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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão contribuindo a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 no Brasil.
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19 novembro 2021
Violência contra mulheres: campanha da ONU Brasil pede vida e dignidade
A ONU Brasil promove, entre 20 de novembro e 10 de dezembro de 2021, a edição anual da campanha do secretário-geral da ONU “Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres”. Desenvolvida desde 2008, ela apoia os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. Neste ano, a iniciativa completa três décadas de mobilização internacional. Em todo o mundo, a ONU está abordando o tema: “Pinte o mundo de laranja: fim da violência contra as mulheres, agora!”.
A campanha da ONU Brasil pede união de esforços e de ações para garantir a vida e a dignidade a todas as mulheres e meninas, inclusive na recuperação da COVID-19. A pandemia exacerbou fatores de risco para a violência contra mulheres e meninas, incluindo desemprego e pobreza, e reforçou muitas das causas profundas, como estereótipos de gênero e normas sociais preconceituosas.
Estima-se que 11 milhões de meninas podem não retornar à escola por causa da COVID-19, o que aumenta o risco de casamento infantil. Estima-se também que os efeitos econômicos prejudiquem mais de 47 milhões de mulheres e meninas vivendo em situação de pobreza extrema em 2021, revertendo décadas de progresso e perpetuando desigualdades estruturais que reforçam a violência contra as mulheres e meninas.
“A campanha aborda as diferentes causas da violência contra mulheres e meninas e demonstra por meio de ações e propostas concretas os diferentes caminhos para superar esse problema”, explica a coordenadora residente do Sistema ONU no Brasil, Silvia Rucks.
“A violência contra mulheres e meninas afeta a todas e todos nós e depende do engajamento das pessoas, das empresas e das instituições públicas e privadas para ser superada”, completa.
Desde os primeiros meses da pandemia de COVID-19, o secretário-geral da ONU, António Guterres, vem fazendo apelos pelo fim da violência contra mulheres e meninas e pedindo paz no lar e o fim da violência em toda parte. Mais de 140 países expressaram apoio, e 149 países adotaram cerca de 832 medidas, conforme destacado na Resposta Global de Gênero à COVID-19, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com colaborações técnicas substantivas da ONU Mulheres.
Por meio da Estratégia de Engajamento Político do Secretário-Geral da ONU sobre Violência baseada em Gênero, o Sistema das Nações Unidas mobilizou várias partes interessadas para atender às necessidades imediatas e vulnerabilidades de longo prazo de meninas e mulheres em risco de violência e reconheceu o papel-chave que as organizações de direitos das mulheres desempenharam durante a crise global. Para tanto, a ONU ativou suas plataformas e redes a fim de mobilizar compromissos e ações para acabar com a violência baseada em gênero no contexto da COVID-19.
A campanha UNA-SE articula compromissos com as Coalizões de Ação Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.
A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS 5, que pretende alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamentos, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.
Campanha no Brasil - Com o mote “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres e meninas - Vida e dignidade para todas”, a campanha deste ano tem como foco visibilizar a complexidade da violência contra as mulheres e meninas, em que suas identidades e condições de vida acentuam e ampliam vulnerabilidades para mulheres e meninas negras, indígenas, quilombolas, LBTQIAP+ (lésbicas, bissexuais, trans, queer, intersexuais, assexuais, pansexuais, entre outras), com deficiência, idosas, migrantes e refugiadas. Para tanto, entende ser fundamental a abordagem interseccional de análise sobre as situações de violência sofridas pelas mulheres e meninas, entendendo que elas são diferentes a partir dos locais concretos e simbólicos ocupados por elas.
A campanha pretende evidenciar que a violência contra mulheres e meninas não ocorre apenas no ambiente privado: dentro de casa ou no corpo (como nos caso da violência doméstica e da violência sexual). Ela também está presente em espaços públicos, no ambiente de trabalho, na política institucional, nos esportes, nos ambientes online, nos meios de comunicação, e também no contexto da promoção e defesa de direitos.
A campanha destaca também as formas de prevenção e eliminação das diversas formas de violência. Para tanto, além do trabalho das Nações Unidas, a campanha apresenta também iniciativas e histórias de mulheres que defendem direitos e promovem a igualdade de gênero.
Baseada no entendimento de que a violência contra mulheres e meninas é uma violação de direitos humanos, esta edição tem como objetivo também estimular uma mudança de paradigma, eliminando a ideia de mulheres 'vítimas de violência' (passivas, em uma condição insuperável) e fomentando a noção de que essas mulheres são pessoas 'em situação de violência' ou ‘que sofreram violência’.
Tal mudança estimula o entendimento de que a violência é um desafio superável e que pode ser prevenida, além da visão de mulheres como protagonistas da defesa e promoção de direitos humanos, desenvolvimento sustentável, justiça climática e democracia, cujas contribuições beneficiam toda a sociedade. Também reconhece, a partir disso, que a violência afeta todas as dimensões das vidas das mulheres que a vivenciaram e que toda a sociedade é responsável pela sua erradicação. Em outra linha de ação, a campanha quer engajar homens e meninos como aliados dos direitos das mulheres e para atingir a igualdade de gênero, da qual eles também se beneficiam.
A campanha “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” terá como um dos focos o empoderamento de meninas e jovens por meio do esporte, como ferramenta fundamental para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas. Com histórias e experiências compartilhadas, a campanha mostrará como o esporte desenvolve habilidades para a vida das meninas, como autoconfiança, autonomia e liderança, fazendo com que rompam com estereótipos de gênero e com o ciclo de violência, não só individualmente, mas em seu entorno.
Ações no Brasil - A programação da campanha deste ano conta com a realização de eventos on-line e presenciais, iluminações de prédios na cor laranja em adesão global à mensagem da prevenção da violência, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e sites da ONU Brasil e instituições parceiras. Serão ações direcionadas a ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade e suas instâncias para a realidade da violência contra as mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
Neste ano, a campanha será inaugurada com a iluminação na cor laranja do Congresso Nacional, em Brasília, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra - início da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres; e do Abrigo Rondon V, em Roraima, de 20 a 26 de novembro, em adesão à mensagem global de prevenção contra a violência. Ainda está programada a iluminação laranja da Casa da Mulher Brasileira, na cidade de Boa Vista (RR), de 27 de novembro a 4 de dezembro, estado em que a ONU Brasil desenvolve projetos de ajuda humanitária.
A campanha é composta pelo evento on-line “Juntas e juntos para pôr fim à Violência contra Defensoras de Direitos Humanos e do Meio Ambiente”, em 29 de novembro, assim como diversos conteúdos publicados nas redes sociais e site da ONU Brasil e de instituições parceiras. As ações pretendem ampliar a conscientização e responsabilização de toda a sociedade para a realidade da violência contra mulheres e meninas e chamar para a ação conjunta, em um concreto engajamento.
16 Dias de Ativismo - A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que completa 30 anos em 2021, foi criada por ativistas do Instituto de Liderança Global das Mulheres em 1991.
Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de organização por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.
Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) e 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para buscar ações de combate ao racismo e ao sexismo e pelo enfrentamento à violência contra mulheres e meninas negras.
