão e de violência na infância e na adolescência e, na pandemia, esse cenário piorou de maneira profunda. Nesse sentido, #AgendaCidadeUNICEF cooperará com o município na garantia de direitos e na proteção de crianças e adolescentes contra as diversas formas de violência, para que eles possam viver e se desenvolver plenamente”, afirmou.
Com a parceria, o UNICEF disponibilizará apoio técnico, compartilhamento de metodologias, monitoramento e intercâmbio com outras iniciativas locais e globais, como parte de sua estratégia de cooperação com governos municipais voltada aos centros urbanos. Além de São Paulo, as outras cidades que farão parte desse movimento nacional são Belém, Fortaleza, Manaus, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís.
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24 maio 2022
20 milhões de crianças estão com níveis elevados de chumbo no sangue
O consumo excessivo nos países mais ricos do mundo está criando condições insalubres, perigosas e tóxicas para as crianças em todo planeta, de acordo com um novo relatório publicado nesta terça-feira (24) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). “A maioria dos países ricos não apenas não oferece ambientes saudáveis para crianças dentro de suas fronteiras como também está contribuindo para a destruição de outras partes do mundo”, disse a diretora do Escritório de Pesquisa do UNICEF - Innocenti, Gunilla Olsson.
O relatório sobre lugares e espaços “Innocenti Report Card 17: Places and Spaces” (disponível apenas em inglês) compara como 39 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e União Europeia (UE) impactam a vida das crianças e o entorno delas. Os indicadores incluem exposição a poluentes nocivos e tóxicos, como pesticidas e chumbo; acesso à luz, espaços verdes e rodovias seguras; além das contribuições dos países para a crise climática, consumo de recursos e despejo de lixo eletrônico.
Um dos dados que mais chamam atenção no documento é a estimativa de que mais de 20 milhões de crianças neste grupo de países estão com níveis elevados de chumbo no sangue, uma das substâncias tóxicas ambientais mais perigosas.
Outra conclusão do relatório é a de que se o mundo inteiro consumisse no mesmo ritmo que os países da OCDE e da UE, seria necessário o equivalente a 3,3 terras para acompanhar os níveis de consumo. Se fosse adotado o padrão da população do Canadá, Luxemburgo e Estados Unidos, pelo menos cinco terras seriam necessárias.
Tomando como base apenas a quantidade de emissões de dióxido de carbono, lixo eletrônico e o consumo geral de recursos per capita, Austrália, Bélgica, Canadá e Estados Unidos são os países ricos com o menor desempenho quando se trata de criar ambientes saudáveis para crianças tanto dentro como fora de suas fronteiras.
Enquanto isso, Finlândia, Islândia e Noruega estão entre aqueles que proporcionam ambientes mais saudáveis para as crianças de seus países, mas contribuem desproporcionalmente na destruição do ambiente global.
“Em alguns casos, vemos países fornecendo ambientes relativamente saudáveis para crianças em casa, mas figurando entre os principais poluidores e destruidores do ambiente infantil no exterior”, atestou a diretora UNICEF- Innocenti.
Em contraste, os países menos ricos da América Latina e Europa que são membros da OCDE e da UE, respectivamente, são os que causam os menores impactos no mundo nestes quesitos.
Riscos identificados - O relatório levantou algumas situações de risco nas quais estas crianças estão inseridas. Na Islândia, Letónia, Portugal e Reino Unido, por exemplo, uma em cada cinco crianças está exposta a umidade e bolor em casa. No Chipre, Hungria e Turquia, esse número é de uma em cada quatro.
Em média uma em cada 12 crianças na Bélgica, República Tcheca, Israel e Polônia estão expostas à alta poluição por pesticidas, que tem sido associada ao câncer – incluindo leucemia infantil – e pode prejudicar os sistemas vitais do corpo.
“Devemos criar lugares e espaços melhores para as crianças prosperarem. Devemos isto a nós mesmos e às gerações futuras”, disse Olsson. “O acúmulo de resíduos, poluentes nocivos e esgotamento de recursos naturais estão afetando a saúde física e mental de nossas crianças e ameaçando a sustentabilidade do nosso planeta”.
Metas - O UNICEF finaliza o relatório sugerindo uma série de medidas para proteger e melhorar os ambientes das crianças. Entre elas está o apelo para que governos e empresas honrem imediatamente seus compromissos de reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2050. A adaptação climática também deve estar na vanguarda das ações em vários setores – da educação à infraestrutura.
Políticas ambientais sensíveis às crianças devem garantir que as necessidades das crianças sejam incorporadas na tomada de decisões e que suas perspectivas sejam consideradas ao elaborar políticas que afetarão desproporcionalmente as gerações futuras.
O relatório do UNICEF também destaca que, embora as crianças sejam as principais partes interessadas do futuro e enfrentem os problemas ambientais de hoje por mais tempo, elas são as menos capazes de influenciar o curso dos eventos.
"Devemos buscar políticas e práticas que protejam o ambiente natural do qual as crianças e os jovens mais dependem", finaliza a representante do UNICEF - Innocenti.
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24 maio 2022
Saiba como a FAO ajuda as pessoas antes, durante e depois de emergências
Desastres, como um terremoto ou um violento golpe de Estado, podem ocorrer de repente, ou como secas e enchentes, podem se desenvolver lentamente. Esses tipos de emergências são devastadores para as pessoas em todos os lugares, mas para aqueles cujos meios de subsistência ou necessidades alimentares dependem inteiramente da agricultura e dos recursos naturais, esses desastres geralmente são ainda mais urgentes.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) ajuda as comunidades a lidarem com emergências de várias maneiras, desde ações antecipadas e preparação até a reconstrução dos meios de subsistência, tornando as comunidades mais resilientes.
Aqui estão cinco maneiras pelas quais a FAO ajuda as pessoas antes, durante e após situações de emergência:
1. Ação antecipada
Muitas crises, como desastres naturais, são em grande parte inevitáveis, mas há muito que pode ser feito desde o início para mitigá-las. Por exemplo, em julho de 2020, quando especialistas detectaram um risco de inundações em massa nas comunidades de Bangladesh ao longo do rio Jamuna, a FAO trabalhou rapidamente com parceiros para protegê-los dos impactos, fornecendo a essas comunidades recipientes de tambor de armazenamento à prova de enchentes que ajudaram a manter suas sementes, grãos, ferramentas e itens essenciais seguros.
Nos primeiros dias de enchentes, quando seu poço foi inundado com água suja, Kokila Akhter também usou o contêiner de armazenamento da FAO para outra função. Kokila estava grávida de três meses e sua saúde era mais importante do que nunca. “Guardei água potável no tambor para beber e cozinhar. Beber água potável me ajudou a me manter saudável durante a gravidez”, disse ela.
2. Investimento em pessoas e economias locais
Transferência de dinheiro, esquemas de vouchers e programas de trabalho temporário remunerado permitem que as pessoas identifiquem por si mesmas quais são suas necessidades mais urgentes e decidam quais bens e serviços desejam comprar nos mercados locais. Esses programas podem fortalecer rapidamente a segurança alimentar e nutricional de populações vulneráveis em tempos de estresse.
Uma mulher chefe de família que recentemente se beneficiou deste tipo de apoio da FAO no Afeganistão, contou que isto a ajudou a sobreviver durante os tempos difíceis provocados pela pandemia de COVID-19.
“Nosso problema é que não podemos comprar comida ou outros bens essenciais. O dinheiro dado pela FAO foi usado para comprar arroz e material escolar para meus netos”, explicou.
Até agora, em 2021, a FAO apoiou cerca de 200.000 famílias altamente vulneráveis no Afeganistão com transferências de dinheiro e esquemas de trabalho remunerado.
3. Ajudar as pessoas a se sustentarem
Muitas vezes, em crises ou desastres naturais, as pessoas perdem suas terras, gado, equipamentos agrícolas ou outros bens, dificultando o reinício de suas vidas.
Antes, durante e depois de uma emergência, a FAO distribui kits agrícolas para que os agricultores possam começar a cultivar alimentos novamente e recuperar a renda.
A Organização também fornece vacinas ou outros serviços veterinários para proteger o gado, outra parte importante da subsistência de muitas pessoas.
Quando enchentes destrutivas e enxames de gafanhotos vorazes do deserto atingiram a Somália no ano passado, a FAO interveio para colocar as pessoas de pé novamente.
Agricultores como Iraado Amir Omar não apenas receberam apoio em dinheiro da FAO para atender às suas necessidades imediatas, mas também sementes e ferramentas para retomar a produção agrícola e sustentar sua lavoura a longo prazo.
“As sementes chegaram quando mais precisávamos. Não tenho dinheiro para comprar sementes, mas pelo menos já posso plantar”, disse Iraado.
“A ajuda que a FAO nos deu é muito importante porque nossas vidas dependem da terra”, acrescentou seu vizinho Ali Mahamud Rubaax. “Espero que no futuro essas sementes que estou plantando mudem minha vida e a vida de meus familiares”.
4. Desenvolvimento de meios de subsistência resilientes
Pessoas com meios de subsistência resilientes são mais capazes de prevenir e reduzir o impacto das mudanças climáticas e desastres em suas vidas.
A FAO trabalha em países e regiões ao redor do mundo para avaliar os impactos das mudanças climáticas e oferece orientação sobre técnicas de agricultura inteligente para o clima. Ao usar diferentes variedades de sementes, melhores redes de pesca ou técnicas de rotação de culturas, a FAO está ajudando as pessoas a tornarem seus meios de subsistência mais eficientes agora e sustentáveis no futuro.
Um exemplo é o “corredor seco” da América Central, onde a FAO está apoiando famílias de agricultores vulneráveis para melhorar suas estratégias de gestão da água.