Contatos para a imprensa
Isabel Clavelin (ONU Mulheres) - isabel.clavelin@unwomen.org / 61 98175 6315
Roberta Caldo (UNIC Rio) – caldo@un.org
História
21 junho 2022
Filme brasileiro recebe menção honrosa da OMS
O pacto de uma família de Parelheiros (SP) em busca do tratamento para o pé torto congênito chamou a atenção de especialistas em cinema, incluindo das atrizes Sharon Stone e Emilia Clarke. Elas integraram o júri internacional do 3º Festival de Cinema Saúde para Todos, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A história da família de João Pedro recebeu uma menção honrosa em uma das três principais categorias do festival. O curta-metragem “The 5%: A Family’s Perspective on Complex Clubfoot, Ten Years Later” (em tradução livre “Os 5%: a perspectiva de uma família sobre o pé torto congênito dez anos depois”) recebeu a honra na categoria dedicada a filmes que tratam de cobertura universal de saúde.
O roteiro dedica-se a fazer um retrato íntimo do dia a dia da família de um menino de 10 anos. João Paulo nasceu com pé torto congênito, uma má formação que atinge uma em cada 800 crianças, e cujo tratamento é considerado simples e eficaz.
Apesar dos bons índices, organizações que atuam para divulgar e promover o tratamento, como a MiracleFeet, estimam que até 40 mil crianças no Brasil não conseguem ter acesso ao chamado método Ponseti-- uma série de engessamentos seguidos pelo uso da órtese, popularmente conhecida como botinha ortopédica.
O método é considerado eficaz para até 95% das crianças submetidas aos engessamentos logo nas primeiras semanas de vida, mas João Paulo é parte dos 5% que sofrem com recidivas e precisam ter os pés imobilizados várias vezes durante a fase de crescimento. Daí o título do curta-metragem dirigido pela brasileira Rachel Vianna através de sua produtora, a MOXYDOX.
“Eu acho que história foi bem recebida porque tinha algo muito mágico nesse convívio familiar deles. A gente está falando de um problema de saúde que tem que ser tratado no longo prazo e essa família de sete pessoas, esses pais, são muito heróis por estarem dando conta disso tudo em Parelheiros, um lugar onde há pouco acesso a serviços”, explica a cineasta em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
“Embora seja um tratamento que teoricamente não é tão complicado de ser feito, ele exige muita dedicação e um comprometimento incondicional da família", revela Rachel. Esta entrega foi traduzida em imagens que mostram a família reunida em torno de uma mesa para um jogo de cartas ou quando a mãe ajuda João Paulo a fazer atividades que possam ser realizadas durante o uso das botinhas, que o menino descreve como suas “inseparáveis amigas”.
“Aquela família é só amor e eu acho que as pessoas se sentiram imersas neste ambiente. É um vídeo feliz e que traz a importância da comunidade para você poder acessar saúde e tratamentos. Foi esse o meu intuito”, resume a diretora do curta.
Festival - O Festival de Cinema Saúde para Todos premia cineastas independentes, instituições públicas, ONGs, estudantes e outras comunidades globais responsáveis pela produção de curtas-metragens originais que defendam e promovam questões de saúde global. Desde 2020 a competição recebeu a inscrição de 3.475 filmes de 110 países para concorrer em categorias como cobertura universal de saúde, emergências e bem-estar.
Em 2022, julgaram os inscritos as atrizes Sharon Stone, Emilia Clarke e Mia Maestro, a produtora Anita Abada, o especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) Eddie Ndopu e o apresentador Eckart von Hirschhausen. Os vencedores foram anunciados em uma cerimônia no último dia 10 de maio junto com os curtas-metragens dignos de menção honrosa.
"Esses curtas-metragens atrativos, combinando narrativas poderosas com informações importantes sobre saúde pública, retratam a enorme variedade de desafios de saúde que as pessoas enfrentam em todo o mundo todos os dias", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus na cerimônia de premiação.
“O Festival de Cinema Saúde para Todos da OMS demonstra que curtas-metragens podem fazer uma grande diferença para aumentar a conscientização sobre esses importantes problemas de saúde e estimular ações para promover e proteger a saúde.” Tedros Adhanom Ghebreyesus
Parceria - A história da família brasileira, que sintetizou a luta de muitas ao redor do mundo empenhadas em superar os obstáculos impostos pela má formação, foi gravada a pedido da ONG internacional MiracleFeet. A organização fornece suporte técnico e financeiro para clínicas e médicos visando aumentar o acesso ao tratamento para crianças nascidas com pé torto em países de baixa e média renda.
João Paulo foi uma das primeiras crianças apoiadas pela organização no Brasil. “A história do João e de sua família foi contada de uma forma muito respeitosa, com muita empatia e, ao mesmo tempo, muito íntima. A história dele é uma entre muitas que a gente está tentando dar visibilidade. Esta é uma condição que afeta muitas crianças e hoje há muitos adultos que vivem com os efeitos de um pé torto que nunca foi tratado, apesar de existir uma forma muito fácil para resolver o problema”, comenta a brasileira Daphne Sorensen, presidente da MiracleFeet.
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História
09 junho 2022
Yanomamis recebem capacitação em saúde
A Agência da ONU para as Migrações (OIM) em colaboração com o Distrito sanitário especial indígena (DSEI) e o Laboratório Central de Saúde Pública do Brasil (LACEN) realizou uma formação sobre diagnóstico de malária para 28 membros de comunidades Yanomamis.
Ao final do treinamento agentes indígenas de saúde (AIS) de Xihopi, parte da comunidade Yanomami, foram certificados como microscopistas.
"Meu sonho é que nossos jovens alunos estejam totalmente capacitados. Nossa luta tem sido para que os Yanomami sejam reconhecidos pela inteligência técnica que possuem", disse o líder indígena Yanomami, Dário Kopenawa. "Passei 15 anos lutando por eles", conta.
A capacitação dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) na prevenção de doenças é fundamental, pois, nos últimos anos, as doenças frequentes no território levaram a um alto índice de morbimortalidade entre as comunidades indígenas. A formação abordou tópicos como leitura de lâminas e diagnóstico de malária, além de orientações sobre o uso do microscópio.
A OIM forneceu cartilhas sobre a malária produzidas pelo Ministério da Saúde para uso no exame de avaliação do LACEN, garantindo a certificação no local para os membros da comunidade de Xihupi.
"Ter alguém da própria comunidade capacitado para examinar lâminas de malária e fazer o diagnóstico é o que pode ajudar os Yanomami a cuidarem de si mesmos", explica o médico da OIM, Luiz Otávio.
Segundo a psicóloga da OIM, Nicole Cruz, a partir do momento em que há um microscopista formado na comunidade, o combate à malária torna-se mais eficaz, pois o acesso ao diagnóstico é facilitado. Além dos módulos de formação técnica, a OIM organizou aulas de português e matemática para que os alunos pudessem fortalecer suas habilidades gerais como futuros microscopistas.
"Através desta formação, poderemos observar a doença e ajudar a nossa comunidade. Por isso, estou fazendo o curso de microscopista", explica Abraão, um dos alunos.
COVID-19 - Desde 2021, a OIM trabalha em estreita colaboração com o DSEI Yanomami do Ministério da Saúde, a Hutukara Associação Yanomami (HAY) e as comunidades indígenas para treiná-los sobre ferramentas de prevenção da malária e da COVID-19, desenvolvendo suas capacidades de responder a crises de saúde.
As atividades de prevenção à COVID-19 da OIM se estenderam às comunidades brasileiras ribeirinhas e indígenas de Roraima, Amazonas e Pará – áreas mais vulneráveis ao vírus.
Uma das medidas adotadas pelos Yanomami para evitar a disseminação da COVID-19 em suas comunidades foi reforçar o isolamento dos infectados. "Segundo membros da comunidade, para evitar que a doença afetasse os mais vulneráveis, como os idosos, os doentes ficaram nas partes mais isoladas da floresta", explica a psicóloga da OIM.
Módulos complementares de formação sobre prevenção da COVID-19 foram organizados para a comunidade com o objetivo de fornecer informações atualizadas sobre a atual pandemia de COVID-19, medidas de prevenção e opções de vacinação para a população – considerada um grupo de alto risco para COVID-19 devido ao seu afastamento e acesso desafiador aos serviços de saúde.
Com as mulheres da comunidade de Xihupi, a OIM também organizou sessões de saúde mental e apoio psicossocial para discutir o impacto da COVID-19 nos habitantes e como isso afetou sua dinâmica sócio relacional. Atividades adicionais foram realizadas para conscientizar as crianças sobre as medidas de prevenção de higiene.
De acordo com chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena Yanomami (DIASI), Pedro Galdino, o papel dos AIS é fundamental para proporcionar acesso aos serviços de saúde adequados aos povos indígenas. "A colaboração entre esses atores e a OIM é um passo importante para o estabelecimento dos cuidados primários no intrincado Território Indígena Yanomami", explica.
Próximas formações - Como parte de seu programa de saúde com as comunidades Yanomami, a OIM organizará novos módulos de formação para microscopistas, bem como formações de atualização para aqueles já formados.
A equipe continuará divulgando informações sobre prevenção da COVID-19 e distribuindo kits de higiene e mosquiteiros para fortalecer o combate da comunidade contra a COVID-19 e a malária, respectivamente.
Esses treinamentos fazem parte de uma estratégia mais ampla desenvolvida pelo Ministério da Saúde do Brasil, que busca apropriar-se de conhecimentos e recursos técnicos pertencentes à medicina ocidental, com total respeito à herança Yanomami, às terapias indígenas e outras práticas culturais.
Yanomamis - Localizada no coração da Amazônia, nos estados do Amazonas e Roraima, no Brasil, a Terra Indígena Yanomami cobre 9,6 milhões de hectares de floresta tropical.
Com mais de 26 mil habitantes em 250 comunidades e grupos isolados, a Terra Indígena Yanomami é considerada a maior reserva indígena do Brasil.
Devido à sua localização remota, as comunidades enfrentam desafios para acessar serviços de saúde, pois os profissionais da saúde precisam se deslocar por longas distâncias cada vez que precisam fornecer assistência médica a eles.
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História
03 junho 2022
Sobreviventes: os brasileiros que convivem com HIV
Cazu vive há muito tempo com HIV e o preconceito atrelado a isto: ele contraiu o vírus aos 16 anos e tornou pública sua sorologia para quebrar o estigma em torno do assunto. Aninha convive com HIV há mais de 20 anos e sobreviveu à COVID.
Cariocas, eles são os dois brasileiros entre 28 pessoas de diversas partes do mundo que participam da última edição do projeto Survivors (Sobreviventes), uma exposição fotográfica virtual que celebra a vida das pessoas que vivem com HIV.
A iniciativa é do UNAIDS em parceria com a Through Positive Eyes (Através de olhos positivos, na tradução livre). As histórias descrevem lutas, medos, esperanças e, acima de tudo, a coragem e a determinação de sobreviventes do HIV.
Cazu - Ele conta que ao assumir viver com HIV, conseguiu muitas coisas que nunca pensou serem possíveis, como reconhecimento público, papéis no cinema e no teatro. “Isto me deu forças para encorajar mais pessoas com HIV a tomarem a mesma posição: Vivo com HIV e não vou desistir dos meus objetivos. Se algo não estiver funcionando, posso mudá-lo e encontrar uma forma de avançar. Foi o que eu fiz”, relata.
Cazu decidiu tornar pública sua condição para quebrar o estigma de que pessoas com HIV são feias, improdutivas e devem viver isoladas ou tratadas como infelizes.
Pessoas que vivem com o HIV continuarão a ser quem eram antes do HIV, independentemente disso. As que eram boas pessoas continuarão a ser boas pessoas, e o mesmo vale para as que não eram. Independentemente de viverem ou não com o HIV, as pessoas continuam a ser seres humanos. Elas ainda têm sentimentos: amam, sofrem, choram e riem. O HIV não mudou fundamentalmente o meu jeito de viver
Cazu
Os desafios da pandemia também atingiram Cazu, que perdeu o emprego e pegou COVID-19 duas vezes. Ele deu a volta por cima: abriu uma microempresa para vender copos descartáveis.
“Sou autossuficiente e continuarei a viver a vida de forma positiva e a compartilhar experiências e conhecimentos com outras pessoas. Na verdade, comecei a viver mais depois do HIV. Porque o HIV não pode ser mais forte do que a vida.”
Aninha - Aninha vive com HIV há mais de 20 anos. Ela conta que o Sistema Único de Saúde (SUS) foi fundamental para garantir sua sobrevivência e o acesso a medicamentos que, no início, ela não queria tomar.
“O momento mais difícil da minha vida foi descobrir que eu estava grávida e que tinha HIV. Sofri durante meses. Até tentei fazer um aborto, mas o médico disse que não havia necessidade de um, já que eu estava muito doente, e que o bebê não iria sobreviver. Para minha surpresa e para surpresa de todas as pessoas, o bebê nasceu”, relata.
Aninha conta que o bebê nasceu doente, mas felizmente não tinha contraído HIV. “Foi a maior emoção que senti em toda a minha vida. Quero que o meu filho viva num mundo melhor”, resume.
Assintomática para COVID-19, ela acabou perdendo o marido para a doença há alguns meses. “Esta é a segunda vez que fico viúva por um vírus. Primeiro, pelo HIV, e o segundo, pela COVID. É uma experiência muito triste. Passar por duas pandemias, adquirir estes dois vírus mortais, e ainda estar viva me faz parecer que tenho alguma missão aqui”, afirma.
Aninha lembra que o fim da epidemia de AIDS é possível com ações simples, como informação e acesso aos cuidados em saúde.
Os antirretrovirais funcionam. Todas as pessoas devem ter direito a acessá-los. A prevenção é perfeitamente possível através do fornecimento de medicamentos adequados. Sem tratamento, a AIDS mata. O preconceito mata. Falta de interesse por parte das lideranças, mata.
Aninha
Projeto - O projeto Through Positive Eyes é organizado pelo fotógrafo Gideon Mendel, a Universidade da Califórnia (Los Angeles) e o Centro de Saúde Global e Arte. Lançado em 2007, já contou como 140 pessoas de 12 cidades do mundo vencem o estigma relacionado ao HIV/AIDS. A participação no projeto é voluntária e as pessoas são identificadas pelo primeiro nome para enfatizar sua acessibilidade e humanidade, mas também para proteger aquelas que vivem em lugares onde o estigma pode ser perigoso.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) UNAIDS é uma parceria inovadora que lidera e inspira o mundo a alcançar o acesso universal à prevenção, tratamento e apoio aos cuidados de pessoas com HIV/AIDS.