5. Apoio às comunidades deslocadas
Quando famílias vulneráveis são forçadas a deixar suas casas devido a conflitos ou desastres, elas geralmente se instalam temporariamente em outras comunidades ou acampamentos. Às vezes, essas próprias comunidades anfitriãs já enfrentam dificuldades de recursos. À medida que esses recém-chegados buscam fontes de renda e alimentos, isso pode criar uma tensão com as comunidades em que buscaram refúgio. Para apoiar tanto as comunidades anfitriãs quanto os deslocados, a FAO implementa projetos para aumentar a produção de alimentos e gerar oportunidades econômicas das quais todos podem se beneficiar.
Após a violência em Cabo Delgado, Moçambique, por exemplo, a FAO está apoiando famílias deslocadas, fornecendo-lhes ferramentas e acesso a crédito que podem usar para comprar sementes e outros suprimentos.
As comunidades que acolhem estes deslocados se beneficiam de apoio semelhante para compensar a pressão sobre os recursos e aumentar a produção alimentar das suas famílias.
A FAO trabalha com parceiros importantes, como agências irmãs da ONU, ONGs, governos e o setor privado para enfrentar as muitas facetas das emergências para garantir que as comunidades sejam capazes de responder melhor e se recuperar de choques, agora e no futuro.
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24 maio 2022
'A pandemia ainda não acabou', alerta chefe da OMS
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse aos ministros da saúde neste domingo (21), durante a abertura da Assembleia Mundial da Saúde, que, embora os casos e mortes por COVID-19 tenham diminuído significativamente, ainda não é hora de nenhum país baixar a guarda.
A 75ª Assembleia Mundial da Saúde está sendo realizada em Genebra, Suíça, de 22 a 28 de maio de 2022. É a primeira Assembleia da Saúde presencial desde o início da pandemia de COVID-19.
“Então, a COVID-19 acabou? Não, certamente não acabou. Eu sei que não é a mensagem que vocês querem ouvir, e definitivamente não é a mensagem que eu quero passar”, destacou.
Ele acrescentou que, embora em muitos países todas as restrições tenham sido suspensas e a vida se pareça muito com antes da pandemia, os casos relatados estão aumentando em quase 70 países em todas as regiões.
“E isso em um mundo em que as taxas de testes despencaram”, acrescentou.
Tedros alertou que as mortes relatadas também estão aumentando na África, o continente com a menor cobertura vacinal.
“Este vírus nos surpreende a cada volta”, enfatizou.
Lacunas globais na resposta à COVID-19 – Apesar dos progressos, com 60% da população mundial já vacinada, Tedros lembrou que quase um bilhão de pessoas em países de baixa renda permanecem não vacinadas.
“Não acaba em nenhum lugar até que termine em todos os lugares. Apenas 57 países vacinaram 70% de sua população – quase todos eles países de alta renda”, disse.
O chefe da OMS também alertou que o aumento da transmissão significa mais mortes e mais risco de surgimento de uma nova variante, e o atual declínio de testes e sequenciamento significa que “estamos nos cegando para a evolução do vírus”.
Ele ressaltou também que em alguns países ainda há um compromisso político insuficiente para lançar vacinas, e ainda há lacunas na capacidade operacional e financeira.
“Além disso, ainda vemos a hesitação vacinal impulsionada pela disseminação de notícias falsas e pela desinformação”, acrescentou.
É possível acabar com a pandemia - Tedros disse que o foco principal da OMS agora é apoiar os países a transformar vacinas em vacinação o mais rápido possível, mas ainda há pouca oferta de testes e terapias com acesso insuficientes.
“A pandemia não desaparecerá magicamente. Mas podemos acabar com isso. Nós temos o conhecimento. Nós temos as ferramentas. Temos a ciência a nosso favor”, disse ele, pedindo aos países que trabalhem juntos para alcançar 70% de cobertura vacinal.
Outras prioridades – Durante a Assembleia Mundial da Saúde, os delegados dos países tomam decisões sobre metas e estratégias de saúde que orientarão o trabalho de saúde pública e da OMS para mover o mundo na direção de uma melhor saúde e bem-estar para todos.
O tema da Assembleia deste ano é Saúde pela paz, paz pela saúde.
“Enquanto falamos, nossos colegas em todo o mundo estão respondendo a surtos de Ebola na RDC, varíola dos macacos e hepatite de causa desconhecida, além de crises humanitárias complexas no Afeganistão, Etiópia, Somália, Sudão do Sul, República Árabe, Síria, Ucrânia e Iêmen.
“Enfrentamos uma imensa convergência de doenças, seca, fome e guerra, alimentada pelas mudanças climáticas, desigualdade e rivalidade geopolítica”, disse Tedros aos Ministros.
Prêmios Líderes Globais de Saúde - O diretor-geral da OMS também anunciou no domingo (22) seis prêmios para reconhecer a notável contribuição para o avanço da saúde global, liderança demonstrada e compromisso com questões regionais de saúde.
Os vencedores incluem o psiquiatra anglo-libanês Dr Ahmed Hankir, a defensora do esporte juvenil Ludmila Sofia Oliveira Varela e trabalhadores da pólio no Afeganistão.
Você pode encontrar mais informações sobre os vencedores deste ano aqui.
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