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História
16 maio 2022
Foto de tradição Pankararu é premiada na Suíça
Para saber se as condições climáticas irão favorecer a colheita anual, os indígenas Pankararu puxam um cipó. Numa espécie de cabo-de-guerra, os membros da comunidade localizada no sertão pernambucano dividem-se em dois times. Um deles puxa a cipó em direção ao leste e o outro para o oeste. É através desta disputa de forças que as entidades religiosas informam suas previsões aos Pankararu: se o cipó terminar no lado onde o sol nasce, no leste, o clima será próspero e a comunidade viverá um ano de abundância. Ultrapassar para o lado oeste significa pouca chuva e escassez.
Depois de assistir a uma série de previsões de seca, o estudante de mestrado Joanderson Gomes de Almeida, de 30 anos, passou a se perguntar o que ele e a sua comunidade poderiam fazer para que o cipó permanecesse no lado leste. Foi com esta inquietação e com um celular que ele fotografou a cerimônia do puxamento do cipó durante a tradicional festa do Flechamento do Imbu, uma comemoração indígena que marca o início da colheita.
“Essa tradição acontece só uma vez ao ano na comunidade, mas durante o nosso dia a dia, por que a gente não lembra dessa previsão? O que eu posso melhorar para que no próximo ano a gente possa ter um resultado de fartura e abundância? Esta é uma reflexão sobre os cuidados que a gente às vezes não tem com o meio ambiente no nosso cotidiano”, conta o estudante em entrevista ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio).
Quatro anos depois do click, a foto foi parar em uma exposição na sede da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), na Suíça. A imagem “Puxamento do Cipó” virou a metáfora perfeita para simbolizar o impacto das mudanças climáticas e, por este motivo, venceu o primeiro concurso de fotografia da OMPI voltado para jovens de comunidades tradicionais.
O prêmio entregue no Dia da Terra também contemplou jovens do Quênia e Filipinas. O anúncio dos vencedores foi feito no último dia 22 de abril e culminou com a exposição em Genebra. A intenção da Organização da ONU era estimular que os jovens de comunidades tradicionais expressassem criativamente o impacto das mudanças climáticas em suas regiões e, ao mesmo tempo, aprendessem a proteger seus trabalhos recorrendo aos direitos de propriedade intelectual. Para escolher os vencedores, entre mais de 30 imagens finalistas, foi convocado um painel independente de jurados constituído por quatro fotógrafos internacionais.
“Os jovens têm o maior interesse no futuro do nosso planeta e é por isso que estou satisfeito que o primeiro Prêmio de Fotografia da OMPI esteja oferecendo aos membros de comunidades indígenas e locais a oportunidade de se expressarem através da fotografia sobre a crise climática e outros desafios relacionados que estão enfrentando”, declarou o diretor-geral da OMPI, Daren Tang, durante a cerimônia de premiação.
Na oportunidade, ele também destacou como é estreita a relação das comunidades indígenas com o meio ambiente e seus recursos, sendo elas as primeiras a enfrentarem as consequências diretas da crise climática, como a perda da diversidade biológica e o aumento do nível dos oceanos. Ao parabenizar o indígena brasileiro pela conquista, o diretor-geral lembrou que o povo Pankararu tem uma forte vocação de preservar a natureza e as tradições. No entanto, eles também têm sido castigados por períodos sem chuva e seca, o que dificulta as atividades agrícolas tradicionais.
Conexão - Em Pernambuco, a comunidade Pankararu está estabelecida entre os municípios de Petrolândia, Jatobá e Tacaratu, distante cerca de dez quilômetros do rio São Francisco. Esta proximidade ajuda a explicar porque a água, mais do que um recurso essencial para a vida, também é considerada parte da constituição deste povo. “Existia uma ocupação tradicional desta terra narrada na própria cosmologia do povo Pankararu. As primeiras entidades, que chamamos de Encantados, eram pessoas normais que receberam o dom depois de entrarem na cachoeira do rio São Francisco. E hoje nós não temos acesso a água. Esta é uma reivindicação do povo Pankararu. A gente mora a menos de 10 quilômetros do rio São Francisco e não temos água”, explica Joanderson.
Em sua inscrição no concurso da OMPI, o estudante de mestrado defendeu que jovens indígenas ocupem espaços como estes e que novas soluções inovadoras sejam propostas a partir de parcerias com as comunidades locais. “Os indígenas têm uma forma tradicional de cultivo e manejo da terra, sem o viés mercantilista. Não vemos a terra como objeto de produção de capital, mas como uma forma de vida e subsistência. Ainda há muito o que se falar sobre clima e sobre povos indígenas para além desta visão marginal”, pontua. “Agradeço a OMPI pela iniciativa de criar esse concurso e por incentivar jovens indígenas e de comunidades tradicionais a participarem. Agora, com o prêmio, poderei registrar estes momentos com mais qualidade e profissionalismo”.
Como primeiro colocado, Joanderson ganhou da organização equipamento fotográfico profissional no valor de 3.500 dólares.
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História
06 maio 2022
Mãe reencontra filhas depois de quatro anos de separação
A venezuelana Yerika deixou a Venezuela em busca de oportunidades para uma nova vida com as três filhas. Ela chegou ao Brasil em Roraima mas a oportunidade de trabalho surgiu a 5 mil quilômetros de distância, em Pinhalzinho, no interior de Santa Catarina. A separação entre Yerika e as filhas Evelin, 13 anos, Camila, 10 anos, e Josemiht, 8 anos, foi inevitável.
Com a família dividida entre o norte e o sul do país, as meninas ficaram sob cuidados de um responsável, que procurou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o parceiro AVSI Brasil. As meninas foram encaminhadas para um abrigo do governo de Roraima destinado a crianças desacompanhadas.
O oficial de Proteção à Criança e ao Adolescente do UNICEF em Roraima, Tomás Tancredi, explica que o direito à convivência familiar e comunitária é prioridade. “O trabalho envolve busca ativa das famílias, avaliação psicossocial para identificar as possibilidades de reunificação junto à rede de proteção, apoio psicossocial continuado para estas crianças e, em alguns casos, apoio financeiro para a sustentabilidade da reunificação. A articulação com as redes de proteção e demais organizações que atuam na resposta humanitária, como a Organização Internacional para as Migrações (OIM), é fundamental para garantir a adaptação destas crianças em uma nova realidade”, explica.
O abrigo onde Evelin, Camila e Josemiht ficaram tem a estrutura de uma residência, similar ao ambiente de uma casa familiar, com atividades educacionais e apoio psicossocial. A gerente do abrigo da Secretaria de Estado de Trabalho e Bem-Estar Social, Luciana Oliveira da Silva, explica que a unidade tem parceria com organizações para buscar as famílias das crianças. “Apesar de estarem em um ambiente em que estão sendo cuidadas, não é o lar delas. Elas sentem falta, perguntam e ficam ansiosas para o reencontro”, relata.
Após o abrigamento no local, o UNICEF entrou em contato com a OIM para localizar a mãe e dar entrada do processo na estratégia de interiorização do governo federal, para que as irmãs pudessem viajar para junto de Yerika.
A análise documental foi o passo inicial na viagem, assim como o acompanhamento médico no Núcleo de Saúde da Operação Acolhida, resposta humanitária ao fluxo venezuelano, para verificação vacinal e testagem de COVID-19. Era dezembro de 2021 e os dias foram contados com ansiedade pelas meninas e pela mãe.
De acordo com o assistente de Proteção da OIM Luís Minchola, o reencontro representa o apoio dos atores que buscam a melhor solução em situações de crianças e adolescentes desacompanhadas dentro de um contexto migratório. “Todos estão envolvidos em levar oportunidades nos locais de destino: acesso às escolas, aos serviços de saúde e que tenham o convívio familiar garantido dentro de todos os preceitos de proteção à infância”, explica.
No dia 26 de dezembro, a equipe da OIM buscou Evelin, Camila e Josemiht no abrigo estadual e as levou para o Aeroporto Internacional de Boa Vista. Além da revisão documental pré-embarque, a OIM comprou as passagens aéreas e garantiu a presença de uma funcionária para acompanhar todo o trajeto, até que elas estivessem seguras com a mãe.
O REENCONTRO – Já era noite quando o abraço do reencontro finalmente aconteceu. Entre lágrimas, mãe e filhas correram para que estivessem juntas novamente. Na parede da casa nova, os cartazes improvisados com folhas de caderno estampavam os dizeres de “bem-vindas minhas princesas”, em espanhol. No sofá, os cochichos entre as quatro demonstravam que o tempo de separação não diminuiu em nada o afeto e a cumplicidade.
“Foi uma emoção tão grande, não sei nem explicar. Foi tanto tempo longe! É muito gratificante ter minhas filhas aqui do meu lado. Meu plano para o futuro é dar muito amor a elas. Estou muito emocionada e feliz.”
Yerika
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Notícias
06 julho 2022
UNICEF lança campanha voltada à alimentação saudável na primeira infância
A nutrição adequada na primeira infância é essencial para o crescimento e desenvolvimento de meninas e meninos. Esse cuidado começa logo nos primeiros dias de vida, com a amamentação exclusiva, segue com a introdução alimentar do bebê, e deve incluir toda a família. Para orientar mães, pais e cuidadores sobre esse momento tão importante do desenvolvimento infantil, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançou, nesta terça-feira (5), a Campanha PAPEI.
Desenvolvida de forma lúdica e divertida, a campanha conta a história de Miranda, que acabou de se tornar mãe com toda a alegria, todo o êxtase e todos os medos que essa novidade traz. Miranda sabe que a alimentação do bebê faz muita diferença para seu desenvolvimento, e, por isso, decide dar o que ela tem de melhor para alimentar o seu bebê: o leite materno. A partir daí, a personagem segue com os desafios e as descobertas da introdução de outros alimentos após os 6 meses, e descobre como a alimentação de toda a família impacta os hábitos alimentares da criança.
A chefe de Saúde do UNICEF no Brasil, Cristina Albuquerque, lembra que a nutrição adequada, em especial na primeira infância, é essencial para o pleno crescimento e desenvolvimento de meninas e meninos. “Ela é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento infantil, dentro de uma perspectiva de cuidado integral, composta por cinco componentes inter-relacionados e indivisíveis: boa saúde; boa nutrição; proteção e segurança; cuidados responsivos; oportunidades de aprendizagem precoce”.
Cenário nacional - No Brasil, no entanto, esse direito não é garantido a todas as crianças. Menos da metade das crianças (45,7%) recebe amamentação exclusiva até os 6 meses, como recomendado pelas autoridades de saúde. Além disso, 10% das crianças menores de 5 anos já estão em sobrepeso, e 18,3% em risco de sobrepeso. Os dados são do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) de 2019.
“As famílias, muitas vezes, não têm informação suficiente sobre como cuidar da alimentação das crianças nessa etapa fundamental. Por isso, a importância desta campanha, que leva as informações de forma fácil e divertida para toda a família”, complementa Cristina. Todo o conteúdo, à medida que for sendo liberado, estará disponível online, e poderá ser reproduzido gratuitamente, citando a fonte.
Sobre a campanha - A campanha PAPEI é uma iniciativa do UNICEF com a missão de falar sobre a alimentação saudável para toda a família desde o nascimento da criança e durante o seu crescimento. A campanha contará com três fases, começando pelo aleitamento materno exclusivo (Fase 1), passando pela introdução alimentar (Fase 2) e então englobando a alimentação de toda a família (Fase 3). A primeira fase já está disponível aqui.
Ficha Técnica
Iniciativa: UNICEF Brasil
Realização: Onomatopeia Ideias Sonoras
Roteiro original: Leo Falcão e Erickson Marinho
Supervisão de roteiro: Carol Levy
Direção artística: Carol Levy
Direção e produção musical: Carlinhos Borges
Direção de cena: Gerson Damasceno
Direção de Fotografia: Ricardo Lima (Jacaré)
Assistente de fotografia: Márcio, Fiapo e Leonardo
Produção de set: Paloma Rêgo Barros e Laura Aragão
Visagismo: Júlio Rocha
Edição: Gerson Damasceno
Produção executiva: Carol Levy
Identidade visual: Betinho Montenegro
Direção de arte: Trícia Mota
Assistente de dir. de arte: Hemerson Souza
Equipe do UNICEF: Cristina Albuquerque, Camilo Leon, Stephanie Amaral, Regicely Aline Brandão, Marília Lima.
Elenco:
Carol Levy (Miranda, Merendeira, Tomate e todos os personagens-boca)
Fábio Caio (LÁCTEA, Arrozes, Feijão)
Fátima Caio (Ovo)Camilo
Kyara Muniz (Banana)
Estúdios de gravação: Onomatopeia (Recife/PE) e Nove Filmes (Recife/PE)
Trilha Musical
Composição, produção musical e mixagem: Carlinhos Borges
Voz solo e coros: Carol Levy
Violão e cavaquinho: Bozó das 7 cordas
Flauta, clarinete e clarinete: Henrique Albino
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06 julho 2022
ONU realiza fórum político para avaliar avanço global rumo à Agenda 2030
As Nações Unidas realizam de 5 a 15 de julho, em Nova Iorque, de forma presencial e virtual, o Fórum Político de Alto Nível (HLPF, na sigla em inglês), que reúne autoridades para avaliar o avanço dos países rumo à Agenda 2030 e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O tema do HLPF 2022 é “Recuperar melhor da doença do coronavírus (COVID-19), enquanto avançamos na implementação completa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
Em um momento em que o mundo luta para se recuperar da COVID-19 em meio a crises contínuas, o HLPF refletirá sobre como as políticas de recuperação podem reverter os impactos negativos da pandemia nos ODS e levar os países a um caminho para realizar a visão da Agenda 2030.
Um dos eventos paralelos ao Fórum lançará novas orientações para Estados-membros sobre formas de integrar abordagens baseadas em direitos humanos no desenvolvimento de Revisões Nacionais Voluntárias (VNRs), relatórios que mostram os avanços dos países em relação aos ODS. A orientação foi desenvolvida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
A reunião do HLPF em 2022 será realizada a partir desta terça-feira (5) até quinta (7) e de segunda (11) a sexta (15). Haverá ainda o segmento ministerial de três dias, que ocorrerá de quarta (13) a sexta (15). O segmento de alto nível do Conselho Econômico e Social será concluído na segunda-feira (18).
O Fórum revisará em profundidade os ODS 4, sobre educação de qualidade, ODS 5, sobre igualdade de gênero, ODS 14, sobre vida subaquática, ODS 15, sobre vida na terra, e ODS 17, sobre parcerias. Levará em conta os diferentes impactos da pandemia de COVID-19 em todos os ODS, assim como a natureza integrada, indivisível e interligada dos objetivos globais.
As reuniões oficiais do HLPF e do Segmento de Alto Nível do ECOSOC serão transmitidas ao vivo pela UN TV.
Quarenta e quatro países apresentarão Revisões Nacionais Voluntárias (VNRs, na sigla em inglês) de sua implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Para mais detalhes, clique aqui.
O HLPF também adotará a Declaração Ministerial como resultado de sua sessão. O Presidente do ECOSOC preparará um resumo para capturar as principais mensagens das discussões. Para mais informações, clique aqui.
Outros eventos, incluindo Eventos Paralelos, VNR Labs, Eventos Especiais e Exposições estão sendo organizados paralelamente ao HLPF 2022.
Clique aqui para mais informações sobre o HLPF 2022.
Revisão Nacional Voluntária (VNR) - Uma série de VNR Labs será convocada à margem do Fórum deste ano, fornecendo uma plataforma informal para compartilhamento de experiências e reflexão sobre o processo de Revisão Nacional Voluntária (VNR, na sigla em inglês).
Os laboratórios são mantidos sob as regras da Chatham House e estão abertos aos Estados-membros, ao Sistema ONU e aos representantes dos Grandes Grupos e outras partes interessadas presentes no HLPF 2022, virtual ou pessoalmente.
Os VNR Labs serão um espaço para compartilhamento de experiências e lições aprendidas na aplicação, entre outras coisas, de uma abordagem de direitos humanos aos processos de VNR, com o objetivo de acelerar a implementação da Agenda 2030 e garantir que ninguém seja deixado para trás.
Os eventos lançarão novas diretrizes para os Estados-membros sobre formas de integrar abordagens baseadas em direitos no desenvolvimento de VNRs. A orientação foi desenvolvida em conjunto por PNUD e ACNUDH, com o apoio do Fundo de Integração dos Direitos Humanos em estreita colaboração com colegas de todo o Sistema ONU, sob o Chamado à Ação pelos Direitos Humanos do Secretário-Geral da ONU.
A orientação, intitulada Nota de Orientação Operacional Comum de Revisões Nacionais Voluntárias e Direitos Humanos, estará disponível online até o fim da semana. O documento pretende ser um recurso complementar ao Manual do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU para a preparação de revisões nacionais voluntárias e às Diretrizes de relatórios comuns voluntários do secretário-geral da ONU para os Estados-Membros, atualizados regularmente.
Clique aqui para acessar a programação e se registrar nos VNR Labs.
Revisões Voluntárias Locais (VLR) - Paralelamente ao HLPF, ocorrerá a quinta edição do Fórum de Governos Locais e Regionais, que apresentará ações inovadoras tomadas por governos locais e regionais para implementar os ODS, inclusive com base em processos de revisões voluntárias.
O evento a ser realizado presencial e virtualmente no dia 7 de julho, às 8h locais (9h de Brasília) também buscará fomentar a governança multinível e promover parcerias entre as diferentes esferas de governo, a comunidade internacional e outras partes interessadas.
Desde 2017, os governos locais e regionais estão cada vez mais envolvidos em relatoria periódica da implementação dos ODS, chamada de Revisões Voluntárias Locais (VLRs, na sigla em inglês).
Embora as VLRs não tenham status oficial, o processo de realização dessas relatorias subnacionais beneficia as entidades envolvidas e a implementação dos ODS em geral, ajudando a complementar as Revisões Voluntárias Nacionais.
Não existe um modelo único para elaboração das VLRs, contudo, há um entendimento de que elas podem seguir o mesmo modelo das VNRs. O Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) tem elaborado guias para apoiar os governos subnacionais nesse processo.
O número de VLRs elaboradas passou de 37 em maio de 2020 para 106 em outubro de 2021. Atualmente, constam na lista de revisões compartilhadas por diversos governos subnacionais 118 relatórios. Mais de 70% delas foram elaboradas em nível municipal/cidade, 16% em nível regional, e 13% em nível estadual. Desde 2017, seis cidades e dois estados brasileiros elaboraram e submeteram VLRs.
Os eventos serão transmitidos via UN TV.
Sobre o Fórum - A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) estabeleceu, em 2012, a criação do Fórum Político de Alto Nível, realizado anualmente para avaliar o progresso dos objetivos globais. O evento é plataforma central da ONU para acompanhar e analisar tais avanços no nível internacional.
A Assembleia Geral, na sua resolução 67/290, decidiu que o Fórum deve se reunir anualmente sob os auspícios do Conselho Econômico e Social da ONU durante oito dias, incluindo um segmento ministerial de três dias, de quatro em quatro anos, ao nível dos chefes de Estado e de Governo, sob os auspícios da Assembleia Geral.
A primeira reunião do Fórum foi realizada em 24 de setembro de 2013. Substituiu a Comissão de Desenvolvimento Sustentável, que se reunia anualmente desde 1993. O Fórum adota declarações políticas negociadas intergovernamentais.
Para mais informações sobre Revisões Nacionais Voluntárias (VNRs), clique aqui.
O HLPF também realiza revisões regulares sobre os ODS, clique aqui.
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06 julho 2022
Nações Unidas e UEFA lançam iniciativa “Futebol pelos Objetivos”
Nesta quarta-feira (6), junto com a estreia do Campeonato Europeu de Futebol Feminino 2022 (UEFA Women's EURO 2022), as Nações Unidas lançam o “Futebol pelos Objetivos”, uma nova iniciativa que disponibiliza uma plataforma para que a comunidade futebolística mundial se envolva e defenda os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A União das Associações Europeias de Futebol (UEFA), que apresentou em dezembro de 2021 a sua própria estratégia de sustentabilidade centrada nos direitos humanos e no ambiente, também juntou-se à iniciativa como membro pioneiro.
O projeto “Futebol pelos Objetivos” vai explorar o poder do esporte não só para aumentar a sensibilização e o reconhecimento dos ODS, mas também para alcançar mudanças comportamentais e práticas sustentáveis na indústria do futebol e servir como inspiração aos torcedores e apoiadores.
A iniciativa foi lançada hoje com uma conversa entre a secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, e o presidente da UEFA, Aleksander Čeferin. O evento que foi transmitido ao vivo no canal em inglês da ONU, no Youtube.
Agentes do mundo futebolístico, o que inclui confederações, associações nacionais, ligas, clubes, jogadores, associações de jogadores, grupos organizados de torcedores, meios de comunicação e parceiros comerciais, estão sendo convidados a unirem-se ao “Futebol pelos Objetivos” e a tornarem-se agentes ativos de mudança, comprometendo-se a adotar os princípios do desenvolvimento sustentável e dos direitos humanos, a desenvolver práticas comerciais sustentáveis e a agir como “campeões dos ODS”.
Os membros desta iniciativa vão usar a sua visibilidade e poder de alcance através de torneios, jogadores, exposição de marcas corporativas, meios de comunicação e comunidades de fãs para amplificar e elevar as metas traçadas pelos ODS. Com os seus compromissos, vão contribuir para aumentar a sensibilização para a causa e demonstrar como as práticas sustentáveis podem ser adaptadas a qualquer modelo de negócio, incluindo no esporte.
Para realçar a implementação dos compromissos delineados no “Futebol pelos Objetivos”, a Associação Norueguesa de Futebol está lançando um projeto-piloto que visa demonstrar como as suas equipes nacionais, clubes de futebol de base e ligas, e os seus parceiros mediáticos vão trabalhar em conjunto para apoiar os ODS. Irão, posteriormente, em conjunto com as Nações Unidas, compartilhar os resultados com os interessados em aderir ao “Futebol pelos Objetivos”.
Popularidade - "As Nações Unidas reconhecem a poderosa voz que o futebol tem na comunidade internacional e o papel que este pode desempenhar, pela popularidade que tem, na sensibilização para os ODS. O futebol não só é o esporte mais popular do mundo, como é também o mais acessível", considera a secretária-geral adjunta das Nações Unidas, Amina J. Mohammed. "Tudo o que é preciso é uma bola para que as pessoas se juntem. Todos os dias, milhões de pessoas em todo o mundo jogam futebol, seja num campo improvisado, num pátio escolar ou num estádio gigante. É por isso que estamos entusiasmados e orgulhosos por lançar esta iniciativa. O “Futebol pelos Objetivos” oferece uma oportunidade única para sensibilizar e galvanizar o mundo para a ação sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Estamos gratos à UEFA pelo seu empenho como membro pioneiro desta iniciativa e esperamos que muitos outros na comunidade do futebol se juntem a este esforço".
"Estou satisfeito por as Nações Unidas reconhecerem a voz poderosa que o futebol tem na comunidade internacional, pela sua popularidade, e o papel que podemos desempenhar na sensibilização para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável", afirma o presidente da UEFA, Aleksander Čeferin. "A UEFA, como membro pioneiro do ‘Futebol pelos Objetivos’, aspira assumir um papel de liderança como expoente da mudança no esporte, contribuindo para a promoção do desenvolvimento sustentável e introduzindo modelos empresariais e operacionais mais sustentáveis para a indústria do futebol. Estou convencido que, se o futebol unir o seu poder para impulsionar uma mudança sustentável, será capaz de ter um impacto positivo, forte e duradouro. Como UEFA, devemos ser o exemplo de uma mudança sustentável e inspirar outros a seguir o mesmo caminho".
Sobre - O “Futebol pelos Objetivos” é uma iniciativa das Nações Unidas em colaboração com partes interessadas e protagonistas do futebol, para alavancar o poder de alcance desta modalidade esportiva, impulsionando o progresso em áreas como a sustentabilidade, igualdade, direitos humanos e ação climática, promovendo ações e práticas que apoiam a realização dos ODS.
A iniciativa convida a comunidade futebolística internacional, incluindo confederações, federações, associações, ligas, clubes, jogadores, associações de jogadores, meios de comunicação e grupos organizados de torcedores, a tornarem-se agentes de mudança, comprometendo-se com os princípios do desenvolvimento sustentável, adotando práticas sustentáveis e atuando como “campeões dos ODS”. Os membros reconhecem a responsabilidade da comunidade futebolística em tomar medidas para ajudar a criar um futuro sustentável, ao mesmo tempo que garantem a inclusão, igualdade e equidade para os cidadãos.
ODS- Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram adotados pelos líderes mundiais em setembro de 2015. Abrangendo tudo, desde a saúde, à igualdade de gênero e educação, os objetivos mobilizam esforços em todo o mundo para acabar com todas as formas de pobreza, combater as desigualdades e combater as alterações climáticas até 2030, assegurando, ao mesmo tempo, que ninguém fica para trás.
UEFA - A UEFA é o órgão dirigente do futebol europeu e a organização coordenadora de 55 associações nacionais em toda a Europa. Os seus objetivos são, entre outros, promover o futebol num espírito de unidade, solidariedade, paz, compreensão e fair play, sem discriminação, e promover e proteger padrões éticos e de boa governança no futebol europeu.
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06 julho 2022
ARTIGO: Estratégia sistêmica é chave para acelerar a recuperação das aprendizagens no Brasil
Com o número elevado de casos, o Brasil foi um dos países onde as escolas permaneceram fechadas por mais tempo, com uma média de 40 semanas, em comparação à média mundial de 29 semanas. Mesmo com todos os esforços em oferecer um ensino remoto emergencial, a interrupção das aulas presenciais terá no Brasil um impacto no aumento da percentagem de crianças de 10 anos que não são capazes de ler e compreender um texto simples, passando de 48% para 70%. E sabemos que o impacto é ainda mais aprofundado entre as crianças e jovens mais vulneráveis.
Com o retorno às aulas presenciais, perdas substanciais de aprendizagem estão sendo observadas nos sistemas educacionais ao redor do mundo. Os alunos do 2º ano do ensino fundamental da África do Sul tiveram perdas de aprendizagem equivalentes a 70%. Na Holanda, os alunos perderam 20% de um ano letivo.
Aqui no Brasil, o desempenho dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de São Paulo caiu 46 pontos em Matemática e 29 pontos em Língua Portuguesa em comparação aos resultados do SAEB 2019. Isso equivale a um retorno a patamares de desempenho de, pelo menos, seis anos atrás. As avaliações diagnósticas, realizadas por diversos estados brasileiros, mostram resultados semelhantes. Os impactos da pandemia não foram restritos à aprendizagem. Em todo o mundo, os casos de depressão entre os estudantes, violência escolar e de gravidez precoce vem aumentando, levando ao abandono escolar. No Brasil, o número de crianças e adolescentes fora da escola aumentou 171% segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para mitigar os efeitos da pandemia de COVID-19 e evitar perdas adicionais será necessário implementar programas para a recuperação das aprendizagens, prevenção do abandono escolar e melhoria do bem-estar dos estudantes.
Para contribuir com a recomposição das aprendizagens em todo o mundo, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e o Banco Mundial reuniram esforços para sistematizar uma estratégia que engloba cinco medidas essenciais:
Recuperar todas as crianças e mantê-las na escola. Para além de manter as escolas abertas é importante fortalecer procedimentos para identificar os alunos em risco de abandono e evasão. Experiências bem- sucedidas de Sistemas de Alerta Preventivo são encontradas no Chile, Peru e Guatemala.
Avaliar os níveis de aprendizado regularmente. A continuidade da avaliação dos níveis de aprendizagem é importante para monitorar os desafios e os avanços das ações. Os professores também devem estar preparados com materiais para avaliar continuamente a aprendizagem em sala de aula.
Priorizar o ensino dos fundamentos. Dedicação de mais tempo de ensino às habilidades fundamentais, como alfabetização, numeramento e habilidades socioemocionais, que permitem a aquisição de habilidades mais complexas.
Incentivo a recomposição e progresso. As diferenças de aprendizagens dentro de uma mesma turma são significativas e será necessário adotar práticas pedagógicas personalizadas para todos os alunos, em especial para aqueles que não adquiriram as habilidades fundamentais. A Tutoria Personalizada (em inglês, Teaching at the right level), foi elaborada pela ONG Pratham nos anos 2000 e implementada em mais de 16 países, é versátil e é transformadora para os alunos mais vulneráveis. O intuito não é substituir o ensino realizado em sala de aula. O sucesso do programa está na alta adaptação do nível de ensino às dificuldades dos alunos, com a utilização de materiais estruturados para esse objetivo.
Desenvolvimento de saúde e bem estar psicossocial. É importante realizar um balanço sobre as necessidades e recursos disponíveis em diferentes setores, incluindo a formação dos professores. Campanhas de comunicação, incluindo mensagens para a comunidade sobre COVID-19 e saúde mental podem contribuir para o engajamento da escola com as famílias na construção de uma rede de apoio aos alunos.
A recuperação da aprendizagem não acontecerá sem o apoio aos professores. Os novos desafios vão exigir que os docentes estejam ainda mais receptivos às necessidades dos estudantes e é essencial a formação dos professores para lidar com esses desafios e apoiá-los no desenvolvimento de habilidades digitais. Mais do que nunca, a formação dos professores precisa ser prática e focalizada em atividades que dão respostas às dúvidas do professor e a resolver as dificuldades presentes no seu cotidiano imediato.
Ação - Ao redor do mundo, vários países estão começando a implementar políticas para enfrentar os impactos da pandemia na educação. E o Brasil saiu na frente com o recente lançamento da Política Nacional para Recuperação das Aprendizagens elaborada pelo Ministério da Educação, em escuta com as redes estaduais e municipais. Dentre as iniciativas destacam-se: elaboração de um Sistema de Alerta Preventivo e de uma plataforma de Acompanhamento Personalizado de Aprendizagem, com disponibilização de testes diagnósticos na escala do SAEB para agrupamentos de alunos; de materiais pedagógicos estruturados e de recursos financeiro para pagamento dos monitores. Para fortalecer ainda mais o atendimento aos mais vulneráveis na recuperação da aprendizagem, os estados e municípios do norte e nordeste estão sendo focalizados nos programas do Ministério da Educação, incluindo financiamento do Banco Mundial.
Sem uma ação política imediata, os impactos da pandemia podem perdurar por gerações. É necessário agir com políticas baseadas em evidências e na cooperação entre os entes federativos, para transformar a crise em uma oportunidade e construir sistemas educacionais mais inclusivos, eficientes e equitativos. O Brasil já deu o primeiro passo nesse sentido.
*Pablo Acosta é economista líder de Desenvolvimento Humano para o Brasil do Banco Mundial e doutor em Economia pela Universidade de Illinois (EUA). Esta coluna, publicada originalmente do jornal Folha de S. Paulo, foi escrita em colaboração com os colegas do Banco Mundial, Leandro Costa, economista sênior, e Fátima Alves, consultora.
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06 julho 2022
Em conferência da CEPAL países reafirmam o Consenso de Montevidéu
Representantes dos países da América Latina e do Caribe reafirmaram o Consenso de Montevidéu como base de um guia integral para ação nacional e regional em matéria de população e desenvolvimento.
O consenso, acordado em 2013, inclui mais de 120 medidas sobre oito temas identificados como prioritários para dar seguimento ao Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD) das Nações Unidas, realizada no Cairo em 1994. Entre os temas estão a proteção dos direitos de crianças e adolescentes; o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva; a igualdade de gênero; os direitos dos povos afrodescendentes, combate ao racismo e à discriminação racial, entre outros.
A reafirmação desse documento foi feita durante o encerramento da 4ª reunião da Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento, realizada de 28 a 30 de junho na sede da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) em Santiago, no Chile.
Em suas resoluções, os países reconheceram o papel estratégico do consenso como marco para a implementação de ações que contribuam na resposta aos impactos da COVID-19 nas condições de vida e no exercício de direitos da população; nos múltiplos eixos de desigualdade; e nas três dimensões do desenvolvimento sustentável — econômica, social e ambiental.
Fez-se um apelo para reforçar o cumprimento das medidas prioritárias do consenso a partir da implementação de ações específicas, alocação adequada de recursos e criação e fortalecimento de mecanismos institucionais para sua implementação e acompanhamento.
Resoluções - O documento de resoluções aprovado pelos países incentiva os governos da região a atribuir especial ênfase ao fortalecimento de seus sistemas de estatísticas sociodemográficas e vitais; e a desenvolver e fortalecer a capacidade dos sistemas estatísticos nacionais e dos escritórios nacionais de estatística para produzir dados de população desmembrados por sexo, idade, área de residência (zona urbano-rural), renda, identidade étnico-racial, condição migratória, deficiência e outras características pertinentes na diversidade da população, que sejam necessários para realizar uma avaliação precisa da implementação do Consenso de Montevidéu.
Além disso, felicita a CEPAL pelo desenvolvimento e implementação da plataforma virtual para contribuir com o acompanhamento do Consenso de Montevidéu sobre População e Desenvolvimento, espaço que reúne as principais iniciativas informadas pelos países e os avanços alcançados com relação à população, suas condições de vida, o exercício de seus direitos e seu desenvolvimento. Em outras palavras, procura sistematizar os processos e os resultados alcançados na região para cumprir os compromissos assumidos com relação ao Consenso de Montevidéu.
Reconhece também o papel crucial das organizações da sociedade civil, setor privado e setor acadêmico na implementação, no acompanhamento, nos processos de avaliação e na difusão do consenso.
Cooperação internacional - O evento de três dias contou com a participação de mais de 220 delegados de 30 países membros da CEPAL e de um membro associado, além de uma centena de representantes do Sistema das Nações Unidas, 18 de agências de cooperação e mais de 640 representantes da sociedade civil, da academia e do setor privado. A isso se somaram milhares de pessoas que acompanharam a reunião pelas plataformas sociais e transmissões públicas das sessões.
Na reunião, que congregou mais de 1,3 mil pessoas – sendo metade de maneira presencial – as autoridades destacaram ainda que, em meio a um contexto internacional sem precedentes como o marcado pela pandemia de COVID-19, é necessário fortalecer o multilateralismo, a solidariedade e a cooperação internacional para obter a plena implementação do Consenso de Montevidéu e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030.
“Reafirmamos uma vez mais nosso compromisso com o Consenso de Montevidéu que, junto com a Agenda 2030, são ferramentas indispensáveis e muito vigentes para cumprir as tarefas de uma recuperação transformadora que coloque a igualdade, a sustentabilidade e as pessoas no centro”, afirmou o secretário executivo adjunto para administração e análise de programas da CEPAL, Raúl García-Buchaca, em seu discurso na cerimônia de encerramento. Já o diretor regional para a América Latina e o Caribe do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Harold Robinson, ressaltou que o Consenso de Montevidéu “só será útil no momento em que se tornar nosso destino coletivo”.
A cerimônia de encerramento foi chefiada por García-Buchaca e Robinson, ao lado do vice-ministro de planejamento e coordenação da Bolívia, na qualidade de presidente da Mesa Diretora da Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento, David Guachalla.
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